Operação Cupido (Mirandy - In...

By Mai-Santos

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Caroline e Cassidy se conhecem em um acampamento de verão e se surpreendem com sua semelhança assustadora. Ap... More

OPERAÇÃO CUPIDO
2 - Semelhança assustadora
3 - Os Cupidos se unem
4 - Maquinando um plano
5 - De repente, Londres
6 - Um obstáculo na Operação
7 - Pedindo reforços
8 - Guerra declarada
9 - Quando ela se deu conta
10 - Unidas mais uma vez
11 - Mães e filhas
12 - Jantar sob o luar
13 - Medidas emergenciais
14 - Acampamento em família I
15 - Acampamento em família II
16 - Quando o fim se aproxima
17 - A hora do adeus
18 - Uma nova chance
19 - Celebrando o amor
EPÍLOGO

1 - Cupidos à solta

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By Mai-Santos

Óculos escuros em cima da cabeça afastando dos olhos a franja já crescida, brincos nas orelhas, uma coleção de pulseiras de couro adornando devidamente os pulsos, o medalhão com a letra C, que ganhou de sua mãe quando nasceu, pendurado no pescoço e escondido dentro da camisa, short jeans com uma jaqueta xadrez amarrada na cintura e botas de cano curto compõem o estilo descolado de Caroline Sachs.

A garota ruiva de olhos azuis e sardas aparentes, aguarda o ônibus do acampamento na frente de sua casa. Seus cabelos curtos e ondulados balançam com o vento de Napa.

Ao lado dela está sua mãe, Andrea Sachs, ou Andy para os mais próximos, nervosa por deixar sua pequena garotinha de onze anos passar oito semanas longe dela.

A mãe pode ser tão descolada quanto a filha, ostentando sua calça jeans rasgada nas coxas, tênis social e uma camiseta do Nirvana. Seus cabelos curtos na altura do pescoço tem uma coloração castanha de reflexos avermelhados e seus lindos olhos amendoados sorriem tanto quanto seus lábios.

— Você se lembrou de colocar um caderno? Sabe que pode ficar entediada lá.

— Lembrei, mãe. É impossível esquecer alguma coisa quando se está há um mês arrumando a bolsa.

Caroline olhou para a rua novamente, na esperança que o ônibus aparecesse. Andy apenas passou a mão pelos fios de seu cabelo, nervosa pela despedida.

— Você não vê a hora de se livrar de mim, não é?

— Oh, mamãe, — ela abraçou o quadril de Andy com seus braços magrelos e pequenos. — eu vou morrer de saudade de você. Mas você sabe como eu adoro a natureza, é impossível não ficar ansiosa.

Andy mal beijou o topo de sua cabeça e o ônibus buzinou. Caroline deu um salto e correu porta adentro, deixando para Andy a tarefa de guardar sua mochila no bagageiro.

Elas acenaram uma para a outra enquanto o ônibus se afastou, então Andy permitiu que uma lágrima escapasse de seu olho. Sua bebê estava se tornando uma pequena mulher.

✿ ✿ ✿

Com delicadas sapatilhas cinzas, um terninho infantil azul-claro, o medalhão com a letra C que ganhou de sua mãe quando nasceu, uma bolsa Prada e uma pequena maleta de maquiagem, Cassidy Priestly aguarda a chamada para seu voo no aeroporto de Londres.

Ela se parece exatamente como Caroline, exceto que seu cabelo está perfeitamente escovado, na altura do meio das costas e com uma tiara de pedrinhas azuis. Suas sardas não aparecem, cobertas por uma discreta cobertura de base, e seus lábios brilham suavemente com um gloss labial rosado.

Sentada ao seu lado está sua mãe, Miranda Priestly, tão elegante quanto sua filha, com seus cabelos curtos platinados perfeitamente modelados e um estiloso topete deixando um cacho acima da sobrancelha. Um vestido creme abraça suas curvas e exibe suas lindas pernas.

Do outro lado de Cassidy está Martin, o fiel mordomo das Priestly's, ele acompanhará a pequena durante o voo e depois se encarregará de deixá-la em segurança no acampamento.

— Bobbsey, você pegou suas vitaminas e minerais? — Miranda perguntou, olhando para Cassidy com seus olhos azuis idênticos aos da filha.

— Sim, mommy.

— Lembrou-se da lista de ingestão diária de frutas e vegetais?

— Definitivamente.

Miranda olhou ligeiramente para cima, buscando em sua memória o restante da lista. Então disparou:

— Pegou o chá de ervas, balas sem açúcar, protetor solar, protetor labial, repelente de insetos, guarda-chuva, papéis, selos, caneta-tinteiro, lanterna, revistas, fotos minha e de seu avô?

— E minha. — Martin completou e Miranda o olhou de soslaio.

— Está tudo aqui!

"Atenção passageiros do voo 2-0-2-1 com destino ao Maine, Estados Unidos, embarque autorizado no portão 4."

— Tudo bem. — Miranda respirou fundo. — Você tem certeza disso, querida?

