Todas As Cores Da Tua Íris

Começar do início
                                    

Após mais outras faixas e algumas gotas de suor pela agitação que fazia no palco, Jungkook posicionou o tripé na ponta da passarela frontal para que ficasse mais perto do público.

- Ok Paris, vocês se incomodam se eu deixar isso aqui mais lento? - perguntou, ouvindo uma confirmação da plateia para que continuasse - "Tá bom então.

Uma melodia mais baixa passou a sair das caixas de som e a iluminação do lugar diminuiu, focando no cantor.

- Oh, my dear, trust me...

A voz suave não se assemelhava em nada ao tom agressivo do início, mas a sensação de sopro que saía da boca do vocalista ainda permanecia.

De todos os momentos do show, este era o melhor para Jungkook. Pois o estádio não ficava completamente escuro, e assim ele ainda conseguia olhar para as fãs espalhadas pela multidão.

No momento do refrão, tirou o aparelho dos ouvidos para escutar o público inteiro praticamente gritar a letra.

Era a melhor sensação de longe. Necessitava disso para viver.

Deslizando os lábios pelo microfone, cantando apaixonadamente a letra, não abriu os olhos até aquele momento. E ali tinham mais de 70 mil pares de olhos em si, entretanto, aqueles que o capturaram não o deixavam se livrar.

Se prendeu naquilo que parecia de outro mundo. As íris negras que julgou serem sobrenaturais o encaravam com afinco, não tão firmes porque o garoto cantava a música assim como todo mundo, o que resultava em um sorriso que transformava os olhos lindos em risquinhos.

Como os de um gato, assim julgou. O olhar delineado como o de um felino, o pescoço esposto pela camisa de botões azul marinho e adornado por pequenas correntinhas de ouro. A clavícula marcada.

Por Deus.

Por pouco não se desconcentrou e tropeçou na letra, com isso seguiu disfarçando.

A canção chegava ao fim e Jungkook comia o homem com os olhos. De vez em quando este sorria e cantava junto de um outro cara do seu lado. Seria possível sentir ciúmes de quem mal conhecia? Se fosse, a sensação o consumia.

Assim que a faixa acabou, o vocalista se curvou e riu com a plateia o ovacionando, sumindo na escuridão quando as luzes se apagaram.

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Com as bochechas vermelhas, o moreno correu até um de seus seguranças e o sussurrou no ouvido para que parassem um garoto com as características descritas com precisão.

O concerto acabou e o que restara de tudo eram as lembranças do menino de pele bronzeada que cantava apaixonadamente na plateia.

As pessoas estavam deixando o estádio, contudo o comando do segurança para que identificassem um garoto alto, de faixa na cabeça e camisa azul-marinho foi rápido o suficiente para que os homens enormes de paletó preto ficassem atentos.

- Você!

O garoto sorria da idiotice do amigo. Jimin havia corrido de casa para não se atrasar para o show e terminou esquecendo o celular dentro do refrigerador.

- Eu juro que eu não lembro de ter colocado ele lá! Eu só lembrei dele quando você me disse que tinha ligado para mim várias vezes no caminho, Tae.

- Você é lerdo demais, Jimin-ah - disse ele, estapeando o ombro do mais baixo para descontar a alegria que sentia de tê-lo ali consigo, na turnê da banda favorita de ambos.

Ao escutar uma voz grossa chamar, o loiro conferiu ao redor, percebendo um dos seguranças do lugar se aproximar. Agarrou mais ainda o braço do mais alto, com um sentimento ruim despontando em si.

As Curvas Da Tua Guitarra ↬tkkOnde histórias criam vida. Descubra agora