-SOCORRO. -Gritei ao acordar em um lugar totalmente escuro. -ME TIREM DAQUI, SOCORRO. -Fiquei sentada no lugar macio em que antes eu estava deitada. -ME AJUDEM, EU NÃO QUERO FICAR AQUI, SOCORRO.
-O que aconteceu, Kita? -Vi alguém entrar pela porta e levei às mãos ao rosto por causa da claridade que quase me cegou.
-Calma, eu estou aqui. -Percebi que era Niragi e uma sensação de alívio me percorreu, ele ligou a luz e pude perceber que eu estava em seu quarto.
-Porra, Suguru. -Reclamei levando as mãos ao peito. -Por que você deixou tudo escuro? -Niragi sentou-se ao meu lado e me envolveu.
-Só fui levar o médico até a porta. -Ele disse e eu estranhei.
-Médico?
-Sim, você ficou um bom tempo desmaiada, Usagi achou melhor chamar um médico. -Ele me deu um selinho. -Porra, Kita. Nunca mais faz isso comigo, nunca mais vou deixar você sair de casa sozinha. -Até então, eu não lembrava direito o que havia acontecido, mas logo minha memória começou à clarear e veio em minha cabeça a imagem de três homens atirados no chão mortos, não caso, Aguni, Karube e Dori.
Eu ainda me sentia completamente assustada. Me agarrei fortemente em Niragi e caí em lágrimas.
-Caralho, Kita. Não chora, eu não sei lidar com essas coisas. -Ele disse de uma maneira grosseiramente fofa, fui obrigada à dar um sorriso. -Mas eu sei o que fazer. -Niragi disse e grudou seus lábios nos meus, me dando um leve beijo lento que teve o dom de me deixar melhor. Sequei as lágrimas e sorri para ele.
-Você disse sobre Usagi... Ela.. Ela está aí? -Perguntei.
-Infelizme...
-S/N? -Usagi entrou no quarto gritando. -AMIGA, VOCÊ ESTÁ BEM? AI MEU DEUS. -Ela praticamente se atirou em cima de mim, vi Niragi fazer uma cara nada agradável. -Quando Arisu me contou do sequestro eu não sabia o que fazer e aí. -Usagi caiu em um choro intenso.
-Calma, eu estou bem. -Lhe dei um abraço.
-É, eu salvei ela. -Niragi se pronunciou.
-Era o mínimo que você poderia ter feito, seu cabeça de gema. -Ela o xingou.
-Ah é? E se eu não fosse la salvá-la, você iria?
-Eu iria, porque ela é minha melhor amiga.
-Para início de conversa, você não acharia o local onde ela estava, porque você é burra.
-Burra? Olha o respeito comigo. -Os dois entraram em uma discussão sem fim e eu fui até o banheiro ver como estava meu estado, eu não estava com a roupas de antes, agora eu vestia meu pijama favorito. E meu rosto tinha alguns curativos.
-Quem mudou minha roupa? -Saí do banheiro e perguntei, os dois pararam de discutir e puseram sua atenção em mim.
-Eu. -Niragi disse. -Ou você acha que eu iria te deixar com a camiseta daquele mané? -Niragi disse. -Aliás, eu quero saber tudo o que aconteceu lá, Kita. Você estava sem sutiã. -Estremeci e logo aquelas cenas horríveis vieram em minha cabeça, comecei á passar mal, meu estômago embrulhou.
-Não quero falar sobre isso, Niragi. Não são boas memórias.
-Kita, se eu pudesse, eu matava Aguni novamente, porque eu acho que ainda não foi o suficiente para tudo o que ele te fez. -Ele chegou mais perto e começou a passar suavemente seus dedos pelas marcas que tinham em meus braços, em seguida levou sua mão até meu rosto e começou a acariciá-lo, tomei coragem e olhei nos olhos de Suguru, eles estavam marejados.
-Eu vou matar esse filho da puta de novo, ele merece morrer mais umas mil vezes. -Ouvi a voz Usagi, ela estava furiosa.
-ARISU. -Suguru gritou e logo aquele capeta apareceu.
-Fala, Cara. -Ele disse simples.
-Sua namorada está precisando se acalmar. -Niragi piscou para ele.
-Não, eu vou ficar aqui com a minha melhor amiga. -Ela disse vindo em minha direção e me abraçando.
-Se você não entendeu, Suguru quer foder sua amiguinha, vamos. -Arisu disse e eu olhei furiosa para Suguru, ele deu de ombros.
-Não foi isso que eu quis dizer. -Niragi rebateu. -Só disse que essa barata esmagada está precisando se acalmar.
-Barata o que? -Usagi se aproximou de Suguru o encarando. -Você merece uns tapas nessa sua cara ridícula.
-Kita, se essa coisa encostar um dedo em mim, já vou avisando que você irá ficar sem melhor amiga. -Niragi disse.
-Vamos, Usagi, quero terminar de ver o jogo, porra. -Arisu já estava perdendo a paciência.
-Ok, mas depois eu volto. -Ela disse logo sendo puxada por Arisu.
-Pra que fazer isso? -Olhei séria para Suguru.
-Ela consegue ser até mais chata que você e eu achava que isso era impossível, puta que pariu. -Niragi reclamou. -Eu quero ficar sozinho com você, eu acho que você merece isso. -Ele deu um sorriso e chegou mais perto me dando um beijo.
-Sei aonde você quer chegar. -Falei me sentando na cama, Niragi travou o maxilar e sentou-se ao meu lado.
-Você tem chupões no pescoço, que não foram de minha autoria, seu corpo tem marcas, o canto de sua boca e seu supercílio estão machucados, tem algumas feridas em seu couro cabeludo. Você acha que eu não percebi tudo isso? O que eles fizeram com você? Eu quero que você me conte.
-Não precisa, você já os matou, não há mais nada que você possa fazer, Suguru. Se eu te der os detalhes, só vai alimentar sua raiva e minha tristeza, eu não quero isso. -Ele respirou fundo.
-Eu... Eu só quero que você me conte para eu poder te ajudar à superar, você sabe.. -Ele dizia tudo meio nervoso. -Nós estamos juntos agora e acho que essa é uma das minhas tarefas. -Ele passou a mão nervosamente por seus cabelos, em seguida, nós ficamos quietos por alguns minutos.
-Você está se sentindo culpado. -Deduzi. -Não quero isso.
-E TEM COMO EU NÃO ME SENTIR ASSIM, PORRA? -Niragi se alterou, levantando-se da cama. -AGUNI QUERIA ME ATINGIR E ENTÃO USOU VOCÊ, SÓ UM IDIOTA NÃO SE SENTIRIA CULPADO. -Quase que eu falei "mas você é um idiota" porém preferi ficar quieta.
-Eu sei, Niragi, eu sei. -O nó em minha garganta voltou. -Mas eu não quero que você se sinta assim, sabe. A culpa não é sua, você não poderia adivinhar. -Olhei para Suguru e ele estava encostado na parede com as suas mãos no rosto, levantei-me e fui até a ele, pegando suas mãos e as tirando de sua face. Ele estava chorando.
Chorando.
Porra, ele estava chorando.
Chorando.
Meu coração se apertou totalmente e quando eu vi, nós dois derramávamos lágrimas e lágrimas.
-Acho que algo caiu em meus olhos. -Ele tentou disfarçar enquanto passava as costas de suas mãos no rosto.
-Eu te amo. -Foi o que eu consegui dizer. -E eu sugiro que a gente tente esquecer tudo isso. Nós podemos apenas tentar sermos felizes... -Niragi me olhava.
-Eu não vou conseguir esquecer isso, vou sempre me sentir um filha da puta, Kita, você não entende, eu nunca amo, mas quando eu amo... Eu não posso permitir que nada aconteça com essa pessoa, mas eu falhei, eu permiti, olha o seu estado.
-Niragi... -Coloquei seu rosto entre minhas mãos. -NÃO É CULPA SUA, CACETE. -Gritei. -Eu já disse, não tinha como você simplesmente adivinhar.
-Bem que eu percebi que aquele panaca estava muito quieto. -Ele disse fazendo um gesto negativo com a cabeça.
