Brincando com fogo

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- Sim... o enjoo sim, mas eu me sinto um tanto exausta. - Confessou. - Amanhã desceremos em Seattle, não é?

- É o plano. - Concordou Dylan.

- É bom que eu me sinta melhor então, mas confesso que não consegui nem tomar um banho agora. Dói nos ossos.

- Não está com febre? - Dylan perguntou, já levantando-se e indo para o lado de Spencer e segurando sua cabeça de leve com uma mão atrás e com a outra, colocou a palma na testa dela. Não era exatamente um tom maternal, mas tinha um certo cuidado ali.

Spencer chegou a corar, sentindo a mão fria de Dylan ali, e olhou-a de lado, vendo que quando seus olhares se encontraram, Dylan percebeu que tinha se passado de novo.

- Você está quentinha... - Ela tirou a mão da testa da menina. - Vem, vamos ver o enfermeiro.

- Eu não preciso do enfermeiro. - Ela se sentiu um pouco ofendida.

- Não vai ficar vomitando e com febre. - Ela declarou simplesmente.

- Eu sei me cuidar.

- Vamos, trás o sanduiche. - Dylan apontou com a cabeça para a porta.

Spencer mordeu a língua, um tanto irritada, mas decidiu começar de forma positiva, por isso, seguiu a mulher, por um corredor longo, até que elas bateram na porta de metal que revelou um quarto - não muito maior que o seu, mas com um armário grande, cheio de coisas médicas. E ali, em pé, anotando coisas em uma prancheta, estava Bruce, o enfermeiro.

- Temos a primeira vítima. - Disse Dylan, empurrando de leve a menina para o consultório.

- Ih, já? - Bruce sorriu. - Olá, Spencer.

- Oi... - A menina suspirou. - Olha, foi só um enjôo, e eu estou me sentindo meio esquisita.

- Ela está quente.

Como Dylan sabia disso, era outra história, pensou Bruce, por isso, puxou o dedo, oferecendo que Dylan entrasse no consultório também e encostasse a porta.

- Sente na maca, Spencer. - Ele pediu para a menina, que mesmo bufando, começou a subir na cama ali e se sentar com cara de poucos amigos.

- Você vai ficar aí? - Spencer olhou para Dyan, agora um tanto mais tímida do que a menina que antes na ponte havia feito perguntas pessoais.

- Sou sua chefe. No mar, eu posso estar aqui. - Dylan disse, mesmo que não fosse verdade.

- Vamos lá. - Bruce pegou uma lanterna, e ligou-a, e apontou para o rosto de Spencer. - Abra a boca grande e diga a!

- Isso é humilhante... - Spencer revirou os olhos e abriu a boca, fazendo o que o homem mandava.

- Nada demais... - O enfermeiro anunciou, e depois pegou o estetoscópio, colocando-o por cima do seu jaleco branco, e preendo-o nos ouvidos, e aproximando-se do moletom de Spencer. - Suba a blusa pra mim.

O queixo de Spencer caiu, quase no chão! Subir a blusa?

- Eu não estou com uma camisa embaixo do moletom. - Ela acusou. - Nem de sutiã.

- Spencer. Vamos passar 8 meses no mar. Uma hora ou outra as pessoas nesse navio se vêem sem roupas. - Dylan se adiantou em dizer, vendo a menina com um pudor meio infantil que lhe chamou muito a atenção.

A cabeça de Spencer considerou a ideia por um minuto. Ela tinha um certo pudor - não era muito - mas era algo, e subir a roupa para o enfermeiro a examinar não estava exatamente nos planos, especialmente na frente de Dylan. Ela sentia-se uma menina pequena, sendo levada ao pediatra, onde seu pudor era ignorado na frente de adultos muito mais velhos que ela. Ela não queria ser exposta.

- Não. - Ela negou.

- Spencer... - Bruce suspirou, apoiando a mão do lado da menina. - Escute, eu já vi um monte de seios aqui. Não é, Dylan?

- Os meus todo ano, pelo menos. - Prometeu a mulher. - Eu estou aqui, não vou embora, pode ficar tranquila. Se seu problema for com ele por ser homem...

- Não, não é isso. - Spencer não queria também parecer uma menininha mimada, com medo de se mostrar. Afinal, adultos se mostravam quando era hora, não é mesmo? Ele era enfermeiro e Dylan estava ali, a fazendo companhia para ela não ficar sozinha em um exame com um homem.

- Eu posso segurar sua mão. - Prometeu Dylan. - Pode ser?

- Não. - Spencer quase morreu. - Não tem outro jeito? - Quis saber.

- Não. - Bruce disse.

Derrotada, totalmente, Spencer suspirou, e com as mãos, devagar, subiu a blusa pelo peito, revelando sua barriga com pouca gordura, nada muito fitness, mas belo e com uma curvinha leve, e seios pequenos, mas graciosos, com mamilos em cor de mel claro.

Eram peitos de menina ainda, percebeu Dylan, tentando não constranger mais a menina que estava semi-nua. Logo Bruce encostou o esteto no peito dela, e começou a ouvir com calma. Dylan abriu um sorriso, quando viu que Spencer estava olhando para o lado, sem prestar atenção, e tinha as bochechas vermelhas.

- Ei... está tudo bem. - Prometeu Dylan dando um passo mais para perto.

- Respire fundo. - Pediu Bruce, e esperou a menina obedecer. - Outra vez. - E esperou a menina obedecer de novo. - Muito bem, Spencer, pode abaixar a blusa.

Totalmente constrangida, Spencer abaixou a blusa e mordeu os lábios quando viu que Dylan sorria para ela.

- Não tem graça.

- Está tudo bem. - Prometeu a mulher de novo.

- Eu vou lhe dar alguns comprimidos e se não passar, volte aqui que lhe dou uma injeção.

- Certo.

- Eu vou pegar os comprimidos para ela no estoque, eu já volto.

Bruce saiu da salinha, depressa, deixando a porta aberta. Logo, Dylan apoiou-se na maca, vendo a menina de bochechas vermelhas, agora toda vestida.

- Não é justo. Você me viu quase nua.

- Não pense assim. - Pediu Dylan oferecendo um sorriso compreensivo. - Eu acho que você está se saindo bem para o primeiro dia.

- Primeiro dia com enjôos, uma visita ao enfermeiro e minha chefe me vendo semi-nua. O que poderia ser melhor, não é mesmo?

- Que tal a chefe levar a estagiária de volta para o quarto dela e colocar ela na cama de novo para ela estar bem para começar a conhecer o navio amanhã e descer em Seattle?

- Parece ótimo. - Spencer mordeu os lábios, rindo. - Não inclui a chefe me vendo semi-nua de novo, inclui?

- Por enquanto, não. Eu prometo. - Ela sorriu.

Bruce logo voltou e entregou logo de cara uma cartela de comprimidos para Spencer.

- Um desses, com água, a cada 6 horas, por dois dias.

- Obrigada. - Spencer concordou, descendo da maca. - Agora eu vou para o meu quarto, recuperar minha dignidade.

Spencer deslizou o corpo para a porta e mal viu quando Bruce esticou a cabeça para o ouvido de Dylan, por suas costas.

- Dy, ela usa drogas. Resolva.

Dylan concordou, em silêncio, concordando e sorriu para Spencer não perceber nada, indo para a porta, para acompanhar ela.

- Vamos... de volta pra cama para você.

Ponte para lugar nenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora