Prólogo

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Eu andava distraidamente pelas ruas de Seattle, em meus fones uma música melancólica. Eu havia acabado de me revelar para meus avós, que em resposta ligaram para um exorcista para absorver o "diabo" do meu corpo.

Não que eu seja uma santa, mas diabo? Não, minha orientação sexual não foi uma coisa influenciada por Deus, diabo ou por qualquer outra divindade. Foi só...Não sei bem oque foi. Não sei qual foi o exato momento que eu comecei a prestar mais atenção em garotas ao invés de garotos. 

Tenho certeza que em nenhuma parte, versículo, mandamento ou pecado do bíblia, diz que não podemos nos relacionar amorosamente com pessoas do mesmo sexo. E poxa, o que de tão errado nisso? Os relacionamentos homossexuais são tão... Estranhos?

Não, não são. O julgamento e o preconceito das pessoas ao verem duas pessoas felizes que é estranho. 

Agora aqui estou eu, andando sem rumo, somente com $10 no bolso e meu celular. Meus cabelos cacheados mais rebeldes do que o normal, um hematoma roxo abaixo dos meus olhos não me deixa um pouco mais bonita, meu moletom cinza  esconde todo meu corpo imperfeito, meus all-stars acabados ressaltam meu visual.

- Patética... - eu dou uma risada fraca ao ver meu estado. Começo a andar sem rumo novamente, não ligando pros olhares julgadores das pessoas ao meu redor.

Meus avós não vão me deixar voltar, então eu vou ter que dar um jeito de seguir em frente sem eles. Posso ir pegar todas as minhas coisas quando os dois estiverem dormindo, acho que consigo um alojamento ou um quarto em algum lugar perto da escola. Trabalhar eu já trabalho mesmo, então isso não vai ser um problema, eu acho.

Me sento em um banco na rua e fecho os olhos, me sentindo perdida. Sinto alguém sentar ao meu lado, mas não me dou o trabalho de olhar para ver quem era.

- Parece que hoje vai chover. - a voz suave da garota ecoou pelos meus ouvidos.

Eu apenas assenti, sem animo algum para falar alguma coisa.

- Você está bem? - eu assenti novamente, estranhando o rumo estranho daquela conversa. 

Olhei para o lado e percebi que era uma garota conhecida, Alya. Uma garota bem conhecida da escola.

- Você não fala? - olhei para ela sem expressão alguma no rosto - Bom, oque acha de se divertir um pouco?

- Por que você está falando comigo? - ela deu uma risada gostosa.

- Você é fofa - ela se colocou de pé e me estendeu uma mão. - Vamos?

Alternei meu olhar entre sua mão estendida e seu rosto sorridente, cogitando a ideia de aceitar. E foi oque eu fiz.

 Alya transformou aquele dia nublado, num dia ensolarado e com arco-íris. Minha viada que era em preto e branco, se tornou colorida. Apenas olhar para o rosto sorridente dela já me alegrava. Ela se tornou o meu sol.


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⏰ Last updated: Feb 22, 2020 ⏰

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Elisa & Alya - You are my SunWhere stories live. Discover now