— Absolutamente! Eu vou ficar bem, mamãe.

Eles se levantaram e Miranda os acompanhou até a linha vermelha, onde ela abraçou intensamente sua filha, despedindo-se com carinho e um aperto doendo em seu peito.

✿ ✿ ✿

Os ônibus passaram em filas por baixo da placa escrito Camp Walden, um acampamento para garotas localizado em uma montanha no Sul do Maine. As crianças olhavam pelas janelas deslumbradas com a visão magnífica do lugar, um lindo lago cintilava à distância com canoas vermelhas alinhadas em suas margens.

Dezenas de garotas saíram dos ônibus apressadamente, praticamente passando por cima uma das outras. Altas, baixas, morenas, loiras e tudo mais. Algumas carregando travesseiros, outras carregando bichinhos de pelúcia, todas usando mochilas. Dezenas de rabos de cavalo balançando neste momento.

Conselheiros adolescentes tentam controlar o pandemônio sem muita sorte. Gritos, risos e vozes estridentes preenchendo a recepção.

Os motoristas dos ônibus jogam as mochilas em uma grande pilha no chão e uma mulher de meia idade e cabelos grisalhos fala com um megafone.
O nome dela é Marva Kulp, a dona do acampamento. Ela não parece ter um bom humor.

— Bom dia, senhoritas e bem-vindas ao Camp Walden. Eu sou Marva, sua diretora de acampamento e esta é minha filha e braço direito, Marva Jr. Meninas, por favor, encontrem suas mochilas o mais rápido possível, temos um grande, grande dia pela frente. Marva indicará para vocês em que cabana ficarão.

Marva Jr. pegou a lista e começou a instruir a infinidade de crianças. Sua mãe cobriu os ouvidos de dor pela gritaria intensa.

Em uma pilha de sacos de acampar estava a pequena Caroline. Ela observava o amontoado mais alto que ela, em busca de sua mochila, então o motorista jogou mais duas no topo e uma delas é de Caroline. Antes que ela comemorasse, mais uma pilha foi jogada sobre sua mochila.

— Okay, encontrei minha mochila, agora a pergunta é: como faço para tirá-la?  Okay, eu posso fazer isso.

Ela puxou a alça com tanta força, que seu rosto foi ficando vermelho. Então ela apoiou os dois pés na pilha e puxou com toda a força de seu corpo.

— Okay, não, eu não posso. — deixou os ombros caírem em frustração.

Uma criança magrela com pescoço comprido, Zoe, apareceu ao lado dela, carregando sua mochila no ombro e mascando chiclete.

— Você deve ser nova.

— Como você sabe? — Caroline a olhou.

— Você não sabia que tem que pegar sua mochila antes que os mostoristas a jogassem na pilha. Eu diria que você precisa de uma ajuda séria.

— Obrigada. É a grande azul.

Então Zoe segurou em uma alça enquanto Caroline segurou na outra e as duas tentaram puxar.

— Óculos legal. — Zoe falou, meio sem fôlego.

— Obrigada, foi um presente de despedida da minha mãe.

Enquanto Zoe e Caroline puxavam as alças juntas, os motoristas de ônibus jogaram outra meia dúzia de mochilas novas na pilha.

As meninas se olharam e deram um  olhar assassino para os motoristas. Nesse momento, Nicole, uma robusta menina de dez anos em uma camiseta de estampa hippie, miçangas e uma bandana em volta da cabeça, chegou e facilmente puxou  sua mochila do centro da pilha.

— Agora, esse é o tipo de mulher que precisamos. — Caroline sorriu. — Ei! Garota Hippie! — Nicole se virou e semicerrou os olhos para ela. — Você se importaria de me dar uma mão? Minha mochila é a azul, bem lá dentro.

Nicole balançou a cabeça em confirmação e deixou cair sua mochila no chão. Ela arrancou a bolsa de Caroline da pilha com uma única puxada.

— Obrigada! Você me salvou.

— De nada. — Sorriu com simpatia, lendo o crachá na mochila de Caroline. — Ei, você é da Califórnia?

— Você é? — Zoe perguntou animada. — Você mora em Hollywood? Você mora ao lado de uma estrela de cinema?

— Nunca estive em Hollywood. Eu moro em Napa, que fica no norte da Califórnia, e moro ao lado de um vinhedo.

— O que é um vinhedo? — Nicole questionou.

— Uma vinha. É onde você cultiva uvas para fazer vinho. Isso é o que fazemos, minha mãe e eu, possuímos uma vinha. Em que beliche vocês estão?

— Arapaho. — Nicole e Zoe respondem ao mesmo tempo.

— Legal! Eu também.

As meninas deram um tapa nas mãos e foram em direção à cabana. Seu grupo estava implicitamente formado.

— Então, por acaso alguém de vocês sabe jogar pôquer? — Caroline perguntou e Nicole e Zoe negaram. — Não? Isso é uma vergonha. Então, diga-me, quanto dinheiro vocês trouxeram com vocês neste verão?

