Missão Impossível (Bellarke)

Só existia ele e ela

E cada um dos beijos contava.
Cada dos abraços.
Cada palavra.

Ela se sentia tão segura. Como se nada pudesse a atingir ou a machucar contanto que ela estivesse com ele. Ele.

-Ai, meu deus! – Exclamei enquanto me sentava normalmente. – Eu acabei de ter a melhor ideia pro presente da Octavia!! – Ele sorriu orgulhoso.

-Viu? Eu te disse que você ia achar algo. – Me puxou para outro abraço. – Nós deveríamos comemorar.

-Comemorar? – Levantei minha cabeça em sua direção. – Que tipo de comemoração?

-Hmm... – Fingiu pensar. – Eu tava pensando em algo com lençóis e travesseiros.

-Você quer construir um forte..? – Sugeri rindo. Com seus braços fortes, Bellamy me levantou e se virou, me deitando no sofá enquanto subia em cima de mim. Com seu corpo prensado contra o meu, deu início a um longo beijo.

-Cala a boca, Princesa. – Ele murmurou, mesmo sabendo que eu não podia falar. E muito menos queria.

(...)

Não havia nada, absolutamente nada, melhor do que os biscoitos de Raven. Do grupo de amigos, Bellamy era o melhor na cozinha, mas Rae com certeza o vencia nessa sessão.

Quando ela era menor, foi abandonada pelo pai. Isso seria algo bom já que o seu pai era um babaca, porém não foi. Porque ela ficou então sozinha com sua mãe.

Oito anos. Raven tinha oito anos quando entrou no quarto da mãe e a achou morta caída no chão. Bebeu até morrer, literalmente. Para a Sra. Reyes, qualquer coisa era melhor do que sua pequena filha. Principalmente uma garrafa de vodka.

A partir daí, ela pulou de lar adotivo pra lar adotivo, sendo abandonada repetidamente por diversas famílias. E só piorou quando ela sofreu um acidente de carro quando estava sendo levada para sua próxima casa. Ela teve sua perna danificada, e ninguém queria uma garota de 12 anos deficiente física.

Um dia, quando ela já tinha desistido de toda esperança de achar um lar, um homem gentil a adotou. Ela achou que não iria durar muito, então se fechou. Sinclair, o homem, faltou o trabalho dizendo que estava doente e ficou em casa para fazer biscoitos com ela. Por algum motivo, ela aceitou sua proposta. E essa foi a primeira vez em sua vida inteira que Raven se sentiu em casa.

Desde então, sempre que ela ficava chateada ou feliz ou qualquer razão que ela achasse, ela fazia os biscoitos. Toda vez que ela tirava a forma do forno, repetia a mesma frase que ouviu naquele dia. "Nada como biscoitos para aquecer um lar."

Clarke amava essa frase assim como amava os biscoitos. Lar, ela pensou. Lar é um lugar onde você se sente seguro, onde todos os seus problemas desaparecem no ar. É o lugar que você espera o dia inteiro para finalmente chegar nele. É aquele lugar que nunca falha em te fazer sorrir. Mas, enquanto seu olhar vagava pela sala e parava em Bellamy, ela não tinha tanta certeza que lar era um lugar.

Ele estava rindo de algo que Jasper acabara de contar. Ela não estava prestando atenção o suficiente para saber o que era, se perdendo completamente em seus pensamentos. O moreno percebeu seu olhar, e sorriu pra ela. Não do jeito pretensioso que ele faz quando conta uma piada ou fala algo que sabe que vai fazê-la se revirar por dentro. Ele sorriu do jeito suave e genuíno, aquele tipo de sorriso onde seu rosto inteiro se ilumina.

-Ok, nós vamos fazer isso ou não? – Perguntou Monty enquanto apoiava seu copo na mesa, esticando o braço para pegar um dos biscoitos.

-Vamos! – Clarke disse animada. – Eu quero ver quem pegou meu nome. – Curiosidade com certeza não era uma das suas melhores qualidades. Ela gostava de estar pronta para o que podia vir em sua direção, e a parte secreta de amigo secreto não ajudava.