-Para de falar nele, Suguru. -O repreendi. -Vamos focar na gente, esquece o que passou. -Eu estava praticamente suplicando, quando Niragi colocava algo na cabeça, era difícil de tirar.
-Eu não vou conseguir pensar em outra coisa enquanto tiver essas marcas em seu corpo, eles te bateram é isso? Tentaram foder você? Me responde caralho.
-SIM. -Gritei já cansada daquilo. -Mas eles não conseguiram, eu consegui ser esperta, sou a garota do Suguru Niragi, lembra? -Ele me olhou, seus olhos continuavam tristes.
-Eu preciso ficar sozinho. -Ele disse e saiu do quarto, fui atrás dele pelo corredor e vi ele passando pela sala onde estava todos sentados no sofá, pegando a chave de seu carro e em seguida foi em direção à porta.
-Niragi, onde você vai? -Fui atrás dele. -Fica comigo, por favor. -Pedi enquanto eu entrava naquele elevador com ele, Niragi não tinha expressão nenhuma, continuava sério, como se eu nem estivesse ali, era como se ele fosse um robô. -Você não vai á lugar nenhum. -O puxei pelo braço quando o elevador abriu, alguns moradores do prédio e o porteiro olharam assustados.
-Me larga, Kita. -Ele tentou ficar paciente. -Eu só vou dar uma volta, preciso ficar sozinho um pouco, daqui à pouco eu volto.
-Eu vou com você. -Falei.
-Puta que pariu. -Ele xingou. -Qual a parte do "preciso ficar sozinho" você não entendeu? -Ele foi rude.
-Você não precisa se sentir assim. -Eu falava enquanto ia com ele até seu carro. -Deixa pelo menos eu ir com você? -Ele me ignorou e entrou no carro, comecei a chorar, tentei abrir a porta, mas Niragi havia travado, comecei a bater no vidro igual uma louca, mas em nenhum momento ele olhou para mim, continuou olhando para frente e arrancou o carro.
Sentei-me no meio fio e comecei à chorar igual uma louca, não era por mim, e sim por Suguru, por ter feito ele se sentir assim, talvez se eu tivesse pego meu carro eu não teria sido sequestrada no dia anterior.
-Kita? -Ouvi a voz de Usagi. -O que aconteceu? -Ela me ajudou à levantar. -Vocês brigaram de novo?
-Não, nem eu sei o que aconteceu, Usagi. -Eu dizia entre soluços. -Ele está se sentindo culpado pelo sequestro, eu não queria que ele saísse assim, Suguru é impulsivo, tenho medo que em faça alguma merda, me ajuda, Usagi. -Eu realmente não sabia o que fazer.
-Calma, S/n. -Kuina apareceu. -Niragi é assim mesmo, quando ele não sabe lidar com certas coisas, ele simplesmente sai para esfriar a cabeça, ele ficará bem, o máximo que pode acontecer é ele voltar bêbado e você ter que cuidar dele novamente. -Kuina deu um sorriso tentando me tranquilizar, mas eu ainda não me contentava com aquilo, eu queria Niragi comigo, eu acabei de passar por uma experiência terrível e ele não estava lá para me abraçar e me fazer sentir segura. -Sendo que quem precisa de cuidados é você... Pois é, te apresento meu amigo vacilão. -Kuina deu um sorriso sem graça.
-Eu vou atrás dele. -Decidi. -Que local ele costuma ir?
-Não, Kita, nós vamos apenas entrar e esperar esse cuzão voltar. -Usagi disse seriamente.
-Sabe de algo que eu e Suguru temos em comum? Talvez seja a única coisa igual entre a gente...
-O que? -Usagi arqueou as sobrancelhas.
-Quando colocamos algo na cabeça, é difícil tirar. -Pisquei para ela. -Então, com que carro eu vou?
-Você não vai, Kita S/n. Você sabe a onda de Suguru, ele é podre, vai saber que lugares ele frequenta...
-Só para lembrar que você também namora um gangster.
-Pois é, mas meu namorado gangster está em casa agora. -Usagi disse como se quisesse jogar na cara,eu já estava ficando brava.
-É? Que legal, manda os parabéns para ele. -Fui meio rude com ela, em seguida pus minha atenção em Kuina. -Vai me emprestar um carro ou não?
