Prólogo

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Um ano e meio antes

Matheus

Acordei, mas não sabia ao certo se estava mesmo acordado, me revirei na cama, exausto, eram quase três da manhã e eu estava suado, com cabelo loiro grudado por meu peito todo. Levantei a cabeça e vi a garota que eu nem lembrava o nome dormindo ao meu lado.

Eu tinha que parar com aquilo, era uma merda!

Cutuquei seu ombro devagar, e ela resmungou se virando para mim.

⸻ O que foi? Ainda são três da manhã, cara... ⸻ choramingou a loira terrivelmente gostosa e nua na minha cama.

Afaguei suas costas de leve ⸻Eu sei, mas você tem que ir.

Na mesma hora ela se sentou de olhos arregalados ⸻ O que?! Vai me expulsar da sua casa no meio da madrugada?  É sério isso?

Tentei parecer chateado. ⸻Me desculpe, de verdade, eu sinto muito, mas eu tenho que ir para a faculdade em exatas...⸻ Olhei para o relógio. ⸻Duas horas. Então...

Ela fechou os olhos, completamente indignada. ⸻Eu já devia saber que um cara do seu naipe seria um filho da puta!

⸻ Hey! ⸻disse em tom de aviso.  ⸻Eu disse que não queria nada sério, você é quem caiu em cima de mim, literalmente! Então, não fala merda, você sabia os termos, eu não namoro, e também não quero enganar ninguém. Agora vaza, eu tenho monitoria logo cedo.

Ela vestiu seu vestidinho solto enquanto eu falava, e então me encarou. ⸻ Uau! Eu vou, e com prazer, porque não quero olhar na sua cara nunca mais, babaca!

⸻Essa é a ideia, linda! ⸻falei alto.

Quase espumando de raiva, ela saiu pela porta batendo os pés.

E então pude voltar a dormir. Teria um dia cheio pela frente. Já estava cansado de ter que lidar com garotas assim. De que valia ser uma puta de uma gostosa, se não fazia a menor ideia do que estava fazendo em uma faculdade? A maioria estava pagando para passar. Essa eu nem sabia o curso, mas pelas mensagens de texto já dava para imaginar que estava no lugar errado. O português mandou lembranças... Do túmulo!

Minha cabeça sempre desejou encontrar uma garota que valesse a pena investir qualquer tempo, mas meu pau, dizia: Ah, vai essa mesmo, a gente não tá fazendo nada.

A verdade é que eu odiava aquilo, era como cumprir alguma regra imbecil da faculdade, sair com garotas pelas quais não se tem interesse algum...

Não podia negar que também só estava aproveitando o momento porque depois de tanto tempo, eu merecia aqueles breves intervalos de irresponsabilidade que todo mundo aprecia quando se tem 19 anos.

Eu tinha uma vida boa, costumava ser o cara mais inteligente do que quer que fosse a competição. Mas nunca fui bom em representar um papel que não é meu. Eu não sou esse cara escroto que expulsa gostosas da cama. Não geralmente. Mas algumas circunstâncias da vida me obrigaram a manter distância de problemas. E ter uma garota na vida puxada de universitário, era fora de questão!

Voltei a dormir, mas foi como piscar.

Desci até a cozinha, preparei o café, fiz torradas com geleia de laranja e cortei uma maçã em cubos, fiz a bandeja e a carreguei até o quarto ao lado da sala. Ela já estava acordada e sorriu para mim. Coloquei a bandeja na mesa de cabeceira e a ajudei a se sentar.

⸻Não quero me acostumar com isso, amor.

Sorri e lhe dei um beijo na bochecha.

⸻Mas vai acostumar sim, mãe, ter você de volta foi a melhor coisa que já me aconteceu, e vou te mimar todos os momentos da minha vida.

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