Midnight, a mulher de cabelos longos escuros e lisos que usava um óculos de estilista, nós levou até o terceiro andar onde tinham vários quartos de hóspedes.
— midoriya, vamos jantar juntos? — chamou Kirishima, que era meu vizinho de corredor — Ashido, vamos jantar com Midoriya?
— claro — disse ela entrando no quarto.
— então eu vou só me trocar e depois vamos para o seu quarto — disse ele sorrindo.
— tudo bem — disse sorrindo devolta.
Assim que entrei no quarto dei de cara com um rapaz e uma garota segurando as mãos e logo soltaram.
— Sr.Izuku — começou a garota falando — somos os dois empregados designados para cuidar do senhor, esperamos agrada-lo.
O rapaz apenas concordou sorrindo.
— não é difícil me agradar — disse rindo — agora eu só gostaria de tomar um banho.
— claro — disse o garoto — eu vou arrumar o banho e lhe ajudarei.
Arregalei os olhos surpreso.
— não precisa se incomodar, eu sou hétero e esse é o meu trabalho — informou ele.
— tudo bem — disse ainda em envergonhado — ah, e outros dois selecionados virão comer aqui no quarto.
— eu vou arrumar uma mesa para vocês — disse a garota.
Agradeci.
— qual o nome de vocês? — perguntei ao rapaz enquanto ele lava minhas costas com uma esponja esfoliante.
— eu sou Gustavo e ela é Sarah — informou ele feliz por me importar.
E não dissemos mais nada durante o constrangedor banho. O príncipe não toma banho sozinho?
E quando me vesti com um pijama de nuvens Kirishima e Mina bateram na porta.
Eles entraram com seus próprios empregados e jantamos todos juntos, com direito a uma longa conversa sobre a vida dos nossos empregados.
Já tarde da noite os outros foram dormir, assim como eu.
Pela manhã Gustavo me deu mais um banho, desta vez dela bolhas com cheiro de frutas. E Sarah terminava de fazer pequenos detalhes na minha roupa de caça – que Gustavo havia começado a fazer durante a noite.
—eu entendo os problemas do príncipe, mas ele poderia ter nos avisado dos planos um pouco antes — ouvi ela reclamar quando sai do banho.
— que problemas? — perguntei, nunca havia ouvido nada contra a perfeita saúde do príncipe.
Sarah de calou e voltou a bordar em silêncio.
— que problemas? — perguntei novamente a Gustavo.
— eu não sei — disse ele sinceramente — e também não quero saber.
— e o senhor também não deveria — observou ele — já está pronto a camisa?
— já estou terminando — disse ela como se nunca tivesse soltado uma terrível bomba no ar.
Não perguntei mais nada a nenhum dos dois, mas não esqueci da dúvida.
Quando cheguei ao corredor vi todos os selecionados que aceitaram participar da caçada conversando e discutindo.
— vamos — disse o príncipe ao início do corredor.
Diferente de nós que tínhamos roupas de couro e pequenos detalhes de bordado com nossos nomes e o símbolo de nossas pronvincias, ele tinha um lindo colete feito sobmedida de dourado e prata.
O príncipe Todoroki nós guiou até a floresta próxima ao jardim do castelo.
— parados — sussurrou Kirishima pondo a mão a frente dos que estavam a suas costas.
E todos paramos.
Ele pegou um dos arcos que todos ganhamos e murou para o nada, aceitando algum animal.
— vou ver o que eu peguei — disse ele e todos aplaudimos.
— parados — berrou o príncipe pela primeira vez.
Ele não levou um segundo para mirar e acertar um animal no meio da boca.
E aquele animal estava prestes a avançar em Kirishima.
— não é por que é a floresta do castelo que é totalmente segura — advertiu o príncipe voltando a caminhar.
Como um homem assim pode ter algum tipo de problema?
Fiquei surpreso de todos os que aceitaram participar da caça serem tão habilidosos.
Claro que são, eles querem ser os melhores.
Mesmo com um arco e uma adaga não machuquei nenhum animal, não vi necessário machuca-los.
— não vai matar nada Izuku? — disse Mina se aproximando de mim.
Mina já havia abatido pelo menos três cervos, mais do que a maioria dos outros selecionados. Perdendo apenas para Kirishima.
— não, acho que não — disse rindo.
Ela me deu um leve tapinha nas costas e empunhou o arco novamente.
Fiquei observando Mina por um segundo antes de senti a madeira diretamente na minha testa.
Quando voltei a consciência minutos depois, dei de cara com o rosto sem expressão do príncipe.
— desculpa Midoriya — dizia um selecionado de cabelos loiros e olhos acinzentadoss — não foi intencional.
Sem dizer nada o príncipe passou seus braços por baixo do meu corpo.
— opa — suspirei quando o príncipe Todoroki me pegou nós braços.
— em frente — disse ele comigo nós braços.
Eu podia andar? Não tinha certeza. Mas não serei eu quem pediria para sair dos braços do príncipe.
Quando voltamos ao castelo – ainda nós braços do príncipe– vi que havia torcido o tornozelo na queda.
Algo que o príncipe notou antes mesmo de eu sentir dor.
Talvez o seu problema fosse ser muito inteligente.