Fomos até meu carro. Ele abriu a porta do carona pra mim e nem ousei dizer que eu iria dirigir. Pra dizer a verdade, eu não conseguiria. Eu tremia dos pés a cabeça, já sentindo o fim se aproximando.
Mas depois de um tempo eu me xinguei internamente. Eu nunca fui uma covarde. Tudo bem que nunca me envolvi com um homem maduro e tão poderoso quanto Josh, mas nem por isso eu deveria deixar de ser eu mesma, ou seja: meio maluca, mas cheia de atitude.
Tomei coragem, pigarreei e disparei a falar.
–Josh... olha... tudo bem sei que você não queria que isso acontecesse. Mas não precisa agir assim sabe? Quando você quiser que eu saia da sua vida eu irei e...
–Que merda é essa que está dizendo?
–Hum... você ouviu o que eu disse e ficou chateado então...
–Eu não fiquei chateado pequena. Estou apenas colocando meus pensamentos em ordem para que eu faça tudo da forma como deve ser feito.
–Como? Não entendi.
Ele desviou os olhos do trânsito e me encarou, olhando fundo em meus olhos.
–Gabrielly... se você TAMBÉM está tão apaixonada... não tem porque deixar seu pai de fora da situação. Eu me segurei porque você ainda é muito jovem, talvez estivesse apenas... deslumbrada comigo. Mas agora que sei que meus sentimentos são correspondidos à altura... nada irá me impedir de contar tudo ao seu pai.
Puta merda!
– Josh, não... – comecei e ele me lançou um olhar irritado.
– Any, eu não sou um adolescente. Se ficar comigo estamos tendo um relacionamento sério. Não um namorico de escola. – suas palavras eram duras, mas eu entendi o que ele queria dizer.
– Mas e se ele nos afastar? – sussurrei temerosa e ele pegou minha mão.
– Princesa, não pense no pior.
– Mas, - meus olhos se encheram de lagrimas. – Ele vai pensar no pior. – funguei e ele parou o carro no acostamento, e desafivelou meu cinto e me pegou no colo.
– Olhe para mim. – olhei e ele beijou meus lábios, em seguida sorriu.
– Vamos nos concentrar em uma coisa de cada vez. Eu vou falar com seu pai. Eu não vou me esconder como um moleque. E depois veremos o que rola. Ok?
– Ok. – ele me beijou de novo, e me ajudou a sentar no meu lugar, voltou a ligar o carro, assim que estava de cinto, e dirigiu em silêncio.
Eu praticamente roia minhas unhas. Josh estava louco, e se meu pai o matasse? Melhor me certificar de que ele estaria bem longe das suas armas.
Quando o carro parou olhei em pânico para minha casa. Josh saiu do carro, e em seguida abriu a porta pra mim, ele agarrou minha mão e entrelaçou nossos dedos dando um beijo rápido.
– Vai ficar tudo bem.
– Ok, ok. – ele sorriu e caminhamos para a casa, peguei minhas chaves, mas ele negou e bateu na porta. Demorou alguns minutos, dois no máximo, mas parecia que foram horas. Quando a porta abriu minha mãe estava de roupão e olhou de mim para Josh e em seguida nossas mãos entrelaçadas e bocejou.
– Tinha que ser tão cedo? – ela resmungou e abriu mais a porta para que entrássemos.
Entramos e fechei a porta, Josh sorriu para minha mãe murmurando bom dia, mas não soltou minha mão.
– Priscila quem era? – meu pai desceu as escadas e deu de cara conosco. – Josh... – ele começou a falar e notou nossas mãos unidas. – Mas o que...?
– Nada disso, café primeiro, eu não funciono sem café. – mamãe resmungou indo pra cozinha e todos olhamos para ela.
– Eu... – meu pai começou, mas ela voltou a interromper.
– Charlie, leve Josh e Any até a sala. – ele estreitou os olhos pra mim e quis me soltar de Josh e correr para meu carro, até onde eu podia ir com a gasolina que tinha? Talvez até Washington?
– Vamos. – papai chamou me lançando um olhar que me fez tremer.
Hmmm eu estava tão fudida.
Josh sentou no pequeno sofá comigo ao seu lado, meu pai na poltrona ainda olhando nossas mãos unidas.
– Tendo um bom dia Charlie? – meu pai encarou Josh.
– Hmmm, até agora estava. Alguém pode me dizer...
– Cafezinho. – mamãe entrou com uma bandeja e serviu todos e sentou no colo do meu pai, ele ficou de olhos arregalados e em seguida olhou sério para minha mãe, que somente sorriu.
– Obrigada. – Joshua agradeceu e ela sorriu piscando pra mim, e se voltou para meu pai que ainda a olhava.
– Beba amor.
Josh deu um gole no seu, mas o colocou sobre a mesinha, fiz o mesmo, pois eu não tinha estomago pra nada. Meu pai deu um longo gole no seu e entregou a xícara a minha mãe que tomou o resto e se voltou para nós.
– Então ao que devemos essa visita tão cedo? – Josh assentiu e olhou diretamente para meu pai.
– Charlie, eu gostaria de avisar que Any Gabrielly e eu estamos saindo. – a respiração de todos pareceu estar presa.
Dei um olhar ansioso de meu pai pra minha mãe, ela me mandou ficar quieta, e vimos a cara do meu pai começar a ficar em tons diferente de vermelho. Mordi os lábios e apertei com força a mão de Josh.
– Pode repetir? – quando ele finalmente falou sua voz estava tensa e rouca.
– Eu e Any estamos namorando, Charlie. – meu pai assentiu lentamente.
– Priscila saia do meu colo.
– Mas está tão bom aqui. – ela falou alegremente e ele rosnou.
– Priscila! – ela bufou.
– To saindo. – assim que ela saiu ele ficou de pé e Josh também. Eles ficaram se encarando por alguns minutos e ninguém falou nada. Olhei minha mãe desesperada e ela me olhou de volta.
Felizmente papai não tinha sua arma perto.
– Saia da minha casa agora. – ele rosnou. – E nunca mais chegue perto da minha filha.
– Pai... – comecei, mas me calei quando ele me olhou.
– Charlie, por favor, vamos só conversar. Somos todos adultos aqui. – a carranca de meu pai se tornou maior.
– Não Sr. Beauchamp, não somos todos adultos, minha filha ainda é criança, e se não sair imediatamente, vou acusá-lo de pedófilo. – minha boca se abriu em choque e minha mãe suspirou.
– Agora chega Charlie. Any não é nenhuma menininha. Sua filha já é mulher...
– Você sabia Priscila? – ele encarou mamãe que respirou fundo e assentiu. – Entendi.
– Charlie, por favor,... – Josh tentou novamente, mas meu pai nem ouvia. Medo e desespero corriam por meu corpo. Se meu pai o expulsasse ele ia desistir de mim. Eu sei que ia.
– Saia da minha casa. – meu pai tornou a repetir. Josh suspirou parecendo irritado, e eu tinha que fazer algo. Respirei fundo e me coloquei na frente dele.
– Não pai, eu não sou mais criança. Eu gosto dele e ele de mim, e você tem que aceitar. – seus olhos estreitaram e dei um passo para trás encostando em Josh, ele apertou meus ombros gentilmente.
– Charlie Any e eu nos gostamos, e queremos ter um namoro normal, você aceitando ou não.
– Eu não aceito Sr. Beauchamp. Gabrielly só tem 17 e até ela ser maior de idade, eu sou o responsável por ela. E se você encostar na minha filha eu vou mandá-lo para a cadeia.
– Pai... – ofeguei e ele olhou pra mim.
– Vá para seu quarto Any Gabrielly, e não saia de lá, até conversarmos.
– Não eu...
– AGORA! – ele gritou e tremi, Josh apertou mais forte meus ombros, e falou baixo perto da minha orelha.
– Vá eu falo com você depois.
– Mas... mas...
– Por favor, princesa. – engoli meu desespero e sai correndo pra cima, mas eu não consegui ir pro quarto, fiquei na escada ouvindo eles.
– Charlie, você precisa ouvir. Eles se gostam.
– Priscila você enlouqueceu de vez? Esse depravado tem idade pra ser o pai dela, pelo amor de Deus, o filho dele namorava ela.
– Charlie isso não importa. O que importa é a felicidade da nossa filha.
– Eu não vou aceitar isso Priscila. Quero esse homem fora, ou eu vou tirá-lo.
– Não se preocupe chefe Soares, eu já vou. Mas quero que saiba que isso não acabou.
– Acabou sim Sr. Beauchamp. – meu pai rosnou e ouvi os passos de Josh, ele passou por mim, e se virou me vendo na escada, deu um sorriso fraco.
– Desculpe princesa.
– Vai me deixar? – sussurrei e ele rolou os olhos.
– Não seja absurda pequena. Eu vou fazer seu pai me ouvir, nem que seja a força. – ele piscou e sorri fracamente, quando ouvimos passos, ele saiu e corri para cima.
Entrei no quarto me jogando na cama e sentindo as lágrimas deslizarem, como eu viveria sem Josh? Sim eu sei estou sendo dramática, mas meu pai nunca aceitaria nosso namoro. E justo agora que estávamos começando a nos apaixonar.
Ouvi a porta abrindo e funguei enfiando o rosto no travesseiro, senti uma mão em meus cabelos e reconheci imediatamente o toque da minha mamãe, ela sentou na beirada da cama e enterrei o rosto em seu colo e ela afagou meu cabelo.
– Shiii, vai tudo acabar bem bebê.
– Não vai não.
– Eu sei que vai. Seu pai é cabeça dura, mas ele vai perceber que vocês se gostam de verdade. Levantei o rosto um pouco e funguei.
– Josh disse que estava se apaixonando por mim. – ela sorriu
– Oh querida isso é ótimo. – neguei.
– Não, se eu tivesse mantido a boca fechada, ele não teria vindo aqui, e ainda estaríamos juntos.
– Não diga isso. Já estava na hora do seu pai saber. Quanto mais demorasse, mas irritado ele ficaria.
– Mas...
– Nada de "mas", as coisas acontecem quando tem que acontecer. – sequei as lagrimas com as costas da mão e funguei.
– Acha... Acha que Josh vai me esperar? Ele pode se cansar de esperar o pai deixar nós ficarmos juntos?
– Meu bem, claro que vai. E não vai demorar muito para seu pai aceitar que você cresceu.
– Eu não sei... – paramos de falar quando a porta se abriu e meu pai apareceu, ele me lançou um olhar irritado e se voltou pra minha mãe.
– Priscila, estou indo pra delegacia. Se Gabrielly for a escola, você a leva e busca.
– E o carro dela?
– Eu devolvi ao Sr. Beauchamp.
– Mas... – ela começou e ele rosnou.
– Priscila agora não. Estou atrasado já. – ele começou a sair, mas voltou e pegou minha mochila e jogou tudo sobre a cama e pegou meu celular, e saiu pela porta me ignorando totalmente, e mamãe me soltou e foi atrás dele.
Os ouvi discutindo, e me senti pior. Por minha culpa os fiz brigar. Minha mãe entrou no meio do meu problema e agora meu pai estava zangado com ela também.
Tentei sentir raiva de Josh, por não me ouvir e esperar, mas ele é tão teimoso, e inferno eu amo ele. Voltei a chorar e enterrei o rosto no travesseiro.
Alguns minutos depois mamãe voltou, e mandou eu me arrumar pra escola. Eu havia perdido a primeira aula, mas dava pra assistir as outras. Assenti tristemente, e me arrumei.
Lavei o rosto, e passei um pouco de maquiagem, mas estava difícil disfarçar meus olhos vermelhos e inchados.
Peguei óculos escuros e ãe sorriu tristemente e fomos para seu carro. Coloquei os óculos, e sentei no banco olhando pela janela. Esse dia ia ser uma merda.
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[5\9]
Parece que fudeu tudo...
Noart ou noalin???
Por que sempre que eu faço maratona todos os capítulos flopam? Poxa da trabalho🥺
Por favor votem e comentem no capítulos, amo Vcs bjsss
Termino todos amanhã tchaurrr