PARA SEMPRE MEU (08)

Começar do início
                                    

***

A casa está silenciosa e não há uma viva alma dentro. Já se passam das dez e Maurício deveria ter chegado, mas, onde ele se meteu?

Pego o celular e depois de chamar até cair. Desisto. Vou pro banho e me permito relaxar um pouco.

Hoje, nem ontem, nem antes de ontem tive tempo de ir visitar o Lucas. Me disseram que ele está bem, se adaptando a escola e já tem até uma amiguinha que não desgruda dele pra absolutamente nada. Já tô sentindo falta, mas infelizmente, conversando com Sônia, percebi que devo me afastar um pouco, diminuir as visitas, até eu entrar em um acordo com Maurício.

Não desisti e independente do que ele disser, nada vai mudar minha opinião, mas, enquanto não decidimos a nossa situação, decidi diminuir só um pouquinho as minhas idas lá.

Termino de enxagar meus cabelos e me enrolo em uma toalha saindo do banheiro. Noto que a cama está bagunçada, algumas roupas jogadas... A de trabalho do Maurício. Sua pasta está sobre a cômoda e seu celular ao lado.

Nunca. Eu disse nunca desde que me casei com Maurício mexi nas suas coisas. Celular então? Se eu tiver pego duas vezes pra fazer uma ligação, foi muito. Mas hoje, especialmente agora, ele me parece tão... Atraente.

Pego ele e percebo que não é o mesmo. Pelo pouco que vi, o antigo não era um iPhone. Ele disse não gostar, então porque agora ele tem um? — penso.

Minha busca pelo desconhecido foi interrompida pela senha que é digital e eu jamais vou conseguir desbloquear. Suspiro e coloco no mesmo lugar. Dou a volta e no closet pego uma cueca simples vermelha, vestindo-a.

 Dou a volta e no closet pego uma cueca simples vermelha, vestindo-a

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Decido comer alguma coisa, e vou em direção a cozinha. Lá faço dois sanduíches e encho um copo com suco de uva/soja. Como tudo e rapidamente volto ao quarto com a intensão de dormir. Recebo antes, uma ligação da minha mãe. Ela está viajando a trabalho e eu morrendo de saudades. Quase um mês que não a vejo e isso é chato pra cacete. Desde quando começou a trabalhar pra essa família de ricaços aí que ela viaja quase que toda semana. Enfermeira chefe, ela que manda e desmanda nas outras técnicas que trabalham com ela. Só que, em viagens mais importantes, quem sempre vai é minha mãe. Me despeço dela e finalmente viro ao canto pra dormir. Não sem antes, é claro, imaginar onde Maurício pode estar.

***

Em um barzinho, não muito longe, cerca de doze pessoas curtiam a noite. Menos um, Maurício. Estava chateado e não conseguia disfarçar sua cara de descontentamento. Bebia sua cerveja tranquilamente, direto da boca da garrafa. Dispensou o copo, ao contrário de todos os outros que bebiam em um. Seu corpo estava ali, mas a mente em casa, pensando no Guilherme e no que ele estava fazendo.

Do outro lado da mesa, tinha um que não tirava os olhos dele, e isso não estava passando despercebido por ninguém. Rodrigo há tempos vinha notando o garoto e já sabia que estava na hora de abrir os olhos do amigo. Aquilo estava começando a dar na cara dos outros e não ia prestar, não ia mesmo se Guilherme descobrisse.

PARA SEMPRE MEUOnde histórias criam vida. Descubra agora