— Anéis de noivado, Xavier? São anéis de noivado? — Cindy sussurra no meu ouvido.

— Eu não sei, comprei os mais bonitos que tinha na loja. Qual a diferença entre um anel de noivado, de namoro e de casamento? — pergunto sem saber.

— Eu não sei, nunca fui pedida em casamento — diz dando de ombros —Dona Bettânia, nós iremos casar... Algum dia — sussurra a última parte e sorrio.

— Felicidades! Ah, ignorem a Keliny, ela é incoveniente — diz olhando para a garota loira que escuta a conversa mais afastada— Aproveitem a estadia de vocês em uma das fazendas, são belíssimas.

— A gente vai aproveitar sim —Cindy diz sorrindo inocente e passando a mão pelo meu abdômen por dentro da camisa.

— Precisam apenas tomar cuidado, a polícia está na busca de um traficante muito perigoso, de Chicago. Todo cuidado é pouco, eu não vi a foto dele mas não podemos deixar de tomar cuidado — acaricio a cintura da Cindy que sorri nervosa.

— Com toda certeza, todo cuidado é pouco — digo concordando com a senhora. A tal Keliny resolver abrir a boca outra vez.

— Deve ser um marginal nojento e horrível, tenho dó dele. Eca! — encaro a garota com tédio, pouco me importa o que ela pensa, já a Cindy a olha com raiva.

—Vagabundo, pode comprar um milk-shake pra mim? — a olho curioso.

— Cindy, não vai aprontar nada — digo sério e ela sorri me olhando inocente.

— Eu? Nunca aprontei nada — me dá um beijo e morde meu lábio inferior — Pega lá — faço o que ela pede, pego o milk-shake e a entrego — Betânia, você se importa se eu sujar o chão da loja um pouquinho?

— Não, a Keliny que vai limpar mesmo.

— Sério? Que maravilha — a Cindy olha de soslaio para a Keliny que mexe no cabelo distraída. A minha Dama coloca seu óculos escuros e morde a unha. Linda pra caralho.

— Dama... — sussurro no ouvido dela assim que a mesma abre a tampa do copo daquele Milk-shake e se aproxima da Keliny.

— Keliny, que cabelo lindo você tem. Achei esse loiro falsificado bem tendência, mas ele está um pouco seco, posso molhar ele um pouco? Vai dar uma leveza que você nem imagina! —antes que a garota fale algo, a Cindy despeja todo o líquido do copo no cabelo da garota que começa a gritar.

— Você é louca?! Meu cabelo! — faz um bico ridículo e começa a chorar.

— Louca? Talvez. Já me chamaram de coisa pior. Sabe, eu tenho dó de você — Cindy sorrir para ela. Pego as sacolas de compras — Bettânia, foi um prazer conhecê-la. Vem, Vagabundo — segura a minha mão e saímos da loja. Jogo as sacolas no porta mala, a Cindy entra no carro e faço mesmo, fechando as janelas.

A puxo para o meu colo e mordo de leve sua bochecha e esfrego meu nariz no dela. A Cindy segura meu rosto com as duas mãos e deposita selinhos na minha boca. Ela me olha triste e franzo o cenho confuso.

— O que foi, minha Dama? — acaricio sua coxa esperando que a mesma me responda.

— Você ficou triste com o que ela sem noção disse? Xavier, você não é um marginal nojento e horrível. Se você tiver ficado triste eu vou lá dar uma surra nela! — sorrio, beijando o pescoço dela — Por quê está sorrindo? Eu estou falando sério!

— Eu não fiquei triste, Cindy, nem me importei. Não me importo com o que dizem de mim, nem o que pensam, só me importo com o que você pensa. Só você, minha vida! — ela sorrir passando a mão no meu cabelo.

Pecados da Dama e a Redenção do VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora