Com a chegada do Soltiscio de inverno, a alcatéia inteira ficava animada. Ao total são cinco dias de solstício, seriam três dias de jogos e um de festa, para a alcatéia ganhadora. Jeno havia esquecido completamente de que esse ano, o evento do Solstício seria comemorado em sua Alcatéia. Já que esse tipo de coisa era com seu pai, ele quase nunca se dava ao trabalho de saber. Mas agora como líder, era uma de suas responsabilidades.
Enquanto tudo era preparado pelos soldados e outros mandados da alcatéia, Jeno e Renjun recebiam as famílias líderes de casa alcatéia que viera para os jogos. O ômega estava sentado ao lado do simples trono, com outro feito para si. Um pano cobria sua barriga, junto de algo por baixo, para que desse volume e ninguém notasse a falta de algo ali. O Alfa líder se ergueu, com uma postura impecável, olhando para as famílias presentes a sua frente naquele salão.
—Fico muito contente de que estejam aqui hoje. Os Deuses nos agraciaram com a presença de todos aqui nesse momento. Eu gostaria de dizer que-
O Lee foi interrompido pelo som das grandes portas de Carvalho do salão sendo abertas e quatro seres entrarem pela mesma. Dois eram claramente guardas, porém, não dá alcatéia Norte. A frente, dois rapazes de cabelos castanhos e mais curtos do que de costume aos vikings comuns. Suas capas pesadas eram vermelhas, presas nos ombros. Usavam uma espécie de farda negra, com botões prata e restante de mesma cor por baixo da capa aberta na frente. É de se admirar que não estivessem com frio ou tremendo diante do frio e vento gélido constante do Norte.
—Atrapalhei seu discurso, líder. Peço perdões, mas tivemos um imprevisto no caminho e chegamos tarde.– fez uma reverência leve, como era de costume aos Alfas líderes e em seguida estendeu a mão, recebendo um aperto do Lee. —Satisfações. Eu sou Na Jaemin e esse é meu irmão, Na Jungmo. Alcatéia Sul, ao seu dispor.
Quando piscou os olhos e eles caíram na imagem do ômega bonito sentado próximo ao trono principal, o interior explodiu em vários sentimentos, e uma vontade intensa de tê-lo para si tomou o corpo do Alfa, o fazendo sentir um arrepio dos pés à cabeça. Porém, um detalhe em especial o fez sentir murcho por dentro: a marca em seu pescoço.
O olhar de Renjun também caiu sob o jovem Alfa, sorrindo doce para a figura que começava a lhe encarar de forma nada discreta. Ao seu lado, o rapaz de cabelos castanhos claros o cutucou, ganhando sua atenção novamente. Parecia ter ficado perdido em um transe nas perfeitas linhas daquele rapaz.
—Perdoe-me, pode continuar. – acenou com a cabeça, sendo retribuído pelo Lee. Caminhou com o irmão e os dois guardas até a fila de pessoas de outras alcateias em frente ao líder, que continuou a falar de onde tinha parado antes.
Porém, dos dois irmãos o único que prestava atenção em todo aquele discurso era Jungmo, visto que os olhos de Jaemin encontraram o ômega moreno e não saíam dele. Por algum motivo ele era mais atraente do que aquele discurso idiota de um Alfa qualquer
Um outro ômega chegou discretamente, parando ao lado do moreno, sussurrando algo baixinho em seu ouvido. Seus cabelos eram vermelhos e ele não tinha marca, mas o Na não tinha interesse algum nele. Depois do sussurro, o moreno da marca virou a cabeça, encontrando aquele alfa de cabelos castanhos claros a lhe observar. As bochechas do ômega tomaram um tom avermelhado e ele desviou o olhar, fazendo Jaemin sorrir de maneira involuntária. E isso não passou despercebido por Mark do outro lado da sala.
—Por Odin, isso não vai dar certo... – falou para si mesmo, negando com a cabeça enquanto observava a cena.
Ao acabar seu pequeno discurso sobre o evento do solstício e moradia das familias enquanto estivessem ali, foi se despedindo aos poucos, até que uma última ficasse. Os dois rapazes da família Na. Enquanto o Alfa parecia avoado, o jovem que agora notava ser um beta, parecia bem concentrado.
—Creio que a maioria dos locais de hospedagem estão cheios. Poderia me indicar algum lugar? – questionou Jaemin.
—Claro. Bem, tem a minha antiga cabana com o meu ômega, podem se hospedar lá se quiserem. Ficaria contente em poder lhes oferecer essa moradia passageira.
Jaemin concordou, balançando com a cabeça. Mark chegará perto, com um dos braços envoltos na cintura de Donghyuck, que conversa baixo com o amigo sentado ali próximo. O Alfa de cabelos castanhos olhou para o ômega sentado.
—Aquele é seu ômega? – Jeno maneou positivamente com a cabeça. —E ele não fala?
O Lee ergueu a sobrancelha, virando levemente a cabeça para observar seu ômega junto do primo e o amigo. Por que aquele estranho Alfa queria alguma informação sobre o seu ômega? Aquilo estava incrivelmente estranho, fazendo Jeno e sei lobo ficarem atentos quanto aquele garoto.
—Ele fala. Mas não com estranhos, por isso que não soltou palavra alguma com as pessoas que estavam aqui. Mas por que questionar isso? Algum motivo específico? – Jaemin lhe olhou de canto e sorriu de lado, de maneira debochada. Não poderia evitar, estava no seu sangue.
—Quem sabe eu não lhe diga o motivo do meu interesse, qualquer hora. Mas por enquanto, prefiro ficar para mim mesmo. Sabe como é, as coisas podem sair do controle. –riu-se soprado, sentindo a mão de Jungmo lhe puxar levemente.
—Não ligue para o meu irmão, ele não sabe o que fala. – ditou o beta que carregava uma espada amarrada na cintura. — Se fosse ele quem falasse, não estaria sem a espada.
Jaemin rosnou baixo, sendo ignorado por Jungmo. Este, que sorriu gentil para o Alfa a frente, completamente diferente do irmão, demonstrando a educação correta que o líder do Sul havia dado aos filhos. O outro poderia ser bem inconveniente e mesmo sendo um alfa e o que deveria ser o mais responsável, o mais correto dos irmãos era o beta.
—Obrigado pela moradia oferecida, líder. Nós aceitamos prontamente. – dito isso, se curvou levemente e começou a deixar o salão com o irmão, mas não sem que antes o Alfa lançasse um último olhar para o ômega moreno do qual ficará bastante interessado. Ao chegarem em seus cavalos, Jungmo bateu levemente no braço do irmão. —Não vá nos causar problemas, Jaemin. Sabe como nosso pai fica quando você apronta e eu não vou te defender dessa vez. Por Odin, ele é marcado!
—Eu não fiz absolutamente nada. Se aquele Alfa é inseguro quanto a si mesmo no sentido do seu ômega, que culpa eu possa o ter? Ele deveria cuidar melhor de seus pertences, ou eles podem escapar por seus dedos como areia. –falou como se fosse simples, arrumando algumas bolsas em sua montaria. — Irmão, fique calmo. Não vou causar problemas. Não se ele não se importar em dividir.
Montou em seu cavalo, rindo alto e sendo reprovado pelo beta enquanto eram guiados para a moradia temporária. Jaemin sempre foi do tipo que causava problemas por ser um Alfa muito extrovertido e com vontade de adrenalina. Já havia se envolvido com diversos ômega e betas comprometidos, porém nunca marcados. Para seu azar, ele não conseguia parar de pensar no ômega de beleza única que o enfeitiçou como nenhum outro conseguiu fazer. E para Renjun, não seria nada fácil escapar daquele Alfa puro com tanta facilidade.
[Uma rosa pelo Alfa]
—Acho que vou participar dos jogos do Solstício. Parece ser uma boa ideia, considerando provar ao seu irmão que sou bom no que faço.
Doyoung estava junto do ômega de cabelos vermelhos, Taeyong. O ajudava a carregar uma pequena cesta com frutas recém compradas. Ambos não tinham nada concreto um com o outro, apenas estavam se conhecendo bem em todo esse tempo que passavam juntos ultimamente. Porém, o jantar tão esperado dos irmãos Lee com os altas que os cortejavam era esta noite e Doyoung não poderia estar mais nervoso. Tinham muitos ômega dos quais ele poderia estar cortejando e o Lee tinha plena consciência disso.
