Betty
Após a ligação que Jughead recebeu, nós saímos de sua casa as pressas em direção a loja. Ele dirigiu em silêncio total e eu também permaneci calada, já que nada verdade eu poderia só estar atrapalhando ele nesse momento tão apavorante tendo que acompanhá-lo pela pressão do momento.
Quando ele estacionou o carro em frente a loja, correu até onde Sweet Pea estava conversando com um policial, eu fiquei ao lado do carro com Louise que não entende absolutamente nada do que está acontecendo.
- Mamãe... - Ela diz com uma voz assustada. - Porque tantos policiais aqui?
- Aconteceu uma coisa aqui, filha. Tentaram roubar a loja. - Digo me abaixando para ficar na sua altura. - Vai ficar tudo bem, ok? - Ela assente.
Depois de alguns minutos, Jughead finalmente volta até onde estamos um pouco mais aliviado, mas não menos preocupado. Ele se põe ao meu lado, coloca as mãos na cintura e encara toda a cena de frente a loja. A vidraça quebrada, alguns carros danificados e as sirenes dos carros da polícia ligadas dando toda uma tensão a mais no lugar.
- Então, o que disseram os policiais? E seu pai, onde está?
- Eles disseram que quatro homens fizeram essa bagunça toda, arrombaram a loja por acharem que não tinha ninguém, mesmo sendo cedo ainda. - Ele dá uma pausa. - Quando viram meu meu, fizeram ele de refém até ele reagir e um dos homens atirar nele. Eles fugiram e meu pai conseguiu ligar para a polícia e ambulância mesmo machucado.
- Meu Deus, seu pai nunca devia ter reagido assim. Ele está bem?
- Ah, ele foi levado para o hospital e ninguém tem notícias ainda, mas um policial disse que acha não ter sido nada grave, estou indo para lá. Sweet Pea vai ficar resolvendo as coisas por aqui.
- Entendo. Posso ir com você se quiser, para te fazer companhia. - Digo percebendo o que acabe de dizer e lembrando do que ele disse mais cedo. - Quer dizer se não...
- Eu adoraria. - Ele ri. - Mas e a Louise, ele não...
- Eu vou também, Fp é meu amigo também. - Ela fala ficando entre nós.
- Tudo bem, então. Vamos? - Louise segura a mão dele e entra no carro.
Nós saímos de lá e no percurso ele continua nervoso, não teve notícias do pai, então não tiro sua razão em estar tão preocupado. Apesar da situação frustrante, não pude deixar de perceber o quanto Jughead estar bonito, as luzes da rua que reluz em seu rosto me deixa fascinada em olhar para ele. Suas mãos segurando firme no volante, enquanto suas veias pulsam em seu antebraço me levam a ter pensamentos altamente inadequados para esse momento.
Desvio o olhar dele antes que a baba escorra no canto da minha boca, já que isso eu posso impedir que aconteça, mas lá em baixo, foi extremamente impossível não sentir uma pressão lá.
- Está tudo bem? - Ele Pergunta.
- Uhum, está. - Digo.
- Parece... Tensa.
- É só essa situação toda, é bem complicada.
- É sim, mas vai ficar tudo bem. Fp é duro na queda.
Minutos depois chegamos no hospital e fomos até a recepção. Uma mulher sentada atrás da bancada, loira que aparenta ter uns trinta e poucos anos, logo leva seu olhar para Jughead junto a um sorriso de canto. Ele da o seu nome e o nome do pai e ela logo o atualiza sobre a situação dele e pede que aguardemos o médico vir para nós dar mais notícias, e assim nós fizemos.
- Obrigada, Senhora... Wilson. - Jughead diz educado lendo o sobrenome da mulher no crachá.
- Só Hanna, meu bem. - Ela diz com malícia no tom de voz.
Nós nos sentamos e eu não segurei uma risada, mesmo não sendo graça o que pretendia demonstrar. Jughead me olha e franze o cenho confuso.
- O que foi? - Ele Pergunta.
- A Wilson...
- A recepcionista? O que tem ela?
- Ela deu em cima de você.
- Não deu não.
- Deu sim, Jughead. - Olho pra ele rindo. - Devia convidar ela para sair.
- Para zoar com a minha cara, Betty. Não vou fazer isso. - Ele apoia a cabeça na parede. - Mas se você quiser ir no lugar dela, aposto que seria bem mais divertido.
- Está me convidando pra sair?
- Você aceita? - Ele me olha.
- Posso ir também? - Louise pergunta.
Jughead me olha e volta a olhar para a menina pidona ao seu lado. Ele solta uma risadinha e diz:
- Ok, então vamos sair nós três juntos, o que me diz? Um cinema? - pergunta.
- Sim, sim. Podemos mamãe?
- Claro, um cinema então.
