- Gostaria de a encontrar pessoalmente assim que possível.

Encaro Chris procurando ajuda, mas ele apenas dá de ombros.

- Senhorita?

- Sim, sim. Estou aqui.- volto a me consentrar na chamada. - Eu passo passar na delegacia amanhã.- proponho e escuto seu silêncio como resposta.

- Estava pensando em um local mas reservado. - levanto uma sobrancelha. - Eu passo em sua casa amanhã para conversarmos em privado. Se não for um  incómodo...

- Não, incomodo algum...

- Perfeito! - falou rápido.- Obrigada e me desculpe pelo incomodo. Nos vemos amanhã senhorita Guerra.

- Não se preocupe, e estarei esperando.

A ligação termina aí, mas eu ainda fico pensando nela, e no possível assunto que queira tratar comigo. Me mantenho esperançosa de que tenha os encontrado, ou até mesmo uma pequena pista. Porque isso de não ter nada... está realmente me matando.

<3...<3

Já passou do horário de almoço, estou sozinha no escritório da casa pensando. Talvez seja cedo de mais para dizer isso mas, estou pensando no que vou fazer quando assumir o controle da empresa. Melhor dizendo, estou pensando na pessoa mais apropriada para deixar tudo em suas mãos.

Não parece certo, mas sim, eu vou fugir dessa responsabilidade. Quem sabe até depois eu consiga um emprego em que realmente queria trabalhar... terminar os estudos...
Mas até agora está tudo no "se".

- Tesouro? - escuto a voz da Maria atrás da porta. Permito sua entrada. - Você tem visita.

Apenas assenti e me levantei, já sabia de quem se tratava. -Investigadora Ellis. - E confesso que adoraria não ter que voltar a vê-la, a menos que tivesse as notícias que eu tanto ansiava.

Me encaminhei até a sala de estar, onde a encontrei de pé em frente ao grande sofá. Eu não sou de reparar muito na aparecia das pessoas... Mas é uma mulher estremamente linda, os belos cabelos castanhos estavam finalmente soltos, nunca os tinha visto de outra forma a não ser que fosse num coque  perfeitamente arranjado. A sua pele clara deixava mais evidente o rosa dos seus lábios e bochecha. Os olhos a qual não consigo atribuir uma única cor, estavam sempre esbanjando confiança e determinação. Usava uma simples calça jeans e camiseta branca. De entre todas as vezes que nos vimos, essa é a primeira que estava mais informal, e isso me deixa um pouco apreensiva.

- Boa tarde!- cumprimento me aproximando.

- Boa tarde! - retribui esticando a mão para apertar a minha. - Eu agradeço por ter me recebido, eu sei que minha ligação foi repentina...

- Não se preocupe. Por favor, sente-se. - pedi apontando um lugar para ela no sofá. Não ofereci nada, porque sabia que Maria provavelmente já o tinha feito. - Então do que se trata?

Eu via apreensão, e isso me deixou desconfortável. Apesar de não ter muito contanto com Ellis, eu me obriguei a confiar nela. Senhor Williams foi quem me disse que ela é do mais confiável, e não me permiti questiona-lo ou sequer contrária-lo.

- Eu vou ser direta ao assunto senhorita Guerra, enrolar não é o meu estilo. - começou e eu me acomodei mais no sofá. - Entramos a carrinha.

- Só a carrinha? - ela assentiu, e eu sei que a decepção é bem evidente na minha expressão.

- Infelizmente, sim. E por mais que eu ache que qualquer pista seja indispensável, não acredito que essa em específico nos leve a avanço algum. - minha decepção só aumenta.

- E porquê acha isso?

- A forma como a encontraram... Algo não bate certo, eu não acredito que seria tão fácil. - me mantive calada. - Não recebemos nenhuma denúncia, nenhum testemunho, ou ligação. Eles simplesmente sabiam onde tinham que ir e quando.

- E o que isso quer dizer?

- Eu acho que, seja quem for o culpado, tem grandes influências. Está tudo sendo acobertado e isso é bastante surpreendente. Casos como este, de alguma figura pública, são sempre levados com mais relevância que outros. Mas agora parece que todo mundo quer esquecer. - senti um medo nas suas palavras. - Tem mais uma coisa...

- Por favor apenas diga. - não estava com vontade nenhuma de fazer o jogo do suspense.

- Receio que me tirem do caso, senhorita.

- Como assim? Não podem fazer isso!

- Infelizmente é uma realidade provável. Por isso preciso da sua ajuda.

- Qualquer coisa! - não são palavras de boca para fora, eu faria qualquer coisa para trazer justiça ao meu pai e Lucinda.

- Eu fiz essa pergunta uma vez, e pareceu exitar... Conhece alguém que tinha qualquer desentendimento com Bruce Guerra? - fez uma pausa me analisando. -Dívidas costumam ser as principais justificativas para esse tipo de caso. Conhece alguém que Bruce Guerra devia uma grande quantia de dinheiro?

Suspirei. Ela não está me perguntando isso por nada, ela sabe bem que o que meu pai mais tinha, era inimigos. E com certeza deve haver algum com poder suficiente para mexer nas provas e tornar o caso irrelevante. A alguns dias teria dito um nome sem pestanejar, mas agora eu já não tenho tanta certeza.

- Eu gostar de ajudar com isso, mas é uma lista tão longa... que eu não sei nem por onde começar. - me sinto inútil no momento.

Ellis respirou fundo e tirou um tempo para pensar. Não sabia o que corria em seus pensamentos, mas era claro que não acreditava em mim.

- Senhorita Guerra! - começou.

- Pode me chamar de Diana. - cortei.

- Diana, eu acho que já percebeu que eu não estou aqui fazendo uma visita do modo mais profissional. - já tinha entendido isso a algum tempo. - Estou aqui, porque assim como eu, sei que quer trazer justiça. Não pretendo abandonar meu dever, mas não posso ir contra a lei investigando quando me for proibido. Me deixe chegar a fundo da questão antes que seja tarde. - suspirou. - Não quero deixar nada inacabado, e acredito que pense o mesmo.

- Eu... Eu não quero de forma alguma empatar seu trabalho, e não mais se se tratar de encontrar os assassinos do meu pai. Mas infelizmente receio não poder ajudar no que precisa.- confesso, e vejo a decepção nos seus olhos. - A única coisa que sei... - fiz uma pausa, ponderando se era uma boa ideia abrir minha boca e falar uma incerteza tão convicta. - A única coisa que sei, é que a mesma pessoa que matou minha mãe, mandou matar meu pai também.

Joguei, sem saber se era certo ou não. Emma olhou estranho para mim, e eu não conseguia prever seja qual forem suas próxima fala.

- Não quero parecer indelicada, mas Elizabette Guerra não cometeu suicídio?

- Não! - digo decidida. - E meu pai morreu tentando encontrar o culpado, ou por já o ter encontrado...

- Eu não quero duvidar da sua palavra senh- Diana. Mas como conseguiu essas informações?

- Separadamente. - constatei. - Certeza eu não tenho, mas infelizmente tenho motivos para acreditar nisso.

Eu não quero falar sobre Sandro, porque sei que acabaria falando sobre Alisson e Dinis. E isso acabaria envolvendo Miguel, meu tio... E sinto dizer que não era isso que eu queria. Mas talvez não tivesse opção.

- Investigadora Ellis! - chamei sua atenção, tentando não deixar escapar a coragem que surgiu do nada. - Você precisa investigar Sandro Vitale.

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Diana Guerra [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora