– Acho que eles estão chegando – berrou Dora espiando através da cortina da sala – melhor nos escondemos.
James pegou Harry no colo e se esconderam no armário embaixo da escada. Quando Sirius e Remus entraram pela porta da casa, todos saíram de seus esconderijos e gritaram.
– SURPRESAAAA!
Sirius deu um salto e Remus caiu na gargalhada. Tinham poucas pessoas. Além de James e Harry, estavam os Tonks, o próprio Dumbledore e McGonagall.
– Ah meu Merlin, eu não acredito.
Harry correu em direção ao padrinho.
– Anivesalio dindinho!
Sirius pegou o pequeno no colo.
– Obrigado meu mini prongs.
Todos felicitaram Sirius. Andrômeda manteve sua tradição de dar discos ao primo e deu o álbum Tug of War, do Paul McCartney.
Todos ficaram para o jantar. Foi uma noite divertida, as crianças brincavam na sala enquanto os adultos colocavam os assuntos em dia.
Minerva contou que as coisas enfim estavam começando a normalizar em Hogwarts depois da guerra. Ted contou que o ministério ainda estava uma loucura com os julgamentos, principalmente com as eleições para Ministro se aproximando e Dumbledore trouxe informações sobre a Ministra que pretendia se reeleger.
De amenidades a noite foi agradável. Quando Dumbledore levantou para ir embora, Sirius foi atrás do velho.
– Professor ehh...Albus – Dumbledore parou perto da porta e olhou por cima dos óculos para o jovem – eu ehh...preciso que o senhor veja algo.
Sirius tirou o medalhão do bolso e estendeu diante do outro. Dumbledore pegou o objeto entre os dedos analisando.
– Onde você encontrou isso?
– Na casa dos meus pais – Sirius exitou – ao que parece, meu irmão morreu por isso.
Dumbledore arqueou a sobrancelha olhando o medalhão mais de perto.
– O que o senhor acha que é?
– Não me é estranho, mas não sei o que é.
– Eu sinto algo estranho quando o toco.
– Ele definitivamente tem algo estranho, algo pesado – Dumbledore fitou Sirius – você tentou abri-lo?
Sirius acenou afirmativamente.
– Não abre.
O velho voltou a encarar o objeto.
– Posso levá-lo para analisar melhor?
– Claro – disse Sirius soltando a corrente na mão de Dumbledore que colocou o objeto no bolso interno das vestes.
– Voltaremos a conversar em breve – disse o bruxo já passando pela porta.
Sirius voltou até a sala e a noite não se estende muito mais. Quando sobraram só os Marotos, Sirius e Remus contaram toda a história que Monstro havia revelado e Sirius ainda acrescentou que entregou o medalhão a Dumbledore.
– O que vocês acham que é o tal medalhão? – perguntou James.
– Não faço ideia – respondeu Sirius dando de ombros.
James fez careta mas deixou passar, não tinha muito mais o que perguntar. Sirius serviu um novo copo de Whisky e se jogou no sofá.
– E no fim o idiota morreu mesmo, morreu a serviço – disse rindo entre dentes – tão tipico. Tenho certeza que mamãe ficou orgulhosa.
– Sua mãe não gostava dele? – James riu.
– Adorava, o filhinho perfeito, sonserino, obediente e comensal da morte.
Remus fez careta e James fez cara de dúvida.
– Nada daria mais orgulho à velha do que o filhinho dela se dando para uma causa tão nobre, matar nascidos trouxas.
Foi a vez de James fazer careta e com isso saiu da sala e já do meio da escada gritou um boa noite. Ele deu uma olhada no pequeno Harry que dormia profundo agarrado a uma pelúcia de um hipogrifo e foi para o quarto, se jogou na cama e apagou.
Na manhã seguinte James levantou cedo, foi até a cozinha e preparou o leite do filho e levou até o quarto do pequeno para acordá-lo. Harry agarrou a mamadeira ainda deitado na cama e o pai ficou sentado ao lado acariciando os cabelos bagunçados do menino e apreciando os olhos verdes, os olhos de Lily.
Depois do leite Harry já estava alerta, pai e filho foram para o banheiro. O menino estava aprendendo a usar o troninho e James estava se esforçando muito para ajudá-lo. Ao fim deu tudo certo e Harry ainda decidiu que usaria vestes de quadribol da Grifinória naquele dia.
James só pensava na cara de alegria que Sirius faria ao ver o afilhado assim.
O pai colocou o filho no ombro e desceram correndo as escadas. Remus já estava na cozinha, de pé junto ao fogão terminando de cozinhar um mingau em uma panela e fritando alguns ovos em outra.
James colocou Harry na cadeira alta e se serviu de café enquanto Remus colocava mingau em uma tigela. Entregou ao amigo que logo se sentou junto ao menino e começou a lhe dar colheradas enquanto fazia aviãozinho.
– Como ele está? – perguntou James após colocar uma colherada de mingau na boca de Harry.
– Ficou até tarde se revirando na cama – Remus respondeu sentando-se de frente com o outro.
– Eu não esperava menos.
– Ele dormiu na forma animaga ao lado da cama.
Os dois se encararam por um minuto. Ambos sabiam que Sirius fugia dos sentimentos complexos ao se transformar.
– É engraçada essa relação deles – comentou James como se contasse um segredo.
Remus assentiu.
– Eles eram muito próximos até Regulus entrar para a escola e mesmo depois de todos os problemas envolvendo os Black, Sirius continuava a falar de Regulus como se ainda fosse o irmãozinho mais novo que ele deveria proteger.
Remus encarava sua própria xícara em silêncio. Seriam dias difíceis até Sirius virar essa página. O que estranhava ao lobisomem era que Sirius realmente acreditava que Regulus ainda estava vivo até o momento em que Monstro disse o contrário com todas as letras.
James terminou de dar comida a Harry e o colocou no chão. O pequeno foi correndo para a varanda e o pai foi atrás pegando os casacos no cabideiro para agasalhar do frio.
Remus continuou estático na cozinha quando uma coruja das torres atravessou a janela e veio em sua direção. O homem soltou a carta presa ao animal e a abriu depressa. Dentro havia um pequeno pedaço de pergaminho.
Sirius,
Precisarei de tempo para entender melhor esse medalhão, assim que tiver mais informações, entrarei em contato.
A. Dumbledore
Remus ouviu alguém bufar por cima de seu ombro.
– E temos um total de zero pessoas surpresas que o velho vai demorar – disse Sirius tirando o pergaminho da mão do marido, amassando e jogando no lixo – tem café?
Remus grunhiu apontando para a frigideira no fogão. Sirius pegou um garfo e começou a comer direto da panela. Os dois comeram em silêncio até ouvirem James gritando da varanda.
– HAARRYYYY! NÃO SE MEXE FILHO!
Os dois saíram correndo e encontraram um James com a varinha em punho apontada para uma cobra enorme que lentamente se aproximava de Harry. O menino balbuciava como se falasse com a cobra.
– Harry, filho, fique bem quietinho. Papai vai tirar você dai.
Sirius e James se aproximaram também com varinhas em mãos, mas Harry não parecia ouvir os adultos desesperados à sua volta. James fez sinal para que os dois fossem por trás e pegassem Harry enquanto ele atacava a cobra.
Harry realmente parecia estar se comunicando com a cobra, mas quando Sirius agarrou o afilhado, o menino começou a chorar e James lançou o feitiço na cobra.
– Vipera Evanesca – e a cobra então desapareceu.
Os três ficaram abraçados a Harry por algum tempo até todos se acalmarem, então entraram em casa juntos. James levou o filho para sala e ligou um desenho para ele. Enquanto encarava os amigos.
– Harry estava conversando com a cobra, ou foi impressão minha? – perguntou Sirius ao amigo enquanto observava o afilhado.
– Eu tive a mesma impressão – disse James.
Remus parou reflexivo mordendo o lábio por um momento.
– Você não achou amor? – perguntou Sirius ao marido.
Remus assentiu.
– Tive a mesma sensação, mas isso não pode ser boa coisa.
– Vai me dizer que você acredita que somente bruxos das trevas são ofidioglotas? – perguntou Sirius mais uma vez.
– Claro que não Six, mas é genético, e até onde eu saiba isso não é uma característica dos Potter – indagou Remus olhando para James.
– Definitivamente não, na minha família nunca, isso é coisa de sonserino.
Os três riram.
– Bom, temos mais uma coisa que devemos consultar Dumbledore, como Harry podia estar falando com uma cobra.
Notas:
Quero muito agradecer aos 3k de leitores, obrigada!!
De agora em diante vocês vão perceber que nossa história vai realmente sair do canon por motivos obvios, mas espero que gostem.
Beijinhos fanfiqueiros, até já.
A autora