-Kita...
-Por favor, Kuina... -Usagi virou as costas e entrou no prédio.
-Tudo bem, mas eu vou com você. -Ela disse e eu achei melhor do que nada. -Me espere aqui que eu já venho com o carro. -Assenti e ela saiu caminhando a passos largos.
Suguru Niragi
Eu estava com um sentimento de culpa que eu nunca havia tido antes, era como se Kita S/n realmente soubesse foder com tudo, por mais que não fosse culpa dela. Minha garota tentou me acalmar de todos os modos, mas isso foi inútil, porque eu só me senti mais culpado ainda, se não fosse por minha causa, se eu não tivesse a envolvido nessas porras, ela não iria passar por aquilo. Aqueles filhos da puta a deixaram toda ferrada e ainda tentaram foder com ela, isso me deixou puto da vida, eu senti algo que nunca havia sentido antes, algo a ver com odiar ver a pessoa que você ama sofrendo. Porra, eu me odiava. Fui mais fraco ainda, pois não sei lidar com essas porras e deixei ela lá, sozinha, ainda mais depois de ela ter sido sequestrada e recém acordado de um desmaio, eu não merecia o amor dela, nem fodendo.
Eu dirigia meu carro com os olhos embaçados por causa das lágrimas que se formavam, isso mesmo, lágrimas, quem diria, Suguru Niragi chorando, eu sei, isso é quase inédito. Dirigi até a frente do local que eu costumo ir quando estou na merda, então, pode ter certeza, faz um tempão que eu não colava nessa quebrada.
Entrei e os babacas já ficaram tudo alerta, afinal eu era Suguru Niragi.
-Suguru.. -Ouvi a vos de um homem velho. -Fazia tempo que você não visitava meu humilde boteco.
-Com certeza isso deve ter te perturbado, porque praticamente quem ajudou você a manter essa joça fui eu. -Disse entrando e deixando o homem para trás, passei por uns homens que jogavam sinuca, por outros que tentavam a sorte naqueles caça niqueis e o mais importante era que todos pararam para me observar, se uns não tivessem com umas putas em volta, eu até juraria que era um bando se gays.
Sentei-me em uma mesa qualquer e logo um panacão veio me atender todo nervoso.
-Su...Suguru. -O cagão gaguejou e eu ri pelo nariz. -O senhor quer algo?
-Sim, se não eu não estaria aqui. -Lhe dei um corte. -Me traz quatro tipos de bebidas extremamente alcoólicas, por favor, ou melhor, dizendo, pra já. -Falei, lembro daquele mané, ele se cagava de medo de mim, um vez ficou tão nervoso que deixou cair um copo de shop em mim, juro que me deu uma vontade tremenda de acabar com a raça dele, mas seria fácil demais, ele só trabalhava ali naquele bar cheio de homens da pesada porque o velho que encheu meu saco quando eu cheguei, era pai dele.
Me mantive sentado ali naquela mesa sozinho, a única maneira de afastar esse sentimento ruim de culpa era bebendo, enchendo a cara, ficando duro na canha. Então, ali estava eu. Logo pressenti três putas vindo em direção à minha mesa, elas tinham um belo corpo, se eu fosse solteiro, foderia as três de uma vez só, mas também não achei aquelas putas tão de qualidade assim, até porque, vadia de boteco não tinha elite nenhuma, vamos combinar.
-Sozinho? -Uma disse com a voz extremamente sensual e meio grossa, nem fiz questão de olhá-las.
-Tentando. -Fui rude e em seguida olhei para a mina que fez a pergunta, com uma cara de cu, ela começou a enrolar seus cabelos longos e loiros com o indicador, eu ri, pois aquilo se tornou patético para mim.
-Ui, alguém está amargurado. -Uma segunda mulher falou, assim que aquele babaca trouxe as bebidas e colocando na minha mesa.
-Por que vocês não vazam? São pagadas demais. -Falei ao encher um copo se whiskey, em seguida virando tudo de uma vez só, aquilo desceu queimando, mas eu já estava acostumado.
-Você vai acabar ficando bêbado e vai acabar acordando com uma de nós em uma cama. -A loira disse.