Enquanto elas se afastavam, uma limusine parou na frente do Main Lodge. As crianças em volta se viraram quando o motorista, de terno escuro e boné, saltou para fora e abriu a porta dos fundos da limusine. Então um mordomo britânico escorregou, era Martin com sua postura perfeitamente alinhada, terno cinza elegante, comportamento extremamente correto.

Martin se inclinou para a porta e pegou a mão de Cassidy, ajudando-a a sair do carro.

— Bem, aqui estamos, Camp Walden Para Garotas. — Martin diz, com sotaque britânico. Ele olha em volta, com desdém e volta sua atenção para Cassidy, que também analisa o local. — Viajamos seis mil milhas por... isso?

— É bastante pitoresco, não acha? — Ela comenta, também com sotaque britânico.

— Eu não sei se esse é exatamente o termo que eu usaria.

Cassidy sorriu educadamente, enquanto o motorista da limusine alinhou  quatro bagagens rosa salmão iguais ao lado de Martin.

— Então, vamos revisar a lista de sua mãe, certo? — Ele retira um papel do bolso e começa a ler. — Vitaminas?

— Check.

— Minerais?

— Check.

— Lista de ingestão diária de frutas e vegetais?

— Check. 

— Chás de ervas, balas sem açúcar, protetor solar, protetor labial, repelente de insetos, guarda-chuva, papelaria, selos, caneta-tinteiro, lanterna, pilhas, fotos de sua mãe, avô e claro... Minha.

— Tenho tudo, eu acho.

— Ah, e aqui está uma coisinha do seu avô, um novo baralho de cartas. Talvez você encontre alguém neste continente que realmente consiga te vencer no pôquer. — ele entregou para ela uma caixa de baralho.

— Eu duvido, mas obrigada. Provavelmente eu vou limpar todas aqui. Ah! E obrigada por me trazer, Martin.

Martin foi subitamente dominado pela emoção. Ele desviou o olhar, prestes a começar a chorar, rapidamente sua postura perfeita se esvaiu, ele agarrou Cassidy, abraçou-a com força e, então, com a mesma rapidez - recuperou sua dignidade.

— E lembre-se, se você mudar de ideia e quiser que eu venha buscá-la no final do acampamento, estou apenas a um telefonema de distância.

— Eu vou ficar bem. Vejo você em oito semanas, velho amigo Marty.

— São oito semanas, Rainha do meu Coração. — dramatizou, choroso.

Ela estendeu a mão, Martin colocou a mão sobre a dela e eles começaram a fazer um  aperto de mão secreto extravagantemente elaborado - com todos os tipos de movimentos, incluindo uma batida de quadris, um aceno sob o queixo e um movimento de vai e vem. Quando acabaram, Martin retomou seu comportamento adequado de mordomo e entrou na limusine. Enquanto a limusine se afastava, Cassidy ouviu:

— Cassidy Priestly?

— Sim. Olá. Peço desculpas se estou atrasada. Meu avião estava embaçado ao sair de Heathrow. Você sabe como Londres é em junho. — Pronunciou com a postura ereta e dicção perfeita.

— Não posso dizer que sim. Nunca estive na alegre Inglaterra, bem-vinda aos Estados Unidos  e ao que gostamos de pensar como o local mais bonito na terra verde de Deus - Camp Walden. — Ela cheirou intensamente o ar fresco do ambiente, para no final fazer uma careta. — Oh, caramba, um inseto entrou pelo meu nariz. — começou a buzinar e a golpear o nariz, que já estava ficando vermelho.

— Você está bem?

—Ah com certeza. Apenas um dos perigos da vida no campo. 

— Você pode levar minha bagagem?

— Sua bagagem? Uh, claro... Suponho que eu possa ... Por que não?
Marva Jr. juntou desajeitadamente toda a bagagem de Cassidy e a levou para seu beliche. 

— Eu sei que isso parece estranho, mas... nós já nos conhecemos antes? — Marva perguntou com o cenho franzido.

— Conhecer antes? Não, não, acho que não. Tenho certeza de que me lembraria de você.

Cassidy se acomodou na cabana Navajos e depois das instruções, Marva Jr. a apresentou às suas companheiras de quarto.

— Recém-chegada, meninas. O nome dela é Priestly.

Uma garota negra de aparência angelical, Jackie, seu cabelo em tranças embutidas, levanta os olhos de seu Mini Game.

— Seu nome é Priestly? — Jackie perguntou.

— Cassidy Priestly. Acabei de chegar de Londres, Inglaterra.

— Primeira vez no país, eu imagino, certo, Cassy?

— Sim, acabei de chegar esta manhã, que na verdade é hoje à noite para mim, o que significa que é amanhã de manhã, o que... — ela percebeu que todos estavam olhando para ela um pouco estranho — me deixa um pouco com o jet lag.

— Muito bem-vinda, Priestly. Apresentem-se, senhoritas. Sejam sociáveis.

Marva tropeçou em um tênis ao sair e bateu a cabeça no batente da porta. As meninas seguram o riso e soltaram assim que ela foi embora, entrando em um colapso divertido.

✿ ✿ ✿


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