Charles repousou a cabeça sobre a pilha de livros que estava sobre a mesa, seus cabelos loiros caiam sobre os seus olhos, levemente o loiro mordia seu lábio inferior, meu coração saltitou em meu peito, engolido em seco meus olhos fixaram nos olhos azuis do garoto, Jesus ele é tão lindo! O loiro agora ajeita a postura na cadeira em minha frente esticando os braços, passa os dedos sobre os cabelos despenteados, um sorriso ladino agora aparece em seu lábios, inclinado a mãos o garoto passa levemente o polegar a baixo de meus olhos.
— Licença. — Ele diz, com gentileza.
Limpo a garganta assim que o garoto repousa sobre a cadeira, com pressa e totalmente envergonhada ajeito meu cabelo atrás da orelha encarando o garoto. Todas as quartas estudava com um grupo de estudos na biblioteca, hoje todos os integrantes havia faltando deixando apenas Charles e eu, estudando juntos.
— Então como é a questão 5? — O loiro pergunta, suas sombrancelhas se uneme em uma só.
Ele se aproxima agora apontando a questão no livro, posso sentir seu perfume um cheiro meio amadeirado. Foco em tentar explicar a questão para o menino, que parece focado agora em aprender.
— Então você vai no luau na sexta feira ? — nós entre olhamos.
Isso seria um convite? Deus ele está com aquele sorriso gentil novamente, meu coração volta a bater em peito, ele toca levemente em minhas mãos e sinto minhas bochechas arderem, o toque me deixa um tanto envergonhada. E uma pegunta simples Cecilia ou diz sim ou não, repito para mim mesma mentalmente.
Charles tem olha de ternura, ela agora segura minha mão com as suas duas mãos.
— Podíamos ficar juntos lá, que tal? — O galã sorri. — A galera vai se reunir em grupo separado depois das apresentações, o que acha ?
Um frio preenche meu estômago, aí senhor aquilo estava mesmo acontecendo? Orei tanto pedido a Deus que fosse correspondida. Gostava de Charles a um tempão, para se exata desde que o Edmundo havia claramente sido um babaca esnobe no serviço, juro que não queria nada com ninguém, mas o menino havia pedido meu número quando nos conhecemos no primeiro semestre e somente no segundo que havíamos começado a trocar algumas mensagens fofinhas, nada de inapropriado.
Só tinha um detalhe na sexta teria que ajudar no luau, mordendo o lábio inferior, desviei os olhos para suas duas mãos entrelaçadas as minhas seu polegar acariciava a pele de minha mão. Alguns alunos da universidade acabaram por decidir também se apresentar no luau. Mas o fato era que, estava sendo convidada para ir a um lugar com um cara! Isso era raro de se vê. Em minha vida toda havia sido convidada quatro vezes para sair com o rapaz, duas delas quando tentei conhece alguém pelo Tinder o que claramente não deu muito certo e a outra duas vezes foi com um colega de trabalho e um rapaz que comprou um livro na editora.
Em minha vida havia ficado com apenas 8 caras ao longo de meus 25 anos, e dentre esses caras a maioria ficou comigo por pena, dois realmente estavam interessados mas não passavam de babacas e o outro queria tirar a minha virgindade.
Volto a olhar os olhos do loiro que aguarda pela minha resposta. Garotos como Charles não queriam sair comigo não é? Que dizer que vantagem teria nisso ? Os caras sempre foram malvados e cruéis comigo, desde que comecei a estudar na escola, os meninos sempre faziam brincadeira zombando da minha aparência ou da minha forma de se vestir. Brincadeiras e apelidos de mau gosto eram sempre a minha rotina.
— Se não quiser ir vou entender. — Ele diz por fim agora largando a minha mão.
Esfregado as pontas do dedo sobre a testa, gaguejo.
— Na. Não é isso. — Digo insegura.
— Então fazemos assim vejo você na sexta. — Ele diz, em seguida levantando da cadeira pega os livros sobre a mesa e a mochila nós braços da cadeira. — A propósito os meninos amaram a letra da música, vamos canta-la no luau na sexta. Até mais Gatinha! — Dando uma piscadela, o loiro da as costas saindo do meu campo de visão, psico os olhos algumas vezes tentando entender o que raios havia acontecido ali.
***
Liliana suspirou com a mensagem em sua tela, o ensaio no sábado havia mudado para às 17h, parecia que seus planos para uma tarde de descanso agora havia mudado, esfregando os olhos e apertando o botão nossa gravar o áudio no grupo de louvor da igreja a menina suspirou.
— Espero que isso não seja pelo fato do luau ser na sexta feira! Compromisso e sério, queridos! — Em seguida enviando o áudio a menina pegando a almofada de sua cama abraça contra a barriga.
Liliana gostava de suas coisas fossem corretas ainda mais se tratando da igreja, desde de pequena aprendeu que não podia levar as coisas de Deus na brincadeira, o bipe do seu celular indica uma nova mensagem, a menina resmunga ao ler a mensagem agora do líder.
— Explicações serão dadas no ensaio! Por gentileza não faltem!
Só poderia haver uma explicação para aquilo, pensou ela, alguém deveria ter feito algo muito errado, era isso ou algumas outra coisa, era bom que não fosse a primeira opção. Liliana voltou novamente sua concentração na dissertação que estava fazendo, queria terminar o mais rápido possível para poder ir ao shopping comprar a nova bolsa de uma marca nova que havia saido, diferente da minha escolha para Biomedicina, a menina é apaixonada por moda e fotografia, nunca entendi porque ela ainda não mudou de curso, Liliana assim como eu, não queria decepcionar os pais, então mesmo cursando biomedicina a menina tentar conciliar a sua paixão com sua futura profissão.
Nem percebeu a minha presença quando entrei no quarto, a menina com a ponta do lápis esfregava sobre o coro cabeludo da cabeça, em seguida batucando lia o que havia escrito no papel. Sabendo bem que a menina estaria concentrada no trabalho aproveitei um para passar no refeitório e comprar um lanche, já que não tinha coisa pior que estudar de barriga vazia.
Coloquei a sacola sobre mesa, olhando a menina que ainda estava concentrada em seu trabalho.
— Lili, deveria parar um pouco e vir comer. — levantando a cabeça a menina torce o nariz fazendo uma careta o desespero está estampando em seus olhos.
— Preciso escrever mais algumas linhas, já estou acabando! — Ela diz, em seguida abaixa a cabeça e volta a escrever.
Sua cabeça tentava formular um raciocínio lógico, para que pudesse escrever as últimas palavras, murmurava algumas vezes "pense" "pense Lili". Revirando os olhos, tiro a lápis na mão da menina pondo sobre a folha, ela me olha chocada por alguns segundos, logo a puxo pelos braços fazendo a ruiva se levantar para poder comer.
— Você vai ver que suas ideias irão fluir bem melhor depois de por algo no estômago.
Desembalando o sanduíche e menina suspira.
— E como foi no grupo de estudos hoje? — posso notar um tom de empolgação em sua voz.
— Nada de mais, a galera não foi, deixando apenas Charles e eu, sozinhos. — Abrindo a garrafa de água dando um pequeno gole, respiro fundo — Charles me chamou para ir a praia na sexta com ele. — Digo animada, a expressão de minha amiga agora e formada por um "o" empolga a menina da um tampinha em meu ombro.
— Aí mulher, então o estudo não foi só bom, foi maravilhoso! — ela sorrir parecendo até mais animada que eu.
Revirando os olhos sento na cadeira encarando a menina.
— Porque está animada? Que dizer, não sei parece estanho um convite tão derrepente.
— Derrepente? Vocês estão de papinho a dois meses. amiga não deixe que o passado interfira no seu futuro.
As mãos da menina agora acariciam minha cabeça, desejava ter a auto estima tão boa quanto a de Lili e Gabriela, as duas pareciam tão fortes e determinadas. Porque sentia tanto medo, era só um cara, apenas um encontro que nem estaria nós dois sozinhos, comprimindo os lábios fecho os olhos com força.
— Deveríamos ir ao shopping escolher uma roupa para você usar não? — ela agora tenta me animar segurando em meus dois ombros.
— Talvez não seja uma boa ideia Lili! — choramingo um tanto nervosa.
— O que não seria uma boa ideia? — Gabriela pergunta entrando no quarto a menina com os livros nas mãos agora nos olha esperando por uma resposta, encostando a testa sobre a mesa, murmuro um "Arg".
— Charles chamou ela para sair! E nossa amiga não que ir! — A expressão de Gabi e surpresa, uma surpresa de alegria pelo fato de que Charles finalmente havia me chamado para sair.
Gostava de Charles, por mais que ele fosse simpático e bonito ele é bacana, também me fazia sentir bem as vezes, fora que o mesmo também cumpria os requisitos que procurava em alguém, que incluída também ser músico, o galã é guitarrista em uma banda na faculdade, ajudava a banda com as letras já que por infelicidade do destino, Charles acabou descobrindo sobre meu blog, onde posto poemas e feedback poéticos sobre os doramas que vejo, então pediu-me ajuda com algumas letras de músicas.
Enfim, é difícil aceitar o fato de que um cara desse esteja afim de mim, pois de tantas garotas lindas na faculdade, um dos cara mais gato tenha escolhido minha pessoa. Que dizer não tinha nada de mais em mim, nem no padrão de beleza poderia me encaixar, não sou tão alta, tão magra meus cabelos não são loiros e meus olhos não são azuis como o céu. Não sou o padrão de beleza. Pelo contrário sou baixinha, um pouco gordinha em algumas partes do corpo, meu nariz mais parece uma coxinha amassada, meus lábios são finos e sem graças e meus olhos? O direito e um pouco maior que o esquerdo e as sombrancelha, graça a Deus existe a micropigmentação porque se não fosse isso nem sombrancelhas decente eu terei. A maquiagem também ajuda um pouco já que né, minha cara sem ele nem se fale. A contar pela orelhas que tenho abaixo dos olhos que por conta de ter usado muito óculos parece que não saem. E detalhe uma pequena verruga que tenho na ponta queixo.
O fato e que não me vejo bonita, não consigo aceitar o fato de que sou bonita, mesmo que use maquiagem ou use uma roupa bonita há sempre aquela pequena voz em minha cabeça que me diminuiu, que me faz sentir a pessoa mais sem graça em uma sala, que me deixa insegura sobre quem sou. Era só isso o que vinham em mim, a garota boazinha de mais para se namorar.
— O que o seu coração diz? — Gabriela pergunta me tirando de meus pensamentos. — Que dizer, Ceci, não quer viver sempre assim na encolha, e se amanhã ou depois você se pergunta porque não tentou, de você falha ou não dê certo será uma lição para o futuro. Mas se você não tentar será um arrependimento pelo resto da vida.
Um sorriso doce preenche os lábios da menina, sua mão direita agora está repousada sobre minha costa. Gabriela está a certa, deveria tentar. Mas meu coração está ferido o bastante para se frustar novamente. O meu problema é que me entrego rápido de mais, deixo as coisas claras e assim acabo sempre magoada.
— Okay! Chega de ficar assim, você vai encontrar com ele na sexta e ponto! E seja o que Deus quiser! — Lili diz, em seguida com uma expressão determinada a menina nós encara.
— Exatamente! — Gabriela diz! — E o que vamos fazer ? — Gabriela pergunta um tanto confusa.
— Compras! Não a nada melhor que comprar uma roupa nova para um encontro.
Tudo bem, não compartilhava dessa mesma idéia. Mas estava disposta a fazer um esforço para da uma chance ao destino. Irônico não?