— Era um bom plano. — Ele acenou.

— E qual era o seu plano? — Camila questionou olhando-o atentamente.

— Antes das crises na minha família, meu plano era me formar, achar alguém legal, ter um ou dois filhos, uma carreira... Depois do Nefrim as coisas ficaram tensas e eu não tinha mais um plano, era só sobreviver o tempo que desse, principalmente após a formatura.

— Se arrepende desse caminho?

— Sabe que, atualmente não? Se eu não tivesse vivido exatamente essas coisas, eu não teria a falta de noção suficiente para assumir o projeto do castelo central e muito menos de falar com Itzal, e se nunca tivesse falado com ela, não conheceria o amor da minha vida. — Deu de ombros. — Cada parte foi importante e não me arrependo no fim das contas, até porque tive sorte de nenhuma ação ter sido irrecuperável.

Camila acenou pegando a mão dele.

— Você é muito corajoso sabia?

— Claro que não — ele riu sem graça. —, passei anos da minha vida me escondendo embaixo da um entorpecente.

— E agora fala isso sabendo que foi um erro e lutando para dar um ponto final a essa parte da sua história. Você é corajoso, e não aceito que se julgue o contrário. — Camila foi categórica, fazendo-o sorrir.

— Ok, vamos fazer outra coisa agora, que tal? — Ele sugeriu.

— O que quer fazer? — Camila se ajeitou melhor no sofá.

— Outra sessão de animações e comida? — sugeriu fazendo-a rir.

— Melhor programa — Ela riu totalmente dentro enquanto Dylan se preocupou em pegar o controle da televisão.

Logo, os dois escolheram uma sequência de animações que queriam ver naquela noite, pediram as pizzas e deixaram um balde com cerveja, água e refrigerante na mesa de centro, água para aliviar a potência do álcool e refrigerante porque Camila não costumava beber muito e nem tinha alta tolerância ao álcool como Dylan tinha.

O homem costumava brincar com Bartinelli que cerveja era quase como água para ele tendo em vista a quantidade de outras bebidas bem mais fortes que aquela que ele bebia com facilidade e em grande quantidade; já Camila, lhe respondia também em tom de brincadeira, que o fígado dele já devia ter fugido há uns cinco anos e que o álcool nem mais processado pelo corpo dele era.

— Você tá chorando? — Dylan acusou assim que ouviu o fungar da morena contra a almofada em que ela estava abraçada durante uma das cenas finais da animação.

— Se você falar alguma coisa, qualquer coisa, eu vou te enfiar essa almofada goela a baixo. — Ela ameaçou-o provocando gargalhadas espalhafatosas no homem. — Dylan Jackson! — Camila xingou acertando-lhe almofadadas enquanto tentava controlar o choro compulsivo que a cena triste havia lhe provocado.

— Você disse que eu não podia falar nada, não comentou sobre rir — Ele debochou recebendo os ataques da menor que eram extremamente cômicos, e provocavam ainda mais risos no homem sempre que ele lembrava que ela parecia um pinscher raivoso.

— Você é ridículo — Bufou desistindo dos ataques já ofegante e se sentando emburrada.

— E você é adorável, como uma irmãzinha menor e irritadiça — Ele beijou a bochecha dela antes de levantar indo colocar as caixas de pizza e as garrafas de cerveja no lixo.

Camila acabou sorrindo, como ele sabia que aconteceria, porque a raiva da garota não era duradoura, nem mesmo quando estava irritada por algo sério. Na verdade, Camila, na visão de Dylan, era um poço de bons sentimentos, e ele achava aquilo extremamente adorável, era como se nada pudesse abalar a bondade e a luz que ela carregava dentro de si e, se fosse apostar algo, ele diria que foi justamente por causa daquela alma brilhante e única, que Camila nunca havia precisado de benção divina alguma para ser poderosa.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora