21 de junho de 2021
Arthur P.O.V.
Sim, eu os tinha convidado. Sim, eu sabia que eles tinham aceitado. Não, eu não lembrava que era sério.
Quando convidei a Marcelle e o Diego para virem para a Grécia Carioca, eu e a Carla tínhamos acabado de decidir que era melhor evitarmos maiores encontros devido à matéria divulgada pelo jornal Extra sobre sua presença na minha casa, o que não era mentira, mas também não era para ser explanada. Logo chamei também o Cadu e o Luca, dois amigos do crossfit, para comemorarem meu aniversário e não me deixarem de vela, obviamente. Porém, todas as vezes que falávamos do assunto, eles diziam estar tentando se organizar para vir, pois, por ser em pleno dia útil, não seria fácil conseguir folga.
E lá estavam eles. Todos os quatro. Gritando surpresa e puxando um "parabéns pra você" em alto e bom som.
Tento fingir casualidade, mas tenho certeza que minha cara incrédula entrega que eu estou completamente perdido com tudo o que está acontecendo. Eu estou extremamente feliz, isso não tenho como negar e, graças a Deus, nem a minha cara esconde; o que está me preocupando é se a Carla vai ficar confortável com isso, afinal, em momento algum eu a avisei que eles viriam, até porque eu também não sabia. Então, busco seu olhar no meio da cantoria e a vejo com o maior sorriso no rosto, batendo palma olhando para a vela fulminante em cima do bolo que, quando percebe meu olhar, logo retribui.
Quando todos param de cantar, recebo vários abraços e parabenizações dos meus amigos, até que ela vem ao meu encontro e, em nosso abraço, me pergunta:
- Tá surpreso?
- Você sabia? - pergunto me afastando um pouco para olhar seu rosto e saber se ela estava sendo sincera ou irônica.
- A Marcelle me enviou uma mensagem no Instagram dizendo que você os convidou com medo de ficar sozinho e que acabou não dizendo mais nada porque não sabia minha resposta. Daí eles resolveram vir, eu adorei a ideia!
- Você é muito atriz, dona Carla!
- Eu sou sim, mas isso não foi mérito de Carla Diaz atriz não, viu?! Ela me falou antes de nós dormirmos, na verdade, você já tinha dormido e eu, por sorte, ainda não. Só assim para eu ter ouvido a notificação! Ou seja, não teve muito o que esconder.
Eu a beijei, como se no gesto dissesse "obrigado", e fomos socializar com o pessoal que estava na varanda observando a vista. Abrimos algumas bebidas, colocamos música para tocar e ficamos aproveitando a comemoração.
Carla P.O.V.
- Vou buscar mais vodka com limão, alguém quer algo da cozinha? - falei enquanto me levantava e andava em direção à cozinha.
- Vou com você! - respondeu a Marcelle - esse papo sobre Flamengo já deu pra mim, preciso de um descanso!
Ela se levantou e veio andando logo atrás de mim. Peguei a vodka no freezer e nos sentamos no sofá da sala, era perto da varanda, mas distante o suficiente para podermos ter um diálogo sem ouvir o nome Gabigol a cada 11 palavras de 10 que eram ditas.
- E aí, me fala, o que fez você vir? - ela me perguntou fazendo com que o silencio entre nós não perdurasse nem por um minuto.
- Eu já queria muito vir, a gente meio que tinha planejado isso né, antes do dia 10... você sabe né? - perguntei torcendo que ela dissesse que sim pois não queria ter que explicar aquele dia horrível.
- Sei, o Arthur foi lá pra casa no dia afogar as mágoas pro Diego...
- Nossa, não sabia disso, mas fico muito aliviada de saber que ele tem pessoas tão especiais aqui no Rio! Mas enfim, quando a gente se resolveu dia 12, ele perguntou se eu vinha, mas eu ainda estava muito assustando com tudo que tinha acontecido, estava com muito medo da exposição, porque, por mais que eu tenha vivido isso praticamente minha vida toda, nunca foi nessa proporção e isso me assusta também!
- Eu imagino! - ela disse em um tom de conforto.