O Alfa era incrivelmente bonito e desejado por tantos betas e ômega pela alcatéia que Taeyong perdia a conta com facilidade. Era uma pena que não notasse que a todo o momento, os olhos de Doyoung só focassem nele.
—Você não precisa provar nada pro Yeol, Doyoung. Além do mais ele já sabe que você é bom em caçar e que é capaz de qualquer coisa. Não quero ver você se machucar no Solstício apenas para mostrar algo ao Chanyeol.
—Não vou me machucar. Acredite, eu posso ser forte quando quero! E eu sempre quero.
Riram juntos, seguindo até a cabana do ômega. O frio desse dia era cortante, mostrando que não daria trégua até o primeiro dia oficial dos jogos. Taeyong tremia, mesmo por baixo de várias roupas e uma capa grossa. O Huang, que vestia apenas uma camisa de linho e calças comuns por baixo da capa de pelos passou um de seus braços pelos ombros do ômega, andando abraçados de lado, na tentativa de lhe transmitir calor até que chegasse em casa. Com os dois sendo envergonhados daquela forma, era difícil que algum toque de segunda intenção fosse feitos entre ambos.
Com as bochechas coradas, o Lee nem se atreveu a reclamar, gostando do contato. Para sua tristeza, não demorou para chegarem em seu portão de madeira baixinho, com a cada do outro lado. Qualquer um poderia pular aquilo facilmente, mas ninguém nunca se importou. E Donghyuck, o outro irmão, adorava. Pois assim, Mark poderia pular a cerca baixinha e subir na janela de seu quarto quase toda a noite. Abriu o mesmo, entrando e ficando alguns degraus acima de Doyoung, ficando do seu tamanho.
—Obrigado por me trazer até aqui, Alfa. Espero te ver em breve, hoje a noite. Não se atrase! – E deixou um beijo carinhoso na bochecha do maior, entrando rápido em casa em seguida, para que não visse sua vergonha.
Enquanto o Huang ia embora, Mark chegava com Donghyuck, comentando sobre os acontecidos de mais cedo com Jeno e o outro rapaz da Alcatéia Sul.
—O solstício é o único momento verdadeiro de paz entre as alcatéias, mas com isso... Jeno pode ser muito possessivo quando quer e isso não vai ser bom. Pode acreditar. – falou o de fios loiros, que andava de mãos dadas com o menor. Donghyuck suspirou, negando com a cabeça.
—Eu sei que ele é seu primo, Alfa... Mas fez pior com o Renjun e sinceramente eu não me importaria nem um pouco que ele pagasse tudo na mesma moeda. Infelizmente, conhecendo ele do jeito como conheço... Acho difícil que ele seja capaz disso. Mesmo que o próprio Odin ordene. – Oque Donghyuck mais queria ver era o casal bem, mesmo que agora não tivesse tanta confiança em Jeno. Já havia falado com Renjun para que eles tentassem uma conversa sincera, onde abordassem todos os problemas e tentassem resolve-los da maneira mais fácil. Porém, Renjun disse que o Alfa sempre foge das conversas.
—Tudo bem, meu pequeno. Não vamos discutir sobre isso. Mais tarde eu estarei aqui para o jantar. Espero não apanhar do Chanyeol novamente, já não há mais lugares onde deixar roxo.
O ômega riu, concordando com a cabeça. O Alfa tomou seus lábios em um beijo demorado e cheio de vontade, com as mãos apertando a fina cintura por baixo da capa. O Lee menor adorava quando fazia aquilo consigo e quando ele parou, resmungou triste.
—Meu corpo chama pelo seu toda a noite... –confessou baixo, olhando para algum ponto qualquer no peitoral do maior. A mão de Mark ergueu o rostinho do ômega pelo queixo, sorrindo mínimo.
—O meu também, Hyuck. Acha que aguenta quanto tempo mais sem mim? – perguntou em tom de piada, observando o rosto do menor tomar uma coloração avermelhada.
