Depois de comprar os lanches, estacionei o carro numa rua ao lado pouco movimentada. A essas horas, quase nenhum pra falar a verdade.
- Até que seu inglês é bom. - Mia negou.
- As vezes não consigo entender direito. Falam muito rápido.
- Mas esta entendendo tudo que falo.
- Sim. Mas estamos numa conversa normal. Sem muita agitação. - deu de ombros mordendo seu sanduíche.
- Faz sentido. Mas uma coisa vou dizer, o sotaque é bem... - pus o último pedaço do hambúrguer na boca, mastiguei engoli, tomei um logo do refrigerante. - É bem fofo.
- Pensei que fosse dizer outra coisa. Tipo, nada mais justo alguém chega no seu país falando bem no mínimo.
- Pode ser, mas a pessoas e pessoas. Situações e situações.
- Bem auto explicativo. - rir. Rimos.
- Facilita.
- Prazer, complicação. - rimos.
Ficamos por ali por mais uns minutos, até ela terminar de comer. O que demorou um pouco, já que ela é bem delicadinha. Definitivamente não é uma bruxa. Fada certeza.
- Posso te levar pra conhecer um pouco da cidade, sem a agitação da correria. O sol esta quase nascendo.
- Tia Rebecca não vai achar ruim?
- O que?
- Não voltarmos logo?
- Esta comigo esta com Deus. - bati no peito.
- Por mim tudo bem, então. - disse mexendo no celular.
- Se estiver muito cansada, posso te levar pra casa. - sugerir. Afinal foi uma viagem longa.
- Não. Estou bem.
- Então vou te levar ao Waterfront Park. Não é o lugar mais bonito de Portland, mas é um bom começo.
- Onde é?
- Governor Tom McCall Waterfront Park é um parque de 148 mil m² ao longo do Rio Willamette. E lá tem, Salmon Street Springs, uma fonte de concreto enorme e lindas vistas do Rio Willamette e das pontes que o cruzam. Da pra fazer inúmeras coisas por lá.
- Parece legal.
- Eu gosto pelo menos.
Durante o curto e ao mesmo tempo não tão curto percurso, conversamos sobre a vida. Ela contou sobre a festa de despedida, que os amigos fizeram na escola. Sobre o último jogo de banco imobiliário que jogou com a família. Foi engraçado, ouvir. Ela se soltou mais. Parece ser um pouco tímida. Nada do que Miguel vez ou outra falava.
Chegamos no tal parque. Peguei no banco de trás, duas mantas que joguei lá mais cedo. A entregues uma. A que usei na lareira junto com minha família.
Sentamos em um banco de frente para o rio. Fechei os olhos encostando a cabeça nas costas do banco. Os cantos dos pássaros ao nosso redor.
- É bem bonito mesmo. - Mia falou se remexendo no banco. É um pouco duro.
- Sim. Daqui a alguns minutos o sol nasce.
- Já está. - disse.
Abri os olhos. O céu esta manchado das cores da manhã. Olhando o céu assim, faz eu querer escrever uma música. Faz tanto tempo que não pego no meu violão.
Mia se remexeu novamente. Olhei para ela, ela quer fazer a manta cobri-la inteira, até que daria, mas não nesse banco de praça.
- Vem cá. - me aproximei dela, estendendo o braço no encosto do banco, assim fazendo minha manta abrir. Ela ficou me encarando por alguns segundos, antes de se aproximar. Pus meu braço sobre seus ombros, arrumando a manta nela combrindo-a.
Os segundos foram se passando, ela relaxando cada vez mais. Foi ousado da minha parte, mas ela estava com frio e foi minha ideia traze-la aqui bem cedinho. Sou burro mesmo. Mia se acomodou mais, pondo a cabeça em meu ombro. O cheiro dela é...
Mia
Dom me levou para vê o nascer do sol, confesso que eu estava um pouco tímida ao seu lado, mas aos poucos eu fui relaxado e agora aqui estou eu em um banco com a cabeça deitada em seu ombro vendo meu primeiro nascer do sol, em solo americano. Esse tipo de coisa, eu só costumo fazer com o Miguel.
- Eu amo vê o nascer do sol, as vezes eu ficava na janela do meu quarto em Madrid e desenhava a imagem do nascer dele. - comentei enquanto olhava para a paisagem a minha frente.
- Você desenha? - ele perguntou sem tirar a atenção da paisagem linda na nossa frente.
- Sim, se quiser posso te mostar depois alguns desenhos. - me ajeitei no banco e acabei olhando para a mão do Dom em cima do meu ombro, e acabei sorrindo mas ele não percebeu. Que diabos tá acontecendo comigo? Eu hein.
- Quero sim. Além de desenhar o que mais você gosta de fazer?
- Gosto de cantar, as vezes tento dançar.
- Então você gosta de cantar? Que legal. - Dom diz quando o meu celular apita, pego o aparelho no bolso era a tia Rebeca perguntando onde eu e o Dom estamos, respondi para ela que estava vendo o nascer do sol com o Dom é que logo estaríamos chegando lá.
- Era a sua mãe. - disse antes que ele perguntasse. Ou não também.
- Ah, você vai ficar quanto tempo aqui em Portland, mesmo? - perguntou e eu dei um sorriso.
- Dois anos. No máximo. Na verdade esse é o plano. - disse com um sorriso no rosto.
- Então, ano que vem você se forma na escola! Que legal Mia já sabe qual profissão vai seguir? - é meio estranho alguém me perguntar sobre isso, já que no meu ciclo eles meio que já sabem, até mais que eu. Dou de ombros.
- Eu estou em dúvida entre música ou algo relacionado com pintura. - falei e encarei o sol que já estava chegando ao topo do céu.
- Que legal! Acho melhor a gente ir antes que a minha mãe me mate. - ele disse rindo, já tirando seu braço dos meus ombros.
- Claro. Depois me envia o endereço daqui? Acho que eu vou acabar vindo muito aqui mais vezes.
Realmente gostei. É tranquilo apesar de já ter um pouco de movimentação, de algumas pessoas caminhando e tals.
- Claro, mas se você quiser, posso vim sempre que quiser. - ele disse e eu tirei minha cabeça do seu ombro e olhei nos olhos dele, os olhos dele me lembra do Miguel azul igual o mar e profundo, lindo, acho que eu tava errada eu vou me adaptar aqui talvez não demore tanto assim.
Ele me lembra um pouco do meu irmão, não só os olhos. Talvez o jeito que perdi o receio rapidamente. Dom é bem legal, espero que o resto da família também seja tão legal quanto ele. Sorrir com o pensamento.
(...)
Na casa da Rebeca...
Finalmente chegamos na casa da tia Rebeca, sai do carro peguei minha mochila, Dom me ajudou com as malas assim que ele abriu a porta da casa vi tia Rebeca.
- Finalmente chegaram os pombinhos. - tia Rebeca falou brincando o que fez minhas bochechas ficarem vermelhas.
-Mãe!- Dom disse fazendo a mãe dele rir.
- Eu tô brincando com vocês bobinhos. - ela disse com um sorriso no rosto, vindo até mim.
Peguei meu celular no bolso, e mandei uma menssagem para os meus pais e meus irmãos avisando que eu já tinha chegado na casa da tia Rebeca e eu estava bem. Deveria ter mandado assim que cheguei, mas me destrair.
- Dom amor, vá chamar seus irmãos que já acordaram, para vim conhecer a Mia, mas não acordem o seu pai e nem a Anarys deixem eles dormirem. - o Dom concordou com a cabeça e fechou a porta atrás dele e subi as escadas para chamar os seus irmãos.
- Não precisa chamar eles tia. - disse e ela me levou até a sala onde eu me sentei no sofá, confesso que já estava me batendo o sono. O fuso horário ta me pegando.
- Precisava sim, eles estão acordados então podem muito bem descerem para conhecer você, meu amor. - Ele beijou minha bochecha. - Esta tão linda. Lembra um pouco sua mãe quando mais nova, mas tem alguma coisa que também lembra seu pai. - rir sem jeito.
- Ah eu precisava me arrumar Dom, não posso parecer de pijama assim. Olha só a minha cara. - escutei uma voz de menina dei risada ela me lembrou a Lara, assim que eles chegaram na sala a Rebeca olhou para eles e sorriu.
- Meus amores, essa é a Mia, ela vai ficar com a gente por dois anos. - tia Rebeca disse Hope olhou para mim e ficou me encarando, o que eu tenho de errado? Tem algum bicho em mim? Aí meu Deus!
- Aí meu Deus, você é muito linda parece uma boneca! - Hope disse toda animada o que me fez corar um pouco.
- Ela é sim. - tia Rebeca disse.
- Ela lembra muito a tia Luiza se olhar bem. - O Dom espremendo um pouco os olhos, ele se aproximou. Todos esses elogios e comparação com a rainha da minha vida, esta me deixando com vergonha.
- Ela tá com vergonha, que fofa. - um menino que eu não sei qual seu nome disse rindo. - Ah que cabeça a minha deixa eu me apresentar. - O menino que eu não sabia o nome disse, todo pomposo
- Lá vai ele se achar! - Hope disse e se sentou do meu lado.
- Eu me chamo Stanley. - fez uma reverencia exagerada. - E aquele quieto ali, é Roger. - ele disse e eu concordei.
- Por que ele tá tão quieto assim é o sono ou... - como que pergunto um negócio desses?
- Que sono o que, ele tá triste com o fim do namoro dele. - Hope disse sacudindo a mão na direção do Roger. Lembro do fim do meu primeiro namoro eu fiquei arrasada. Vontade de abraçar ele agora.
- Hey Roger, né? - ele concordou com a cabeça - Não fica triste não, essa dor que você tá sentindo vai passar, mas tem que por tudo para fora. Se não fica se acumulando aqui... - toquei no meu peito como exemplo - E não passa.
Assim que eu disse, todos ali ficaram de boca aberta menos a tia Rebecca.
- Gente ela é filósofa. - Stanley. disse fazendo todo mundo rir, inclusive eu.
- Na verdade, ela é futura cantora ou pintora fenomenal. - Dom disse e fez todo mundo olhar para ele. Ele pareceu, não entender o motivo de esta sendo o centro das atenções.
- Que tal tomarmos café? - tia Rebecca falou batendo palmas.
- Eu queria muito tomar banho antes, se não for...
- Claro, amor. - ela falou apontando para as malas. - Meninos, sabem o que fazer. Hope amor, mostre o novo quarto da Mia.
Os rapazes fizeram o que foi pedido.
- Estou tão animada! Agora tenho com quem conversar. Uma garota da minha idade! - Hope enlaçou seu braço ao meu.
- Só não gruda nela. Deixa respirar. - Stanley falou ganhando um olhar matador da irmã. É como esta em casa, as brigas e implicância.
- Eu não vejo a hora de te apresentar as minhas amigas. - chegamos no corredor. - Aquele corredor tem o quarto dos nossos pais, Roger e Anarys. Eles são menores, mamãe e papai preferem ficar mais perto deles, caso precisem.
- Passa lá depois, pra conhecer meu quarto. - Roger falou sorrindo.
- Passo sim. - arrumei seu cabelo, que esta lhe caindo sobre a testa. Ele sorriu tímido indo para seu quarto.
- Sabemos quem vai ser o próximo amor do Roger. - Stanley disse passando por mim, carregando minha mala.
- Então, esse corredor é o nosso. Desse lado, meu quarto o do Stanley, do outro o do Dom, e o seu ao lado do dele.
Ao passarmos de frente a porta do quarto do Dom, não sei, mas olhei para ele por cima do ombro, nossos olhares se encontram, ele deu de ombros meio sem jeito.
- Entregue. - Stanley falou abrindo a porta do meu quarto.
- Pode decorar como quiser. É simples, mas grande e tem um banheiro só pra você. - Hope falou.
- É realmente grande. - olhei em volta.
- Se não gostar desse, pode trocar pelo o outro. Ainda temos um vago. - Dom falou colocando minha mala aos pés da cama.
- Este esta ótimo.
- Vamos te deixar sozinha, ta bom? - sorrindo, Hope me abraçou. - Seja bem vinda.
- Obrigada.
- As regras! - Stanley falou já na porta.
- Temos?
- Sim. Mas não se aplica todas, nem tão rígidas. - Hope disse sacudindo a mão no ar.
- Elas são, - Stanley começou a enumera-las - Não chegar tarde, dizer com quem e pra onde está indo, comer coisas saudáveis, nada de namorados, se for namorar se prevenir, se algum desavisado fazer graça corta-lo na hora e dizer que os irmãos lutam boxe, aos domingos vamos a igreja, nada de palavrão perto da Anarys nem longe dela, notas boas e não se fechar.
- Vocês lutam boxe mesmo? - riram.
- Essa é a primeira regra que se tem dúvidas. Eles são frangos mesmo. Por isso, zero crédito. - Hope falou rindo.
- O que tu falou? Me chamou de que? - Stanley apontou o dedo pra ela.
- De.... - nem deu tempo dela completar a frase, ele avançou nela que saiu correndo rindo muito.
- Cadê seu celular? - me virei para Dom, que esta no mesmo lugar, perto das malas.
- Aqui. - tirei do bolso lhe entregando.
- Vou salvar meu número. Qualquer coisa me liga se não me encontrar no meu quarto.
- Ligo sim. - me devolveu o celular.
- Bem vinda. - ele veio na minha direção que a mesma da porta, parou na minha frente e me abraçou. Foi rápido, mas deu pra sentir o cheiro dele.
- Obrigada. - sorrir.
Em parceria com a linda da edrianamaria
E sigam a mia e o Dom no intagram para acompanharem a vida deles e ter alguém spoiler do livro
Mia.asensio
dominic_dom_campbell