Já faziam alguns dias que eu havia me tornado a dama da princesa, mas ainda fazia alguns serviços para a rainha, ela não desistiria completamente até que encontrasse alguém que penteasse seus cabelos tão bem quanto eu.

A princesa e Thomas haviam feito as pazes finalmente. Dorothy estava com o casamento marcado para dois dias e o castelo estava em festa. Quanto ao príncipe, ele estava sendo gentil e amigo.

Coloque as mãos onde possamos ver! —Salto de susto com a carruagem parando bruscamente.

— Cocheiro, tudo bem?

Quem está na carruagem?

A porta é aberta bruscamente e eu solto um grito. O homem usava um capuz e um tecido cobrindo o rosto, com a espada em punho, ele me puxou para fora e me jogou no chão.

— Por favor, não me machuquem. —Peço chorando ao ver o cocheiro jogado no chão desacordado.

— Quem é você? Por que estava em uma carruagem real?

— Sou apenas uma dama.

— Ela usa roupas de dama, senhor. —Um dos outros homens comenta e eu assinto.

O homem que me tirou da carruagem estendeu a espada na minha direção e colocou no meu queixo, erguendo meu rosto.

— Muito bonita.

— Soltem a dama imediatamente. —Viro vendo o príncipe em cima do cavalo, ele desce empunhando sua espada.— Não ouviram? Eu ordenei que soltem a dama.

Outro homem estava com um arco em mãos e a flecha foi parar no príncipe. Me levantei, empurrando um deles e corri ate Justin.

— Por favor, peguem tudo, levem o que quiserem, só nos deixem. —Imploro cobrindo o corpo dele com o meu.

Consigo ouvi-los enquanto procuram por coisas de valor na carruagem e posso ouvir também enquanto ela é quebrada.

— Anne, me deixe cuidar deles, eu posso...

— Fique quieto. —Seguro seu rosto.— Você está ferido, deu sorte deles não terem o reconhecido e se forem rebeldes? Apenas fique quieto.

— Você está cheirosa.

— Você é impossível.

Olho para trás e já estavam subindo nos cavalos, levando os dois da carruagem e o do príncipe. Respiro fundo levantando meu corpo, mas continuo sentada no chão. Olho para a flecha no ombro do Justin e toco seu braço.

— Vou levantar minha mão e sem erguer a sua, quero que faça os mesmos movimentos que eu, tudo bem? —Ele assente.

Abaixo lentamente cada dedo e ele vai repetindo, o que me faz suspirar aliviada. Ele tem todos os movimentos das mãos, o que me faz pensar que tem dos braços também.

— Eu vou quebrar a flecha, respire fundo e não se mexa, sim?

— O quê? Não! E se ficar alguma farpa em mim?

Ignoro completamente o que ele disse e quebro uma parte da flecha, deixando mais ou menos três dedos antes do se ferimento e o ajudo a levantar.

— Por que estava aqui sozinho? —Questiono olhando suas costas e vendo a ponta afiada da flecha.

— Ouvi Joana dizendo que você tinha ido ao mercado, eu senti algo e achei que tivesse que ir até lá. —Ele ofegou.— Saí escondido dos guardas e acabei encontrando a carruagem sendo assaltada.

— Não foi responsável.

— Eles mataram o cocheiro, Anne, sabe-se lá Deus o que fariam com você caso eu não tivesse chegado. 

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