Capítulo XVIII

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– Eu não posso aceitar. Se meu chefe souber... Eu posso perder esse emprego.

– Confia em mim. Qualquer coisa é só dizer que demoraram pra atender. Aposto que você nem sequer comeu alguma coisa antes de começar. Tô errado?

– É... Eu tô mesmo com fome.

Tyler serviu o rapaz, e enquanto comiam, eles conversaram. Max foi abandonado pelos pais com os irmãos quando ainda nem tinha idade para trabalhar, e se não fosse pela gerente do Café, talvez o destino deles teria sido muito pior. Ty também contou sobre todos os acontecimentos antes que fosse embora. A dedicação de Max o deixava animado. Era como se ele estivesse vendo a si mesmo, apesar de o rapaz ser apenas três anos mais novo.

– Tyler, muito obrigado pela pizza. Eu tenho que ir agora. A gente se vê por aí?

– Claro! Dirige com cuidado, beleza?

Max assentiu, saindo com a moto. Tyler estava realmente surpreso com o que havia acontecido. O rapaz era uma boa pessoa, apesar das dificuldades. E isso era no mínimo cativante. Nem de brincadeira Tyler deixaria isso se perder. Ele se sentia na obrigação de ajudar, e o faria. Isso claro, se Max permitisse.

Ty entrou, indo arrumar algumas coisas, enquanto o assunto de antes voltava aos seus pensamentos. Ele precisava tomar uma atitude, ou no mínimo uma decisão. E assim o fez.

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Josh passou o dia com o celular na mão. Ele esperava que Tyler fosse ligar, e depois da discussão que teve com Debby mais cedo pelo atraso, estava mais tenso do que nunca. Ainda não tinha contado à ela que Tyler tinha voltado. Por vezes procurou uma oportunidade, mas quando elas apareciam, ele simplesmente não conseguia falar. Tinha medo de sua reação.

Deborah já estava na cama, alegando que tinha uma dor de cabeça, e o culpado era Josh. Ele, por sua vez, estava no escritório, andando de um lado pro outro. Esperava uma única mensagem. Quem sabe uma ligação? Na sua mente, mil situações se passavam, mas nenhuma era favorável à ele e Tyler. Imaginou ele indo embora outra vez, ou até o rejeitando. O que, analisando as circunstâncias, era bem possível. De repente, seu celular toca.

– A-Alô?

– Você tá em casa?

Ele reconheceu a voz de Tyler do outro lado. Sorriu por um instante, deixando o outro sem resposta, até ouvir Ty limpando a garganta.

– Sim, é... Eu tô sim. Aconteceu alguma coisa? - se refez, como se o outro pudesse vê-lo pelo telefone.

– Pode vir aqui fora? A gente precisa conversar.

– Eu tô saindo. Só me dá um minuto?

Tyler desligou, e ele não sabia se isso era um sim ou não, então precisava correr. Enquanto colocava sua camisa, viu seu filho mais novo no corredor, com o urso de pelúcia na mão, pedindo colo.

– Thad, meu amor. O papai precisa sair agora. Tem que ser rápido, tá?

– Eu não consigo dormir, papai... Deixa eu ir com você?

Josh pensou por um instante. Ele não faria isso,então precisava de mais tempo. Mandou uma mensagem para Tyler e seguiu com o filho para o quarto, o colocando na cama. Ele se deitou também, fazendo cafuné enquanto cantava uma canção de ninar. Uma velha canção, que certa vez fez Tyler adormecer em seu peito numa noite de crise.

Thad adormeceu abraçado ao urso, então Joshua o cobriu. Ele desceu apressado, na esperança de que Tyler ainda o esperasse. Abriu o portão, olhando em volta. Não viu nenhum carro na rua então suspirou. Provavelmente teria demorado demais.

– Achei que não viria.

Ele ouviu aquela voz novamente. Era incrível. Seu coração se aquecia instantaneamente quando o ouvia falar.

– Ty... Você esperou! Espera, você veio à pé?

– É. Eu esperava mudar de ideia durante a caminhada mas... Não aconteceu.

– Obrigado por vir.

Joshua o puxou para um abraço, o apertando forte. Fazia muito tempo desde o último abraço dos dois, e esse foi sem sombra de dúvidas, o abraço mais carregado de sentimentos que ele já havia dado em alguém. Os dois passaram alguns instantes assim. Joshua olhou as horas, vendo já ser muito tarde.

– Você não quer entrar?

– Definitivamente não - Tyler se afastou devagar- A gente pode se sentar. Tem um banco ali na frente.

– Claro, vamos lá.

Os dois se sentaram do outro lado da rua, que nesse momento estava deserta. Tyler estava encolhido, diferente de Joshua, que não aparentava qualquer sinal de frio. O silêncio pairou pelo que pareceram horas, até que Tyler respirou fundo.

– Eu acho que podemos, Joshua.



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Gente, esse capítulo era pra ter saído ontem à noite, mas eu acabei pegando no sono e não consegui enviar. Sorry!

Essa quarentena tá me fazendo trabalhar demais! Ksksksk
Enfim, olha, nem tudo é o que parece. Lembrem-se disso daqui pra frente, hein!

Obrigado por não desistirem dessa fic. Eu amo vocês tudin!
Se cuidem, bebam água, lavem as mãos, FIQUEM EM CASA HEIN!

Beijos, amo ocês!

Stay Home, Stay Safe, Stay Alive💛

Andy💚

STAYOnde histórias criam vida. Descubra agora