Amor Acima de Tudo

Capítulo 18:

-Ela sumiu papai! Tina sumiu praticamente debaixo dos meus olhos. -- ele respondeu desesperado.

-Calma meu querido, explique melhor! -- pediu Marta já com lágrimas nos olhos.

-Saímos da sala da Bárbara assim que acabou a consulta e ela foi até o banheiro, como eu achei que ela demorava demais, fui atrás dela e encontrei apenas sua bolsa caída no chão, já reviramos cada canto da clínica e nada, eu estou apavorado, acho que tem dedo daquela vagabunda nisso.

-Meu Deus! Será possível que nunca teremos paz? -- indagou Cristal.

-Não enquanto essa cobra estiver solta por aí Cris. -- respondeu Roger com raiva.

-Para onde ela terá levado minha Tina meu Deus?

-Calma Daniel, logo teremos notícias, liga para o delegado que está cuidando do caso. -- sugeriu Bárbara.

-Boa ideia nem havia me lembrado disso.

Daniel ligou para o delegado e logo várias viaturas paravam em frente à clínica. O delegado prometeu que faria todo o possível para trazer Tina a salvo. Deu ordens aos seus homens para que vasculhassem a cidade, também entrou em contato com outros delegados amigos para que o ajudassem nessa empreitada.

Daniel se desesperava cada vez mais, principalmente porque sabia que sua esposa não podia ficar nervosa de maneira nenhuma, Bárbara também começava a se preocupar com esse fato, se Tina ficasse muito nervosa sua pressão podia alterar muito e não sabia o que poderia acontecer, ou melhor, saber ela sabia, mas não queria nem pensar nessa possibilidade, tinham que encontrá-la logo.

Alguns metros dali:

Tina sentiu um enjoo muito forte, acordou com uma sensação ruim de tontura e vomitou muito, sentia-se muito mal, sua cabeça latejava, uma dor aguda se instalara em sua pélvis.

-Ah, a pobrezinha acordou, até que enfim hein, bela adormecida. Achei que iria me abandonar antes da hora.

-O que você quer comigo Sophia? Eu não me sinto bem, isso tudo faz mal ao meu bebê.

-Não, não diga? Quero mais é que você e esse bebê morram logo de uma vez.

-Meu Deus mulher, você está louca!

-Cala a boca! Eu não estou louca, ou melhor, só um pouquinho, mas é de amor, Tina, é de amor! Eu amo seu marido, o que eu posso fazer? Mas para que eu possa tê-lo infelizmente você vai ter que desaparecer.

Só nesse momento Tina percebeu que ela tinha uma enorme faca na mão, daqueles cutelos tipo japoneses.

-Por favor Sophia, eu não estou bem, me deixe ir, eu realmente te imploro, prometo que não te denuncio, deixo você em paz se me levar de volta para a clínica.

-Ah minha querida, mas aí vai perder toda a graça, negativo, você vai ficar aqui comigo, ficaremos juntinhas até seu bebezinho lindo nascer, não é bacana? Aí quando essa criança sair daí de dentro eu afogo ele na banheira e jogo você no rio, será bem simples.

-Sophia, não seja burra, o Daniel deve estar como um louco atrás de mim, eu vou morrer, não se preocupe, eu sei que vou morrer, mas por favor me leve para que pelo menos meu filho fique bem, por favor, eu te imploro. -- Tina pediu desesperada!

-Psiu, fica quieta Tina, fica quietinha querida! Por favor, não chora, não faz assim, não seja tão fraca, tão derrotista, pensa que você vai encontrar com sua querida mamãe no paraíso!

Tina cada vez mais chorava descontrolada, estava sentindo-se muito mal, sua visão estava embaçada, sua cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento de tanta dor.

-Tina, não fica assim, você já está me irritando e se e ficar muito irritada arranco esse seu bebezinho de dentro de você, posso fazer um bom uso desse cutelo, acho que é isso mesmo que vou fazer, sabe, sempre quis ser médica, acho que vou fazer minha primeira cirurgia em você.

-Você só pode estar louca Sophia, só pode estar louca!

-Eu não estou louca, ou melhor, posso estar louca de desejo pelo seu marido.

Sophia encostou a faca na barriga de Tina que estremeceu sentindo na pele o frio do metal, sabia que Sophia seria realmente capaz de fazer o que havia prometido, sentia-se cada vez mais que sua pressão subia, a cabeça latejava intensamente, um suor frio escorria por seu rosto.

-Poxa, você teve sorte hein amiga, se casar com aquele deus grego, me conta, como ele é na cama? Deve ser maravilhoso transar com Daniel, mas logo, logo eu terei essa experiência.

Ela fez novamente, encostou a faca em sua barriga rindo histericamente, enquanto Tina chorava cada vez mais desesperada.

-Tina, calma, olha nada aconteceu, eu estou bem, veja, estou vivinha da Silva, eu sei que todos pensaram que eu havia morrido no incêndio do meu apartamento, mas cá entre nós, aquela que morreu em meu lugar era uma prostituta, felizmente ela serviu aos meus propósitos.

-Mas eu não estou bem Sophia, eu não estou bem! -- ela reclamou ainda chorando.

-Calma minha querida, olha, isso não vai fazer bem ao bebê, não fique assustada, já disse que se você quiser eu faço uma cesariana em você.

Nesse momento, Tina sentiu uma forte pontada abaixo na barriga e gritou por causa da dor intensa.

-O que foi Tina? O que foi isso?

-Me leve para o hospital Sophia, por favor, me leve para o hospital, meu bebê vai nascer.

-Não minta, eu sei que ainda falta muito para essa criança nascer.

-Não, ele vai nascer, você vai ter o que tanto quer, eu vou morrer, aí se você quiser fique com o Daniel se ele te quiser é claro.

-Credo Tina, como você é derrotista! Sabe, na verdade, bem que eu queria você viva para ver a nossa felicidade, mas, infelizmente não será possível, se você ficar viva, o Daniel não olhará para mim nem para mulher nenhuma, que feitiço você usou nele hein? Me ensina vai, não seja egoísta.

-Eu não usei feitiço nenhum isso é amor, ele me ama, apenas isso, entenda por favor!

-Que saco, todo mundo te ama, o que você tem que faz com que todos te amem? Tudo bem, você é bonita, é legal, um doce, mas é só por isso que todos a amam? Seu pai te amava pra caramba sabia? Me enchia o saco ouvir ele falando de você o tempo todo, de como você era perfeita e de como ele estava arrependido por ter abandonado sua mãe, que na verdade ele a amava ainda, que ele tinha sido um fraco, aquilo me encheu tanto que se James não o tivesse matado, eu mesma o teria feito. James era o amante da minha mãe na época.

Tina sentia cada vez mais as dores, sabia que seu bebê iria nascer e estava com medo, medo do que aquela louca poderia fazer com ela e com sua filha, pedia a Deus com toda fé em pensamento, para que Daniel a encontrasse logo, achava que estava perto da clínica, se ao menos tivesse um jeito de ver onde estava e avisar seu marido, mas do jeito que se encontrava duvidava que seria possível. A única saída que via era orar e orar muito para que fosse encontrada logo.

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