12. Bad news.

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“Nunca pensei que a tua teimosia pode-se fazer-me convencer a ceder a este tipo de coisas.” Reconheço com facilidade a quem esta voz pertence.

“Existe, provavelmente, um pequeno complô contra os homens.” Soltei uma pequena gargalhada inocente.

“Então já que me convenceram, podíamos ir embora.” Zayn ergue as suas mãos e mostra já todos os seus pertences nas mesmas.

Salto da cadeira e começo por vestir o meu casaco de ganga mais escura. A estas horas deve estar um frio tremendo e ficar com qualquer tipo de sintoma de gripe, não está claramente nos meus planos. Não demorámos muito tempo até sairmos do segundo local de trabalho de Zayn e apanhar um táxi, o único que estava na praça de táxis.

Zayn está meio que amuado comigo porque não queria que eu gastasse dinheiro com ele, todavia e como ela já o sabe, eu sei como persuadir uma pessoa rapidamente, e a verdade é que ele já fez muita coisa por mim como eu já fiz por ele. E uma dessas coisas é que foi simpático em ter-me oferecido a sua cama para passar a noite em sua casa, porque segundo as suas palavras, não é seguro ir para a minha casa a esta hora. Eu aceitei como é óbvio. A amizade é isto, é uma onda de suporte que nos faz aquecer o coração e qualquer outro órgão do nosso corpo.

Lado positivo, as meninas não tinham de ficar sozinhas por muito mais tempo. E isto é algo que eu posso mudar de vez em quando, quando eu não tiver a fazer turnos da noite na fábrica. Eu sei que qualquer dinheiro que ele possa orientar é importante e eu não vou privá-lo disso. Aliás, eu não sou ninguém para fazê-lo, eu sou somente uma nova amiga sua.

“Mal entremos, vou preparar-te algo para comeres.” Esta não é de todo a melhor forma de acabar com o silêncio que se havia propagado, contudo, era a única coisa que se arranjava. De certa forma, comer alguma coisa dava jeito, visto que já não tocava em nada desde que tinha saído da casa dos meus pais.

“Eu agradeço imenso, estou mesmo a ficar com uma fraqueza.” Sorri e entrei dentro do seu pequeno e estimado apartamento.

Não é a primeira vez que aqui estou, mas algo está diferente, tal como a sua arrumação. Ou digamos, desarrumação.

“Desculpa lá isso! Falta de tempo.”

“Não precisas de te desculpar.” Respondo abertamente.

“Continua a ser uma má imagem e eu tenho de estar sempre pronto para visitas indesejadas.” Não entendi o facto de ele ter dito aquelas palavras mas estou demasiado cansada para podê-las discutir de alguma forma. “Aceitas um copo de leite e bolachas? É a única coisa que tenho.”

“Zayn, não precisas de fazer cerimónias comigo. Eu sei da tua história e não vou julgar-te se tiveres poucas coisas dentro de um armário ou com uma casa desarrumada. Nós podemos mudar isso, se tu me deixares contribuir.”

“Isso está fora de questão. Desde que a minha mãe entrou naquele hospício que fui eu a arcar com quaisquer consequências e assim irá continuar. Eu tive de crescer rapidamente e aprender a superar as minhas dificuldades. Aimee, eu peço desculpa, mas não.”

“É a tua escolha.” E a mesma deixou-me triste, confesso. O meu pensamento continua inerte na posição da sua escolha, o que me irrita profundamente.

Quando é que ele vai deixar de fazer este tipo de coisas? A mesa está composta com uma pequena toalha branca com uns desenhos aleatórios, com um pacote de leite meio gordo e um prato com bolachas e pepitas de chocolate. Bastante tentador. Começo a comer uma delas e delicio-me completamente.

“Está praticamente tudo pronto para puderes passar a noite no meu quarto. Eu só preciso de ir lá buscar uma muda de roupa para amanhã e voilá.” Assinto e trinco uma outra bolacha de chocolate.

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