valsa, lágrimas e um telefonema tardio

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— Não, de acordo com você eu sou apenas louca... e cega.

— Mhm. Certo. — suspirou Jennie.

— Isso é um sim? — perguntou mais uma vez, largando os papéis que antes segurava no chão.

— É definitivamente um sim.

— Então, quando...

— Quando você quiser. Não é como se meus pais fossem voltar tão cedo de qualquer jeito. — ela disse e bateu com os dedos levemente na superfície de madeira do chão. Lisa os encarou, e depois seus olhos escuros.

— Você ainda está chateada com eles?

— Um pouco. Mas não quero pensar neles agora. Vou pra casa, tomar um banho, e ver se a minha amiga não colocou fogo na cozinha. Me liga quando puder?

— Você sabe que sim. — respondeu Lisa, mais uma vez rolando os olhos pela papelada no chão e de volta para Jennie agora se levantando e se pondo de joelhos a meros centímetros de distância dela.

— Tá bem. — disse Jennie, depositando um beijo fraco no canto dos lábios de Lisa antes de sair.


O céu agora estava laranja, vestindo Jennie de sono. Ela agradeceu Roseanne por tê-la deixado usar seu carro, já que os pais de Jennie não a deixavam ter um. Eles mal sabiam que ela tinha uma carteira.

— Você tá um bagaço. — a loira estava com as pernas esticadas no sofá, vestindo um pijama branco de mangas compridas e shorts curtos.

— A Lisa discorda de você.

— Não duvido. O amor realmente faz a gente ver coisas.

— Ei! — Jennie fez uma careta de choro, fazendo a amiga se levantar e pular em seu abraço.

— Pronto pronto. Você sabe que eu te amo.

— Mhm, você diz isso porque sabe dos podres que eu guardo de você.

— Tá duvidando do meu amor? — ela gritou ao deixar Jennie se afastar e subir as escadas.

— Claro que não, você cozinha pra mim. Se isso não é amor então eu não sei o que é.

— Que engraçadinha. — ela disse acompanhando Jennie ao andar acima. — Mas eu não faço isso por você, e sim pela Fen. Não quero dar mais trabalho pra ela. Lembra quando éramos crianças? Ela levou a culpa por termos explodido o fogão da sua mãe.

— Sim, Fen é um anjo. Para onde ela foi, afinal? — perguntou Jennie, entrando em seu quarto.

— Não sei. Você não tem ouvido dela?

— Na verdade, não muito desde que você chegou.

— Bom, ela merece um descanso mesmo. — Rosie disse e Jennie concordou, dando de ombros.

— Me fala sobre a Lisa.

— De novo?

— Não! Digo, vocês estão planejando alguma coisa?

— Ah, talvez. Tem um filme que ela quer que eu veja, concordamos de ver juntas. — Jennie mostrou um sorrisinho enquanto revirava seu closet em busca de uma toalha de rosto cor-de-rosa. A menina ainda atrás dela entrou em um gargalhar incessante, cobrindo a boca e o som com a mão. Era um tom sábio e incerto.

— Qual é a graça? — Jennie estava olhando para ela.

— Você é burra... ou só nasceu ontem? A Lisa quer ver um filme com você?

— Tecnicamente a idéia foi minha, mas-

— Jendeukie... você não vê? O filme não vai ser a única coisa na agenda de vocês. — Rosie disse com olhos esperançosos, irritando Jennie.

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