Mate-me de satisfação;

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Antes.

Antes de Jungkook passar a ter raiva do que o pai fazia, passar a desprezar o próprio e tudo o que ele era.

Agora era apenas desconfortável estar naquele cômodo de frente para a mesa dele, pronto para ouvi-lo dizer algo que talvez fosse muito importante a julgar as pessoas ali presentes... bem, ou não. Com um aceno do próprio, homem por homem foi deixando a sala, até que por fim Jimin também saiu e fechou a porta atrás de si.

Sobraram apenas os dois, sozinhos, como há meses não acontecia. Jungkook pensou em temer, mas ele percebeu que não tinha medo do cara que todos temiam.

- Eu não acho que tenha feito algo de errado para me chamar aqu...

- Você vai comigo a um evento, vai sorrir e acenar para as câmeras como se estivesse tudo bem. E realmente está.

Jungkook obrigou-se a rir.

- Eu vou? Claro que está bom para você, Senhor Lafaiete, e vai continuar – tentou, tentou como o bom filho educado que um dia foi não ser rude com o outro. Exigiu calma a si mesmo antes, durante e depois de completar: – Apenas não me envolva nisso, não é como se fosse muito relevante minha presença.

- Não é uma opção para você, Jeongguk. É uma ordem.

Foda-se, ele não falaria assim consigo, não outra vez, Jungkook não aceitaria ser tratado pelo resto da vida como se fosse apenas mais um empregado de seu pai ao invés de seu próprio filho.

- Eu não sou uma de suas cobaias, não vai me dizer o que fazer.

Um silêncio não muito confortável se fez até que o mais velho fizesse algo, ele se levantou de sua cadeira confortável quase em câmera lenta, tornando os seus 1,83 de altura muito maiores do que realmente eram. O garoto, no entanto, manteve-se fiel a sua postura de quem não temia o outro ao que o mesmo contornava a mesa e se colocava a sua frente.

O tapa que acertou o seu rosto doeu, teria lhe feito cair no chão se fosse realmente fraco como aparentava ser, mas então apenas fez com que virasse a cabeça imediatamente para o lado e chiasse pela forma como sua bochecha cortou por dentro e o gosto metálico inundou sua boca. Tinha certeza absoluta de que seu rosto estava vermelho, quase roxo, e que se ousasse dar um passo que fosse para o lado sua cabeça giraria e o corpo cederia.

Parou por alguns instantes de instabilidade antes de voltar o olhar ao seu pai.

- Essa é a sua maneira de me exigir respeito?

Estava pronto para outro impacto, ele viu como Roy cerrou os punhos tentado a quebrar sua carinha bonita, mas se conteve. Viu como conseguia facilmente descontrolar o homem tão controlado que o mais velho era e quase riu para isso.

- Esteja pronto às 21h.

- Eu não vou – afirmou, seus dentes trincados e olhos estreitando-se.

Pareceria ameaçador se o jovem não fosse tão adorável, o Lafaiete mais velho pensou.

- Você vai precisar de outro tapa desses, Jungkook? Pretende realmente passar o resto da sua vida me culpando?

- Pode me dar quantos quiser, eu não vou a lugar nenhum com você ou por você – respondeu, ignorando claramente a última pergunta do pai.

Mate-me, JungkookWhere stories live. Discover now