—Pouco tempo. – sussurrou.
Ganhou outro beijo, dessa vez com mais velocidade. Jurava que o Alfa lhe puxaria pelas pernas para seu colo quando a porta se abriu. Por sorte, o ômega de cabelos brancos apenas riu e negou com a cabeça.
—Atrapalhei?
—Nem um pouco. Tchau, Mark. – O Alfa se despediu, piscando para o de cabelos vermelhos e acenando para Baekhyun e saindo em meio a neve. —Achei que fosse o Chanyeol, Baek. Tem noção do susto que me deu? Você ainda vai me matar.
—Entra, Hyuck. Vamos fazer o jantar. Chanyeol está trabalhando, seu bobo.
Baekhyun, Taeyong e Donghyuck fizeram o jantar. Como seriam três alfas, então a comida foi feita em grande quantidade. Alimentar três alfas famintos não era para qualquer um, ainda mais quando eles têm um poço sem fundo no lugar do estômago. E agora, com tudo pronto, os três conversavam na sala, no aguardo de seus respectivos Alfas.
—Sendo sincero, já que estamos entre ômegas... vocês também sentiram vontade de trepar antes da União? – Taeyong o olhou de olhos arregalados, como quem pergunta "O que você tá falando?". —Eu sinto toda a hora.
Donghyuck sempre foi o mais descarado entre os três irmãos, fazendo com que o cuidado de Chanyeol fosse redobrado em si. Sempre com medo de que o mais novo caísse nos encantos de qualquer alfa por aí. Porém, Donghyuck nunca se entregou a ninguém, somente a Mark e mesmo com ele, não foi completamente.
—Claro que não! Por que está fazendo uma pergunta dessas, Donghyuck? – soltou Taeyong de uma vez. Estava muito vermelho para que continuasse a falar. Baekhyun apenas soltou uma risada sincera.
—Claro que senti. Até porque Chanyeol nunca foi do tipo que esperasse. Se quer saber, foi muito difícil resistir a ele até a união. Porém, consegui.
—Então Taeyong é o nosso belo Alecrim Dourado! Ora, Yong, Nem uma vez sequer? Só um pouquinho? – o irmão negou frenético com a cabeça.
Por ser um lúpus, seus desejos deveriam ser maiores do que um ômega normal, mas ele não sentia essa intensa vontade de acasalar. Seu irmão que era muito apressado. Talvez por nunca ter contato desse tipo com ninguém e ter sido criado com todo o cuidado por Chanyeol (mesmo que as vezes Donghyuck tentasse estragar sua educação perfeita) ele não sentisse essa vontades. Entrou no cio apenas uma vez e depois disso desejou nunca mais passar por isso só. Taeyong já tinha idade suficiente para se casar e formar a própria família, mas por ser criado como um frágil cristal, tinha receio de como seria tudo fora dessa sua pequena bolha.
Isso que sequer sabia a quantidade de pedidos de união que Chanyeol havia negado em seu nome ou a quantidade de Alfas que afastou de perto da cabana do ômega durante seu cio. Taeyong era mais desejável do que os outros ômegas, fazendo com que o cuidado fosse extremo. Chanyeol lhe tratava como um cristal precioso, porém isso ultimamente vinha o deixando incomodado. Se para a própria Lua de Mel fosse difícil ter ido após negar que deixaria os seus dois irmãos ômegas sozinhos.
—Deve ser tão bom... – bufou Donghyuck cruzando os braços. —Isso é injusto, por que Alfas podem trepar com quem quiserem e receberam parabéns por isso enquanto ômegas ficam mal falados? Isso não tem sentido algum.
Baekhyun poderia ter lhe explicado isso se Chanyeol não tivesse aberto a porta, já retirando sua capa e a pendurando em algum lugar ali. Respirou fundo, sentindo o cheiro delicioso das panelas da cozinha.
—Que cheiro ótimo... Já podemos comer? – questionou afoito. Por que Alfas eram assim? Seu ômega estava ali, poderia tê-lo beijado antes de perguntar sobre alimento. Só se interessavam em beber, trepar e encher a barriga.
—Vá se banhar primeiro, Chanyeol, você está fedido. E vamos esperar nossos convidados chegarem, vamos logo. Por Odin, você se jogou em esterco?
Os dois ômegas sentados riram enquanto o de cabelos brancos empurrava o companheiro para os fundos tomar seu banho. Donghyuck chegou próximo de Taeyong com um olhar sugestivo. O ômega mais velho o olhou confuso.
—Nenhum pouquinho mesmo? – perguntou Donghyuck. Ouviram batidas na porta e Taeyong levantou rápido, saindo dali.
—Pelo amor de Odin, Lee Donghyuck! – exclamou antes de abrir a porta. Doyoung estava ali, sorrindo. Seu sorriso era parecido com o de um coelhinho, fazendo com o ômega se derreter por inteiro. —Oi, Doyoung. Pode entrar.
—Oi, Tae. – tímido o Alfa lhe parecia ainda mais precioso. Assim que entrou, o ômega fechou a porta. —Oi, Donghyuck. Como você está?
—Oi bonitão. Ah, estou bem. – Taeyong poderia ter fatiado o irmão mais novo apenas com o olhar. Ambos se sentaram um ao lado de outro, de mãos dadas com certa timidez. Era fofo.
Assim que Mark chegou, também cumprimentou os outros, sentado ao lado do ômega mais novo. Este que quase sentava em seu colo, de tão próximo que estava. Não demorou para que Chanyeol e Baekhyun entrassem. O Alfa apertou a mão dos dois outros ali ( a de Mark com um pouquinho mais de força).
Os três ômegas ficaram fascinados com a maneira educada de Doyoung comer, diferente dos outros Alfas que comiam feito animais, Doyoung usava talheres. Chegou a sentir-se envergonhado com aqueles olhares em si, pensando se fazia algo errado. Taeyong ficou admirado com o mesmo, o observando usar aqueles talheres como um ômega fazia.
O Jantar estava correndo bem, com todos conversando como pessoas civilizadas, exceto Doyoung que ainda um pouco mais envergonhado que os outros, falava poucas vezes. Enquanto os três Alfas iam conversar na sala, os ômegas limpavam tudo deixado por lá, comentando sobre a possível decisão de Chanyeol quanto ao cortejo.
Mesmo que Doyoung fosse o que mais parecia estar sendo aprovado por Chanyeol, já que pelo seu jeito tímido, ele não aparentava ser uma ameaça ao seu irmão antes do casamento. Foi lhes servido cerveja enquanto conversavam na sala, o assunto fluindo naturalmente bem, até que finamente o de cabelos vermelhos assumisse uma postura mais séria enquanto os três ômegas os observar por trás da porta.
—Huang Doyoung. – falou ganhando sua atenção. —Meu irmão, Taeyong é um lúpus. Você sabe disso, provavelmente já sentiu seu cheiro e notou. Não é um segredo. Eu vejo que ele parece gostar de você e você dele, então permito que o cortejo aconteça. Por favor, seja respeitoso.
—Claro, Chanyeol. Não vou te decepcionar. – apertar as mãos firmemente. Do outro lado da porta, Taeyong sorria bobo. Finalmente começariam oficialmente o cortejo entre eles.
O olhar de Chanyeol caiu em Mark, que estava nervoso. Não queria levar outro soco do mais velho. Eles doíam muito, mesmo que Chanyeol não fosse um lúpus, ele era mais forte que o loiro. Suspirou.
—Mark Lee. Donghyuck não é nenhum pouco fácil e admiro que você ainda esteja conseguindo aturar aquele que pestinha. Eu permito o cortejo, já que ele parece estar muito apegado a você. Porém, se eu souber que o tocou antes do casamento, você vai perder um dedo.
Ele falou de maneira tão firme, que Mark sequer pensou em retrucar. Ele poderia tocar o mais novo e Chanyeol nem ao menos saberia, mas era um risco que corria. Afinal, o maior poderia pular a janela de sua casa caso a mão boba de Mark ultrapasse as costas do Lee mais jovem.
—Não quero perder um dedo, pode apostar que farei de tudo para que o cortejo seja o mais puro possível.
