Não me abandone

By Mo_NickG

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[Finalizado] Na verdade eu não tinha muita coisa a reclamar do ensino médio em si, só mesmo um fato, um fato... More

Prólogo
Dias atuais, terceiro ano. (I)
Primeiro ano, Ensino médio. (I)
Primeiro ano, Ensino médio (II)
Primeiro ano, Ensino médio. (III)
Segundo ano, Ensino médio. (I)
Segundo ano, Ensino médio. (II)
Dias atuais, terceiro ano. (II)
Primeiro ano, Ensino médio. (V)
Segundo ano, Ensino médio. (Depois das Férias de Verão)
Primeiro ano, Ensino médio. (VI)
Primeiro ano, Ensino médio. (VII)
Primeiro ano, Ensino médio. (VIII)
Segundo ano, Ensino médio. (Depois das Férias de Verão) II
Primeiro ano, Ensino médio. (IX)
Primeiros ano, Ensino médio. (X)
Primeiro ano, Ensino médio. (XI)
Dias atuais, terceiro ano. (III)
Dias atuais, Terceiro ano. (IV)
Primeiro ano, Ensino médio. (XII)
Dias atuais, Terceiro ano (V)
Segundo ano, Ensino médio. (Depois das férias de verão) (III)
Dias atuais, Terceiro ano. (VI)
Segundo ano, Ensino médio. (Depois das férias de verão) (IV)
Dias atuais, Terceiro ano. (VII)
Dias atuais, Terceiro ano. (VIII)
Dias atuais, Terceiro ano. (IX)
Dias atuais, Terceiro ano. (X)
Dias atuais, Terceiro ano. (XI)
Dias atuais, Terceiro ano. (XII)
Dias atuais, Terceiro ano. (XIII)
Primeiro ano, Ensino médio. (XIII)
Primeiro ano, ensino medio. (XIV)
Dias atuais, Terceiro ano. (XIV)
Primeiro ano, Ensino Médio (XV)
Dias atuais, Terceiro ano. (XV)
Segundo ano, Ensino médio. (Depois das ferias de verão) (V)
Dias atuais, Terceiro ano. (XVI)
Segundo ano, Ensino médio. (Depois das ferias de verão) (VI)
Dias atuais, Terceiro ano. (XVII)
Dias atuais, Terceiro ano. (XVIII)
Dias atuais, Terceiro ano (XIX)
Dias atuais, Terceiro ano (XX)
Dias atuas, Terceiro ano (XXI)
Dias atuais, Terceiro ano (O Fim)

Primeiro ano, Ensino médio. (IV)

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By Mo_NickG


- Ei Olivia, porque nunca me contou que você e Peterson já se beijaram?

Estávamos na sala de informática e Olivia olhava um blog de moda.

Ela se virou pra mim com a boca um pouco aberta e olhos arregalados.

- Bom, foi só uma brincadeira, não achei que fosse importante - ela disse levantando os ombros.

- É, mas você sabe que eu gosto dele, esse tipo de coisa você tem que dizer.

- Melanie, não pira tá legal? Isso é só uma paixãozinha e o nosso beijo foi uma brincadeira de criança, não tem importância - Disse brava.

Fiquei quieta porque estava magoada por ela dizer que o que eu sentia por Peterson era só uma paixãozinha e preferia não brigar com Olivia, por mais que estivesse chateada.

Ficamos em silencio por muito tempo e quando a aula acabou andamos em direção aos nossos armários lado a lado ainda quietas.

- Me desculpe, Ollie - Disse quando paramos em frente ao seu armário - Eu fui idiota, você não tem que me dar satisfação nenhuma.

- Tudo bem Mel, só quero que saiba que eu achei que realmente não era algo importante - ela disse suspirando - E se você gosta realmente dele não adianta ficar com ciúmes, você precisa dizer isso a ele.

- Eu sei, foi só infantilidade minha e eu quero me tornar amiga dele antes de dizer alguma coisa.

- Certo, mas só não se torne amiga demais hein, ninguém quer ficar para sempre na zona da amizade.

- Quem está na zona da amizade? - Matt perguntou surgindo atrás de mim, ele me analisava de uma forma estranha.

- Bom, ninguém, eu espero - disse sorrindo - o que vão fazer agora?

- Vamos comer alguma coisa, quer ir? - Perguntou Matt inocentemente.

- Não obrigado, vou pra casa, até amanhã - Respondi indo em direção à saída.

- Até amanhã Mel - Responderam quase que sincronizados.

- Até - respondi com um ultimo olhar pra trás e sai pela porta dupla.

O dia ainda estava nublado e seria uma ótima tarde para ficar em casa e ver um bom filme.

Chegando em casa fiz café e fui procurar na estante da sala de estar um filme que fosse razoavelmente bom para assistir, encontrei um que me atraiu pelo nome "Sociedade dos poetas mortos", não parecia ser o tipo de filme que meu pai assistiria e vendo a sinopse percebi que era totalmente diferente do que eu imaginei, então decidi assistir ele mesmo. Preparei uma pipoca de micro-ondas e vasculhei minha bolsa atrás do meu celular.

Como tínhamos uma TV apenas na sala de estar teria que assistir ali mesmo e o sofá não me parecia mais confortável do que o chão onde havia um tapete grande e felpudo, então peguei um edredom e me joguei no chão, uma caneca em uma mão, um pote com pipoca ao meu lado e meu celular no outro, assisti o filme com atenção e sinceramente chorei sem parar nas partes mais tristes, era muito inspirador, o tipo de filme que te inspirar a ser exatamente o que você é, simplesmente sublime.

Quando o filme acabou ainda fiquei sentada enquanto passava os creditos, comendo as ultimas pipocas do pote e entrei na internet pelo meu celular.

Um sorriso surgiu nos meus lábios e uma felicidade esplendorosa encheu meu peito quando eu vi uma solicitação de amizade de Peterson. Eu ainda sorri por alguns minutos tentando ter certeza que era real antes de finalmente aceitar.

Ele havia dito naquela tarde que poderíamos ser amigos e que não precisávamos fingir que não nos conhecíamos, mas achei que fosse só conversa e que logo ele nem me daria "oi", mas aquela solicitação de amizade era uma prova de que talvez pudéssemos realmente ser amigos.

"Só não se torne amiga demais hein, ninguém quer ficar para sempre na zona da amizade." Me lembrei das palavras de Olivia e senti certo medo, talvez eu não fosse interessante ou bonita o suficiente para ser mais do que amiga do Peterson e aquilo com certeza despedaçaria meu coração.

É claro que eu Stalkiei seu perfil de cabo a rabo, nos últimos tempos não havia nada mais do que alguns poemas dos quais ele não dizia a autoria e algumas músicas realmente bonitas, mas antigamente havia todo tipo de postagem, fotos suas, com amigos, com seu pai, com um gato, até mesmo "amigas" e em uma de suas fotos foi à primeira vez que vi Lucca, era um garoto com uma beleza discreta, os dois estavam abraçados na foto, Peet segurava uma garrafa e Lucca estava com um sorriso meio frouxo e olhos tristes, imaginei que ele era sempre assim e tive vontade de ter o conhecido, parecia um cara legal e eu conseguia imaginar a dor de Peet por perder um amigo assim.

Entrei no perfil de Lucca que ainda estava ativo, a última postagem havia sido feita pela família em nome dele, agradeciam pela força e pediam que todos entendessem que era mais difícil quando todo mundo ficava postando textos de condolência, dizia que a família precisava de espaço para superar a perda e que cada um devia guarda Lucca na memória como o bom menino que ele era e não como o jovem perturbado que alguns vaziam parecer.

Vi mais fotos de Lucca com o mesmo sorriso e aquilo me entristeceu, aparentemente ele havia postado um texto antes de morrer dizendo o porquê estava fazendo aquilo que foi apagado pela família, mas que circulava como link em vários comentários, tive curiosidade de ler e cliquei em um dos links, era um blog feito por uma menina da escola, ela descrevia a morte de Lucca e levantava um monte de hipóteses sobre o que realmente o levou a fazer aquilo.

Li as palavras de Lucca com lagrimas nos olhos do inicio ao fim, senti sua dor como se fosse a minha e naquele momento eu realmente entendi Peterson, ver que seu melhor amigo se sentia tão sozinho deve ser doloroso para qualquer um, mas Lucca colocava Peterson como a única exceção e imaginei que isso o machucava ainda mais, afinal ele era o único "especial" e mesmo assim não foi suficiente para salvar a vida de seu amigo.

