P.O.V - Bae Minji
Acordo pela manhã, já ouvindo o cantar dos pássaros perto de minha janela. Abro meus olhos lentamente e vejo a claridade fraca do sol em todo o meu quarto.
Me levanto e logo sinto um frio me invadir e me trazer um certo arrepio. Vou para o banheiro, tomando um banho quente e me arrumo para ir a escola.
Desço as escadas que tinham em minha casa, que me levam a sala. Assim que chego no cômodo, vejo minha mãe que já se preparava para sair e ir ao seu trabalho.
- Bom Dia, Mãe! - Digo a abraçando e lhe dando um beijo na bochecha esquerda.
- Bom Dia minha, filha! - diz ela, fazendo o mesmo comigo
- Já irá sair para trabalhar? Poderia ficar um pouco e tomar café comigo? - seguro sua mão.
- Filha... Sabe muito bem que o horário do meu trabalho é rigoroso! - acaricia meu rosto.
- Mãe, eu sei! Mas por favor...só dessa vez! A senhora quase não fica em casa... - minha voz sai um tanto triste e faço um leve bico nos lábios. Ela Respira fundo.
- Ok. Dessa vez eu fico... Mas não vamos demorar! - me leva até a cozinha. Um largo sorriso toma conta dos meus lábios, e sentindo satisfeita por convencê-la.
Já na cozinha, faço um café rápido e nos sentamos na mesa, logo iniciando a refeição. Uma coisa que quase não fazíamos, era tomarmos café juntas. Minha mãe vive ocupada no trabalho e as vezes fico me perguntando como ela aguenta trabalhar praticamente o dia todo, chegando em casa exausta e cheia de cansaço.
Mas, por um lado, eu entendo o motivo dela de fazer isto. É tudo por preocupação de dar o melhor para a família. Ou seja, nós duas, somente.
- Pronto filha. agora tenho que ir, tá bom? - se levanta, colocando o prato e xícara na pia.
- Tudo bem. - assenti. - Espere! Também já sairei para ir a escola. - me levanto.
- Ah, sim! Quer carona? Acho que dá tempo de te deixar na porta.
- Quero sim! - Pego minha mochila e saio juntamente com ela.
Já no quintal de nossa casa, ela tranca a porta, e depois entramos no carro.
No caminho para minha escola, não falávamos nada. Eu e minha mãe, com o tempo, perdemos um pouco o assunto entre nós, desde que meu pai faleceu.
Odiava quando imagens do que passamos sem ele passavam pela minha mente, me lembrando apenas da dor e sofrimento, da dificuldade que tivemos em superar tudo. Meu pai era um homem bom, justo e que fazia de tudo para agradar eu e minha mãe.
Infelizmente, meu pai morreu de câncer quando eu tinha 10 anos. Foi muito difícil para minha mãe, pois na época que ele se foi, ela não trabalhava. Meu pai, sustentava a casa sozinho, pois trabalhava em um local que lhe dava condições para isso.
Minha mãe para mim, é um grande exemplo de mulher. Mesmo com essa perda tão grande, ela continuou lutando contra as dificuldades, arrumou um emprego e me colocou na melhor escola da cidade, com todo o seu esforço. Atualmente também não passamos nenhum tipo de dificuldade financeira ou alimentar, não nos falta nada. Mesmo assim, me preocupava com ela.
Começa novamente a passar por minha mente, os momentos bons em família que tivemos juntamente com o meu pai. Eramos muito felizes. Hoje em dia? Ficamos apenas quietas tendo que engolir a todo momento o fato de agora, só existir nós duas. Ao menos tínhamos isso para não nos sentirmos totalmente sozinhas.
- Filha... Você está chorando? - diz minha mãe me desligando de meus pensamentos. Rapidamente percebo que eu realmente estava chorando.
- Mãe, eu... - com dificuldade, mal conisgo falar, sendo atrapalhada pelo meu próprio choro.
- Você está lembrando do seu pai, não é, minha Filha? - olha no fundo dos meus olhos.
- Sim mãe, eu estava... - digo secando minhas lágrimas.
- Sabe muito bem, que ele está em um lugar melhor... - tenta me confortar, como sempre fez.
- Eu sei... já parei. - abro um pequeno e frágil sorriso.
Desde então, não falamos mais nada. Sempre que eu tinha essas crises de choro, minha mãe tentava me acalmar e depois não conseguiamos conversar por um tempo. Por mais que ela tentasse esconder, eu sabia que doía nela também. Desde o falecimento do meu pai, minha mãe não se envolveu com nenhum homem. Obviamente, ela sempre me colocou como sua prioridade, mas o amor que ela carrega pelo meu pai ainda a impedia de muitas coisas.
- Chegamos! - me avisa, parando o carro.
Olho para a janela, vendo a frente de minha escola. Respiro fundo, abrindo a porta do carro. Antes de sair, dou um beijo na minha mãe e me despeço.
- Filha, está com a chave da casa? - pergunta, segurando meu braço antes que eu saísse.
- Estou sim! Não se preocupe. - sorri para ela, me retirando.
Ela acena para mim, logo após saindo e indo ao seu trabalho.
Volto meu corpo para o outro lado e vejo novamente a parte central de minha escola. Respiro fundo mais um vez, indo caminho da entrada.
Será só mais um dia normal, como sempre. - penso.
E assim, sigo meu caminho.
[...]
Já na sala de aula, estava tudo normal. Todos estudando e fazendendo suas atividades. De repente, ouviu-se alguém bater na porta.
- Pode entrar. - diz meu professor.
E ali, entra uma mulher loira, que usava óculos. Rapidamente reconheci ser a diretora.
- Com licença professor. Eu vim aqui para fazer um comunicado aos alunos. - diz ela, se aproximando da primeira fileira.
- A vontade, Diretora. - continua a escrever no quadro.
- Bom dia a todos. Vim aqui para dizer que hoje vocês serão liberados mais cedo...- a diretora é Interrompida por alguns gritos de alegria. - Mas calma! ainda não terminei. Vocês serão liberados cedo, para voltarem aqui no horário da tarde, pois somente hoje houve um problema que vocês terão que ter aula de tarde. É as 15 horas. Vocês terão que vir. - diz com seu tom rigoroso fe sempre.
Pude ouvir algumas reclamações, mas depois todos ficaram quietos. Eu não disse nada. Querendo ou não, vir era minha obrigação. Não tenho nada para fazer hoje de importante, então não faria diferença para mim.
Depois do comunicado, a direto se retirou e continuamos com a aula normalmente.
[...]
Assim que as aulas se findaram, peguei minhas coisas, já para voltar pra casa, pois iria sozinha.
Minha casa tinha uma certa distancia até a escola, então tratei de não demorar e já me retirei. Caminhei até o ponto do ônibus e aguardei o transporte ali.
Depois de uns 15 minutos, desço do ônibus no último ponto que tinha da cidade na rua que levava a minha casa. O resto eu caminho a pé.
Minha casa não era dentro da cidade, era dentro de uma pequena área florestal que havia ao lado da cidade. Meu pai a construiu nesse lugar por gostar de onde tinha árvores e sossego. Com o tempo, eu e minha mãe também começamos a gostar, então não nos mudamos.
Havia uma estrada trilhada um pouco antes de chegar até a residência, mas...o que menos queria que acontecesse, estava acontecendo.
Sempre que passo por esse lugar, exatamente nessas horas, sinto uma sensação estranha de que alguém está me observando. Isso não é de hoje. Desde os meus 15 anos, eu sinto isso toda vez que volto para casa sozinha. Ou seja, todo dia.
Essa sensação me trás arrepios indescritíveis e já cogitei ser loucura da minha cabeça. Apesar de tudo, a única coisa que posso fazer é apressar meus passos para finalmente entrar em casa.
P.O.V - ???
Saio de casa com uma certa pressa, ansioso para ver quem eu tanto amava.
Vou até o meu carro e me concentro na estrada para não demorar, já que onde eu morava havia uma boa distancia até a cidade. Eu já sabia que hoje ela seria liberada cedo. Por que? Porque eu descubro tudo sem ser percebido.
Após longos minutos, cheguei ao local onde costumava deixar o meu carro. O resto do caminho, fui a pé. Assim que cheguei no lugar onde ela sempre tinha costume de passar, me escondo atrás das árvores e folhas que tinham por ali. Como sempre, de uma forma a qual ela não conseguisse me ver.
Apenas aguardo ela chegar. Com alguns minutos de espera, vejo a jovem Bae Minji passando pelo caminh. Parecia estar distraída.
Como de costume, aos poucos ela foi percebendo a minha presença. Ela só não sabe quem eu sou... mas por pouco tempo.
Seus olhos rodeam o lugar, tentando descobrir quem a observa tanto, mas não tem sucesso. Começou a apressar seus passos, mostrando o seu medo. Acompanho os seus passos, cautelosamente por trás das matas.
Eu sempre a observei, desde que ela tinha 15 anos. Isso pode ser loucura, mas eu sou louco por ela, por mais que a mesma não saiba quem eu sou... Mas eu a conheço bem.
Aos poucos ela já estava chegando a porta de sua casa. Eu estava querendo fazer uma loucura, entretato, não podia. Não agora.
Quando ela chegou onde queria, não exitou em entrar e se trancar lá debtro. Eu apenas ri baixo, pois seu jeitinho assustado era adorável. Pareço ser perigoso, mas nem eu sei definir o que sou de verdade.
Fiquei satisfeito ao poder apreciá-la mais uma vez. Era algo que eu tinha vício em fazer. Sentia que dependia disso para viver. Por saber o horário que ela iria voltar, minha alegria era ainda maior, pois voltaria mais tarde para vê-la.
Com o tempo, percebi que não podia ficar mais ali. Saí de casa sem avisar e tinha consciência das consequências desse ato. Volto para o local onde deixei meu veículo e volto para casa.
[...]
Quando estaciono o carro e saio dele para ir até a porta, já percebo alguém me esperando com uma feição nem um pouco agradável.
– Onde é que você estava? – o ser mais baixo que eu batia o pé, de braços cruzados.
– Baekhyun, não venha me tirar a paz não, tá? – não o encaro, passando por ele.
– Você saí de casa do nada e chega assim sem dar explicações? – diz irritado e impaciente.
– Olha, não quero falar agora. – reviro os olhos, entrando.
– Minseok! Ele chegou! – Baekhyun gritou, me fazendo pensar na enrascada que eu entraria agora.
Droga! - exclamei em minha mente.
Vejo Minseok entrar na sala, com seus passos firmes e sua cara nada alegre. Tento me apressar, mas ele acaba me vendo.
– Volte aqui, garoto! – puxa meu braço, me impedindo. – Onde você estava, hein? – sua voz estava um tanto áspera.
– Isso não interessa. – digo frio, me recusando a dar continuidade.
– Aposto que ele foi ver ela de novo. – ouço Chen dizer, já que estava sentado no sofá da sala.
– Me deixem em paz. – digo, querendo sair dali o mais rápido possível.
– Já falei pra ele ficar longe, se não vai acontecer algo ruim e eu já prevejo isso em breve. – diz Kai, que também estava lá.
– Sério que vocês vão começar a discutir sobre os problemas dele? - Kyungsoo se pronuncia, me olhando com um olhar desgostoso.
– O dia em que nessa casa não tiver problemas todo dia, eu vou dar graças a Deus. - Lay diz, com seu sotaque de sempre.
– O que está acontecendo aqui?! Que barulheira é essa?! – Ouvimos Suho exclamar, vindo pelo corredor.
– Agora você vai se meter também? Que deoga! – grito, impaciente.
– Pare de gritar! Ninguém aqui é surdo! - Baekhyun me repreende.
– Vocês não sabem conversar como pessoas civilizadas? Qual foi o problema de hoje pra essa discussão? – Suho passeia o olhar pela sala.
– Ele saiu sem avisar de novo! Isso está passando dos limites! – diz Minseok, apontando para mim.
– Sabe muito bem que não deve fazer isso! – Suho me encara com reprovação.
– Já passou da hora de vocês pararem de me tratar como criança! Eu já tenho 23 anos! Sou dono do meu próprio nariz e faço o que eu bem quiser e entender! - explodo em palavras, já perdendo a cota da paciência.
– Seu atual comportamento diz totalmente o contrário. – Minseok me encara. - Mas... Quer ssber? Se você se acha o adulto, okay. Só saiba que é você que vai se responsabilizar totalmente pelos seus atos. - vira as costas para mim, indo para perto dos outros.
– Ótimo. Isso é problema meu mesmo. – digo me virando para ir ao meu quarto.
– Depois que LuHan saiu daqui... realmente essa casa perdeu a ordem. – diz Sehun, assustado com tudo.
– Não preciso nem falar de Tao e Kris né? – diz Lay, que atualmente era o único chinês entre nós.
Eu apenas ignoro suas últimas palavras e sigo em frente. Não me importa o que eles acham, eles não mandam em mim. Essa casa é herança minha, estão aqui por que é o dever deles. Eu faço o que eu quiser, e, hoje mais tarde, será a prova total disso.
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Eu editei o capítulo para consertar erros e fundi o 1 e o 2, okay? Alguns capítulos estarão juntos aqui para que eu possa me organizar melhor. Espero que tenham gostado! ❤
~GabyAnchieta