Faz mais ou menos uns quarenta minutos que estamos sentados esperando notícias de Fp, mas até agora o médico de plantão ainda não veio até nós. Louise acabou dormindo, e agora está no colo de Jughead, já que eu não aguentava mais a dormência no meu braço por causa do peso dela.
Jughead está com o queixo apoiado na cabeça dela e uma vez ou outra, ele deposita um beijo ali enquanto faz carinho no cabelo dela.
- Jughead Jones? - Um homem totalmente vestido de branco diz a nossa frente me livrando de meus pensamentos.
- Sim, sou eu. - Ele diz, mas permanece sentado.
- Bom o Fp, seu pai, está bem. Ele foi baleado como já deve saber, o tiro pegou no ombro esquerdo e por sorte não atingiu nada que o comprometesse. - Jughead respira aliviado.
- Graças a Deus. - Digo.
- Nós optamos por deixá-lo aqui essa noite agora ficar em observação já que perdeu bastante sangue e caso tudo ocorra bem, ele terá alta amanhã.
- Sim, claro. Muito obrigado Doutor.
- Não há porque agradecer. - Ele diz educado. - Devia ir para casa com suas garotas, não é confortável passar a noite em uma cadeira. - Ele diz. - Aliás, vocês formam uma linda família.
Jughead me olha de canto.
- Obrigada mais uma vez. - Ele diz.
O médico sai e Jughead fica de pé. Ele sorriu e eu fiz o mesmo, acredito que por causa do comentário do médico.
Ele arrumou a menina no colo.
- Ela é pesadinha.
- Sim, ele é. - Rio
- Vamos, vou deixar vocês em casa.
- Você vai voltar?
- Sim, depois que deixar vocês, vou em casa tomar um banho e volto para passar a noite aqui. Não vou deixá-lo a noite toda aqui sozinho.
- Tudo bem. - Digo o acompanhando para fora do hospital.
Quando chegamos em minha casa ele me ajudou com Louise a levando para o quarto dela. Eu bebia água quando ele voltou e quase me matou se susto quando limpou a garganta atrás de mim. Mais uma vez, na verdade.
- Desculpa, não quis te assustar. - Ele ri.
- Tudo bem, eu que me distrai.
- No que está pensando? Sou abusado em perguntar?
- Um pouco, sim. Mas não estou pensando em nada demais. - Minto.
A verdade é que estou pensando nas palavras do médico, cada uma delas ecoa pela minha cabeça desde que saímos do hospital.
"...suas garotas."
"...linda família."
- Tudo bem então. Eu já vou indo, ainda vou passar em casa... - Ele dá uma pausa. - Porque está me olhando assim?
- Eu? Ah, nada.
- Você me olhou diferente agora, Betty. - Diz se aproximando. - Me olhou como me olhava quando éramos adolescentes.
- Engano seu, eu te olhei normal e...
Jughead se aproximou, colocou as mãos em meu rosto e levou o dedo polegar até minha boca me impedindo de continuar falando. Em questão de segundos seu corpo já estava muito próximo ao meu, fazendo minha respiração acelerar imediatamente.
- Posso te beijar? - Ele pergunta me olhando nos olhos.
Sua pergunta me congela, eu mal consigo respirar direito e não faço ideia do que responder. Odeio negar, mas não sou capaz de resistir a ele, isso é impossível.
- Eu não... sei, eu... - Dou uma pausa o olhando nos olhos. - Pode... - Digo fazendo um sorriso se formar em sua boca.
Jughead me beijou, de início suavemente, mas logo intensificou o beijo quando pressionou meu corpo contra a bancada atrás de mim. Suas mãos apertam minha cintura, enquanto as minhas estão em sua nuca dando leves arranhões com as unhas.
A reação de tê-lo é única e indescritível, um turbilhão de sentimentos passam por minha cabeça agora. Enquanto meu corpo grita por ele, meu sangue ferve por sentir suas mãos em mim, nós tivemos algo muito alem do que prazer um pelo outro, nós tivemos uma história e uma conexão que agora estando aqui com ele outra vez, parece ser a mesma de anos atrás.
Ele para o beijo por falta de ar e sobe suas mãos que antes estavam em minha bunda até minha cintura novamente. Ele encosta sua testa na minha com a respiração ofegante, assim como eu.
- É melhor eu ir agora... - Ele diz soltando um leve sorriso. - Se eu ficar mais, não me responsabilizo pelo que pode acontecer. - Eu solto uma risada.
- É mesmo melhor você ir, porque eu também não me responsabilizar por nada, Jones.
Eu vou até a porta com ele que sai indo até o seu carro. Ela olha para trás pela última vez antes de entrar no automóvel, seu olhar foi o bastante para me fazer respirar pesado diante do que seu olhar é capaz de me causar.
- Boa noite, Betty. - Ele diz com os olhos brilhando.
- Boa noite, Jughead. - Digo o encarando até que ele entre no carro e vá embora. - Puta merda. - Digo para mim mesma fechando a porta e me escostando na mesma.
O M G G G
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hihihi
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