Algumas semanas se passaram e as férias já estariam se aproximando.
- Meu pai ganhou um prêmio e a gente vai viajar. - Ron diz animado.
- Ron, já é a décima vez que você fala disso. - Lua diz.
- Vocês podem ir com a gente. - Fred diz.
- Não valeu. - falo - se meus pais não me verem em casa nessas férias eles me matam.
- Falando nos seus pais. - Hermione diz se sentando - eu estava pesquisando algumas coisas sobre os Sagrados Vinte e Oito... - eu olho para ela parecendo incomodada - e seu sobrenome está entre eles.
- O que é isso? - Harry pergunta.
- Vocês não sabiam? - Lua diz - a família da Lane, é uma das mais antigas só com bruxos, e a mais rica também.
- Dá pra parar de falar disso? - falo não querendo parecer grossa.
- Não é possível que não saibam disso. - Fred diz - todo mundo sabe.
- Parem de falar sobre isso. Tá? - falo brava - eu não gosto de ser conhecida assim, os membros da minha família foram pessoas horríveis e eu não quero ser reconhecida dessa forma.
Saio da mesa e do salão principal e ando em direção a minha Comunal.
No caminho vejo uma menina sendo atormentada por alguns meninos.
- Você vai idiotas? Ficam mechendo com os menores, sumam daqui. Andem logo! - falo brava e eles fogem - você está bem?
- Estou. - ela sorri - obrigada, senhorita Dean.
- Pode me chamar de Melanie. E você, qual ser nome?
- Luna, Luna Lovegood. Eu sou da corvinal também.
- Sabe por que ele estavam mechendo com você?
- As pessoas não costumam gostar do que é diferente...
- Eu amo a diferença. - ela sorri e juntas nós voltamos a Comunal da Corvinal.
Chegando na minha Comunal, me despedi de Luna e fui para meu dormitório.
Umas das minha colegas de quarto estava lá lendo, então tentei não atrapalhar.
Sei que não devia ter ficado tão brava com meus amigos no café, porém, não gosto quando falam sobre minha família, porquê não me orgulho.
Toda minha geração anterior fizeram coisas horríveis, meus pais foram comensais, acreditam no idealismo de sangue e em toda aquela baboseira. Tudo isso me deixa mal pelo simples fato de eles quererem que eu seja assim.
Os Sagrados Vinte Oito, eram as famílias mais ricas e também as mais ruins que já existiram, colocando algumas criaturas mágicas e bruxos nascidos trouxas a baixos de nós, com se fossem lixo. Minha geração fez parte disso e eu odeio.
- Posso entrar? - ouso falarem da porta.
Olho para minha colega de quarto pedindo uma resposta e ele assenti com a cabeça.
- Pode. - respondo.
Era Angelina, ela cumprimentou minha colega de quarto veio até minha cama sentando ao meu lado.
- George contou o que aconteceu, no café. - ela diz - está tudo bem?
- Eu o odeio quando as pessoas descobrem a origem da minha família, porquê já me julgam sem saber de tudo entende? Por mais que sejam meus amigos, mas eu sempre tenho a impressão que as pessoas acham que sou como eles.
- Nós sabemos que não é, pode ter certeza disso. - ela pega minha mão delicadamente, olhando em meus olhos.
Sorrio fraco e Angelina segura meu rosto com uma das mãos se aproximando para me beijar, e assim ela sela nossos lábios em um beijo delicado.
- Fiquei sem ar por vocês. - Lua diz escorada na porta, nós rapidamente separamos.
Nossa colega de quarto também nos olhava de boca aberta me fazendo ficar meio envergonhada.
xxxxxx
Logo o tempo passou e já estávamos voltando para casa.
- Tem certeza que não quer ir com a gente? - Fred pergunta pegando minha mão e a dando um beijo - não parece que está muito feliz de voltar para casa.
- Tenho. - sorrio fraco e devolvo o beijo, beijando o mão de Fred - eu que já sei me virar, na presença dos meus pais.
Olhei rápido para George e ele olhava estranho para minha mão e de Fred juntas, quando percebeu que eu o reparava, ele olhou para a janela da cabine observando a paisagem.
[...]
Já saindo do trem, avistei Sr. e Sra. Weasley de longe eu acenei para eles, Ron e Gina se despediram de mim se afastando indo até os pais, Hermione me abraçou e se afastou indo até seus pais na direção oposta e Harry acenou para mim cabisbaixo por ter que voltar a casa dos tios.
- Qualquer coisa você me manda uma carta. - Fred diz preocupado.
- Relaxa, são só dois meses. - eu o abraço.
Vou até George que parecia evitar o contato visual comigo, quando me aproximo ele olha diretamente em meus olhos e eu o abraço.
- Eu não mordo, gatinho. - falo em seu ouvido enquanto o abraço.
- Pra quem me odiava, você tá se aproximando de mais não acha? - ele diz baixo e perto do meu ouvido.
Eu sorrio em ironia, e assim eles se afastam indo até os pais.
- Filha. - ouso atrás de mim e viro parando de observar meus amigos.
- Daniela e Trevor. - falo não muito contente - oi, pai. Oi, mãe.
- Bem melhor assim. - Trevor diz.
Meus pais, principalmente meu pai sempre teve uma coisa de gostar de que eu chamasse ele de pai. Parece que ele gosta de lembrar que é meu pai, ou gosta de ouvir sair da minha boca... Eu não sei.
- Com quem estava falando? - Daniela diz.
- Meus amigos.
- Se não me engano eles são Weasley. Traidores do sangue. - Meu pai diz em um tom firme como se não tivesse gostado.
- Não importa o que eles são. Não vou deixar de ter minha amizade por eles terem ideias diferentes das minhas.
Não é tão diferente assim, eu não concordo nenhum pouco com o idealismo de sangue.
- Pois devia. - Trevor diz - pessoas assim não são confiáveis.
- Digo o mesmo de você. - sussurro para mim.
- Filha. - Daniela diz me repreendendo e eu reviro os olhos.
Nós voltamos para casa, e chegando lá eu fui direto para meu quarto.
- Betty pode entrar? - ouso a elfo da casa dizer.
- Claro que pode, Betty. - ela entra feliz me dando um abraço - Como andam as coisas sem mim?
- Não mudou muita coisa. Oh! - ela diz parecendo lembrar de algo - os pais de Melanie andam discutindo muito, quando estou presente Sr. Dean desconta sua raiva em mim. - ela levanta a blusa que vestia mostrando cortes em suas costas.
Meu olhos se enche de lágrimas.
- Eu queria tanto te libertar, Betty, mas dá alguma forma meu pai sempre descobre o que eu vou fazer.
- Não tem problema. Melanie não pode chorar. - ela passa sua mão sobre meu rosto limpando uma única lágrima que escorreu - Betty gosta de ficar aqui, se não quem cuidaria de seu jardim?
- Como eles estão? - falo empolgada enquanto eu e Betty sentamos em minha cama.
Como de costume eu ajudava Betty com seus curativos desde muito nova, por ser filha única, Betty sempre brincou comigo, escondida de meu pai, claro.
- Então bem, sentindo muito a falta de Melanie. - ela diz enquanto eu cuido dos cortes - aliás, Abu não sai do closet a uma semana. Eu não sei... Ele não quer voltar pro jardim e ficar com os outros tronquilhos. Aí... - ela reclama de dor.
- Desculpa. - ela assenti - Meu pai não sabe sobre o jardim, não é?
- Ele nem desconfia.
- Você quer o curativo de Merlin ou de Dumbledore?
- Merlin.
Com a varinha faço uma magia transformando um pequeno curativo em um curativo grande o bastante para cobrir os ferimentos.
Depois de uma tempo Betty sai do quarto e eu vou até meu closet.
- Abu. Tem algum tronquilho aqui?
Como eu vou achar um ser tão minúsculo nesse closet enorme?
- Abu eu juro que não é Polisuco, sou eu realmente! - grito pelo closet.
De repente sinto cócegas subindo pelos meus pés até a cabeça e Abu aparece saindo de dento da manga de minha blusa.
- Você não pode fugir do Jardim toda vez que eu não estiver, eu estudo em Hogwarts agora e não dá pra eu te levar. - ele se esconde na manga de blusa de novo parecendo fugir da bronca - Abu. - falo brava e ele aparece apenas com a minúscula cabeça para fora - se meu pai descobrir sobre você ou sobre o jardim, tudo acabou. Tenho que te levar de volta - ele vai até a gola da minha blusa se escondendo em meu pescoço - Abu... - falo com a voz cansada.
- Filha, com quem está falando? - Daniela diz abrindo o closet.
- Com ninguém, mãe.
- Podemos conversar?
Eu desço do segundo andar do Closet e me sento cama ao lado de minha mãe.
- Mãe eu não quero falar sobre o que aconteceu na plataforma. - falo já me adiantando e ela pega minha mão colocando a sua em cima da minha.
Abu começa a se mexer, dentro das minhas roupas me causando cócegas.
Merda. Abu, para de mexer!
- O que tem com você e aquele Weasley?
- Todos eles são meus amigos. De qual você está falando?
- O que você abraçou, o que você abraçou por último. - ela insiste.
- Como eu disse, ele é meu amigo.
- Não está escondendo nada de mim não é?
- Claro que não. - Sorrio gentilmente.
Óbvio que não, já tive um namorado, beijei uma menina, desde sete anos eu tenho um jardim secreto na minha casa e tem um tronquilho na minha roupa. Claro que não...
Ela me dá um beijo na testa e sai do quarto fechando a porta.
- Abu! - falo brava tento tira-lo da minha roupa.
Abu sobe meu braço parando em minha mão e sorri.
xxxxxx
As semanas se se passaram, e eu mal saia do quarto. Sempre foi assim.
Depois que eu comecei a tomar minhas próprias decisões, o que foi muito cedo, eu mal falava com meus pais.
Eu devo falar que beijei uma menina? Talvez não, eu fico um ano fora de casa. Eles não precisam saber de tudo.
- Filha, já está pronta? - minha mãe grita do andar de baixo.
- Tô! - grito de volta - Abu, vamos.
Ele se esconde na minha nuca e eu solto meu cabelo, fazendo com que Abu se esconda entre os cachos.
Desci para o café da manhã e meu pai já havia se sentado, e lia o Profeta Diário.
- Sirius Black fugiu. - Meu pai diz - o governo bruxo está louco atrás dele, o ministério está no meu pé.
- Depois daquele carro voador, o governo Trouxa está muito eufórico. - minha mãe diz - a sorte é que eu consigo contornar as coisas tirando os bruxos das cabeças deles.
- Se prepare querida. Talvez eu volte a passar dias fora de casa procurando por Sirius.
- Como se você não tivesse uma família aqui. - Trevor olha para ela com raiva enquanto dá uma gole em seu chá.
- Você sabe que eu sou um Auror é o meu trabalho, são riscos que eu tenho que correr.
- Então se aposenta, você já fez muito pelo mundo bruxo; já tem seu reconhecimento. Sua filha precisa de você, Trevor Dean. - ela diz brava enquanto pega um pãozinho colocando em seu prato.
- Betty. - Ela aparece ao seu lado - leve o café da manhã para o quarto de Melanie, ela irá comer lá.
Betty estrala os dedos e alguns alimentos da mesa desaparecem.
- Eu só queria aproveitar que você vão discutir, e deixar uma notícia.
Melanie não faça isso!
Faz sim, você não vai poder esconder sua sexualidade para sempre!
- Eu beijei um menina e gostei. E não importa o que você vão dizer, eu gosto de meninas e é isso. - segundo de silêncio aparecem do lugar - podem continuar... Discutindo... Agora.
Subo ao meu quarto antes que ele pudessem dizer algo, e tranco a porta.
Minutos depois, enquanto eu estava escorada na porta pensando na merda que eu tinha feito, vi uma coruja se aproximar.
- É o Errol. - abro a janela.
Errol sem conseguir frear, acaba caindo no chão bruscamente. Ele fica em pé no chão olhando para mim.
- Se machucou? - pergunto a Errol e ele solta um ruído em resposta e abre as asas dando a entender que não - Betty.
Ela aparata até meu quarto.
- Você pode trazer água e comida para Errol por favor, tente não ser vista pelos meus pais. - ela assenti e se retira.
Pego a carta, e percebo que na verdade tinham duas.
Querida Melanie,
Quando hoje em dia coloca o querida? Enfim... Espero que esteja agradável aí na sua casa, eu seu que não está mais ok.
Eu quero uma carta contando tudo que está acontecendo aí, e eu estou com saudade. Não mais que o George já que ouvi ele falar seu nome enquanto dormia.
Aliás, Mamãe está mandando te avisar que antes de irmos para o trem quando formos a Hogwarts, a gente vai ir pro caldeirão furado.
Pra todo mundo pegar o trem junto, vai ir: todos nós, Hermione e Harry, bom, o Harry a gente tá pensando em como pegar ele na casa dos tios.
Por enquanto é só isso. Não esquece da carta!
Beijos, o gêmeos mais velho e lindo.
- Frederic. - falo rindo.
Pego a outra carta e começo a ler.
Mel,
Já no início percebi que era George.
Provavelmente Fred disse na carta que ele mandou que eu falei seu nome enquanto dormia, mas não foi bem assim; eu apenas pensei alto.
Não fique se achando de mais, gata.
Sobreviva até a volta as aulas, preciso ter alguém para encher o saco.
Até mais, gêmeo mais bonito
Vou a até minha mesa e enquanto Errol descansava eu escrevi a carta.
- Abu, pode sair.
Abu corre pelo meu braço e entra em uma das minha caixas que haviam ali, eu sorri com a cena e comecei a escrever a carta.
Nenêzinho Fred,
Disse que não era pra se preocupar, eu estou bem e morrendo de saudade a propósito.
Minutos antes dessa carta chegar eu me assumi para meus pais enquanto eles discutiam e agora eu estou trancada no quarto torcendo para eles fingirem que nada aconteceu.
Confesso que as férias na toca foram vem mais legais... E me conta melhor essa coisa do George sonhar comigo, não sabia que ele era tão caidinho por mim a ponto de sonhar comigo.
Espero te ver logo no Caldeirão Furado.
Beijos, a melhor pessoa que você já conheceu.
Coloquei ela de lado e fui escrever outra.
Era necessário uma carta para George? Não sei...
Gatinho,
Então quer dizer que estava pensando em mim?
Está com tanta saudade que me mandou uma carta, isso não é de se estranhar...
Espero que não morra de saudades antes de eu tirar sarro por você sonhar comigo.
Manda um beijo para Sra. Weasley e diga ao senhor Weasley que tenho guardado umas coisas que acho que ele vai gostar.
Até mais, já sabe quem eu sou.
- Filha podemos conversar? - Ouso Trevor bater em minha porta.
- Merda.
Selo as cartas com magia enquanto preparo Errol para o voo.
- Já vou! - falo enquanto escondo Abu.
Entrego as cartas para Errol e ele levanta voo todo desengonçado.
Vou até a porta e a abro tentando ser o mais normal possível.
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Oi gente! Mas pra frente você vai entender tudo, inclusive por que Melanie usa magia sem medo do rastreador.
Não se esqueçam de votar e comentar o que estão achando!
Desculpem os erros de escrita...
Bebam água 🗣️
Até o próximo capítulo 😘