-Ou até com as três. -A terceira mulher se pronunciou.
-Eu estou bem satisfeito com a minha mina. -Falei, eu já estava no terceiro copo, dessa vez era tequila, a vodka só estava só esperando sua vez
-Mais é melhor do que menos.
-O que você quis dizer com isso? -Perguntei para a ruiva.
-Somos três, sua mina é só uma. -A loira deu uma gargalhada, elas estavam mesmo implorando para que eu as comesse.
-Vão tomar no cu. -Falei, já era meu quinto copo e algumas coisas já estavam começando a girar.
-Acho que esse cara não é Suguru Niragi porra nenhuma. -Umas das minas falou.
-Também acho, me disseram que o tal de Suguru Niragi tinha fama de fodedor. -A outra disse e eu ri fazendo um movimento negativo com a cabeça.
-Um brinde ao amor. -Ironizei levantando a bebida que estava naquele copo para cima. As putas estranharam meu ato.
-Foda-se, você continua gato. -A ruiva disse passando a mão por meu corpo. -Quero que você me foda. -Tombei a cabeça para trás, eu já estava ficando tonto pra cacete.
-Larga... -Minha língua já estava se enrolando. -Larga daqui, vadia. -Falei tentando ficar sã, eu não queria fazer mais nenhuma merda. Elas não saíram, muito pelo ao contrário, pioraram a situação sentando-se na mesa junto à mim. Revirei os olhos e levantei dali indo para outra mesa. Elas levantaram e vieram atrás rindo, como se elas tivessem se divertindo, minha cabeça girava e a risada daquelas vadias me deixavam mais zonzo ainda. -Puta que pariu, vocês não entenderam que eu não quero comer vocês, porra? -Falei com o pouco de sanidade que me restava, eu estava prestes à ficar completamente bêbado.
-Não sempre, mas se você quiser, nós podemos vir. -A loira disse com um sorriso de puta na cara.
-Você é gostosa. -Falei rindo, eu não sabia o que estava fazendo. -Deve foder bem pra caralho.
-Eu também fodo bem. -A ruiva se pronunciou com inveja da amiga.
-É, não basta ser bem, tem que ser bem pra caralho. -Falei e elas deram uma gargalhada.
-Tenho certeza que a melhor sou eu, quer experimentar? -A morena parecia com a Pocahontas chegou mais perto fazendo seu hálito quente se chocar contra meu rosto.
-Tô muito afim de foder vocês. -Falei. - As três...
-Os bêbados são os melhores. -A loira deu uma gargalhada, por um minuto vi duas delas.
-Tá quente aqui. -Falei, pois realmente estava. Tirei a camisa.
-Ui, você é realmente muito gostoso. Por que não nos deixa ver o resto? -A ruiva sugeriu e eu gargalhei, eu estava bêbado pra caralho, não controlava mais meus atos, mal sabia quem eu era.
-É, conhecemos um motel ótimo por aqui? -A Pocahontas disse.
-E aí, topa? -Foi a vez da ruiva tentar me convencer.
-E por que não? -Disse rindo, levantei-me para pagar o babaca e quase caí, mas três garotas me seguraram.
-Você está realmente duro no álcool. -A ruiva que segurava meu braço disse. -Vamos logo, se não nós não vamos conseguir aproveitar nada. -Ela deu uma gargalhada. Eu tropeçava a cada passo que eu dava.
-Vocês não tem pênis, né? Não quero traveco. -Falei e vi que elas ficaram quietas por um minuto, mas logo riram.
-Bêbados costumam ser engraçados. -A loira disse. -Não temos pênis, mas você tem e deve ser dos grande.
-óbvsu. -Me enrolei todo na palavra. -Que é. -Eu ia em direção a saída com aquelas três garotas, praticamente sem ter noção do que eu estava fazendo, minha mente girava e eu estava rindo de tudo, um cara que estava jogando sinuca parou para observar a situação, parei também e fiquei o encarando. Em seguida disse.
-Muito fera seu bigode. -O cara me olhou com uma cara estranha e eu gargalhei. -Vocês não gostaram do bigode dele? -Perguntei para as garotas. -Quero um igual. -Falei e caí na gargalhada novamente.
-Tchau, Suguru. Não desapareça novamente. -Um velho falou.
-Não, amor. Eu não irei. -Amor? O que?
Saimos por aquela porta de vidro, a qual eu fiz questão de dar de cara: -Caralho, quem colocou essa porra aqui? Porta má, porta muito má. -Gritei dando socos nela. As garotas me coordenaram e logo nós estávamos fora.
-Qual seu carro? -Uma perguntou.
-Aquele. -Apontei para um caminhão que estava estacionado ali naquela mesma rua.
-Um caminhão? -A loira fez uma cara estranha. -Puta que pariu, você está muito bêbado. -É algum desses aqui? -Ela apontou para vários, até chegar em minha Ferrari.
-É esse. -Lembrei.
-Onde está a chave? -A Pocahontas perguntou.
-Que chave? A do meu coração? -Dei uma gargalhada da minha piada sem graça e as garotas foram no embalo.
-A do seu carro, bobinho. -A ruiva disse e eu coloquei as mãos em meu bolso as procurando. em seguida ouvi a freada de um carro, não dei bola e continuei procurando as chaves, as quais eu não achava.
-Nira? -Ouvi meu apelido e demorei muito para me ligar que estavam me chamando. -Nira? -A voz feminina falou de novo e eu olhei, vi alguém conhecida, ah, era Kuina. -Estávamos atrás de você, seu zé ruela. -Olhei e logo uma outra garota desceu do carro.
Kita S/n, caralho, Kita S/n. Onde eu estava com a cabeça.
-Quem são essas garotas? -Vi irritabilidade na voz dela, em seguida ela chegou perto das três garotas e ficou as encarando. Apenas me virei para o lado e vomitei. Kita me olhou mas nem deu bola. -Quem são vocês?
-A companhia dele. -Elas apontaram para mim. -De hoje.
-S/n... -Tentei me explicar, mas eu estava bêbado. -Não é o que..
-Cala a boca. -Ela gritou.
-Por que essa visolência? -Falei a palavra errada.
-Ele iria nos foder todinha. -A loira disse e riu. Kuina olhou para mim com uma cara muito feia, mais feia do que o normal.
-O QUE? -Kita gritou, ela já estava totalmente brava, porra, eu só fazia merda.
-Isso que você ouviu. -A ruiva disse. -Acho que você não dá conta.
-Óbvio que não, é praticamente uma pirralha. -A Pocahontas disse e deu uma gargalhada junto com suas amigas. Kita tinha os olhos lacrimejados, tanto de raiva como de decepção, ela me olhou um olhar que fez eu voltar a realidade e quando vi, ela avançou contra as três, Kuina saiu correndo para ajudar.
Kita S/n.
Essa porra de Suguru Niragi era um pau no cu mesmo, ele nasceu torto e pra sempre vai ser, ele não sabia ser fiel, ele era um merdão, depois do que aquelas putas falaram, meu coração apertou, meu sangue subiu e quando eu vi, lá estava eu, avançando contra ela. Kuina tentou me afastar, mas quando vi acertei um chute no meio da sua barriga a fazendo cair no chão, Niragi estava tão bêbado que nem conseguia sair do lugar sem dar de cara no chão ou vomitar, aquilo estava sendo quase tão pior quanto ser sequestrada.
Agarrei aquela morena pelos cabelos enquanto suas amigas tentava me atingir, e sim, elas estavam conseguindo, eram três contra uma.
-Kita, para. -Kuina dizia com uma voz de dor enquanto estava no chão. Consegui enfiar meu dedo dentro do olho daquela loira que se afastou gritando, aquelas garotas tinham algo errado, algo diferente.
Tirei minha atenção da morena que agora estava com a mão no rosto por causa do tapa que levou e fui para cima da ruiva a empurrando com tudo a fazendo cair no chão, fazendo sua saia levantar e mostrar sua calcinha.
Levei às mãos á boca quando eu vi aquilo.
-Que porra de volume é esse? -Falei ao ver o pequeno volume que se destacava por baixo da sua calcinha, a ruiva abaixou a saia rapidamente.
-Que volume? -Vi Niragi ficar alerta do nada, se eu não tivesse tão puta da vida, juro que eu teria rido.
-Vocês... Vocês... Vocês são travestis? -Perguntei incrédula. Niragi vomitou mais ainda. Kuina deu uma gargalhada, mas assim que eu fuzilei ela parou.
-Travestis não. -A loira se pronunciou. -Transexuais, praticamente mulheres, Kate foi a única que não fez a mudança de sexo, por isso ainda tem aquilo, se é que você me entende. -A loira disse e pelo que eu vi, Kate era a ruiva, elas não deixaram nenhum rastro que haviam sido homens um dia, eram perfeitas, tirando Kate que ainda tinha aquele monumento, olhei para Niragi que vomitava sem parar, era muita coisa para eu processar. Dei uma gargalhada debochada da cara de Suguru que em seguida caiu desmaiado no chão, ele ia amar acordar e lembrar que quase transou com ex-homens.
E se ele não lembrasse, eu iria fazer questão de lembrá-lo, afinal, eu também tinha que afinal, eu também tinha que lhe dizer sobre o término do nosso namoro.
-Seu namorado é um gato. -A loira disse.
-Ex-namorado. -Pisquei para ela. -Querem levar? Daqui à pouco ele acorda.
-Kita... O que você... -Kuina tentou dizer algo.
-Niragi é bem grandinho, sabe se cuidar... Vocês sabem dirigir? -Perguntei as garotas.
-Sim, claro. -A morena disse.
-Kuina, ache a chave da Ferrari de Suguru, coloque ele no banco de trás e dê a chave para elas. -Eu estava sendo cruel, mas eu estava triste, irritava, angustiada, era uma mistura de sentimentos ruins, Niragi não sabia me valorizar e eu estava cansada disso, simplesmente cansada.
-Você não quer que eu deixe meu amigo ser estuprado por três trave... garotas, não é? Eu sei que ele é meu filho da puta e tal, mas...
-Sim, eu quero. -Falei rígida. -Quero que ele se foda também. -Eu disse chorando. -Eu odeio esse garoto, odeio. -Eu não conseguia mais me controlar.
-Calma, querida. Você é linda. -A morena me abraçou. -Mas se você quiser que a gente leve, não tem problema. -Ela se aproveitou da situação.
-Não, tudo bem. -Falei mudando de ideia. -Vamos, Kuina.
-Sim, você vai com o meu carro e eu levo o carro de Suguru. -Kuina disse colocando ele no banco de trás do carro que eu dirigiria.
-Não. -Falei. -Não quero esse cuzão perto de mim nem desmaiado. -Kuina tirou Suguru e foi para a Ferrari com ele.
[...]
-Vamos embora, Usagi. -Entrei naquele apartamento gritando, enquanto Kuina entrava segurando Niragi que ainda estava desacordado, Arisu e Chishiya levantaram correndo do sofá para ajudar.
-Embora? Por que? -Usagi perguntou assustada.
-Eu não quero ficar nem mais um segundo no mesmo ambiente que esse demônio. -Falei chorando e Usagi não disse nada apenas pegou sua bolsa.
-Vamos, minha mãe acha que eu estou na sua casa mesmo. -Ela deu de ombros. -Só acho que está muito tarde, são cinco e meia da madrugada. -Ela disse olhando em seu relógio.
-Eu não quero saber as horas, vamos embora. -Falei saindo porta à fora e em seguida, eu e Usagi estávamos em seu carro.
-Ele pisou na bola de novo? -Ela perguntou receosa, enquanto minhas lágrimas caíam desesperada.
-Como sempre. -Falei soluçando. -Eu vou largar desse garoto, agora é sério, cansei de sofrer. -Eu estava decidida. -Droga, as chaves. -Falei ao chegarmos na frente do portão.
-Está comigo, estava no bolso de seu shorts. -Ela disse e eu dei um sorriso forçado para ela, em seguida nós entramos, Usagi colocou o carro dela na garagem junto ao meu. -Descanse. -Usagi recomendou. -Amanhã não tem aula, então nos conversaremos sobre tudo. -Ela tentou me tranquilizar. -E pra sua felicidade, vou dormir com você. -Ela tentou me alegrar, mas eu estava destruída, totalmente destruída.