Pode-se dizer que aquele jantar entre eles havia sido um sucesso. Mesmo que Donghyuck estivesse mais que disposto a ter as mãos do Alfa em seu corpo novamente. Mas queria todos os dedos dele na mão.
[Uma rosa pelo Alfa]
Eram vinte e duas horas da noite quando Serim voltava para a casa a pé. Ficou bastante tempo com sua vó nesse dia, sabendo que no próximo dia Hyeongjun iria para sua casa e só iria sair de lá ao final do solstício. E o Park não poderia ficar mais feliz, sabendo que o tão querido ômega iria voltar a passar um tempo consigo. O frio era cortante, mas por sorte o beta usava uma capa grossa, protegendo seu corpo do frio.
Sentiu seu braço ser puxado com força e notou ser um Alfa que há pouco saiu de um bar ali próximo. Ele fedia a bebida fortemente, o que indicava que provavelmente estava bebendo até pouco tempo atrás. Isso deu náuseas ao beta, que balançou o braço, tentando se soltar.
—Me solte, por favor.
—Estava saindo quando te vi passando aqui. Talvez os Deuses tenham te colocado no meu caminho e não foi por acaso, não é mesmo? – segurou o braço do beta com mais força, o puxando para perto. —Eu bem estava precisando de um beta para esquentar a minha cama hoje a noite. Claro, um ômega seria bem mais satisfatório, mas você já irá servir.
—Não tenho interesse. Agora me solta! – Empurrou o Alfa com força, mas não o suficiente para que ele lhe soltasse e isso pareceu lhe irritar. Por baixo da barba, Serim notou seu descontentamento.
—Se prefere assim, tudo bem. Não precisa esquentar minha cama, mas vai me obedecer a força, beta. – mesmo o beta falasse alto para que lhe soltasse, estava sendo arrastado pelo homem. Claro que tentava se soltar, mas a força de um beta não era praticamente nada comparado a de um Alfa.
Serim foi arrastado para um beco sem saída. Estava muito escuro e agora, sem poder recorrer a alguém ou algo, o beta tremia muito. O Alfa lhe jogou na parede e arrancou sua capa a força. O cheiro de bebida deixava o Park com vontade de vomitar, que batia forte no Alfa, tentando se soltar. Agora o frio gélido lhe atingia com tudo e ele tremia em dobro.
—Me solta! Já disse pra me soltar! – gritou, empurrando o Alfa mais uma vez. Porém, algo que não esperava o atingiu em cheio. Um tapa muito forte foi lhe dado no rosto, fazendo com que Serim o sentisse arder e os olhos ficassem cheios de lágrimas.
—Escute aqui, Beta. Eu estou lhe fazendo um favor. Ninguém será capaz de desejar você por ser esse simples... defeito. Estou apenas lhe dando algo que você não irá ter nunca em sua vida. Então cale-se! Ouviu bem?
—Eu prefiro ser rejeitado mil vezes antes de ser tocado pelas suas mãos imundas! – cuspiu no rosto do homem, que passou o braço ali, lhe limpando.
—Não deveria ter feito isso, seu defeito idiota. – bateu a cabeça de Serim contra a parede, lhe deixando tonto. O beta já estava berrando em prantos para que fosse solto, quando uma voz desconhecida fez-se presente naquele beco imundo.
—Ele mandou você o soltar. Será que não ouviu? – o Alfa ali se virou rapidamente, dando de cara com um outro beta. Um sorriso debochado tomou a boca do homem.
—Nós só estamos nos divertindo, beta. Não se intrometa em assuntos que não são seus.
—Solte-o agora ou minha espada vai se banhar no seu sangue.
Um som de lâmina foi ouvido assim que o beta puxou a espada da bainha colocada na cintura. O Alfa lhe olhou de canto, tornando baixo. Serim continuava a chorar de maneira desesperada enquanto o Alfa lhe apertava com certa força.
—Que tolice. Agora vamos ter a revolução dos betas? Você não passa de um ser inútil que não serve nem para satisfazer um Alfa, como quer ser levado a sério? Não passa de um ser ridículo
O Park foi empurrado e deu de encontro com o chão gelado cheio de neve. Gemeu baixo de dor, sentindo o frio lhe tomar. O Alfa que partiu para cima do beta não se deu nada bem, já que o de cabelos castanhos desconhecido por Serim moveu a espada em sua mão, provocando um corte nada superficial na mão do mesmo. Ele olhou para o garoto com raiva lhe avançando de novo, onde a espada novamente encontrou sua pele, dessa vez na altura do peito, onde passou em horizontal.
Em um momento desatenção do homem, o beta ergueu a perna e com força, lhe chutou onde o corta se encontrava, oque fez com que o Alfa encontrasse o chão, manchando a neve branca com seu sangue. O beta deu alguns passos até o homem caído, apontando a espada em direção a seu pescoço mais especificamente em sua veia saltada.
—Ou vai embora, ou morre. – falou o beta em tom firme, tocando a pele do Alfa com a ponta de sua espada. O homem se levantou, segurando as feridas, indo embora o mais rápido que pôde.
O garoto de cabelos castanhos claros virou-se e caminhou rápido até o outro garoto caído no chão. Guardou a espada na bainha e se abaixou, o ajudando a levantar com certo cuidado.
—Você está bem? Ele te machucou? – Não foi preciso uma resposta vinda do garoto, já que ele viu a marca de dedos em seu rosto. O beta ferveu em raiva, rangendo os dentes. —Eu poderia mata-lo se o visse novamente em minha frente!
—Obrigado. – disse Serim. O beta sentiu calma ao ouvir a doce voz falar consigo. Aquele rapaz parecia tão frágil, ali em sua frente. Tremia constantemente, não passando despercebido pelo castanho, que rapidamente retirou a capa vermelha dos ombros, passando para os do outro garoto, a fechando bem. Não conseguia parar de olhar para seu rosto e a vontade de o proteger era tão grande que não cabia no peito.
—Não me agradeça. Já passei pelo mesmo apenas por ser um beta. Aquele homem não vai voltar a te perturbar. Colocarei meus guardas atrás dele. – "meus guardas". Aquelas palavras soaram na mente do Park, que o olhou desconfiado.
—Pode me dizer seu nome?
—Me chamo Na Jungmo, segundo na linha de sucessão da liderança da Alcatéia do Sul, ao seu dispor. – Serim sentiu o corpo estremecer. Ele é um membro de uma família nobre, só aquilo já era suficiente para o beta notar que só de falar com ele já havia quebrado mais de dez regras que pudesse lembrar. —Se me permitir, gostaria de acompanhar você até em casa. Odin não me colocou no seu caminho sem motivo.
O beta nada disse, concordando com a cabeça. O caminho para a casa foi silencioso, ganhando som apenas ao chegarem em frente a sua cabana.
—Novamente, obrigado. Por tudo que fez. Me perdoe ter lhe causado problemas, jamais havia sido minha intenção. – Jungmo franziu o cenho. Será que ele se desculpava por saber da posição em que o castanho se encontrava.
—Não me peça desculpas, você já fez nada errado. E antes que me despeça, queria saber se vou poder vê-lo novamente. Vou partir assim que o solstício chegar ao seu fim. E seria tão melhor saber que conheço alguém por aqui. Não me disse seu nome, a propósito.
Serim sorriu e Jungmo sentiu o coração bater tão forte que teve medo do outro beta ter ouvido. Porém, o Park se limitou a inclinar um pouco e selar a bochecha do mais alto, fazendo menção de tirar a capa, quando foi impedido.
—Não tire, por favor. Fique com ela. Isso será uma desculpa para nos vermos novamente. – falou, contente.
—Se assim deseja. – abriu a porta de madeira, entrando e observando o beta ao lado de fora, voltando a sorrir. Dessa vez de maneira doce. — Me chamo Park Serim. Até qualquer hora, Na Jungmo.
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Serim e Jungmo juntos são a minha ruína, sou apaixonada.
Vocês tavam com saudades dos dotae né? Podem falar, eu sei que estavam.
E esse Jaemin hein? Vai dar o que falar. Lembrando que todas as principais alcateias estão presentes, fogo no parquinho.