Por Trás do Seu Sorriso

Capítulo 29

Uma lágrima me escapou, ele estava assumindo que não me queria, porque veio até aqui?

- Acho melhor você ir.

Eu não falei mais nada, mas também não olhei pra ele.

- Eu estava com vergonha. Vergonha de ter sido um fraco, das coisas que falei, das acusações e eu estava morto de medo de te encarar e descobrir que você não ia me perdoar, que me odiava e que iria me mandar embora pra sempre. Eu fui um merda e eu vou viver com essa culpa pra sempre.

- E depois, Alec? Foram meses e meses vendo você viajar e se divertir com a sua amante... - Ele soltou uma risada sinistra e totalmente sem emoção.

- Me divertir? Nancy e Brad grudaram em mim pra não me deixar fazer uma besteira.

- Uma besteira como vim falar comigo? - Perguntei com desdém.

- Não Laura! Uma besteira do tipo beber até morrer ou me jogar da janela de um prédio. - Senti um arrepio, pois sempre pensei que ele tinha me superado muito rápido. - E depois de um tempo quando eu consegui parar de beber o suficiente pra clarear a cabeça você estava trabalhando e parecia bem, não quis atrapalhar, impondo a minha presença e causando mais comoção, a imprensa tinha começado a falar do seu trabalho e não queria mudar isso. - Ele me deixou na miséria por meses, não era algo fácil de aceitar - E eu falei pra mim mesmo que podia esperar até a gente ter que trabalhar juntos de novo na promoção do filme e que tudo ficaria bem, na minha cabeça, quando a gente se encontrasse de novo, tudo se resolveria rápido e fácil. Tentei me convencer disso todos os dias. Mas eu não pude esperar mais... Essa linha de pensamento fez sentido por um tempo, tempo demais. Mas agora, aqui, tão perto, eu não consigo entender como aguentei ficar tanto tempo sem você.

Meu coração estava aos pulos, eu vivi pela metade por tanto tempo..., mas mesmo ele estando aqui, ainda faltava alguma coisa. Uma sensação de que algo estava errado. Em todas as fantasias que tive, eu estaria completamente feliz. E eu estava, juro. Mas não completamente.

Fechei meus olhos de novo, minha cabeça estava doendo de tanto chorar. Algum tempo depois, ouvi Alec se aproximando e olhei pra ele, ele se ajoelhou na minha frente, mas não me tocou. Ele ficou muito perto, Alec levantou uma mão pra acariciar meu cabelo, mas ele parou antes de me tocar e me olhou nos olhos. Esperando uma aceitação? Um consentimento? Balancei a cabeça e ele continuou, fechei os olhos de novo, curtindo a sensação de receber carinho de quem realmente se deseja. Alec me puxou pela nuca e me beijou em um movimento rápido. Tão rápido que nem percebi o que estava acontecendo, até sentir a língua dele invadindo a minha boca. Foi um beijo lento, exigente e cheio de saudades e promessas. Abaixei as pernas do sofá, buscando uma posição mais confortável e em uma manobra de Alec eu acabei sentada no colo dele no chão, meu corpo todo esquentou e eu gemi. Fazia muito tempo desde que senti algo parecido, que eu senti desejo de ser tocada, meu tesão estava adormecido, mas acordou como um furação vingativo e violento. Enfiei meus dedos no cabelo de Alec e o beijei com força, rebolei no colo dele e senti o pau dele endurecer.

- Laura, espera.

- Não - Gemi. Me apertei mais junto dele. Eu só queria abrandar esse fogo que me consumia.

- Onde é o seu quarto? - Alec sussurrou.

- Final do corredor - Apontei e ele levantou sem dificuldades e eu enrosquei minhas pernas em sua cintura. Alec nos levou até meu quarto sem parar de me beijar. Ele me colocou suavemente deitada na cama, parecia que ele tinha planos românticos pra essa noite. Eu não.

O que eu queria era aplacar essa saudade que me consumiu por tanto tempo. Puxei a camiseta preta e minhas unhas raspararam nas costas dele e ele gemeu. Eu estava eufórica e com pressa, puxei o botão da calça dele de qualquer jeito, mas não fui muito longe. - Tira isso.