Meu Amor é de Outro Planeta | jikook

★͏ 01 - um homem de azar ★͏

O tanto que eu chorei e xinguei o sistema para ele não está escrito em lugar algum, se minha tia soubesse talvez ela me viraria do avesso para lavar minha boca com sabão. O motivo do meu desespero tem nome: essa maldita prova semestral para manter a bolsa da faculdade dos meus sonhos.

Às vezes eu não consigo ter noção nenhuma de como eu consegui, mesmo que eu tenha me esforçado muito, ainda parece surreal. Manter isso às vezes é mais cansativo do que ter conquistado a entrada que parecia tão triunfal, eu teria desistido se não fosse louco e apaixonado pelo o que quero fazer.

Fico pensando se algum dia vou conseguir deixar alguém orgulhoso de verdade. Sinceramente... às vezes eu sinto como se o universo inteiro estivesse conspirando contra mim, fico procurando motivos para continuar tentando viver bem. Às vezes eles vêm fáceis como: não acabar sendo um velho barrigudo e bêbado que causa problemas, como o vizinho que eu assisto nesse momento sair para frente da própria casa chutando o lixo todo, espalhando-o pela rua.

Então eu, Park Jimin sempre tento todos os dias, porque desistir não é e nunca será uma opção.

Mesmo que tudo dê errado como hoje, onde além da prova de dar calafrios, eu perdi também o 'bico' temporário que tinha arranjado. É verdade que minha faculdade era em tempo integral e eu estou no primeiro período, o que não permite um estágio ainda, mas eu precisava dar meu jeito de ter meu próprio dinheiro sem ficar extorquindo a tia So-ra.

Eu ainda fiquei ensopado pela tempestade e fui atacado por um cara que pensou que eu ia me jogar da ponte, apenas porque eu estava com a feição melancólica andando debaixo da chuva vagarosamente em direção a ponte.

Okay, talvez fosse meio sugestivo, mas não foi intencional.

Quando eu acabei de chegar em casa, me senti tão esgotado, que só subi logo, tomei um banho e lá estava eu divagando para as estrelas.

— Eu queria que você ainda estivesse aqui mãe, seu garotinho sente muito a sua falta. O universo bem que poderia me mandar um único sinal de que as coisas podem melhorar. Será que vocês estrelas não poderiam conceder esse pedido? Ou me odeiam tanto assim?

Eu suspirei frustrado com o silêncio dando uma risada sarcástica acompanhada de lágrimas, talvez o vizinho e minha tia pensassem que eu sou louco àquela altura, mas nem me importo mesmo. Fechei a janela me preparando para me jogar num sono profundo, eu realmente não queria ficar chorando e me lamentando.

Bem, isso teria acontecido se um barulho enorme e duas pessoas despencando do telhado não tivessem me assustado até a morte. Se havia algum resquício de sono em mim ele tinha acabado de ir para onde 'Judas perdeu as botas'. Como diabos aquilo podia ser real? Um dia péssimo por si e agora aquilo? Me questionei se talvez eu acabei insultando as estrelas e o universo.

— MAS QUE MERDA É ESSA? – gritei desesperado sentindo que era a única coisa que eu seria capaz de fazer já que meu corpo estava travado.

A cena à frente era um tanto caótica, o telhado do quarto tinha um buraco enorme, o chão todo sujo e um negócio estranho no qual se encontravam duas pessoas, parecia... uma nave? A maior viagem visual, cheia de luzes piscando. Havia um garoto bochechudinho com olhos arregalados que possuía uma mecha roxa em meio aos cabelos negros e uma garota alta de cabelos também pretos sorrindo de forma um tanto assustadora ao seu lado.

"Eles eram alienígenas??" e "Eles vão tentar me matar agora???" - eram as únicas coisas que eu conseguia raciocinar quando vi os dois saírem daquela espécie de nave, "será que as estrelas eram na verdade administradas por aliens que se zangaram comigo?" – divaguei rapidamente, eles caminharam até mim e a garota estendeu a mão com um sorriso macabro e olhos arregalados, falando de forma robótica: