Oxford

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Andando sobre o mundo dos homens Atlas sempre mudava sua aparência de tempos em tempos assim como seu nome, ele havia aprendido a apreciar os homens e sua beleza assim como homens deuses também eram falhos, havia fraqueza nos homens e nos deuses ambos não eram tão diferentes assim. Ele gostava de aprender com eles muitos deuses os julgavam fracos e incapazes quando na verdade eles eram fortes e havia bondade e um senso de empatia com próximo quando na verdade o deus havia esquecido a séculos o que era bondade ou empatia haviam se tornado narcisistas, egoísta e principalmente a sede de poder sem fim.

Arthur ou melhor dizendo Atlas havia mudando sua aparência e voltado a ser como era antes de deixar os oceanos um homem de boa aparência alto e forte com cabelos loiros como o sol e reluzente como ouro caindo pelos os olhos intensamente azuis assim como os oceanos desde que abandonara sua vida como um deus jamais usava seu rosto verdadeiro, mas ele havia mudado algo dentro de si havia sido alterado, agora respondendo pelo seu nome falso de Arthur fazia alguns anos que ele vivia na pacata cidade de Oxford no interior da Inglaterra onde havia ingressado como professor temporário da famosa Universidade de Oxford dando aulas sobre a Antiguidade.

Caminhando de volta a sua casa depois de um longo dia Atlas reflete sobre tudo que havia passado nesses três séculos, mas algo estava errado os jornais sempre estava noticiando catástrofes naturais ou melhor dizendo ele rezava que fosse realmente catástrofes naturais terremotos, queimadas, tempestades e até mesmo tsunamis assolava o mundo nos últimos tempos "são tempos sombrios " pensou ele em sua mente veio a imagem da última vez que viu Atena a deusa exemplar do Olímpio a filha favorita de Zeus, sua última conversa com a deusa da sabedoria não havia acabado muito bem uma discussão no topo de uma montanha do lado oriental do planeta, Atena não queria que Atlas partisse mas também não podia enfrentar seu pai e dizer o que sente sobre o filho de Poseidon, ela temia que Zeus o matasse e não poderia viver a eternidade com essa culpa.

Atlas sentia falta de sua mãe Anfitrite nem sempre era uma deusa de fácil convivência um casamento arranjado por Zeus e depois de sofrer inúmeras traições e humilhações de seu marido a fez se trancar ao mundo se dedicando exclusivamente ao seu único filho, Anfitrite e Hera ao longo dos séculos havia se aproximado uma da outra com suas histórias de infidelidades compartilhadas tornando a única amiga da deusa do mar, sua mãe jamais aprovou seu relacionamento secreto com Atena na qual nutre um profundo desprezo pela a deusa da sabedoria. Mas ele tinha memórias boas com seus meios irmãos principalmente com Despina a deusa da geada eles adorava jogar conversa fora um com outro na beira do cais, Despina cresceu sem sua mãe Démeter e Poseidon não era exatamente um exemplo de pai a ser seguido Démeter nunca escondeu preferência a sua filha Perséfone a deusa do submundo esposa de Hades.

Manquitolando por causa do frio que fazia e o peso dos livros que carregava ao virar a esquina do bairro de subúrbio que vivia o humilde professor olha para trás desconfiado que estava sendo seguido mas não avista nada apenas um gato passando correndo subindo em uma janela aberta onde a cortina balança, Atlas sorri um pouco continuando seu trajeto até chegar em sua humilde casa, ele joga seus livros no sofá e vai até a cozinha retirando seu casaco pesado e pondo uma chaleira velha em seu fogão pegando ervas para fazer chá logo em seguida se senta em uma cadeira abrindo seu notebook na mesa vendo notícias um tornado havia assolado uma cidade americana as notícia dizia que centenas de pessoas havia ficado feridas ou mortas, um aperto em seu coração é formado o mais curioso é que não era época de tornados nos Estados Unidos, ele é despertado de seus pensamentos com o barulho estridente da chaleira correndo para desligar o fogo, quando a sua ouve barulhos em sua porta batendo estridentemente.

-Charles!

Era Charles seu fiel amigo desde que se mudou para Oxford ele se conheceram em umas das partidas do campeonato de boliche da cidade a partir daí os dois sempre estavam juntos teve uma época que até dividiram a apartamento quando seu amigo estava desempregado, Charles trabalhava numa loja de eletrônicos sua família era muito humilde e ainda sofria discriminação por ser negro as pessoas não comentava em voz alta mas era claro sempre que os dois saia juntos Atlas observava a maneira que maioria das pessoas olhava para seu amigo o que o deixava enfurecido.

-Olá Arthur, vim te buscar.

Diz ele dando uma leve tapinha nas costas do amigo entrando.

-A gente combinou alguma coisa?

- Não, mas a gente vai até o bar do Peter estou precisando de um favor e quero que você vá comigo.

- Que tipo de favor?

Fecha a porta se entender franzindo a testa olhando para o amigo.

- Tenho um encontro com uma garota sabe a Jess do 201? Então ela vai levar uma amiga e eu disse que tenho um amigo solteiro e boa pinta!

- Charles, não acho que seja boa ideia.

- Eu sei "sem garotas " mas se você não for eu não saio com a Jess então você vai.

Atlas abre a boca para rebater o argumento do amigo mas desiste da discussão se dando por vencido indo pegar seu casaco para sair com o amigo.

Durante o encontro duplo Atlas pouco fala só observa a felicidade de Charles e no quanto história ele conta sobre as aventuras dos dois ganhando sorrisos das garotas.

-Você é desastrado mesmo Arthur.

Comenta Jess entre um gole de cerveja e outra sua irmã Jenny olha para ele sem entender muito bem ou o que pensar sobre ele.

- Você é um mistério Arthur, professor de Oxford jovem e solteiro isso é raridade.

-Ele tem lema "sem mulheres"

Dispara Charles

-Não é isso ...é que é complicado.

- Você devia amar muito ela.

Comenta Jenny desfazendo o sorrisinho do homem ao seu lado todos voltam ao olhar sobre o professor que olha para sua bebida no seu copo suspirando.

-Isso faz muito tempo...

-Você nunca me contou essa história.

-Não importa é passado.

A conversa volta a fluir novamente Atlas faz um esforço disfarçando seus sentimentos e acompanha juntos com Charles as meninas de volta para casa na despedida de Jenny ele ganha um beijo na bochecha deixando um pouco constrangido.

De volta em casa e depois de um longo banho, água tudo que ele precisava sempre depois de um dia cansativo é água a água sempre parecia o chamar para perto de si uma conexão que jamais seria quebrada nem mesmo se ele estivesse em um deserto ao sair do banho e deitar em sua cama ele logo pega no sono.

O céu estava vermelho com uma densidade pesada no ar sua onde um sentimento de que a esperança havia sido varrida do mundo não havia mais ninguém ele caminhava sobre uma montanha de corpos deformados ao perde de vista seu corpo estava coberto de sangue sua pele formigava em sua mão ele segurava o tridente que estava vermelho com sangue e vísceras grudados em sua ponta o apavorava ele corre mas ao correr as mãos dos corpos caídos o puxava suas pernas o fazendo perder o equilíbrio e ao cair tropeçando sobre um corpo de uma figura o apavora era Atena a deusa da paz estava com seu corpo estirado no chão seu elmo estava rachado e sua armadura estava encharcada de sangue jorrando de seu peito com uma espada fincada atravessando pelo seu corpo, sua lança e seu escudo estava lançados mais a frente quebrados a deixando sozinha numa poça de sangue, Atlas sente suas pernas falhar ajoelhando ao lado de seu corpo sem vida lágrimas escorrem dos seus olhos Atena estava morta e ele havia falhado.

Uma onda de choque o desperta de seu pesadelo o fazendo sentar na cama seu corpo estava suando frio e seus dedos tremendo a imagem de Atena sem vida era desesperador sem ela significava que a esperança havia abandonado o mundo uma parte de si sabia que era um pesadelo mas outra parte sabia que poderia ter sido uma visão nesse instante o vento bate sobre a janela o fazendo pensar no que estava acontecendo no Olímpio. 

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⏰ Last updated: Aug 14, 2019 ⏰

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Deuses entre nósWhere stories live. Discover now