- Daí fiquei nessa apreensão, ainda estou inclusive, mas quando a gente fica junto, tudo fica mais leve. Vale a pena esse "risco", digamos assim. - falei gesticulando as aspas com as mãos para deixar claro que era apenas modo de falar.
- Mas por que vocês não assumem logo, Carlinha? Deixa o povo falar o que quiser, eles não têm direito algum de julgar os sentimentos de vocês, por mais que façam... só vocês precisam se entender, ninguém mais! - ela disse em um tom tranquilo, de apoio, me transmitindo confiança para explicar.
- Ma, posso te chamar de Ma? - perguntei meio sem jeito depois de achar que podia estar forçando uma intimidade que não existia, ainda.
- Pode, com certeza, Carla Diaz me chamando de Ma, por favor! hahaha
- Que é isso mulher, só Carla! - falei rindo. - Mas assim, todas as questões que acontecerem no programa entre a gente ainda estão sendo muito julgadas pelas pessoas aqui fora e, por mais que a única opinião que importa seja a minha e a dele, as pessoas não entendem isso. Tem sim muitos fãs, mas tem muita gente sem noção que ameaça e isso, querendo ou não, assusta por não sabemos se são apenas palavras ou não. A gente se gosta muito, isso não há dúvidas, mas não definimos nada ainda também, vai que não é tudo o que achamos que é?!
- Ai Carlinha, você sabe quando é! Falo por mim... Eu vivia dizendo que era só um fica com o Diego, mas a verdade é que eu sempre soube que era muito mais...
- Ai amiga, a gente sabe né?!
- Sabe viu e acho que você já tem é certeza... - nesse momento não pude esconder a verdade pois meu sorriso tímido foi totalmente involuntário. - Só digo uma coisa, o Arthur é um ser humano incrível que gosta muito de você e não tô dizendo só porque o vi chorar por você...
Eu já ia me abrir toda pra Marcelle, contar tudo que eu tava sentindo, por mais que ela não fosse a pessoa para quem eu tinha que falar, quando a turma do pagode e do futebol que estava na varando, vulgo os meninos, entrou na sala falando que ia se recolher. Olhei no celular para saber que horas era, não parecia estar muito tarde. Eram ainda 21:00, não entendi. Arthur me puxou pelo braço me chamando para o quarto. Marcelle se levantou e foi para o quarto que ela e seu marido ficariam, assim como Cadu e Luca se dirigiram para fora do apartamento com a desculpa de que "explorariam o local". Tá, agora entendi.
Arthur P.O.V.
Eu a abracei pela cintura, fazendo com ela entrelaçasse suas pernas em meu quadril e comecei a beijá-la apaixonadamente. Carreguei-a ao nosso quarto e fechei a porta que estava atrás de nós.
- Eu ainda nem lhe dei seu presente garoto! - desvinculando-se do nosso beijo para recuperar o ar, ela disse enquanto eu cumpria a promessa que a fiz no BBB de beijá-la toda (essa não seria um das "Promessas do Crossfiteiro").
Sem parar de plantar selinhos em seu pescoço, perguntei:
- Que presente? Achei que o presente era sua presença aqui.
- Então já basta minha presença nas suas viagens de aniversário? Vou ficar mal acostumada, Sr. Arthur Picoli de Conduru!
- Nos meus aniversários? Plural?
- Você que tem que responder...
Coloquei-a na cama enquanto nos beijávamos, comecei a acariciar suas costas ao passo que aproximava meu corpo em direção ao dela lentamente. Subitamente, um sentimento me faz apartar nosso amasso e me faz encará-la por alguns segundos. Fico acariciando seu rosto e admirando sua beleza sem dizer nada, ela também não questiona.
Está entalado dentro de mim. Está entalado há muito tempo. Não tem porquê esconder mais. É a verdade e minha mãe sempre dizia para mim quando eu era pequeno: "a verdade liberta".
- Eu te amo. - falei como se tirasse um peso das minhas costas, como se eu estivesse desatando um nó da minha garganta que há muito tempo estava guardando palavras e palavras que já deveriam ter saído.
Apesar da liberdade que foi expressar o que eu sentia por ela de forma tão natural, o medo de uma resposta diferente ainda existia; então, ao invés de esperá-la responder, qualquer coisa que fosse, voltei ao momento que estávamos e continuei até que chegássemos ao nosso ápice juntos, sem que nenhuma outra frase que eu pudesse proferir cortasse nosso clima.
Até que, depois de alguns minutos deitada em meu peito, ela se levantou e foi até o closet. Em poucos segundos ela voltou com as mãos para trás, como se escondesse algo, sentou na cama, me deu um beijo e falou:
- Fecha os olhos!
Fechei. É aquela história, se ela disser "dorme" eu dormiria sem questionar nem um A. Ela me puxou pelos braços, fazendo com que eu, que estava deitado, sentasse também na cama; puxou minha cabeça para mais perto e colocou algo em meu pescoço. Eu já estava abaixando a cabeça para olhar o que era, quando ela segurou meu queixo, olhou nos meus olhos e disse:
- Eu também te amo, bobão que nem esperou eu falar porque tava com medo da resposta que eu sei.
Sorri com a resposta e com o alívio que transbordou meu coração ao ouvi-la dizer exatamente o que eu tinha feito. Eu a amava, eu a amava muito e apenas isso que importava.
- Pode olhar agora! - ela disse me lembrando que havia algo em meu pescoço que eu ainda não sabia o que era. Olhei para baixo e ela concluiu - Sua mãe disse que seus avós tinham te dado um quando você era mais novo, mas que você perdeu e até hoje procurava... Escolhi esse com o detalhe azul para que você pudesse lembrar dela.
Eu não sabia o que dizer. A cada dia eu me surpreendia mais e me apaixonava mais por essa mulher na minha frente. Lembro-me que conversamos uma vez sobre os meus avós no BBB e não achei que ela lembraria da importância deles na minha vida, sobretudo nos últimos tempos; mas saber que ela procurou minha mãe para me agradar com um presente que não tivesse necessariamente relação à ela, mas sim à minha vó, é surreal!
Senti meu olhos lacrimejarem ao olhar o colar. Agradeci com um beijo e, sem falar nada, me levantei. Ela não entendeu, ficou me observando entrar no closet. Olhei o relógio, já era 00:11. Peguei o violão, voltei para o quarto e comecei a cantar uma música que compus há um tempo e que estava apenas esperando o momento certo para cantá-la:
"Linda,
Sua beleza me espanta
Nunca achei que ia ser fácil
Mas já achei minha metade da laranja
Eu demorei para perceber
Mas hoje não me canso de falar
Você não foi só o melhor do BBB
Mas o melhor de toda a minha vida
Não se preocupe você não precisa responder
Mas eu sem dúvidas preciso confessar
Já faz um tempo que eu só penso em você
Por favor, me deixa eu te amar!"
- Carla Diaz de São Paulo, atualmente residente do Rio de Janeiro, mais especificamente da Barra da Tijuca, você aceita ser minha parceira no amor e na vida, mais especificamente, de novo, você aceita ser minha namorada? Obs.: não é porquê vamos rotular, caso você aceite, que precisamos expor para o mundo.
- Hmm, vou pensar no seu caso... - ela disse com uma cara de sarcasmo, fazendo-me retribuir com uma cara de questionamento debochado, até que ela disse. - É óbvio que eu aceito Arthur Picoli de Conduru. Já tava achando que eu ia ter que me ajoelhar de novo pra você!
Começamos a rir, a felicidade transbordava em nossas feições. Comemoramos fazendo que fazíamos de melhor, desde que zeramos a contagem: aproveitamos a companhia um do outro. Sim, o aproveitamento da companhia foi da maneira mais íntima possível e estamos muito felizes com isso. Dormimos logo em seguida, afinal, amanhã o dia começa bem cedo.
Dessa vez eu cumpri a promessa, capítulo postado no dia combinado! Espero que estejam gostando de acompanhar esse off de Carthur que com certeza aconteceu... (fonte: confia!) hahaha A música que está no capítulo tem melodia e tudo, viu?! Não tenho a voz da (@mvacomenta) mas quem sabe um dia eu não posto no tt pra vocês escutarem... É isso, vou tentar postar até sexta o próximo já que é mais curtinho e é mais fechamento de acontecimentos. Beijussss xoxo <3