II - ISLÂNDIA - REYJAVIK

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Já eu debati a favor do carro, alugar logo para não precisarmos gastar tempo na próxima manhã indo para alguma locadora, e também se a gente precisasse andar de carro de novo já teríamos o nosso e não dependeríamos de táxi, por exemplo se chovesse. Ou seja, seria praticamente quatro corrida de táxis quando já poderíamos ficar com o carro e só entregar ele na próxima semana. Depois de uns dez minutos de mas, porém e entretanto eu ganhei esse debate. Não pela racionalidade do meu argumento brilhante, mas porque eu falei:

"Se chover não vai dá pra ir ao restaurante Bjorn, a gente vai ter que esperar anos por um táxi e amanhã você vai ter que acordar mais cedo pra ir alugar um carro com um outro táxi e esse tempo você poderia gastar dormindo, ou me levando pra algum lugar legal, ou melhor com um café da manhã com direito a mais skyr."

E eu anotei mentalmente que qualquer debate eu só precisaria falar sobre comida com o Bjorn que ele prontamente reavaliar seus planos.

O nosso segundo debate eu perdi. Por mim nós poderíamos alugar qualquer carro, qualquer sedã quatro rodas que desse nossas malas eu ficaria totalmente feliz. Porém Bjorn bateu o pé, segundo ele, era melhor a gente alugar um carro maior, uma quatro por quatro ou qualquer coisa desse tipo, que mesmo sendo mais caro, valeria mais a pena. Quando eu perguntei o porque ele deu de ombros e respondeu com: 'Eu acho que você não quer ficar atolada na neve e morrer congelada no norte da Islândia onde só tem cabra e cachoeira', eu achei uma resposta bem válida. O terceiro debate foi sobre em que cartão as despesas do carro ia ser cobrada, o que não foi muito bem um debate já que Bjorn falou qualquer coisa em Islandês pro rapaz que estava trabalhando na frente do computador e me deixou com cara de tacho. Depois de muita reclamação da minha parte ele apenas falou 'Você paga a gasolina e o jantar de hoje a noite, vai dá quase no mesmo'. Eu não soube se era porque a gasolina era extremamente cara na Islândia ou se era porque Bjorn pretendia comer um restaurante todo, de qualquer maneira eu acabei achando o nosso acordo de bom tamanho.

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Eu entrei no carro, e me acomodei no banco de passageiro, já procurando como ligar o aquecedor. Bjorn fechou a mala e segundos depois já tava no banco do motorista.

– Pera – Eu falei, abrir a minha bolsa e coloquei a minha máquina fotográfica em cima do painel do carro, junto com meu celular, enquanto procurava a minha polaroid, o que demorou uns três minutos, acabei jogando as outras coisas para o banco de trás do carro, junto com a minha bolsa. Provavelmente por isso que minha bolsa sempre estava em estado de calamidade.

– Quantas máquinas você trouxe? – Bjorn perguntou de forma engraçada.

– Três, sem contar a do celular.

– Puta merda. – Bjorn respondeu.

– Mas é só essa belezinha aqui, que mal ocupa espaço. – Eu falei com a polaroid na mão. – Essa aqui, – Eu apontei pra câmera em cima do painel. – e a minha retrô que eu só vou revelar os filmes no Brasil, vai ser uma surpresa quase.

– Mas você só precisa de uma. – Bjorn respondeu coçando sua cabeça como de fato não entendesse o porquê daquilo tudo.

– Claro que não, vai que do nada meu cartão de memória fica cheio e eu preciso tirar fotos?

– Só trocar o cartão. - Ele deu de ombros.

– Mas aí eu já perdi a foto Bjorn, eu tiro a foto com outra máquina e quando der tempo eu troco o cartão de memória.

– É muito mais fácil apenas trocar o cartão de memória.

– Ai Bjorn. – Eu reclamei revirando os olhos, desistindo de tentar explicar. – Vem cá, eu preciso tirar uma foto disso.

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