- Ainda bem que você voltou - ela disse brincalhona - Eu estava praticamente indo atrás de você. Não sabe quantas e quantas vezes aguentei Alfonso chorando pelos cantos por sua causa - ele corou, e eu ri.

- Aé mesmo?

- Bom - coçou a nuca - Algumas vezes.

- Muitas vezes - Maria fofocou e eu achei fofo.

Ficamos mais algum tempo ali, entre beijos e risadas. Alfonso me convenceu a tomar café com ele em uma padaria, e lá fomos nós, após eu trocar de roupa e tomar um banho rápido. Angel logo nos recebeu, com um lindo sorriso nos lábios.

- Então o que vão pedir - pediu quase não contendo a curiosidade.

- Dois machiattos, o meu sem açúcar - Alfonso pediu - E alguns pães de queijo.

- Eu quero cookies também - pisquei pra Angel que prontamente saiu, nos deixando a sós. Então suspirei, voltando a aquele assunto chato da noite anterior.

Por mais que eu o amasse com todas as fibras do meu ser, precisava ser sincera: a ideia de largar tudo, minha vida, minha carreira, a fama, meus fãs, me fazia arrepiar. Mas se fosse preciso eu o faria. Já havia perdido Poncho uma vez, não cometeria o mesmo erro duas vezes. Precisava que nos decidíssemos logo a respeito, pois além de tudo isso haviam contratos envolvidos, publicidades acertadas, shows e eventos.

- Poncho, sobre o assunto de ontem a noite - mencionei - Não me importo mesmo de largar tudo pra que fiquemos juntos.

Ele me encarou terno, segurou minha mão sobre a mesa, e a acariciou.

- Não quero que faça isso - negou com a cabeça - Nós vamos dar um jeito - beijou meus lábios rapidamente - Podemos morar na capital se você quiser - deu um gole no café, que já estava servido.

- Mas e o seu trabalho? - pedi, em dúvida.

- Eu posso pedir transferência. Sem dúvidas Carlos, meu chefe, irá me dar excelente me recomendações - sorriu, tranquilo.

- Não sei se é a coisa certa a se fazer - murmurei - E também tem o meu pai. Não posso simplesmente deixá-lo aqui, sobrecarregar Angelique e Marichello com isso.

- Podemos contratar alguém para ajudá-las, e também podemos vir pra cá sempre que você quiser para vê-lo. Contanto que estejamos juntos, não há problema fazermos concessões - sorri. Um sorriso enorme de orelha a orelha - A única concessão que não estou disposto a fazer é quanto a nossa casa. Quero construí-la aqui da mesma forma - sorriu - E quando viermos passar férias, ou visitar a família ficaremos nela, eu você e nossos filhos.

Filhos. Sorri deliciada ao vê-lo falar assim.

- Como pude ficar tanto tempo longe de você? - pedi, acariciando seu rosto.

- Estou disposto a qualquer coisa para que não passemos nem mais um minuto longe um do outro - tornou a beber o café.

E então ficamos ali, entre beijos, carícias e muito assunto atrasado, até Poncho levantar, estava na hora de ir para o trabalho. Não sem antes notarmos a gritaria que havia na porta da cafeteria.

Dulce então entrou, afobada, as bochechas vermelhas pela corrida. Eu a vi de longe, os cabelos ruivos chicoteando no vento. Estava com uma cara de quem havia visto um fantasma.

- Annie, não me mata! Eu tentei segura-lo na sua casa até você chegar, pra que pudessem conversar, mas ele estava impossível.

E cinco minutos depois, Axel entrou porta a dentro com uma revista, muito conhecida por Alfonso nas mãos. A jogou com raiva sobre a mesa e olhou diretamente pra mim, os olhos fulminantes.

- Anahí! Você pode me explicar que diabos está acontecendo?

Quase engasguei com a própria saliva. Tinha quase um mês que eu e Axel não nos falávamos. Já havia até mesmo esquecido dele. Nós tínhamos um caso a quase um ano. Amigos com previlégios eu gostava de chamar, já Axel jurava que namorávamos. Eu nunca aceitei nenhum pedido dele, nem nenhuma aliança, nem lhe dei nenhuma esperança. Quem ele pensava que era pra me cobrar algo dessa forma?

- Você quer baixar o tom de voz? - disse firme, sustentando o olhar dele.

- Escuta, quem é esse cara - apontou Alfonso com desdém - E o que ele está fazendo aqui com você Anahi?

- Eu é quem pergunto o que VOCÊ está fazendo aqui?

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos e pousando-as na cintura. Alfonso olhava tudo sem entender, e vez ou outra me encarava pedindo uma explicação.

- Eu vim atrás de você, já que você não atende minhas ligações, nem responde a minhas mensagens. Pedro me contou o que houve com seu pai - explicou, irritado - Mas aí chego aqui e te pego assim, com esse aí, aos beijos Anahi?

- Em primeiro lugar, eu não te devo explicação alguma da minha vida. Em segundo lugar - fui de dedo em sua cara - Esse é Alfonso. Ele é meu noivo, e vamos nos casar muito em breve. E em terceiro lugar, você pode pegar suas coisas e sair daqui, pois não é bem vindo, ainda mais falando comigo dessa maneira - quase gritei, chamando a atenção das demais pessoas do restaurante.

- SEU NOIVO? VOCÊ ENLOUQUECEU ANAHÍ? - socou a mesa com raiva.

- Eu vou repetir outra vez pra você entender, bem pausadamente! Eu nunca tive nada sério com você Axel! Cai na realidade, pelo amor de Deus -rolei os olhos impaciente.

Ele bufou, pegando meu braço e o puxando com força, chamando-me de vadia em alto e bom som. Me limitei a gemer com a dor, até que Alfonso me soltou, partindo pra cima dele.

- Você não vai falar com ela dessa maneira, está me ouvindo? - gritou possuído, segurando Axel, que ria debochado, pela gola da camisa.

- Aé? E quem é que vai me impedir?

Foi então que se ouviu um estrondo imenso de Axel caindo no chão com tudo. Alfonso havia lhe acertado um soco certeiro, bem no olho direito que agora sangrava.

- Isso é pra você aprender a não se meter mais com a MINHA mulher. E se eu ver mais uma vez você colocando essas mãos imundas nela, eu vou acabar com a sua raça ! Estamos entendidos?

Então saímos dali, eu sendo arrastada por Alfonso pela mão, e Dulce desesperada, quase aos prantos atrás. Coitada de Angelique que teria que limpar toda aquela bagunça. Entramos no carro dele, Dulce atrás e eu na frente, todos em silêncio, até um soco no volante me fazer arregalar os olhos, Poncho bufou.

- Que merda Anahí!

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