Chorei por alguns segundos tentando digerir a dor dos dois que havia se impregnado em mim e tive uma vontade extrema de falar com Peterson.

"Oi" Enviei assim que vi que ele estava online.

"Oi, tudo bem?" Respondeu depois de um minuto.

"Bem, mais ou menos, e vc?" respondi limpando as últimas lágrimas que caíram.

"Bem" "Mas por que mais ou menos? Pode me contar?"

Senti uma vontade extrema de vê-lo naquele momento.

"Acabei de ver um filme que mexeu comigo" Respondi, mentindo em partes.

"RsRsRs, me deixou preocupado" " Que filme?"

Senti um sorriso brotando naturalmente nos meus lábios.

"Sociedade dos poetas mortos" "Já viu?".

"Sim, muitas vezes, rsrsrs" "É um filme e tanto, mexe com a gente".

"Siiimm" "rsrsrs" "E você? O que tem feito nessa tarde chuvosa?".

"Bom, só lendo e ouvindo música"

"Conte-me o que esta lendo e ouvindo :)"

Admito que era muito mais fácil conversar com ele sem ver seu rosto, mas eu correria o risco se fosse possível falar com ele pessoalmente.

"Estou lendo 'O nevoeiro' e ouvindo 'Tears in heaven'"

Eu sorri ao saber que ele também gostava daquele tipo de musica e a coloquei para tocar no celular.

"Não conheço o livro, mas essa musica é demais, gosto bastante de Eric Clapton."

"O livro é do Stephen King" "E a musica é realmente muito boa :)"

Eu continuava a sorrir feito uma boba, só por poder falar com ele eu já me sentia a maior sortuda do mundo, afinal eu era realmente, não eram muitas pessoa que conseguiam se aproximar tanto dele.

"Nunca li nenhum livro dele, qual o gênero?"

Enquanto conversávamos fui olhar seu perfil novamente, ele havia postado um poema fazia dois minutos.

Uma vontade inexplicável de ser seu ponto seguro
Uma vontade inexplicável de deixa-la atravessar o muro
Uma vontade inexplicável de pegar em sua mão
Uma vontade inexplicável de lhe mostrar meu coração
Uma vontade inexplicável a qual não posso ceder
Um sentimento inigualável que não pode acontecer.

As palavras se repetiram na minha mente por alguns instantes. De quem era aquele poema? E porque ele postaria algo assim? Meu coração se encheu de dúvidas esmagadoras, ele estava gostando de alguém? Esse alguém poderia ser eu? Mas porque não poderia acontecer?

Minha mente entrou em ebulição, era tanta coisa pra processar que eu não conseguia processar nada.

"Terror, suspense, esse tipo de coisa" foi a ultima mensagem que ele me enviou.

Queria perguntar sobre o poema, mas tinha medo de sua resposta, não conseguia nem imaginar o que ele poderia responder e exatamente por isso tive medo, mas decidi encarar.

"Ei, esse ultimo poema que postou é muito legal, quem escreveu?"

Fiquei mordendo meu lábio esperando a resposta pelo minuto seguinte.

"Obrigado"

Mordi meu lábio ainda mais forte enquanto ele escrevia.

"Fui eu mesmo que escrevi"

Suspirei finalmente com a resposta.

"Nossa, você é realmente muito bom com poemas também" voltei a morder meu lábio.

"Obrigado" foi tudo o que ele respondeu.

Eu queria continuar nesse assunto e perguntar se ele realmente se sentia daquela forma e por que, queria ser corajosa o suficiente para isso, mas parecia que minha cota de coragem já havia se esgotado.

"Bom Melanie, vou ter que sair" "Tenho algumas coisas para fazer" "Tchau"

"Tudo bem então" "Nos vemos amanhã na aula?"

"Claro" foi tudo o que ele disse e ficou off-line, ainda sentia uma sensação desagradável no meu peito.

Salvei o poema e a foto de seu perfil no meu celular e fiquei a ultima hora pensando nele e se eu era realmente maluca em imaginar que ele pudesse gostar de mim.

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