⭑ sweet day ⭑

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- Onde que chegar?

- A tortinha, bom, você sabe que eu não comi ela.

- É, eu sei. Foi para isso que me trouxe aqui? Olha, você deveria ter me devolvido, ou sei lá falado algumas palavras rudes. Eu só quis ser gentil.

- Eu sei, eu sei. Bom... Vamos lá. - falou. - Ok, isso é fácil, não é como se fosse um bicho de sete cabeças. - começou a falar sozinho.

- Está tudo bem?

- Sim! - falou num tom diferente e logo voltou a postura. - Aquela torta que me trouxe ontem, ela tinha amendoim, e eu sou alérgico a amendoim.

- Ah.

Eu me encostei na cadeira e senti minha alma saindo do corpo, é, eu era um trouxa e a ignorância continuava sendo uma benção.

- Eu ia levá-la a alguém, alguém que eu não vou lhe dizer quem é. - deixou claro e voltou a falar. - mas eu encontrei aquele cachorro no caminho, então eu dei para ele. Eu não fazia ideia que você iria ficar tão sentido com isso!

Eu estava sem palavras. Passei o dia furioso - o que para começo de conversa eu nem deveria estar - falei informalmente com meu chefe, que estava sendo gentil.

- Eu nunca mais vou fazer isso então não se emocione tanto, ok? - falou e eu assenti com a cabeça vendo ele abrir a gaveta e pegar algo.

Ele colocou na mesa uma caixinha branca com detalhes rosas com o formato retangular.

Bambam tirou a tampa da caixa e eu vi vários doces enfeitados com certeza mais bonitos que a minha torta.

Acabei por sorrir, aquele meu sorriso que faziam dos meus olhos dois riscos.

- Céus, eu disse para não se emocionar. - revirou os olhos.

- Ah Bambam, eu não pude evitar...

- Bambam? - ergueu as sobrancelhas. - Ok, vá embora, você está se iludindo demais, vá vá! - fechou a caixa e eu fiz um biquinho.

- Monstro.

- Abusado. - respondei enquanto eu ia até á porta ainda olhando para a caixa. - Kim? - chamou.

- Sim, ó belo Sr.Kunpimook? - me virei para ele.

- Senta logo aqui. - falou e eu sorri fechando novamente a porta. - Você às vezes passa dos limites, mas irei deixar passar dessa vez.

- Sei, claro. - respondi enquanto ele abria a caixa novamente.

- Não tinha torta de morango, então eu comprei todos que eu achava relativamente bons. - respondeu enquanto eu pegava um doce que eu não fazia ideia do que era, mas era bom.

- Relativamente? Quem usa essa palavra no dia a dia?

- Caso se esqueça ainda estamos no ambiente de trabalho, e eu já disse, não se emocione, sou um homem que não deve nada a ninguém. Você me deu a torta, te dei outra em troca.

- Jamais me iludiria com o senhor. - respondi ainda comendo. - Isso é muito bom, prova! - estiquei o doce até á sua boca mas ele se afastou assustado.

- Não exagere Kim.

- Você que está. Estou te dizendo para provar o doce! - estiquei novamente. - Vai prova logo! É bom, eu juro! - ele me encarava com um olhar sério, mas logo se virou para o doce e começou a encarar.

- Não, de jeito nenhum, pare com isso. Alguém pode entrar aqui e entender errado.

- Ninguém entra na sua sala sem bater, a não ser eu às vezes. - respondi. - Mas não vem ao caso, não há nada de errado, come logo!

- Me deixe segurar. - esticou a mão.

- Não, você está muito hétero para o meu gosto, pare de reclamar! - estiquei. - Última vez que eu ofereço!

- Super ameaça. - falou enquanto eu passava o doce pelo seu rosto.

Depois de um tempo o provocando, ele finalmente cedeu a irritação que eu estava lhe causando e segurou meu pulso para parar meus movimentos.

Ele mordeu o doce que eu carregava na mão enquanto olhava para mim e eu jurei a mim mesmo que era errado ter uma fantasia sexual com a imagem.

Mas foi além do meu querer, eu já tinha até planejado onde estaríamos trepando com a cena.

- É bom. - respondeu. - Nunca mais faças isso, existe uma linha enorme entre nós. - disse.

Ok, ele me fez apagar a fantasia sexual.

Aliás, o que eu tenho na cabeça para imaginar isso? Ele é um monstro, na maioria das vezes.

- Oh, tudo bem, me avise quando eu ultrapassar a linha senhor. - voltei a degustar o doce em silêncio. - Para quem você ia dar a...

- A linha Kim. A linha. - falou ele antes mesmo de eu terminar a frase.

Ele tinha alguém? Ou melhor, alguém tinha ele? Por que aguentar Bambam não era uma tarefa fácil.

- Você não vai comer? - quis interromper as questões que meu cérebro criou iniciando um assunto.

- Eu já comi, não viu?

- Come esse aqui, parece ser bom. - coloquei de novo na sua boca e ele ergueu a sobrancelha.

- Você não aprende mesmo não é? - dei de ombros, mas acabei por sorrir quando ele mordeu o doce que eu esticava em sua boca.

Aquele foi com certeza o melhor dia que eu passei a trabalhar ali, talvez o maior parte dele eu tenha estado zangado, mas eu jamais imaginaria acabar na sala do meu chefe, comendo doces, tenho conversas que mesmo curtas, divertidas. Até fazer ele provar alguns doces da minha mão.

Foi realmente um dia muito doce.

absurdly evil | got7Onde histórias criam vida. Descubra agora