Verdades De Mentiras

By Vica072303

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Esta história é sobre Clear, uma menina que acabou de perder sua melhor amiga Amy e acredita que a polícia nã... More

Elenco
Capítulo 1 - Dia 24 de Agosto
Capítulo 2 - Dia 25 de Agosto
Capítulo 3 - Dia 26 de Agosto
Capítulo 4 - Dia 28 de Agosto
Capítulo 5 - Dia 29 de Agosto
Capítulo 6 - Dia 30 de Agosto
Capítulo 7 - Dia 8 de Setembro
Capítulo 8 - Dia 14 de Setembro
Capítulo 9 - Dia 18 de Setembro
Capítulo 10 - Dia 19 de Setembro
Capítulo 11 - Dia 20 de Setembro
Capítulo 12 - Dia 21 de Setembro
Capítulo 13 - Dia 22 de Setembro
Capítulo 14 - Dia 24 de Setembro
Capítulo 15 - Dia 26 de Setembro
Capítulo 16 - Dia 29 de Setembro
Capítulo 17 - Dia 30 de Setembro
Capítulo 18 - Dia 01 de Outubro
Capítulo 19 - Dia 02 de Outubro
Capítulo 21 - Dia 07 de Outubro
Capítulo 22 - Dia 16 de Outubro
Capítulo 23 - Dia 15 de Outubro - Ryan
Capítulo 24 - Dia 17 de Outubro
Capítulo 25 - Dia 18 de Outubro
Capítulo 26 - Dia 19 de Outubro
Capítulo 27 - Dia 20 de Outubro
Capítulo 28 - Dia 21 de Outubro
Capítulo 29 - Dia 22 de Outubro

Capítulo 20 - Dia 06 de Outubro

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By Vica072303

Hoje, como vocês bem devem se lembrar, é o dia dos meus pais viajarem. E estou neste exato momento ajudando a retirar as malas dos meus pais de dentro de um uber.

— Você não precisava vir. — Reclama a minha mãe colocando sua mala no chão. — Vai ter de voltar para casa, logo foi uma viagem perdida, já que não veio fazer nada aqui.

— Precisava sim, eu vim aqui me despedir de vocês direito.

— Ou veio se certificar de que fomos mesmo embora. — Comenta meu pai descendo a última mala do carro. Minha mãe lhe dá um olhar severo e ele se cala.

— Se vocês quiserem eu posso ficar aqui fora esperando para levar a menina de volta para casa. — Sugere o motorista do uber e olho para ele rapidamente.

— Você poderia fazer isso? — Pergunta meu pai se interessando pela ideia. Não, não, não…

— Não precisa. — Intervenho. — Eu vou demorar e o moço pode certamente fazer outra viagem com esse tempo, eu só desperdiçaria seu tempo.

— Mas isso nã…

— Não precisa mesmo, obrigada. — Digo e me apresso a pegar as malas dos meus pais e entrar para dentro do aeroporto.

Após alguns segundos os dois me alcançam dentro do aeroporto.

— O que foi isso, filha?! — Pergunta minha mãe revoltada.

— Isso o que?

— Não se faça de desentendida! Aquilo foi uma imensa falta de educação, não te criei assim!

— Eu só fiquei estressada do modo como ele falou, como se eu fosse uma criança.

— O que?! E desde quando isso deixaria você estressada para ser mal educada?

Parei bruscamente de andar. — Eu estou de tpm, ok? Agora podemos mudar de assunto?

Meus pais se entreolham e continuamos a andar em silêncio.

Eles fizeram o check-in e esperamos por alguns minutos no portão de embarque deles, até chamarem o número do seu voo.

— Tchau, minha filha. — Diz minha mãe que me dá um abraço caloroso e carinhoso.

— Desculpa. — Sussurro no seu ouvido ainda em seu abraço.

Ela balança a cabeça. — Não é nada. Até daqui a 3 meses. Se cuide!

Ela me solta e vejo seus olhos lacrimejando. Meu pai vem até mim e me dá um curto abraço.

— Juízo, Clear.

Dou a ele um fraco sorriso. O número do voo é chamado novamente.

— Se cuida filha. — Repete minha mãe segurando minhas mãos.

— Temos que ir Emma. — Diz meu pai pegando minha mãe e a levando para longe.

— Tchau, Clear. Eu te amo. — Vejo uma lágrima escorrendo pelo seu rosto.

— Também te amo.

Vejo os dois indo embora e sinto um aperto no peito.

Vou até uma das paredes de vidro e observo o avião decolando até ele não estar mais na minha vista.

Por fim, pego meu celular e envio uma mensagem enquanto caminho para sair do aeroporto.

Alguns minutos depois… 

Estou sentada num banco na frente da entrada do aeroporto, esperando.

Finalmente, me levanto e vou até o meio fio.

— Finalmente, achei que você nunca fosse chegar.

— Tá com pressa? — Diz Ryan me entregando um capacete.

— Sim. — Digo subindo na moto e colocando o meu capacete. — Estou com pressa para comer uma tal sobremesa. — Sussurro sorrindo maliciosamente no seu ouvido.

Ryan sorri com malícia de volta e dá partida na sua moto.

***

— Ahhh! — Solto um grito misturado com gemido.

Eu e Ryan estamos no mezanino/seu quarto no seu loft, caminhando desajeitadamente, enquanto agarramos um ao outro com ferocidade e desejo, até a sua cama.

Ryan beijava meu pescoço com um desejo subliminar, e cogitei que apenas com o toque de sua boca e o contato de sua língua com minha pele poderiam me levar ao orgasmo. Estava pegando fogo, me incendiando internamente por Ryan.

Quando estamos perto o suficiente da cama, tomo a atitude de jogar Ryan nela e subir em cima dele, um joelho meu de cada lado do seu quadril.

— Você realmente estava com muito apetite pela sobremesa hoje.

— Talvez… — Me aproximo dele e mordisco o lóbulo de sua orelha o provocando. — E você? Está com apetite para comer a sua sobremesa? — Me afasto alguns centímetros, apenas o suficiente para  olhar em seus olhos. Suas pupilas estão mais dilatadas do que nunca e sua íris castanho-claro que costumava me enlouquecer agora quase não aparece mais. Não vou negar que prefiro mais quando seus olhos estão assim, é um sinal claro do que ele está prestes a fazer comigo. 

Ele pega firmemente na minha nuca e me puxa para ele me dando um beijo sedento. E então em um movimento rápido, ele nos vira invertendo nossas posições. Ele está por cima agora, um sinal claro de que ele também tem o controle.

Rompemos o beijo por falta de fôlego, Ryan se afasta apenas alguns centímetros e me encara com aqueles profundos olhos de luxúria. — Eu sempre estou com apetite e me imagino comendo minha sobremesa de várias formas possíveis. — Ele começa a beijar o meu queixo e ir em direção ao meu pescoço. — Eu posso saborear ela lentamente, tão lentamente que ela poderia se desfazer antes mesmo de eu realmente come-la. — Agora ele está no meu pescoço e descendo cada vez mais com seus beijos molhados, de vez em quando lambendo e mordiscando minha pele, como se realmente a estivesse saboreando. — Ou eu posso devorá-la de uma só vez, rápido e forte, e faria isso várias vezes, de novo, de novo, e de novo, até ela perder a conta de quantas vezes a comi. — Ele está lambendo minha clavícula, solto um gemidinho e começo a choramingar querendo mais e mais. Isso não é o suficiente para mim. — E então qual das opções você prefere? Ou tem outra sugestão? — Estou tão imersa em seus toques e palavras quentes que não consigo formar uma frase sequer. Ryan percebendo que não vou responder tão cedo enfia a mão por debaixo da minha blusa e sutiã agarrando um dos meus seios. Arfo como o toque de sua palma em meu mamilo rígido. — Você não respondeu. — E então segura o bico endurecido do meu peito entre o polegar e o indicador e o puxa até eu arfar novamente. Caralho, ele não vai parar de me torturar até eu responder a essa maldita pergunta.

— Todas. — Falo depois de muita dificuldade para formar a palavra. Ryan olha para mim e esboça um sorriso que esbanja perversão.

Mas então de repente Ryan paralisa e me olha com uma expressão assustada, no segundo seguinte ele já está de pé ajeitando sua camisa. Quando estou prestes a reclamar...

— Ryan! — Escuto uma voz familiar o gritando.

Porra! Me levanto da cama em um pulo, Ryan me segura pelos ombros e ajeita minha camisa também.

— Ah! Você está ai! — Olho para a escada e Melissa está no meio dela olhando para Ryan, que está de costas para ela e provavelmente me cobria de sua visão. — Clear! Você também está aqui! — Exclama animada e começa a subir o resto da escada.

Lembro do que estávamos fazendo antes de sermos interrompidos e olho para o meio das pernas de Ryan, a protuberância que há ali está marcando muito, qualquer um perceberia.

Tomo uma atitude e passo ao lado de Ryan, parando de costas para as costas dele, numa tentativa de tampá-lo. Ele se vira para ficar de frente para a irmã devagar e esconde sua protuberância atrás de mim.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunta Melissa se dirigindo a mim.

— E-Eu? Eu vim aqui pedir a ajuda de Ryan.

— Para o que? — Pude sentir e escutar o som que Ryan fazia ao tentar segurar a risada atrás de mim. Cretino!

— P-Para um trabalho meu de escola.

— Sério?! Então eu posso te ajudar! — Outra quase risada de Ryan. Eu vou matá-lo!

— Sabe o que acontece? Esse meu trabalho estuda sobre a psicologia dos homens, ou seja, eu só posso ter a ajuda de um homem.

— Ah, sim. — Ela parecia frustrada, mas logo essa máscara se desfaz dando de volta espaço a aquela expressão alegre. — Ryan, mamãe me falou que hoje quem vai me levar para a minha aula de natação vai ser você.

— Ela está lá embaixo? — Pela primeira vez ele diz algo.

— Não, ela só me deixou na portaria e foi embora. Mudaram o horário do plantão dela para agora de tarde.

Um silêncio se instaurou na sala, acredito que Melissa esperasse que Ryan se mexesse ou fizesse algo. Mas eu e Ryan continuávamos paralisados.

— Eu posso te contar uma coisa Melissa? Eu acho que seu irmão não está muito bem da barriga, acho que ele quer usar o banheiro. O que acha da gente descer e comer todo o sorvete de baunilha que Ryan guarda na geladeira enquanto ele vai ao banheiro? — Melissa pareceu muito animada com a ideia. — Faz o seguinte: vai na frente e pega o sorvete, as taças de sorvete e depois eu desço.

Melissa se virou e desceu as escadas como um furacão. Me virei para Ryan que possuía aquele típico sorrisinho dele no rosto.

— Então o que estávamos fazendo aqui era estudar a psicologia masculina? Olha, se isso tem esse nome, quero estudar a psicologia dos homens mais vezes. — Sussurrou.

Dei um tapa em seu ombro e apontei vagamente para sua protuberância. — Vai dar um jeito nisso. — Ordenei num sussurro.

Quando ia me virar para sair ele me segurou pelo cotovelo e se aproximou de mim, tanto que senti sua protuberância pressionando minha barriga. — Gostaria que você desse um jeito nisso. — Sussurrou com a boca no meu ouvido.

Abaixei minha mão entre nós e massageei seu pau por debaixo da calça. Ele soltou um baixo e rouco gemido. Abri um sorriso e apertei mais. — Pena que não vai ser. — Soltei seu pau e desci as escadas sem olhar para trás. Mas poderia jurar que Ryan estava me fuzilando com os olhos, olhos de desejo e fúria.

Após terminar de descer as escadas vejo Melissa pegando duas taças de sorvete em um armário.

— Você conseguiu fazer seu trabalho? — Perguntou ainda de costas para mim.

— Ãn?

— O trabalho que você veio fazer, ué. — Ela se virou para mim e me olhou desconfiada. — Foi isso que você veio fazer não foi?

— Foi, foi. Eu consegui terminar.

Ela então serviu as duas tigelas com sorvete, me entregou uma e nos sentamos nas banquetas do balcão.

— Mas então, como você entrou aqui? — Eu jurava que Ryan tinha trancado a porta, ou pelo menos achava. Não estava prestando atenção em outra coisa no momento em que entramos, a não ser em satisfazer o desejo que sentia.

— A minha mãe tem uma chave da porta. Ela praticamente obrigou o Ryan a entregar uma cópia para ela em caso de “emergência”. — Conta rindo enquanto toma uma colherada de sorvete. Depois de engolir para e me olha confusa. — Aliás, por que vocês trancaram a porta para fazer um trabalho? E, também… — Ela olha em volta. — Cadê sua mochila?

Puta que pariu! Essa garota sabe fazer perguntas muito boas, pena que elas só me ferram agora. — E-Err… O seu irmão! É, o seu irmão tem a mania de trancar a porta sempre... E... Eu anotei as coisas pelo celular! — Peguei meu celular e balancei no ar. Essa foi a primeira história que passou na minha mente, espero que tenha sido convincente. — Então você faz aula de natação? — Perguntei rapidamente a primeira coisa que me veio a cabeça, para ela não ter chance de me fazer mais perguntas inteligentes as quais eu não vou conseguir responder.

— Sim, eu gosto de nadar e essas aulas ajudam a conter minhas crises de asma.

 — E sua mãe, ela é médica, enfermeira ou alguma coisa assim?

— Enfermeira. 

— E isso acontece sempre? De o Ryan ter que te levar para essas aulas?

— Às vezes. Só quando mudam o horário do plantão dela de última hora.

Assinto e ficamos alguns segundos em silêncio tomando o sorvete, antes de eu fazer uma pergunta que estava em minha cabeça a muito tempo. — Aquilo que aconteceu quando eu e o Ryan fomos na sua casa, sobre o seu padrasto, acontece sempre?

Sua expressão entristece. — Na maioria das vezes sim.

— Mas, ele te machuca?

— Não. Ele fica muito agressivo e fico com muito medo dele, mas quando ele está assim minha mãe me protege dele, ela não deixa ele fazer nada comigo. E quando ela não está em casa eu me escondo e ligo para Ryan.

— Meu Deus. — Sussurro. Deve ser uma vida horrível. — Mas a sua mãe não faz nada em relação a isso?

— Ela briga muito com ele, eu escuto os gritos da discussão do meu quarto. Já houve vezes em que ele machucou ela… — Sua expressão se torna mais angustiada ainda, parecendo se lembrar de algo. Mas ela logo balança a cabeça afastando o pensamento, e me olha oferecendo um sorriso triste. — Mas no final é sempre a mesma coisa: ele bebe, fica agressivo, eles discutem. Quando minha mãe se cansa das brigas nós vamos para a casa da minha tia. Depois de um tempo ele aparece de novo e fala que se arrepende e vai mudar, dá flores, bombons e leva minha mãe na conversa. Então voltamos de novo para casa e assim fica nesse ciclo infinito.

— Eu sinto muito. — Sussurro ainda chocada. Meu Deus, não posso imaginar o tormento que vem sendo a vida dela, e pelo tormento que Ryan passou e passa.

— Não sinta, não é sua culpa. — Ela volta a tomar o sorvete e com o tempo sua expressão se naturaliza na sua habitual expressão alegre. — Mas então, você é a primeira amiga que conheço de Ryan.

— Sério? Ele não tem amigos?

— Tem, aliás muitos. Mas o melhor amigo dele, o que eu mais gosto e vive nessa casa é o Vinícius.

— Ah sim! O Vinícius é muito legal mesmo, conheci ele um dia desses. — Outra pergunta que estava me corroendo saí pela minha boca. — E amigas? O Ryan tem muitas amigas?

— Algumas, mas nunca vi uma duas vezes. Sempre que vi as “amigas” dele foi quando chegava aqui de surpresa, elas sempre estavam meio bagunçadas. E ele podia achar que me enganava, mas eu sempre soube que elas eram as peguetes dele.

Uma enorme onda de ciúmes me invade, pensar nele tocando e beijando outra mulher como ele estava fazendo comigo a alguns minutos atrás me deixa tonta. Isso me faz refletir sobre nossa situação, não estamos em um namoro propriamente dito, mas será que ele está ficando com outras mulheres enquanto está comigo? Esse pensamento me corrói profundamente, mas antes que pudesse perguntar mais coisas sobre as “amigas” de Ryan para Melissa, fui interrompida.

— E eu sempre soube que você fala demais Melissa. — Olho para Ryan e o vejo descendo as escadas. Ele está com outra roupa e com cabelos úmidos. Provavelmente tomou um banho frio para apagar o perceptível fogo que sentia.

Melissa mostra a língua para ele, pega sua tigela, a coloca na pia e vai até o sofá pegar sua mochila jogada lá.

— Eu vou pegar minha bolsa lá em cima para ir também. — Falo me preparando para levantar da banqueta, mas antes de o fazer sinto uma mão na minha nuca me pressionando a ficar sentada. Olho para Ryan que está de pé ao meu lado ainda segurando minha nuca, só o seu toque já me faz estremecer.

— Você não precisa ir, pode ficar aqui e esperar eu voltar. — Começa a massagear minha nuca e prendo um gemido de alívio. — Para a gente terminar o seu trabalho. — A dupla interpretação da frase fica explícita, pelo menos para mim.

— Mas vocês não já tinham terminado o trabalho? — Lanço um olhar repreendedor a Ryan.

— Sim, vamos fazer a revisão e depois vou deixar ela em casa.

— Então vamos logo! — Fala Melissa já saindo de casa. Ryan vai logo atrás seguindo a irmã apressada.

Me pego sorrindo feito boba para o nada agora que estou sozinha na casa de Ryan. Quem diria, eu na casa de Ryan. Bom, querendo ou não era isso que eu sempre quis, ter acesso a alguma coisa que ligue Ryan à morte de Amy, e aqui estou eu com todo o acesso possível.

Tudo isso me faz lembrar da investigação e de que esse é o motivo para eu estar aqui. Bem, me perdoa Ryan, mas eu tenho que saber alguma pista que te ligue a Amy. 

Bom, por onde eu começo? Olho ao meu redor e vejo o celular de Ryan no balcão da cozinha. Provavelmente esqueceu ali depois de entrarmos um pouco apressados. Perfeito!

Peguei o celular e comecei a tentar desbloqueá-lo, tentei a data do nascimento dele: 28 de Outubro de 1999(que fiquei sabendo por causa das redes sociais), mas nada. Obviamente. Por que eu pensei que Ryan não seria também complicado em relação a sua senha?

— Clear? — Congelei ao ouvir a voz de Ryan atrás de mim, após alguns segundos tomando coragem me virei devagar. Ele estava parado me olhando e parecia furioso, a porta estava aberta.

— V-Você voltou? O que aconteceu?

— Eu voltei para pegar meu celular, que tinha esquecido e… — Ele retirou seu celular da minha mão em um golpe rápido e brusco. — O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?

— N-Nada. Eu só peguei porque percebi que você esqueceu. Eu ia só te devolver. — Ele me olha ainda com um pouco de fúria, mas agora também desconfiado. — Desculpa! Não precisa gritar comigo também!

Ryan fecha os olhos parecendo contar até 10 para se acalmar, no final solta um suspiro irritado e abre os olhos novamente.

— Desculpa. Só não mexa mais nas minhas coisas, principalmente no meu celular. — Ele se aproxima e segura meu maxilar com as duas mãos e me faz inclinar a cabeça para olhá-lo diretamente nos olhos. — Está bem?

— Claro… Eu acho melhor eu ir embora. — Tento me soltar de suas mãos, mas ele as pressiona ainda mais em meu maxilar.

— Não, por favor fica. A gente precisa revisar o seu trabalho, lembra? — Abre um sorriso pervertido que faz eu me molhar.

Abro um pequeno sorriso para ele, me dando por vencida. — Tá bom.

Ele me dá um beijo caloroso e ao mesmo tempo delicado, que me faz derreter por dentro. E vai embora, agora levando o seu celular consigo. Merda!

E agora, por onde começo? Como não sei quanto tempo ainda tenho até ele voltar, tenho que começar o mais rápido o possível. Vou até o andar de cima, posso achar algo útil aqui.

Começo pelo criado-mudo da esquerda, abro as gavetas e ali não tem basicamente nada, além de alguns livros. Quem diria, um Ryan leitor.

Vou no criado-mudo da direita e abro a primeira gaveta, lá possui alguns documentos, cartões e uma foto. Pego a foto para vê-la melhor, é uma foto onde aparece um Ryan sorridente, abraçando Melissa por trás , que também está rindo, e uma mulher de meia idade também sorrindo, cabelos escuros e olhos castanhos-claro familiares. Só pelos olhos consigo ter certeza de que ela é a mãe de Ryan.

Guardo a foto e abro a segunda gaveta, nela há uma caixa de camisinhas. Que me fazem pensar em quantas vezes mais eu e Ryan a vamos usar. O pensamento sacana me faz sorrir. Mas não há mais nada relevante na gaveta, então a fecho derrotada. Criados-mudo nada.

Vou até a mesa de computador (sem computador) de Ryan, que fica de frente para a cama, encostada no mezanino e dá uma vista do andar de baixo.

Abro as gavetas e vejo alguns papéis lá, todos eles parecem ser tabelas com preços e unidades, provavelmente sobre as drogas.

Mas algo que notei foi que em todos eles havia um nome escrito: “The Big Boss”. Que porra de nome é esse?

Depois de muito pensar conclui que talvez fosse o codinome do fornecedor das drogas que Ryan vendia, mas isso não me importava. Aliás pouco me importa o modo como Ryan vende drogas, o que me importa é encontrar algo ligado a Amy.

As três primeiras gavetas não possuíam nada, além de papéis que provavelmente eram sobre o negócio de drogas de Ryan. Mas quando fui abrir a quarta e última gaveta, ela estava trancada, vi uma entrada de fechadura nela. Porra!

Depois de alguns minutos tentando achar um jeito de abrir aquela bendita gaveta, desisti. Provavelmente deveria ser algo muito importante sobre o negócio de drogas também. Mesa nada.

Meu próximo foco foi para o guarda-roupas, bom ali deve haver algo. Comecei a abrir as portas e vasculhar tudo.

Na primeira porta havia algumas camisas penduradas no cabide, e gavetas abaixo.

Na primeira gaveta havia camisas dobradas. Caralho, esse menino tem mais camisas do que eu.

A segunda e terceira gavetas estavam repletas de tênis, alguns de marcas bem caras. Ele é uma centopéia e eu não sabia.

Abri a segunda porta, dentro dela havia perfumes e outros produtos.

A primeira gaveta estava repleta de relógios de pulso, na segunda gaveta havia óculos e na terceira alguns outros acessórios aleatórios. Fechei a segunda porta sentindo um pouco de inveja por Ryan ter o dobro de coisas que eu tenho.

Na terceira porta havia algumas calças penduradas em cabides. Na primeira gaveta algumas bermudas e calças dobradas, na segunda gaveta suas cuecas, organizadas por cores e enfileiradas. Por mim ele nunca mais usaria cuecas, facilitaria o meu acesso. Sorrio com o pensamento e pego uma cueca preta box, olho para ela em minha mão. Seria muito pervertido eu pegar uma para meu material de masturbação? Ok, seria. Quando vou guardar a cueca em seu lugar novamente a deixo cair no chão.

— Merda!

Pego ela no chão mas quando vou me levantar, olho para frente e vejo algo embaixo das calças penduradas no cabide.

Solto a cueca, me levanto rapidamente e afasto as calças para ver melhor. É um notebook! Bingo!

Feliz, pego o notebook e o levo para cima da cama. Abro a tela e ligo, mas como esperava pede a senha. Tento a data de nascimento do Ryan, mas nada. Não faço a mínima ideia do que pode ser, mas ela pode estar aqui em algum lugar.

Vou até o guarda-roupas e abro a última gaveta, nela há uma caixa retangular, abro ela e lá dentro há algumas fotos, de Melissa, Ryan e sua mãe.

Olho as fotos uma por uma, frente e verso, mas nada, apenas fotos normais. Mas depois de eu pegar a última foto vejo uma chave que estava no fundo da caixa.

Pego a chave, a chave da gaveta! Vou apressada até a mesa e encaixo a chave na fechadura da gaveta.

A giro e escuto o barulho da fechadura se abrindo. Isso! Abro a gaveta e me surpreendo com o que há lá.

Uma foto, apenas isso, uma foto. Pego a foto para examiná-la melhor, nela há três pessoas: dois homens e um garoto.

Os homens estão abaixados na altura do garoto, o primeiro homem usa um boné, ele tem olhos escuros e um amplo sorriso muito familiar para mim.

O garoto, que aparenta ter uns 10 anos, também veste um boné, tem olhos castanhos-claros e um sorriso idêntico ao do primeiro homem.

Logo identifico-os, o garoto claramente é Ryan, e o primeiro homem seria o pai dele? Muito provavelmente, dada a semelhança.

Agora, o terceiro homem, não possuo nem ideia de quem seja. Ele também sorri, tem olhos castanhos-claro, mas nada nele me faz lembrar algo.

Viro a foto e atrás dela está escrito algo: “O melhor dia 28/10/2009”. O aniversário dele de 10 anos.

Vou até a cama ainda com a foto na mão e digito aquela data como senha, clico em enter e destrava.

Enquanto o notebook carrega olho novamente para aquela foto. Se esse realmente é o pai de Ryan, como isso é possível? Em um encontro nosso ele disse que o pai o abandonou quando ele nasceu. Ou há algo de errado nessa história ou Ryan mentiu para mim.

O notebook liga na tela inicial, dei uma rápida olhada por tudo, mas o que me chamou atenção foi o ícone do aplicativo de mensagem em que eu e Ryan conversávamos no começo. Provavelmente é aqui que ele conversa com todos seus clientes.

Entro no aplicativo e já vou na barra de pesquisar e procuro pelo nome “Amy”, se ele conversa com seus clientes por aqui, a sua conversa com Amy também está aqui.

Mas quando cliquei em enter não apareceu nada. Isso é muito estranho, a conversa deles tinha que estar aqui!

Ele provavelmente excluiu a sua conversa com ela após descobrir que ela morreu, com medo da polícia o rastrear e descobrir sobre as drogas. É, só pode ser isso. Ou eles conversavam por outro lugar.

Então, decidi procurar pela data do assassinato de Amy, talvez ele tenha conversado algo com alguém. Quando pesquisei apareceu uma conversa com um cliente, um tal de Jonh:

“A entrega vai ser no mesmo local?”

Perguntou Jonh.

“Sim, hoje, no mesmo local, ao fim da tarde. Seja discreto.”

Então Ryan se encontrou com um cliente no fim da tarde daquele dia. Logo ele não podia ter matado Amy, certo?

Mesmo assim preciso confirmar. Peguei meu celular e anotei o número do tal cliente no bloco de notas.

Olhei o horário. Merda! Ryan já deve estar voltando. Sai do aplicativo, desliguei o computador. Peguei a foto e guardei na gaveta da mesa, tranquei a gaveta, peguei a chave e coloquei na caixa colocando as fotos em cima dela de volta.

Fechei a gaveta e quando peguei o notebook para o guardar, escutei a porta de entrada se abrindo.

— Cheguei! — Anunciou Ryan.

Corri até o guarda-roupas, coloquei o notebook de volta no lugar, fechei a gaveta de cuecas e fechei a porta do guarda-roupas.

Quando me virei Ryan estava subindo as escadas. Olhei em volta e tava tudo no seu lugar. Ufa! Essa foi por pouco!

Ryan veio até mim e me deu um beijo, depois segurou minha cabeça e me examinou com os olhos.

— Você está bem?

— Sim, por que não estaria?

— Não sei, você parece nervosa.

— Eu? Nervosa? Não imagina.

Ele olhou ao redor e depois seu olhar se focou no chão.

— O que minha cueca está fazendo no chão?

Olhei para a cueca no chão. Merda! Esqueci de colocar ela no lugar.

— Estava mexendo nas minhas coisas? — Perguntou me lançando um olhar desconfiado.

— Eu? — Pensei bem, ele vai descobrir se eu mentir. — Quer saber? Estava. — Me aproximo dele e coloco minha boca em seu ouvido. — Eu estava procurando um material para minhas masturbações. — Sussurrei.

— Ah, é? — Olhei em seus olhos escuros e sombrios. Assenti com a cabeça. — Mas você sabe que não precisa disso. — Então em um movimento rápido ele me pegou e me jogou na cama, logo depois cobrindo meu corpo com o seu.

— Não preciso?

— Se depender de mim nunca vai precisar.

Começamos a nos despir e explorar um ao outro com nossas mãos sedentas. Nem vi o momento em que ele pegou uma camisinha na gaveta e a vestiu.

Apenas o senti se enterrando em mim profundo e lentamente, tão lentamente que cheguei a choramingar pedindo por mais e mais.

Com o tempo as estocadas foram ficando mais fortes e mais rápidas
Os meus gritos e gemidos de prazer se uniam aos gemidos roucos de alívio que Ryan soltava.

Depois de algum tempo se passado nessa sintonia, senti Ryan me atingir no meu ponto mais sensível e prazeroso. Me vi cair de um enorme penhasco de puro prazer. E em todo o meu orgasmo não deixei de encarar aqueles lindos e penetrantes olhos castanhos-claro.

Depois de mais algumas estocadas Ryan também se deixou invadir por seu próprio orgasmo, caindo na cama exausto.

Depois de alguns minutos, em que nós dois tentávamos recuperar nosso fôlego, Ryan foi ao banheiro para descartar a camisinha.

Mas logo voltou, se deitou ao meu lado e me puxou para o seu peito, começando a fazer um cafuné muito bom na minha cabeça.

— Você vai fazer 20 anos no dia 28? — Perguntei após algum tempo em silêncio.

— Como você sabe disso?

— Facebook. Mas, e aí vai?

— Vou, mas já vou avisando que não gosto de festa.

— Por que?

— Simplesmente não gosto. — Respondeu seco.

— Ah, que pena! Já estava planejando sua festa da galinha pintadinha.

Ryan ri, e sua risada me faz vibrar junto com ele.

— E como seria essa festa?

— Seria fantástica, mas já que você não quer.

Alguns minutos em silêncio se passam, até eu o interromper.

— Ryan, o que aconteceu com seu pai?

Ele se remexeu embaixo de mim parecendo desconfortável com a pergunta, e quando eu achei que ele não iria me responder ele finalmente falou algo.

— Ele morreu quando eu tinha 11 anos.

Me virei e apoiei meu queixo em seu peito para poder encará-lo. Seus olhos agora pareciam tristes e distantes, o que me fez querer nunca ter feito essa pergunta.

— Eu sinto muito.

— Obrigado.

Mais alguns segundos de silêncio se passaram e eu abri minha enorme boca novamente.

— Você mentiu para mim.

Ele me olhou confuso.

— O quê?

— Você mentiu para mim. Em um encontro me falou que seu pai tinha te abandonado quando você nasceu.

— Ah. — Ele pareceu se lembrar e ruborizou um pouco. — Me desculpa, eu só queria que você parasse de falar.

Dou um tapa no peito dele, que ri divertido. — Você não gosta de conversar comigo?

— Amo. Mas prefiro mais ouvir você gemendo do que falando.

— Que pena, porque agora eu vou embora e você não vai me ouvir gemendo nem falando. — Tento me soltar do seu aperto mas ele me aperta mais ainda.

— Não, fica. — Protesta.

— Está tarde, eu tenho que ir para casa.

— E se você não for?

Olho para ele surpresa, mas logo a surpresa se desfaz e sorrio triunfante pelo o seu pedido. — Ryan, você está me convidando para dormir aqui, na sua casa, hoje?

Ele fecha os olhos e geme aflito, depois me olha novamente. — Seu pai viajou, você não tem que voltar para casa.

Faço cara de pensativa. — Se você pedir com jeitinho quem sabe eu fico.

Ele solta outro gemido aflito, e depois de alguns segundo me olha. — Por favor. — Olho para ele divertida e esbanjo um sorriso convencido. Mas em um movimento rápido Ryan pega meu pulsos e me deita na cama. Suas mãos segurando meus pulsos contra o colchão e seu corpo por cima do meu. — Fique, por favor. Eu quero te ouvir falar e gemer a noite toda até o amanhecer. Te ouvir gemer na maioria do tempo, com certeza. — Ele me olha e seus olhos já estão com as pupilas dilatadas de desejo novamente. Sinto seu pau já duro encostando em minha barriga. Esse garoto nunca está satisfeito.

Emito um som como se estivesse considerando a proposta. — Pedindo assim não tem como negar. — Ele então sorri o mais pervertidamente o possível.

E como o planejado, foi assim que ocorreu. Passei a noite toda até o sol nascer falando e gemendo. Mais gemendo, na maioria do tempo.

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