Capítulo 24 (Angel)

Começar do início
                                    

— Sabe? — Ele falou de repente.

— O quê? — Perguntei baixinho, enquanto tirava minha calcinha.

— Eu já te vi nua. — Ele disse num sussurro.

Congelei com a calcinha enroscada no meu pé.

É claro que ele já tinha me visto nua. Eu nunca, jamais me esqueceria disso. A vergonha que passei com Jason dentro do box comigo, era algo difícil de esquecer. Ainda mais quando ele me beijou e me excitou daquela maneira. Só o pensamento me provocou um calor que começou a subir por minhas pernas.

— E o que tem? — Perguntei envergonhada com a voz baixa, mas tentando fazer de conta que aquilo não tinha me afetado.

Enfiei minha mão pela cortina do box, e larguei minha calcinha com as outras roupas.

— Não me importaria de vê-la sempre assim. — Ele falou e eu correi.

— Aposto que andar pelada na rua, não é uma boa opção. — Disse num tom de brincadeira, já sentindo o formigamento subir pelas minhas coxas e se concentrar em meu ventre.

Liguei o chuveiro e entrei embaixo da água quente. Ainda não tinha me recuperado da gripe totalmente, e um banho quente me ajudaria a manter minha saúde, mas com Jason ali me falando esse tipo de coisa, eu não conseguiria manter minha sanidade.

— Quer saber de mais uma coisa? — Ele perguntou, seu tom sedutor.

— O quê? — Perguntei intrigada. Já pegando a espuma de lavar e passando o sabonete líquido.

— Minha visão agora, está super aguçada. — Sua voz rouca, quase me fez cair sentada no box.

Engoli em seco quase tendo um enfarte. Apertei a espuma na mão com o choque que passou pelo meu corpo.

"Ele estava me vendo nua de novo? Era possível? Sim. Com Jason, tudo era possível".

— Você disse que iria seguir as normas de um cavalheiro. — Consegui falar.

— Não se preocupe. — Seu tom voltou ao normal. — Não posso ver seu corpo completamente nu. O que é uma pena, pois essa cortina apesar de branca, esconde tudo. Mas consigo ver a sombra do seu corpo e você se lavando com a espuma e passando suas mãos pelo seu corpo. Ah, e quando você joga a cabeça para trás deixando a água cair sobre seu cabelo. Tão perfeita. — Ele gemeu. — Estou imaginando, que eu sou essa espuma, agora.

— Isso te excita?

"Cacete. Por que eu pedi isso? Eu e minha boca grande".

— Sim. — Ele falou, já com a voz tremula.

Passei a espuma pela minha barriga e fui descendo lentamente pelo meu ventre, depois subi até meus seios.

— Você também está excitada, posso ver a sombra de seus mamilos arrebitados. Para de fazer isso. Você está me deixando louco e você não quer me ver louco novamente, Angel. — A forma como ele pronunciou meu nome agora, me deixou em alerta máximo de excitação.

— Eu só estou me lavando. — Falei num tom inocente.

— Continue, então. Estou adorando o show particular.

Escutei a tolha caindo no chão e tentei não imaginar o que ele estava fazendo. Mas o leve pensamento de Jason se acariciando, penetrou meus pensamentos. Continuei a me lavar. Agora virando de lado e passando as mãos pela minha perna esquerda que estava estendia à frente. Deslizei a mão da minha canela até minha bunda, e fui subindo pelo meu ventre bem lentamente. Com a outra mão, toquei meus seios.

— Porra! — Jason arfou. — Você vai me matar.

Um gemido involuntário escapou de meus lábios.

— Isso... Passa a espuma no seu pescoço. Eu amo seu pescoço. — Ele rugiu.

Passei a espuma no pescoço lentamente, deixando a água escorrer. Estava me sentido poderosa, uma verdadeira devassa. Era bom me sentir assim. Jason só tinha voltado há alguns dias, e já conseguia me fazer ficar assim e a me incitar a fazer coisas que eu nunca havia feito antes. Ele me transformava e me libertava.

— Caralho... Isso é bom. — Ele suspirou. — Você é linda.

Ele soltou um último suspiro e grunhiu. Eu me senti completamente extasiada por tê-lo excitado. Escutei-o se mexer, e sorri.

— Não vou mais ficar aqui, senão, não vou conseguir mais me controlar. — Ele disse junto à cortina e encostou a mão nela.

Nem percebi que ele tinha se levantado e estava tão próximo de mim. Coloquei a minha mão direita junto à dele, divididas apenas pelo tecido úmido da cortina branca do box. Minha mão pequena perto da sombra da dele.

— Eu te amo. — Ele disse.

Eu não consegui dizer nada. Estava estagnada com tudo o que tinha acontecido. Nunca tinha feito algo tão intenso com alguém. Apesar de não ter contato físico, o sentimento e a emoção foram surreais, nos conectamos por pensamento. E foi bom. Eu era virgem e sempre quis perder minha virgindade de um jeito inusitado. "Mas por que não com alguém tão inusitado quanto Jason? Seria perfeito". Ele me fazia sentir tudo. Um turbilhão de sentimentos e sensações. Amor, paixão, desejo e raiva. Uma loucura total, e ao mesmo tempo, a coisa mais maravilhosa da minha vida.

Ele suspirou, o que eu não entendi muito bem. E saiu do banheiro me deixando lá assim, totalmente inebriada por ele. 

A Protegida (Segundo livro da trilogia Salva-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora