Antes de começar a ler: não se esqueça de ser um bom gatinho, votar e comentar, ok?
Capítulo de dicas para livros de fantasia (e os demais gêneros também).
Estou de volta, meus amados gatinhos e gatinhas! Como vocês estão? Senti muuitaaas saudades de todos vocês.
Então... O capítulo de hoje foi um pedido especial de uma leitora, a J0anaTavares, que veio a mim pelo instagram e pediu para que eu falasse sobre um tema específico: fantasia.
Certo, ela disse histórias que envolvessem deuses, inferno, essas coisas... Então, sim, é fantasia.
Antes de tudo, se você que tiver feito o pedido estiver lendo agora: há vários capítulos aqui de "Lendo o Wattpad" em que eu acabo abordando fantasia de forma implícita. Como em "A Maldita Profecia" e vários outros.
Esse capítulo aqui, eu fiz para te dar uma direção de como sua história pode tomar um rumo mais certeiro, para que você tenha um norte.
Uma coisa que eu te disse (e quero dizer para todo mundo aqui) é que o problema não é o enredo. Se é clichê ou não.
O seu livro pode ser INCRÍVEL sendo um clichê básico que todo mundo conhece, tipo "A nerd e o popular" ou "A Prometida do Alfa", o que vai fazer seu livro ser bom, o que vai fazer a diferença, são os detalhes.
Como você vai integrar o leitores no seu mundo, como vai conectá-los aos personagens.
É uma questão de detalhes.
Então, repito:
"O PROBLEMA NÃO É O CLICHÊ.
O PROBLEMA É O CLICHÊ MAL TRABALHADO".
- Sophia Cruz
Muito bem, pessoal, vamos lá!
• Sobre os deuses •
A maioria dos livros que usam mitologia falam sobre os deuses gregos, romanos ou nórdicos. PORÉM, existem escritores que preferem criar seus próprios deuses (ou deus) da história, caso ela se passe em um universo diferente.
Uma dica legal para quando se está criando essas divindades: criem uma história para elas. Qual a função deles, sua personalidade... Basicamente um enredo básico da história desse personagem.
Isso vai aproximar o leitor da história do livro, vai fazer com que ele fique mais imerso nesse mundo de fantasia que está sendo apresentado a ele.
MAS!
Se o livro contar com os deuses que já existem na mitologia e que já possuem a própria história, não inventem.
E quando digo para não inventarem, quero dizer para vocês ESTUDAREM MESMO sobre esses deuses e suas origens.
Sério.
Não cheguem sem saber das coisas e acabem cometendo uma gafe tipo:
"Zeus era o deus do submundo".
Estudem.
Esse é o melhor conselho que eu já dei nesse livro todo, a propósito 😂.
***
Geralmente nesse tipo de livro aparece a tão aclamada profecia. A típica promessa de alguém que vai aparecer e salvar o mundo e blá blá blá. Obviamente essa tal pessoa é o (a) protagonista.
Neh.
Não estou dizendo que é ruim, mas estamos tão acostumados com esse tipo de história que acabamos cansados de ver essa mesma maldita profecia aparecer em tudo quanto é lugar!
***
• Quando o assunto é Guerra •
Vamos ser sinceros: praticamente todo livro de fantasia conta com uma guerra ou uma disputa grande entre dois ou mais povos.
Quem não ama uma guerrinha nos livros, né?
Mas, às vezes, a guerra aparece sem contexto algum.
Vou ser sincera: Não adianta você colocar uma guerra do nada dentro do enredo e não pensar em um motivo para ela.
Quando o leitor se deparar com uma guerra ele vai perguntar essas coisinhas aqui:
- Por que a guerra começou?
- Qual o objetivo dela?
E você não pode simplesmente responder: "porque eu precisava de uma agitação" ou "porque eu quis".
NÃO.PODE.
E não inventem de dizer coisas ridículas apenas para dar uma resposta, tipo: "A guerra entre os mundos começou quando o terceiro mundo se recusou a emprestar um livro para o segundo mundo", ou porque brigaram pela última fatia de pizza.
Criem uma história, alguma coisa por trás.
ALÉM DISSO! (Ainda falando no contexto de guerra)...
É necessário saber definir um ponto principal no livro.
Eu vejo várias histórias de fantasia por aí onde a proposta inicial se trata da guerra e de como ela terminará. Porém, conforme outros conteúdos vão aparecendo no livro (personagens, romance, etc) o foco inicial vai se perdendo.
Da guerra, do sangue e das mortes, o livro acaba se perdendo e se tornando uma novela mexicana.
Há uma indecisão em muitos autores sobre o rumo principal do livro.
Um exemplo básico: Você pode ter o foco no romance, com a guerra como "fundo" da história; ou pode ter o foco na guerra, com o romance como fundo/complemento.
Sério, vocês certamente têm agonia quando um personagem incrível está determinado a lutar no começo e, depois que conhece o par romântico, perde completamente o objetivo inicial e só quer saber de ficar com quem ele ama O TEMPO TODO, beijar e etc.
É como se ele fosse de:
"Fábio Lutador Determinado"
Para:
"Fábio Fogo no Rabo"
Porque NÃO É POSSÍVEL!!!!
Eu fico triste quando isso acontece porque o personagem tinha TANTO potencial, mas o romance acaba tomando as rédeas e atrapalha tudo.
Por isso, definam SEMPRE qual o foco maior da história.
Não confundam as coisas.
Não façam uma novela mexicana no meio de uma guerra porque NÃO FAZ SENTIDO NENHUM.
Quando eu vejo o rumo do livro se perdendo (um livro que é bom demais), eu fico mais ou menos assim pelo resto da leitura:
Sad.
***
• Desenvolvendo personagens •
Isso aqui é importante ⬆️
Uma das coisas mais difíceis de se fazer quando estamos escrevendo uma história é mostrar ao leitor a evolução dos personagens.
Não há graça em um livro onde o personagem já é lindo, perfeito e maravilhoso e não passe nenhuma dificuldade ou provação. Ele simplesmente sabe fazer tudo, é bom em tudo e sempre vai ganhar porque NINGUÉM é melhor que ele.
Não tem desenvolvimento nisso.
Assim como também não há desenvolvimento quando você mostra os defeitos de seu personagem e não trabalha eles.
Vamos dizer que temos um personagem que se irrita fácil e é impulsivo logo no início da história. Então você chega ao final do livro, analisa o personagem e quando vai comparar a evolução... parece que ainda está no início.
Nada mudou.
Não houve amadurecimento.
Nada.
Eu sei que uma das coisas mais difíceis de uma história é mostrar o crescimento dos personagens. E, a propósito, como se faz isso?
Vou dar um exemplo para vocês: tem um personagem meu que eu levei muito tempo para amadurecer.
Ele é o típico piadista impulsivo que não pensa muito antes de falar ou fazer alguma coisa. A forma que eu escolhi para mostrar ao leitor esse amadurecimento dele foi por meio dos pequenos gestos.
Tipo: em uma determinada situação em que ele faria uma piada desnecessária, ele não fará mais. Ou então vai pensar mais antes de tomar uma decisão.
Esses pequenos detalhes, sabem?
Fazem toda a diferença.
Para ajudar um pouco mais, vou dar uma dica: criem etapas de amadurecimento. No que o seu personagem vai melhorando de pouquinho e pouquinho. Isso certamente e aí ajudar.
***
• Mundo Novo! •
Quando se cria um mundo do ZERO... Haha.
Boa sorte.
Você está belamente ferrado.
Mas vamos lá né... Fantasia geralmente inclui muitos mundos novos criados pelo próprio autor.
Mas não é só criar o nome do lugar e pronto.
Noooooooooo.
Tenho licença para falar isso porque eu mesma já pensei que fosse, mas criar um mundo novo exige MUITO do seu tempo.
Eu levo cerca de meses, às vezes anos para criar um mundo/universo do zero.
Quando for criar um para sua história de fantasia (ou qualquer outro gênero), tente responder a essas perguntas:
Primeiro: como ele funciona?
Segundo: Onde ele fica?
Terceiro: Como vivem as pessoas de lá? São humanos normais, são seres diferentes?
Quarto: Com o que o mundo se parece? Como ele é?
Vocês podem fazer um esboço de mapa. Ele vai ajudar muito caso seus personagens se movimentem demais pelo ambiente.
Heyyy, meus gatinhos! Passei a semana escrevendo esse capítulo (porque estou deveras ocupada agora que minhas ocupações rotineiras retornaram) e só tive como terminar e postar hoje.
Espero que tenha sido útil e que ajude vocês na hora de desenvolverem suas histórias.
Joanna (se esse for seu nome mesmo), espero ter te ajudado e atendido suas expectativas. Se teve alguma coisa que você queria saber que eu não mencionei, não tenha vergonha de me chamar depois, ok? É sempre um prazer ajudar.
Beijos de gato,
SouphCat.