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Algasaya

-Você foi atingido? - o major interrompe momento de silêncio e meneia a cabeça em direção a mancha na blusa do subalterno - É uma pena. Diziam por aí que você era o melhor. Está perdendo o jeito? - a jocosidade das palavras é perceptível. O capitão solta um riso debochado antes de responder:

-Eles são uns filhos da puta traiçoeiros. Atiraram enquanto eu olhava o cronômetro do treinamento. - a resposta faz o outro oficial soltar uma risada semelhante.

-O prazer de acertar um superior em simulações de operação.

Ou o puro prazer de foder ainda mais o meu turno na lavanderia, Jimin pensa.

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   O acesso à sala de reuniões passa por várias burocracias necessárias a um local de alta segurança e sigilo. O elevador exige um código especial ou impressões digitais cadastradas para que dois dos três andares subterrâneos sejam acessados. Já nos corredores acinzentados e bem iluminados, um identificador biométrico fica ao lado da entrada de cada uma das salas, o tempo de abertura das portas calculado para que só uma pessoa seja capaz de passar por elas após cada reconhecimento de digital.

Após passar pela biometria, deixar a arma e outros objetos no compartimento anterior ao detector de metais, os dois finalmente adentram o ambiente eletronicamente estéril. Para a surpresa de Jimin, duas figuras conhecidas os aguardavam lá dentro: Capitão Nathan Walsh e Primeira Tenente Adriana Rodrigues.

-Bem, Capitão Park, deixe-me finalmente explicar o motivo da reunião. - o major diz depois dos devidos cumprimentos, ainda de pé, ao contrário dos outros presentes - Você já ouviu falar da Operação Wire?

- A operação secreta em parceria com agentes da Interpol? Eu ouvi a respeito.

- A Wire traça e intercepta conexões entre o braço radical do Meerkat e organizações criminosas e terroristas dessa região do globo. Os suspeitos são identificados através das investigações da Interpol, e nós cuidamos da parte tática. - desvia o olhar, direcionando-o ao homem sentado na frente de Jimin - Um dos pelotões da companhia do Capitão Walsh é o responsável pela extração dos indivíduos e demais atividades.

-É bom finalmente ter o prazer de trabalhar com você, Park. - o loiro diz e o dá um sorriso educado emoldurado pela barba por fazer, esticando o braço pra um aperto de mão, que logo é retribuído.

-Suponho que precisem da minha ajuda com a operação?

- Esse - Nathan não se dá ao trabalho de afirmar, abrindo a pasta de arquivo que até então esperava pacientemente embaixo de uma de suas mãos. Desliza-a na direção do outro capitão - é Jeon Jungkook. Ele é apontado por atividades suspeitas, como movimentações em zonas devastadas que acabaram virando abrigo de radicais e um uso extremamente discutível de conexões de internet e telefones públicos.

Park ouve a descrição enquanto folheia as páginas do arquivo, passando o olho rapidamente por algumas informações e se detendo nas fotografias anexadas, tiradas em ocasiões diversas. O homem capturado nelas parece estar em seus vinte e poucos anos, os cabelos pretos e lisos caindo sobre a testa, o rosto pouco visível pelo ângulo das imagens.

-Aqui diz que ele está contido há quatro dias? - questiona, erguendo levemente o rosto para encarar os dois a frente.

- Nós o extraímos com uma das frações de combate quatro dias atrás.

- A Operação Wire tem alguns procedimentos com seus objetos. - o Major esclarece, agora sentado ao lado de Jimin - Os fazemos passar por uma série de interrogatórios conjuntos entre o exército e a Interpol antes que o destino deles seja definido. Alguns passam totalmente para a jurisdição da Interpol, outros fazem delações importantes e são deportados com anistia diplomática, alguns às vezes assinam acordos e viram informantes...