Aliança de Caudas
TAEHYUNG
Provavelmente já era mais das três da madrugada quando chegamos no apartamento de Jeongguk, pela sua vestimenta e comentário sobre ter uma lojinha eu pensei que seu apartamento seria um pouco menos... chique por assim dizer, eu realmente deveria parar de julgar as pessoas por atitudes e visual, isso me causa muito problemas.
“...pode lhe causar problemas, TaeTae.”
A memória daquele momento foi instantânea, a voz dele cortando lentamente a minha mente, rasgando o meu coração e abalando totalmente o meu emocional.
A minha única perturbação de reviver é ter as lembranças de como eu morri.
Não deu outra e eu já estava com os olhos lacrimejando novamente, me recuso a chorar por ele de novo, tenho que aprender a ter controle, se eu pretendo me vingar tenho que deixar de ser facilmente desestabilizado por coisas como essas, engoli o choro e tentei afastar aquela memória.
Desde a minha última fala para o alfa, ele ficou calado por mais tempo do que eu esperava, conseguimos chegar até aqui sem nenhuma pergunta a mais, eu fico aliviado, por mais que ele esteja certo em querer saber que pessoa ele estará “confiando" ele tinha sido meio invasivo naquela hora. Eu também não sou um completo idiota, observei todos os seus movimentos desde que o vi, ele não me assediar ou tentar algo a mais enquanto eu estava vulnerável já me ajudou a ter essa “simpatia” por ele, a ponto de aceitar a ajudinha a mais.
Assim que entramos ele tirou os seus sapatos e os colocou em um canto, logo em seguida calçando uma pantufa que tinha do outro lado da entrada, já eu apenas tirei os meus sapatos e coloquei do lado dos seus, fizemos bem os tirando já que quando o alfa começou a andar e eu olhei para aquele canto, querendo verificar se o meu sapato estava de maneira adequada, eu reparei nas manchas de sangue nas laterais dos dois calçados.
— Terá que esfregar bem os lados do seu sapato Sr. Jeon, um pouco do meu sangue ficou ali, uma vez eu li na Internet que é bom usar cândida e água gelada, se esfregar no máximo 2 horas depois que o sangue estiver no tecido, ficará mais fácil de sair. — o instrui enquanto o seguia para seja lá onde ele iria.
Ele entrou em um cômodo que eu acho que era o seu quarto, fiquei esperando ele na porta, não querendo invadir o seu espaço particular, minha avó me disse uma vez que era extremamente desrespeitoso - e convidativo - um ômega entrar no quarto de um alfa.
— Por que fala como se nada tivesse acontecido? — ele fala de repente — Você é o ômega mais estranho que eu já vi na vida, eu me lembro muito bem de você caindo de um prédio, e eu sei que não estou louco! — eu realmente mereço um prêmio por fazer, em uma madrugada, dois homens ficarem descontrolados com poucas palavras, qual é a desses alfas sem noção que tudo que falam eles ficam bravinhos?!
— Pelo amor de Deus, eu só estou tentando ajudar, se não quiser é só ficar com o sapato assim então, eu até que achei bem estiloso, aesthetic eu diria… — comentei com deboche, eu estava começando a me irritar com ele, quem caiu de um prédio foi eu e não ele pra estar todo nervosinho assim.
Depois disso ele continuou calado, apenas procurando alguma coisa pelo seu quarto enorme que caberia o banheiro principal da minha casa, quando ele achou o que queria veio logo em minha direção, tão rápido quanto uma flecha, e como eu estava com os instintos despertos desde a minha queda, minha reação de imediato foi lhe dar um chute no meio de suas pernas. Desde os meus 19 anos eu participava de aulas de defesa pessoal para ômegas, com todo o meu arrependimento eu digo, aquele golpe foi feito para machucar, e muito.
— Qual é o seu problema?! — ele resmungou se ajoelhando, cobrindo aquele local com as mãos, e consequentemente, deixando as coisas que tinha pego caírem no chão.
— Me desculpe, é que você veio muito rápido pra cima de mim, eu só tentei me proteger! — falei em defesa e abaixando para ajudá-lo.
— Eu, que só estou tentando ajudar, você acerta, agora aquele cara você deixa ele até lhe jogar de um prédio?!
Foi tão rápido quanto o chute, o tapa que eu lhe dei fez um eco naquele apartamento silencioso.
Não posso dizer que me arrependi, mas um chute e depois um tapa era demais pra quem estava me acolhendo. Mesmo assim pelo menos o tapa foi merecido, me virei antes que ele pudesse ver os meus olhos marejados - que eu não reparei quando ficaram assim - e fui em direção a porta, consegui ouvir os seus passos atrás de mim, ele estava me seguindo.
— Espera aí, eu não quis dizer aquilo, por favor, me deixe ajudar. — ele falou, enquanto eu já estava colocando os meus sapatos novamente, não posso ficar em um lugar onde um alfa só me trata com grosseria, não de novo. Assim que terminei, não deu nem tempo de colocar a minha mão na maçaneta quando ele segurou o meu braço, mais um erro.
A lembrança ainda estava fresca demais.
— Não toque no meu braço!! — ele soltou de imediato, eu realmente não sei o que tem de errado comigo, nunca fui tão rude ou escandaloso, mas o toque... eu ainda estou com o toque dele na minha mente.
“Foi você quem pediu por isso.“
A fraqueza veio de fininho, e quando me dei conta já estava no chão chorando, e com Jeongguk me acolhendo em seus braços. Não sei como vou conseguir fazer alguma coisa contra o meu chefe, estou mais quebrado do que já estive antes da queda.
— Me desculpe, eu fui insensível com você, é que eu, apenas... ainda estou tentando me acostumar com essa situação, mas eu quero te ajudar. — ele disse tão baixinho como se estivesse me ninando em seu peito, eu poderia ficar sonolento se não estivesse com a mente tão desperta. Os seus braços eram quentes o suficiente para dormir neles, tudo o que eu queria agora era entrar nesse mundo do sono e nunca mais acordar.
— Tudo bem sério, não é só você que está tentando lidar com isso, e eu ainda estou agitado, mas vou tentar colaborar, prometo. — falei quando o meu choro cessou e já estava me acalmando, eu realmente preciso tentar.
— Posso te fazer uma pergunta? — eu assenti saindo de seus braços e me levantando, ele fez a mesma coisa e prosseguiu. — Eu senti cheiro de alfa saindo de você, foi um alfa que teve essa atitude covarde? Você poderia me dizer o nome do seu chefe e daí nós podemos o denunciar na DDO¹, o que acha? — ele disse, posso jurar que vi um flash de compaixão e determinação em seus olhos, é um pouco chato acabar com algo que acabou de nascer.
— Bom, sim, ele é um alfa e, não, não podemos e eu não quero denunciar ele. Quero fazer minha vingança sem a ajuda de um departamento ou funcionários totalmente manipulados por ele. — eu falei sem intenção de desistir disso, eu quero mais do tudo ter a chance de acabar com ele, assim como ele fez comigo, só que pior. Não vou aceitar nunca mais abaixar a cabeça para um alfa, pelo contrário.
Terei o prazer de tirar a sua cabeça do seu corpo, afinal ele nem a usa tanto.
— Certo, eu posso lhe ajudar nisso também, mas você não falou o nome dele, precisamos disso pra começo de conversa. — ele rebateu, essa insistência dele me lembra alguém muito distante da minha vida, se eles se conhecessem iriam abrir um debate a cada hora. Iria ser até engraçado pra falar a verdade.
Eu posso até permitir a ajuda dele, mas espero que isso não dê uma esperança de saber como tudo aconteceu, eu não estou muito afim de reviver aquelas coisas, uma ironia do destino é eu não querer isso.
— Eu posso até concordar mas você tem que me prometer não duvidar e nem tomar partido por si só... — ele assentiu. — Okay, o nome dele é Park Seojoon. — o nome dele escapando pelos os meus lábios me deu uma sensação ruim, como sempre. O seu sobrenome me assombra e me segue aonde quer que eu vá.
E pela sua reação, esse sentimento parece ser sentido pelo Jeon também.
— Pode ser loucura mas eu o conheço, e agora mais do que antes eu quero lhe ajudar, aquele desgraçado fodeu a minha vida. — aquela fala me surpreendeu, mas eu não poderia esperar menos, todos que já passaram pela vida de Park Seojoon foram, de alguma forma, destruídos por ele.
Admito que eu espero muito saber em que momento Jeongguk esteve na vida daquele alfa, e também essa raiva a mais pode me ajudar, e muito. No momento em que apertamos as mãos para fazer aquele “acordo” foi como se estivéssemos fazendo a antiga aliança de caudas, a diferença é que a coisa macia da vez, comparada a uma cauda, era a mão de Jeongguk, quente e macia, perfeita para concluir aquilo tudo.
Bom, parece que é sua vez de ser destruído, querido.
[~]
DDO¹: Delegacia do Ômega, é como a delegacia da mulher do mundo abo, apesar de ter duas na minha fic, a delegacia da mulher (DDM) é pra todas as mulheres independente do segundo gênero, e a do ômega (DDO) é para todos os ômegas independente do primeiro gênero.
[🔫]
hello beauties, espero q estejam bem pq eu tô um caquinho kkkkk mas blz
oq acharam desse capítulo hm? o tae é só um neném :( o seo tbm mas na fic ele é das trevas kkkkkk
e esse clima meio paz, amor e tristeza não vai durar muito não viu, ainda vai ter muito dedo no cu e gritaria, isso é só o começokkkkkkkk
é isso, votem e comentem, se cuidem, bebam água, lavem as mãos e usem máscaras, vacina tá aí mas vamos nos previnir ♥️♥️