capítulo único

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bom, antes que vocês comecem a ler eu tenho alguns avisos a dar

aviso de gatilho: homofobia e xenofobia
é só um trecho, mas caso queiram identificá-lo pra pular, ele começa com a frase "não pude respondê-lo uma vez que uma voz..." e termina com "não era minha intenção chegar a algum lugar específico quando..."

por último, só quero deixar claro que a história é ambientada no brasil, mas nenhum bairro, rua, cidade ou estado é especificado, deixo livre pra vocês imaginarem como quiserem

enfim, é algo bem bobinho mas nesse clima de festa junina que não vamos ter por causa da pandemia, eu queria compartilhar essa minha ideia de colocar alguns clichês de fanfic no nosso contexto com vocês. espero que gostem e tenham uma boa leitura ♡

🎇

Eu sabia que Jungkook estava aprontando alguma coisa desde que trocamos olhares ao entrar no colégio. Ele sempre fazia aquilo, mas aquela piscadela e o sorriso ladino em volta do pirulito em sua boca continham um tipo de safadeza diferente do habitual.

As coisas entre eu e Jungkook não eram bem resolvidas, embora já nos conhecêssemos muito bem. Desde que me mudei para sua rua há cerca de dois anos nós vinhamos nos aproximando, nos tornamos colegas quando nossos pais se tornaram amigos (o fato de sermos as únicas famílias descendentes de coreanos influenciou muito) e ao mesmo tempo descobrimos estar na mesma turma da escola. Não demorou muito para começarmos a flertar e após um bom período de enrolação, começamos a ficar há uns três meses.

Fernanda, minha melhor amiga, dizia que ficar por três meses já era namoro, mas eu não me importava com isso. Jungkook era um garoto muito solto e até mesmo inconsequente, não era de seu feitio pedir alguém em namoro (ainda que ele não ficasse com mais ninguém além de mim desde maio). Além disso, eu nem sabia se aceitaria. Na minha idade, talvez fosse melhor não me prender a ninguém, mesmo.

Ou eu só estava dizendo isso para tentar me convencer?

De qualquer forma, o comportamento suspeito de Jungkook perdurou até as aulas. Sentado ao meu lado ele me encarava por mais tempo do que era considerado normal, sempre parecendo inquieto, como se quisesse fazer algo que não podia.

Durante a explicação da professora de física eu notei que meus lábios estavam um tanto quanto secos, porém, ao invés de beber um pouco de água como qualquer outra pessoa comum faria, me virei e peguei minha mochila para procurar pelo gloss que se escondia lá no fundo. Já acostumado o apliquei sem espelho e, ao desviar o olhar por alguns segundos, encontrei o menino de cabelos pretos lá de novo, quase babando ao encarar minha boca.

Decidi me virar e questionar de uma vez por todas, como não havia feito em todo aquele tempo:

ㅡ  O que foi, Jungkook?

Ele arqueou as sobrancelhas e, apoiando o cotovelo na mesa, levou a mão à bochecha.

ㅡ 'Tô observando sua beleza, ruivinho. ㅡ usou o apelido que fizera para mim, se referindo aos meus cabelos vermelhos. ㅡ Não posso mais?

Revirei os olhos e dei risada. Falei baixo para que a professora não escutasse, mesmo que nós dois estivéssemos no fundo da sala:

ㅡ Você está aprontando algo, que eu sei.

ㅡ Se com aprontar algo você quer dizer beijar a sua boca no intervalo até me cansar, então sim, você acertou em cheio. ㅡ Ele continuava com aquele sorriso no rosto que de alguma forma me impedia de ao menos fingir estar irritado.

nós dois | jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora