Dias depois...
-Olá Ximena, a Valentina está?
-Bom dia senhorita Valdés, ela está em seu escritório.
-Perfeito, pode avisar que eu estou aqui? Para saber se ela pode me receber.
-Claro que sim, eu já volto. _falou se dirigindo a sala de Valentina.
-Obrigada. _sorriu.
-Com licença senhorita Carvajal. _Ximena falou entrando em seu escritório.
-Entre Ximena. _falou sem levantar o olhar.
-A senhorita Valdés está lá fora, me pediu para avisá-la.
-Está bem, peça para ela entrar.
-Sim senhorita. _falou Ximena se retirando.
-Senhorita Valdés, pode entrar.
-Obrigada Ximena. _falou Juliana.
-Olá meu amor. _cumprimentou Juliana sorrindo enquanto entrava no escritório.
-Não me chame assim... mas Olá. _disse Valentina levantando seu olhar para olhar Juliana.
-Você sentiu a minha falta durante esses dias? _perguntou Juliana animada.
-Claro, nem consegui dormir pensando em você. _disse Valentina sarcasticamente.
Ainda que fosse verdade, cada dia que se passava ela esperava por Juliana impacientemente.
-Que bom morrita, eu também pensei muito em você.
-Fui sarcástica Juliana. _falou limpando a garganta.
-No fundo eu sei que você sentiu a minha falta. |_disse Juliana sorrindo e fazendo Valentina revirar os olhos.
-O que você esta fazendo aqui?
-Vim te convidar para sair, vamos ao cinema e quem paga é você.
-Você tem um conceito estranho em chamar alguém para sair.
-Eu pagaria com todo prazer, mas você disse que não gostava que pagassem por você por isso que digo que dessa vez quem pagará é você.
-Como você pode notar eu tenho muito trabalho. _falou sinalizando todos os documentos esparramados pela sua mesa.
-Vamos Val, o trabalho pode esperar... e amanhã? O que você fará amanhã?
-Amanhã voltarei a ter muito trabalho. _falou voltando sua atenção aos documentos.
-Por que será que eu estou sentindo que você não quer sair comigo? _perguntou Juliana.
-Porque você está certíssima, eu não quero sair com você e você está tornando tudo mais difícil para mim.
-Isso você já me disse, bom... para a sua sorte eu não sou uma pessoa que se rende.
-Sorte?
-Claro voltarei amanhã, quem sabe amanhã você tenha uma resposta diferente... Continue seu trabalho Val.
Sem esperar uma resposta ela caminhou em direção a porta e saiu.
-Até mais Ximena, sua chefe não quis sair comigo hoje. _disse Juliana.
-Eu sinto muito senhorita Valdés. _falou com a voz penosa.
-Tudo bem, eu volto amanhã.
Dias depois...
-Olá Ximena.
-Senhorita Valdés... a senhorita Carvajal está em uma reunião.
-Igual ontem... _disse Juliana se sentando na cadeira da recepção.
-Sim, eu sinto muito.
-Você sabe se ela já comeu?
-Não, ela não comeu nada. Passou o dia todo trancada no escritório e depois foi para a reunião .
-Está bem, irei comprar algo para ela comer. _falou se levantando animadamente.
-Quer que eu diga que você veio?
-Não, não será necessário. Daqui a pouco eu volto.
Juliana se dirigiu ao elevador e foi até o restaurante mais próximo comprar algo para Valentina comer, poucos minutos depois ela estava de volta.
-Ela já saiu da reunião? _perguntou segurando as sacolas com comida.
-Sim senhorita, ela está no escritório. Quer que eu te anuncie?
-Não, hoje eu prefiro entrar sem ser anunciada. _falou sorrindo.
-Só me deixe te prevenir que hoje ela está com um péssimo humor.
-Que estranho né?. _ ironizou Juliana causando a risada de Ximena.
-Olá Val.
-Você se tornou uma dor de cabeça. _falou valentina massageando a têmpora.
-Obrigada, eu também te amo. _disse Juliana rindo.
-O que você está fazendo aqui?
-Eu cheguei agora pouco, mas Ximena me disse que você estava em uma reunião e também me contou que você não havia comido. Eu te trouxe comida tailandesa, você continua gostando?
-Estou sem fome. _falou desviando o olhar.
-Isso não foi o que eu perguntei. _falou se aproximando e colocando as sacolas com a comida sobre a mesa de Valentina.
-Sim eu continuo gostando, mas repito estou sem fome.
-Uma pena para você, porque eu não irei embora até ver que você comeu algo. _disse Juliana tirando as coisas da sacola de comida.
-Espera, espera, você vai manchar os documentos. _falou Valentina recolhendo os papéis.
-Você não está de bom humor não é? _perguntou Juliana a ajudando.
-Não, por sua culpa eu não tenho dormido bem e tenho um monte de trabalho atrasado.
-Por minha culpa? _perguntou arregalando os olhos.
-Sim sua culpa, você vem toma o meu tempo e faz com que eu atrase todo meu trabalho. _disse Valentina áspera fazendo Juliana baixar o olhar.
-Eu vou esperar você comer e irei embora.
-É muito comida, você também vai comer? _perguntou Valentina notando que havia a magoado.
-Eu perdi a fome, mas é melhor você comer. _disse Juliana se sentando de frente para Valentina.
Valentina se serviu e comeu em silêncio, Juliana se manteve imóvel e não pronunciou mais nenhuma palavra. Valentina sabia que havia passado dos limites, havia sido grossa com a única pessoa que estava se preocupando com ela.
-Já acabei. _disse Valentina.
-Está bem, vou recolher as coisas e irei embora. _disse Juliana se levantando.
-Bom... Juliana eu sinto muito, eu não sou boa com as palavras. _disse Valentina arrependida.
-Não se preocupe, até logo Val. _falou Juliana saindo pela porta sem esperar resposta.
-Lucia, olá. _cumprimentou Juliana ao sair do escritório de Valentina.
-Juliana, como você esta? _falou Lucia a cumprimentando com um beijo na bochecha.
-Estou levando. _disse Juliana forçando um sorriso.
-Não tem sido fácil não é?
-Não mesmo, mas enfim você vai entrar para vê-la?
-Sim.
-Boa sorte, ela não está de bom humor.
-Ela nunca está. _disse Lucia rindo.
-Isso é verdade, será que você pode me fazer um favor?
-Claro que sim, do que precisa?
-Você poderia me dar acesso a casa de Valentina?
-Você já tem, os seguranças já foram avisados que você pode entrar quando quiser.
-Muito obrigada Lucia.
-Por nada, até logo Juliana.
-Até Lucia.
Lucia abriu a porta sem bater e entrou encontrando Valentina sentada de frente para a sua mesa com o olhar perdido no nada.
-Ei Vale...
-Lucia... você não esteve na reunião.
-Sua irmã ficou de me cubrir.
-Bem eu prefiro que você esteja lá pessoalmente.
-Em outra ocasião estarei... vi que a Juliana acabou de sair daqui.
-Aham... _falou desviando o olhar.
-Vale... essa pobre mulher está a quase dois meses lutando para que você a dê outra oportunidade, ela vai acabar se cansando.
-Ela só está perdendo tempo.
-Tem certeza? Você realmente quer passar o resto da sua vida se arrependendo? Sabendo que teve a chance de voltar a estar com ela e jogou fora? Quer mesmo isso?
-Eu não faço a mínima idéia do que eu quero Lucia.
-Pois é melhor começar a ter ou irá acabar a perdendo.
Horas depois o telefone da recepção do escritório de Valentina começou a tocar.
-Corporativo Carvajal.
-Olá Ximena, sou eu Juliana.
-Olá senhorita Valdés, no que eu posso te ajudar?
-Estou te ligando para perguntar algo.
-Claro, pode falar.
-A Valentina ainda está no escritório?
-Ela acabou de sair, foi embora cedo pois estava muito cansada. Quer que eu a chame? Deve estar no elevador.
-Não, não... está tudo bem eu só queria saber. Normalmente ela vai embora que horas?
-Não tem uma hora exata, eu sempre vou embora antes dela, mas suponho que ela vá embora tarde.
-Está bem Ximena, obrigada. _falou desligando o telefone em seguida.
Valentina entrou na sua casa, estava muito cansada e planejava tomar um longo banho e dormir ainda que fosse por poucas horas, ela ainda se sentia muito mal pelo modo que havia tratado Juliana. A verdade é que ela tinha mesmo muito trabalho, mas sempre tinha sido assim. Ela sabia que a sua insônia não era culpa de Juliana, claro que ela não conseguia dormir pensando nela, mas isso não era necessariamente sua culpa.
-Olá Val.
-Eu sabia que era a sua caminhonete estacionada lá fora... O que você esta fazendo na minha casa? Melhor ainda, o que está fazendo no meu quarto?
-Você parece tão cansada amor.
-Isso não foi o que eu perguntei Juliana.
-Bem, respondendo as suas perguntas. Eu vim me assegurar que você consiga descansar.
-Eu vou tomar um banho e depois irei dormir, então pode ir embora tranquila.
-Não, você não entendeu. Eu realmente vou me assegurar que você consiga dormir, vou dormir com você.
-O que? Você ficou louca.
-É o meu dever me assegurar do bem estar da minha esposa que nesse caso é você, então não brigue comigo, vá tomar o seu banho e eu vou te esperar aqui enquanto arrumo a cama.
-Pois eu digo que você esta louca.
-Eu já te disse isso, estou completamente louca por você.
-Eu não vou dormir com você Juliana. _falou revirando os olhos.
-Não faz sentindo você lutar, quanto mais lutar menos você vai dormir e esse não é meu objetivo. Então vá logo tomar um banho.
-Eu vou tomar um banho e quando eu voltar espero que tenha ido embora.
-Isso não vai acontecer, mas vá tranquila e aproveite seu banho.
Valentina foi para o banheiro e entrou embaixo do chuveiro ficando longos minutos perdidas em seus pensamentos, ela não queria que Juliana fosse embora, mas também não queria permitir que ela tomasse o controle da sua vida assim tão rápido. Quando saiu do banheiro viu que Juliana estava sentada em sua cama a esperando, aquela mulher era uma teimosa.
-Repito... EU NÃO DORMIREI COM VOCÊ. _disse Valentina parando de frente para a cama.
-E eu não irei embora Val, então é você quem decidi, prefere ter essa discussão durante toda a noite ou prefere dormir junto com a sua esposa?
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