– Não fica assim meu amor! – Ela começa a chorar e me abraça, fico estática com os braços estendidos ao lado do corpo, não consigo retornar o abraço. Ela suspira cansada. – Você vai ao casamento do seu primo?
– Vou expondo sem emoção.
– Você ainda o ama?
– Não! Agora o odeio por ter me deixado. Por ter sido fraco e não ter lutado por nós… mãe estou cansada, depois conversamos.
Minha mãe sai do quarto derrotada.
Passei uns dias passeando com Valentina e mostrando a ela os pontos turísticos de Brasília, mas infelizmente ela teve que ir embora. E agora pela primeira vez desde que cheguei a Brasília estou a ponto de explodir de ansiedade, hoje é o casamento do meu primo e vou rever o Hector, depois de todos esses anos e de achar que superei o que tivemos, minha confiança está abalada.
Estou usando um vestido longo em tom de dourado, com bordados em tons esverdeados, com uma leve transparência e um ousado decote nos seios, fiz uma leve maquiagem e deixei os cabelos soltos com cachos grandes.
Vou ter que ir de táxi para a igreja, pois meus pais estão ocupados ajudando minha tia.
Ao chegar vejo Hector na frente da igreja, meu coração dispara em antecipação, tive uma impressão que meus olhos estavam me pregando uma peça, mas quando o vejo se aproximar de mim, noto que não é uma miragem e sim o Hector que está aqui e na minha frente, após todos esses anos de distância! Desço do táxi como se ele fosse um imã.
– Oi Sophie… – Ele cumprimenta me analisando da cabeça aos pés.
Não sei o que dizer, não sei o que fazer diante dele, muitas vezes tinha ansiado tanto por esse dia e depois que desisti de querer ele acontece. Agora não sei o que fazer, minha vontade é de dar uns tapas nele, para descarregar toda minha frustração, mas também quero abraça-lo para sentir seu corpo novamente junto ao meu… pensei que tinha superado ele. Que ledo engano!

– Senhorita? Preciso ir embora! – O taxista chama minha atenção.
– Aqui senhor! – Hector paga a corrida. Depois volta sua atenção para mim, que ainda está sem reação alguma ao vê-lo.
– Você está tão mulher! Não vejo, mais nenhum traço de menina, ele analisa meu rosto passando um dedo e onde a mão dele passa, minha pele queima clamando por mais um pouco do seu toque. – Fala alguma coisa, por favor!
– Não tenho nada para falar com você! Tudo o que eu queria lhe dizer se perdeu no tempo, nas mensagens recusadas e nas ligações não atendidas. – Ao falar com Hector sinto a mágoa quem ainda está em meu peito por ele ter me deixado, sem ao menos me dar o direito de escolha.
– Não fala assim Sophie, por favor, não faz isso… – Ele me abraça forte e seu cheiro inebria meus sentidos, o abraço de volta deixando minha saudade por ele falar mais alto. – Que saudade de você minha diabinha!
– Também…
– Sophie! – Minha mãe me chama com a voz alterada e Hector se afasta de mim no mesmo instante.
– Oi mano! Só assim para eu te ver! Você acredita Sophie, desde que ele se mudou para seu apartamento, Hector nunca mais foi lá em casa, nós só nos vemos no Parque da cidade para correr. – Meu pai abraça o irmão lhe dando uns tapinhas nas costas e minha mãe não para de nos fuzilar com seus olhos de águia.
O casamento está sendo uma tortura vê-lo lindo, gostoso e maravilhoso depois de todos esses anos mexe comigo de uma forma que não sei explicar. Saio para o banheiro retocar minha maquiagem, minha vontade é de ir embora, não aguento mais ficar na mesma mesa que ele, não consigo parar de olhá-lo feito uma idiota!
– Posso falar com você Sophie! – Hector está na porta do banheiro me esperando.
Ele não espera uma resposta e me leva a um quarto, tira uma chave do bolso, abre a porta e a tranca em seguida. Vejo que é um quarto que serve de apoio, nele tem uma cama que está cheia de presentes e uma penteadeira com uma cadeira na frente.
– Você está de namorado Sophie? – Hector pergunta chegando mais perto de mim.
– Por que você quer saber? – Não sei aonde ele quer chegar com essa conversa mole.
– Pensei que ao te ver conseguiria me controlar, mas não consigo, preciso tocar em você, preciso senti-la perto de mim! – Ele segura minha cintura. – Eu te amo!
– Não Hector… você não me ama, porque se você me amasse não teria me deixado partir.
Hector deixa seus lábios a centímetros dos meus.
– Amo.
– Não Hector… – Sussurro, pois não tenho forças para afastá-lo.
– Então me diga para eu parar, me diz que não quer me beijar, então me afasta, pois se você não fizer isso vou te beijar.
Assim que Hector termina de pronunciar suas palavras ataca minha boca com sua língua desesperada pela minha, o beijo é tão intenso que nossos dentes se tocam! Meu coração está a mil, minhas mãos estão suando de excitação e emoção por estar com ele em meus braços.
– Por que você fez isso com a gente? – Pergunto enquanto ele beija meu rosto.
– Que saudade de você! – Ele beija meu pescoço e desce para minha clavícula. – Eu fui um covarde, esquece o que aconteceu!
– Não tem como Hector. Foram seis anos e não seis dias!
Hector massageia o bico dos meus seios por cima do vestido, me fazendo soltar um gemido involuntário.
Ouvimos batidas na porta e nos afastamos imediatamente.As batidas foram como um puxão para a realidade.
– Não quero mais isso pra minha vida!
– Sophie…
– Por favor não insista, o que aconteceu aqui não vai se repetir e respondendo sua pergunta tenho namorado sim e por favor não faz mais isso. Me mantenho firme enquanto vejo seu semblante magoado por minhas palavras, prometi a mim mesma que não vou mais cair em tentação, pois sei que meu tio é proibido pra mim!

apaixonada pelo meu tio Onde histórias criam vida. Descubra agora