eu quero dormir abraçadinho contigo

Começar do início
                                    

— Qual seu próximo sonho, Ten? — pergunta-me do nada, agora afastando a mão da minha nuca.

Encosto-me mais na lateral da banheira e estico o braço nas bordas.

— Finalizar o menu italiano é minha próxima meta — paro um pouco para pensar. — E o seu?

— Acho que me formar ou comprar o apartamento — é o que responde.

E eu que estava com os olhos fechados, a água contra minha pele, sou obrigado a encará-lo nesta iluminação hiper baixa e as estrelas como testemunhas.

— Oh, isso é ótimo! — eu exclamo, porque estou feliz em receber uma resposta que não seja algo como "não sei o que fazer". — Fico feliz por você.

Taeyong ri.

— Que foi?

— Eu realmente estou feliz por você — digo e, com a mão molhada, empurro a franja para trás. — Qualquer coisa, você sabe que pode contar comigo. Eu adorarei ajudar.

— Tá bom. Obrigado, Tennie — Taeyong puxa as pernas e inclina o tronco para abraçá-las, após deixar o cigarro no cinzeiro. Eu afago o topo da sua cabeça. — Aish, você me vê como criança.

— Você age como criança — é minha resposta.

— Então posso te chamar de hyung?

— Nem em sonho.

— Você é chato — ele encosta a cabeça em meu ombro. — Um dia eu vou meter a porrada em você.

— Um dia você consegue, se tiver coragem — jogo o braço que estava pousado na borda sobre os ombros dele.

— Você não se garante?

— Eu nunca briguei.

— Quê? — Taeyong ergue um pouco a cabeça para olhar-me nos olhos, incrédulo. — Espera, Ten... Sério? Você nunca arranjou problema com alguém?

— Quase nunca — passo a bagunçar seu cabelo. — Algumas vezes, no ensino fundamental e médio. Mas não foi porque eu perdia a cabeça, mas sim outra pessoa. E eu não brigava, eu só ficava olhando, sabe?

— Tá, então vamos supor que eu esteja aqui irado com você, querendo te dar um murro... Não paro de te ameaçar e só estou esperando você falar um "a" para eu te descer o quilão... — Taeyong ergue-se, afasta-se de mim, para atuar um pouco. — E tudo que você faz é me olhar?

— Eu cruzo os braços também — eu estou meio envergonhado com essa situação, porque faz parecer que sou o bestinha que apanha e não bate. — E fico esperando.

— E funciona?

— Às vezes, sim. Outras, não. Eu não dou corda, então eu não instigo a violência. Mas um dia, no fundamental, eu levei um socão na boca e sangrou. Foi a briga mais estúpida que me aconteceu. Um cara ficou chateado porque eu peguei a cadeira que, segundo ele, estava sentado, sendo que ela estava desocupada. O bom é que, como não participei da violência, saí com vantagem na diretoria. — eu narro, tentando me lembrar desses eventos há muitos enterrados na minha cabeça.

— E você não sente vontade de bater?

— Obviamente — estico-me para pegar a taça de vinho. Dou um pequeno gole e volto a deixá-la sobre a mesinha. — Enfim, você já brigou, foi?

— Acho que todo mundo já — Tae dá de ombros. — Mas só como defesa, né.

— Ah, entendi... — recosto-me outra vez e toco no cabelo dele, agora lhe fazendo carinho.

thé et fleurs༶✎༶tae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora