teacher' ⁘ jikook

By beemoon_

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{Concluída} ✎﹏Jungkook é um estudante no terceiro ano do ensino médio e seu objetivo para o último ano, é con... More

༶ leia-me
༶ um - o primeiro dia
༶ dois - uma aproximação
༶ três - mais cartões
༶ quatro - o pai
༶ cinco - coração partido e o namorado
༶ seis - briga e rejeição
༶ sete - uma chance
༶ oito - primeiro encontro
༶ nove - coisas boas e ruins
༶ dez - cuidado
༶ onze - 100 dias
༶ doze - sem esperança
༶ treze - o presente
༶ quatorze - mãe
༶ quinze - vingança, amigos e visita
༶ dezesseis - compras e conversas
༶ dezessete - jantar de noivado
༶ dezoito - namorado
༶ dezenove - a apresentação
༶ vinte - encontro inesperado
༶ vinte e um - primeira vez

༶ epílogo: infinito

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By beemoon_



⚠ – Conteúdo impróprio para menor.

💌

Assim que despertou naquela manhã, Jimin sentiu a fadiga e o mal estar oriundos da noite mal dormida. Já era a segunda noite que dormia mal, pois já era a segunda noite que passava sem ao menos falar com Jungkook.

Eles tiveram uma discussão, que ficou um pouco mais séria do que deveria. Jimin sabia estar errado daquela vez e não saberia explicar, porque não conseguiu ceder quando deveria, admitir seu erro e pedir desculpas imediatamente. Ele havia dito coisas que não queria ter dito ao mais novo e quando tentou se desculpar - depois de ter debatido o assunto com Yoongi e percebido que estava mesmo errado -, Jungkook simplesmente não atendeu nenhuma de suas ligações ou respondeu suas mensagens, ainda que fizesse questão de visualizá-las, apenas para que Jimin ficasse sabendo que ele tinha visto.

Estava bastante chateado com aquilo também, porque Jungkook, embora certo no ponto de sua discussão, estava sendo inflexível e Jimin se perguntava a troco de quê? Muitas vezes no tempo em que estavam juntos, o viu ceder por muito menos.

Suspirou depois de sentar na cama e pegar o celular, apenas para ter certeza de que continuava sendo ignorado. Mordeu o lábio com aquele aperto em seu peito e uma vontade quase incontrolável de chorar, afinal de contas, depois de dois dias inteiros, já começava a se perguntar se Jungkook iria mesmo falar com ele de novo em algum momento. E por Deus, tudo que ele não queria, era que terminassem daquela forma, pois amava Jungkook além do que poderia ser possível mensurar.

Acabou por balançar a cabeça, a fim de espantar aqueles pensamentos, já que sabia que o mais novo também o amava demais para aquilo.

Independente de seus problemas pessoais, a vida tinha de continuar e por isso se arrastou para o banho, dando algum alívio ao seu corpo fatigado pelas noites mal dormidas e depois se vestiu, tomando café, apenas para não desmaiar no trabalho, já que seu apetite também estava comprometido. Pensar sobre aquilo, o fez lembrar de quando Jungkook se sentiu tão triste, que também perdera o apetite, ao ponto de adoecer. Céus, aquilo parecia ter acontecido em outra vida, uma vez que ele não se via mais vivendo sem a presença do mais novo.

Jimin pegou sua bolsa e tomou o elevador, depois de trancar o apartamento. Se encostou na caixa metálica e era torturante que tudo o fizesse lembrar de Jungkook. Como naquele momento, em que pensava sobre o medo dele de elevadores e de como o simples gesto de estar tocando nele, o fazia sentir seguro.

Tinha sido tão estúpido em discutir com ele naquele nível, pois sabia que tinha exagerado e que se tivesse sido menos intransigente, não teriam terminado daquela forma, já que Jungkook estava sempre tão disposto a aceitar e ceder a todas as suas vontades, mesmo quando tinha de colocar as próprias, em segundo plano.

Apertou os olhos para conter as lágrimas e desceu na garagem, quase não parando quando um dos seguranças o chamou, lhe dizendo que haviam deixado algo para ele na recepção.

Jimin consultou as horas e ainda estava adiantado, então foi até lá para saber do que se tratava, sendo surpreendido por receber flores e um cartão. Imediatamente, teve de brigar com um sorriso, já que sabia muito bem quem tinha lhe enviado aquilo. Mesmo se tivessem sido enviados separadamente, ele saberia, pois aquelas sempre seriam as flores de Jungkook para ele. Assim como, era impossível não reconhecer um de seus cartões.

Fazia um tempo desde a última vez que o mais novo lhe dera um e Jimin já quase não cabia em si de ansiedade para ler.

Ainda assim, se esforçou para chegar até seu carro, antes de abrir, tendo primeiro cheirando as flores, que tinham o mesmo perfume bom de sempre.


"Claro que eu vou te machucar. Claro que você vai me machucar. É claro que vamos machucar uns aos outros. Mas esta é a própria condição de existência. Para se tornar primavera, significa aceitar o risco de inverno. Para tornar-se presença, significa aceitar o risco de ausência. - O Pequeno Príncipe"

Você sabe que me machucou, não sabe, hyung? Eu sei que você sabe, porque eu também sei que você não fez de propósito, afinal de contas, nós dois sabemos o quão bom você é cuidando de mim e nós dois sabemos a pessoa linda e boa que você é. Eu não pude falar com você por todo esse tempo e eu espero que você possa me perdoar por isso e que eu possa te pedir desculpas, pessoalmente. Eu não pude falar com você, porque eu realmente precisava pensar, pensar em todas as coisas que me disse e em todas as coisas que te disse também. O meu coração ainda dói e talvez eu esteja arruinando esse cartão com as minhas lágrimas, mas eu não posso parar, porque eu preciso te dizer, que não me arrependo de nada do que falei e que a minha decisão continua sendo a mesma. Eu quero falar com você de novo e que você fale comigo também e desta vez, eu espero que você possa me ouvir até o fim. Acho que você já sabe, mas eu li todas as suas mensagens e então eu sei que está se culpando. Apenas para que o seu coração fique tranquilo: eu não estou bravo com você, embora ainda esteja chateado e um pouco magoado. Eu continuo te amando, como em todos os dias desde que descobri que o que sinto por você, é amor. Se puder, quero que me encontre no mesmo lugar que me pegou da última vez, eu vou estar pronto às 17:30. Espero que ainda se lembre, de que as flores significam que eu tenho muito orgulho de você e da pessoa bonita que você é. Eu te amo, Minmin.

Your, eternally Bunny.


Obviamente, ao terminar de ler, Jimin tinha lágrimas em seu rosto, tendo de fato notado que haviam algumas manchas no cartão e, saber que eram das lágrimas dele, não ajudou para que conseguisse controlar as suas.

Depois de estender a mão para o porta luvas e pegar a caixinha de lenços, releu o cartão mais algumas vezes, chorando muito ao olhar as flores. Jungkook era tão doce e adorável. Ele realmente tinha feito daquelas coisas simples, algo tão especial e memorável. Como Jimin havia lhe dito certa vez, ele era tão especial, que sem esforço algum, o fazia sentir especial também.

Tentou se recompor o máximo possível e naquele momento, se arrependia um pouco, por ter se arrumado no automático. Felizmente estaria livre por volta das 15h, o que lhe daria tempo de voltar em casa e dar um jeito em sua aparência.

{...}

Eram 17h quando Jimin estacionou o carro. Sabia estar adiantado, mas não se importava em esperar. Estava tão ansioso e tinha lembrado de comprar alguns doces para dar a Jungkook, como um pequeno pedido de desculpas. Sabia que presentes não significavam muita coisa, mas aquele estava carregado com seu arrependimento sincero, o que o tornaria especial.

Às 17:25, saiu do carro, pois parecia que iria sufocar, se ficasse mais um minuto lá dentro e, às 17:32, Jungkook apareceu na porta.

Por Deus, ele era definitivamente, a pessoa mais linda do mundo e talvez fosse o fato de não tê-lo visto depois da discussão, mas parecia ainda mais lindo naquele momento.

Jimin não se poupou em olhar cada pedacinho dele. Calçava tênis brancos, e estava com uma saia midi de um tom escuro, azul marinho - se Jimin não estivesse confundindo. A blusa era creme, com bolinhas pretas bem miúdas, cujas mangas quase chegavam aos cotovelos, com decote em V na frente, mas que Jungkook tinha diminuído prendendo com um acessório. Ele tinha colocado a blusa por dentro da saia e um cinto ao redor da cintura.

Pelo que podia enxergar, tinha uma pulseira em um dos braços e argolinhas nas orelhas. Era definitivamente lindo demais. Seu cabelo estava bem mais comprido, de modo que ele tinha ajustado um lado atrás da orelha. Embora não deixasse comprido o suficiente - sua nuca continuava a mostra -, a franja quase chegava a seu queixo e naquele dia estava levemente frisado. Jungkook devia ter amassado os fios, depois de lavar e deixado que secassem naturalmente

O mais velho suspirou com a visão e já podia imaginar que ele tinha se maquiado, usando sombra nos olhos - mesmo estando com os óculos redondos -, o iluminador que ele tanto gostava e obviamente o gloss, que nunca deixava de usar sobre o protetor labial, que deixava seus lábios ainda mais rosados e lindos.

Tomado pela ansiedade, Jimin desencostou do carro para ir na direção dele, mas parou, quando o viu ser chamado. Reconheceu imediatamente o homem mais velho. Tinha sido professor de Jungkook na universidade e o chamado para trabalhar em sua agência, uma vez que ele havia realmente se destacado no curso. Foi uma grande coincidência, pois certa vez, tinha ajudado Jungkook quando o pai o cercou em um shopping. Na verdade, o amigo dele havia ajudado, mas estavam juntos na ocasião.

Jimin os viu conversar. Jungkook mexeu na pasta que estava pendurada em um de seus ombros, junto da bolsa e pegou um papel mostrando a ele, então o mais velho lhe entregou uma pasta fina, que Jungkook segurou sorrindo. Eles conversaram mais alguma coisa e Jimin observou Jungkook o abraçar e Namjoon envolver as mãos na cintura dele, meio desajeitado.

Um suspiro passou por seus lábios e mordeu o inferior, sentindo seu coração pulsar pesado no peito, não por sentir ciúmes, mas por uma certa inveja, já que estava tão ansioso por receber um abraço de seu Jungkook o quanto antes.

No instante seguinte em que se afastaram, parecendo se despedir, Jimin pode assistir o rosto de Jungkook se iluminar com um sorriso lindo nos lábios finos e não conteve seu próprio sorriso, quando ele simplesmente andou apressado em sua direção, correndo nos últimos passos.

Quase cambaleou para trás, ao que Jungkook se atirou contra si, envolvendo seu pescoço.

— Hyung! Você veio. — Choramingou, cheirando o pescoço dele. Estava com tanta saudade de seu cheiro.

Tinham sido apenas dois dias, mas o fato de ter sido por uma briga e de não terem trocado sequer uma mensagem - já que não o respondeu -, fazia parecer que era muito mais, semanas, na concepção de Jungkook.

— Claro que vim. O que você achou que eu faria? — Devolveu, sentindo a mesma quantidade de saudade e o apertando entre seus braços, também inalando seu cheiro bom, o mesmo cheiro de sempre, o qual estava acostumado e amava.

— Não sei, eu estive me sentindo tão mal. — Tinha lágrimas nos olhos, e pressionou os lábios em sua pele, antes de se afastar e buscar por seus lábios. — Me desculpe, por não te responder e não atender suas ligações. — Pediu o olhando nos olhos e Jimin acariciou sua bochecha com o polegar.

— Está tudo bem. A culpa foi toda minha, por não te ouvir. Me desculpe.

Jungkook levou a mão sobre a dele e apertou contra sua bochecha, fechando os olhos para apreciar o toque. Suspirando com o quão bom era senti-lo e Jimin o amou mais.

— Eu desculpo.

— Obrigado. Você está muito lindo. — Jimin o puxou para si e selou seus lábios mais uma vez.

— Obrigado. Você também. — Disse não resistindo em selar seus lábios de novo. Estava com tanta saudade. — Eu quero ir ao parque.

— Qual deles? — Quis saber, tirando a pasta pesada do ombro dele, para levar até o carro.

— Você sabe qual. O da neve.

— Então é importante. — Disse rindo anasalado.

— Muito importante, Jiminie. — Disse sério e suspirou, vendo o sorriso morrer no rosto dele.

— Tudo bem.

Jimin abriu a porta para ele, fazendo Jungkook achar graça no gesto e ter que segurar o riso. O viu dar a volta no carro e sentar atrás do volante, colocando sua pasta no banco de trás e Jungkook aproveitou para deixar a outra pasta lá também.

— Antes de ir. — Jimin pegou a caixa com os doces e entregou a ele.

— Ah minha nossa, eu amo esses! Obrigado, hyung.

— Sei que ama, por isso comprei. — Segurou as mãos dele, erguendo a seus lábios e beijou, fazendo o coração de Jungkook derreter inteirinho de novo. — Obrigado pelas flores e pelo cartão. Eu sei que você só os faz quando é algo realmente importante.

— Você é importante, bebê e nós. Nenhuma outra coisa é mais importante que isso. — Jungkook segurou o rosto dele entre as mãos e selou seus lábios. — Vamos logo. Quero comer meus doces e estou tão ansioso, que daqui a pouco vou mijar nas calças.

Foi impossível não dar risada e Jimin acabou o abraçando, antes de enfim ligar o carro e partir dali.

{...}

Chegaram ao parque, cerca de meia hora depois. Haviam voltado ao local algumas vezes, depois daquela em que viram a neve juntos pela primeira vez. Tinham sempre sido ocasiões especiais, o que estava fazendo o coração de Jimin não conseguir se acalmar.

Eles sentaram e em um primeiro momento, apenas observaram a vista, enquanto Jungkook comia alguns dos doces.

— Sabe hyung, eu fiquei muito magoado com o que você disse. — Começou, fazendo Jimin olhar para si, embora Jungkook ainda olhasse adiante. — Eu sei que não sou a pessoa mais racional do mundo, sei que sou mimado e que não lido bem, quando as coisas não saem exatamente como pensei. Mas eu acho que você foi longe demais, me chamando de infantil e dizendo que eu só estava sendo teimoso. É a minha vida e eu sei bem o que eu quero, não é uma questão de estar sendo teimoso ou infantil. — Disse baixo, segurando as lágrimas em seus olhos.

— Você está certo, eu sei que passei dos limites. Mesmo que eu só tenha dito, porque achei que seria um desperdício do seu talento, não cabe a mim tentar impor qualquer coisa a você, principalmente algo que você não quer fazer. Eu sinto muito e mesmo que eu não possa voltar atrás e mudar o que eu disse e a forma como agi, espero que possa me desculpar por ter feito aquilo. — Pediu sincero e Jungkook olhou para ele, lhe dando um sorriso que lhe pareceu triste.

— Você nem me deixou explicar.

— Eu sei e, sinceramente, me arrependo disso.

Jungkook comprimiu os lábios e assentiu. Ele respirou fundo e voltou a olhar adiante.

— Eu não posso e não quero ir embora daqui, por nada e muito menos por dinheiro. Nem que fosse só por um tempo, não quero. Minha vida toda está aqui, hyung. Minha mãe, os meus amigos, meus avós e você, está tudo aqui. Eu não quero ter uma vida em um lugar que não posso ver minha mãe sempre que eu quiser, que não posso sair com os meus amigos depois do trabalho, que não posso visitar o túmulo dos meus avós e conversar com a minha avozinha, pelo menos uma vez por semana. — Jungkook olhou para ele, sentindo um nó apertando sua garganta e respirou fundo para evitar as lágrimas. Sorriu a ele e segurou suas mãos, sorrindo mais. Amava as mãos dele, eram tão fofas. — Eu não posso viver em um lugar, que eu não tenho você, hyung. E as pessoas podem me julgar, dizendo que isso é ruim e dependência emocional e eu não me importo, porque eu sou mesmo dependente emocionalmente das pessoas que eu amo. E não acho que estou sendo infantil e teimoso por isso.

Jimin afastou uma mão, para passar sobre a bochecha dele, onde uma lágrima havia escorrido e Jungkook respirou fundo, soltando o ar devagar, para tentar controlar as emoções.

— Eu entendo e sei que errei em não ouvir os seus motivos, que inclusive, são muito bons. Eu apenas disse aquilo, porque sei que é uma oportunidade única. Você é tão talentoso e tão bom no que faz, bebê. É completamente compreensível que uma grande empresa tenha se interessado em contratar você e te levar para fora do país. Eu sei que você seria capaz de fazer isso e que, embora acredite que não possa levar uma vida boa, em outro lugar, sei que você conseguiria, que faria novos amigos e sei que apesar da distância ser ruim, poderíamos nos ver algumas vezes por ano, assim como a sua mãe. Eles fizeram uma proposta tão boa, Jungkookie, eu pensei que era um grande desperdício do seu talento, não ir.

— Hyung, você se lembra quando recebeu aquela proposta para estudar em Tóquio e você decidiu não ir, porque achava melhor ficar com o emprego na academia? — Perguntou o vendo assentir em resposta. — Aquele curso, era de apenas três meses e você não quis. Eu também achei que era um grande desperdício do seu talento, você ficar dando aulas, quando é um dançarino tão bom e incrível. Mas dar aulas, era o que você queria, foi a sua escolha para a sua vida. Ficar aqui e continuar trabalhando na agência do Joon hyung, é a minha escolha para minha vida. Meu talento não está sendo desperdiçado, só porque não quero ir para os Estados Unidos, trabalhar dois anos para uma grande empresa. Eu sou feliz aqui, fazendo o que eu escolhi fazer para a minha vida. Nós temos contas tão boas na agência, eu posso trabalhar em projetos pessoais e eu tenho tanta liberdade criativa. Quantos caras de 25 anos você conhece, que podem dizer o mesmo sobre seus trabalhos?

— Nenhum. Me desculpe, de verdade, bebê. Eu nem consigo mensurar o quão estúpido eu fui, dizendo que você estava sendo infantil e teimoso. Você sempre foi bastante maduro e você é tão bom e compreensivo. Eu sinto muito mesmo, por ter dito aquelas coisas e mais ainda, por não ter percebido imediatamente, o quanto estava sendo intransigente e invasivo.

Jungkook ficou olhando para ele, pensando como Jimin podia achar que ele pensaria ser uma boa ideia, simplesmente ir embora assim, por um motivo daqueles. Se ao menos não tivesse um trabalho, ou se algum ponto de sua vida ali o desagradasse, mas ele estava vivendo sua vida tão bem. Os anos na universidade foram libertadores, ele nunca tinha podido ser ele mesmo, tanto quanto estava sendo naquele momento de sua vida.

Tinha passado por coisas bastante ruins naqueles 6 anos, como o processo contra seu pai, para garantir que de fato nunca mais se aproximaria de si, o qual havia sido desgastante, por conta da influência do homem mais velho junto a pessoas importantes. Sua sorte, foi o universo ter feito Seokjin cruzar seu caminho e o mais velho ter tanta, ou mais influência que seu pai e ainda assim, foram vários meses para conseguir aquilo.

Também tinha perdido sua avozinha, que não resistiu ao inverno do ano seguinte, o qual Jungkook tinha começado a namorar Jimin. Aquilo quase o tinha feito perder a vontade de viver, pois depois de passar quase a vida toda com a idosa, perdê-la, havia sido como perder uma parte de si mesmo. Dois anos depois, foi a vez de seu avô e a tristeza o abateu mais uma vez.

Não bastasse as perdas ao longo do caminho, a universidade havia sido uma experiência boa e ruim, na mesma medida. Mas Jungkook não faria nada diferente, ele aprendeu a se impor contra as pessoas, aprendeu como colocá-las em seu lugar, quando tentavam intimidá-lo por conta de seus gostos e preferências para se vestir, ou na forma com a qual se comportava. Havia também aproveitado ao máximo as aulas e as festas, dividindo com seu melhor amigo um apartamento, por vários anos.

Tinha vivido e amadurecido e por isso, ter sido chamado de infantil por não querer ir, depois de tudo pelo que passou para que pudesse ficar e viver da forma que gostaria, o tinha magoado tanto.

Contudo, ele sabia que Jimin estava sendo sincero e aquela mágoa, logo se dissiparia, pois seu arroubo, não havia sido por algo fútil como orgulho, ou imposição. Jungkook sabia que ele apenas estava pensando ser o melhor. Era o jeito de Jimin, afinal. Ele sempre teve aquele instinto de proteção tão forte e era um traço da personalidade do mais velho, que sinceramente adorava, por lhe fazer sentir tão bem e seguro.

Por fim, sorriu a ele, com seu coração acelerando, pois já tinha um tempo que pensava sobre o relacionamento dos dois. Faziam oito anos que Jungkook tinha se apaixonado por ele, sete desde que sua história começou e quase seis que estavam namorando e mesmo com os altos e baixos, o amava tanto e mais a cada momento compartilhado. Era tão fácil estar com ele, confortável em sua rotina.

Em todos aqueles anos que estavam juntos, aquela era a primeira vez que brigavam daquela forma, que não tinham conseguido conversar e se entender imediatamente e eram coisas que aconteciam, Jungkook sabia que sim. Ele não queria ter ficado dois dias sem respondê-lo, mas aquela proposta e a reação intensa e inesperada do mais velho, tinham vindo no pior momento e Jungkook deixaria Jimin saber o porquê, mais tarde.

— Eu sei que você me ama demais, Jiminie. Tanto que sempre pensa no que seria o melhor para mim. Então cabe a mim, pensar no melhor para nós. — Disse com um sorrisinho travesso e Jimin estreitou os olhos, antes de simplesmente o envolver entre seus braços.

— Me desculpe. Senti tanto a sua falta.

— Eu desculpo, se me deixar dormir com você hoje. — Propôs, como se não fizessem aquilo o tempo todo.

— Me parece uma troca justa. — Disse rindo e o apertou.

— E vai ter que me dar banho, me vestir, cozinhar para mim, me alimentar e fazer massagem nos meus pés. — Disse e sorriu quando Jimin gargalhou.

— Me lembre de não brigar com você nunca mais.

— Eu vou pensar em mais exigências pelo caminho.

Sorriu travesso, se afastando e segurando o rosto dele entre as mãos para selar seus lábios.

— Eu te amo, Jimin.

— Também te amo, bebê.

... - 🔞

Assim que chegaram ao apartamento de Jimin, Jungkook sorriu ao ver as flores que tinha mandado para ele, em um vaso no centro da mesa de jantar, onde deixou a caixa com os doces que ele lhe deu; pretendia comer mais deles, depois.

— Você é tão fofo, sabia? — Disse ao mais velho, deixando suas coisas de trabalho sobre a mesa no canto da sala.

— Sabia sim, já que você diz isso o tempo todo.

Jungkook deu risada, aproximando-se dele e passando os braços ao redor de seu pescoço, ao que Jimin lhe segurava pela cintura.

— Foram só dois dias, mas estou com tanta saudade, Jiminie. — Confessou tocando os lábios dele com os seus.

— Eu sei, eu também estou. — Disse o puxando mais para perto e mordiscando seu lábio inferior. — Não consigo parar de me sentir estúpido.

— Tá tudo bem agora, hyung. Você vai se sentir melhor, depois que fizer tudo para mim essa noite.

— Tudo? — Perguntou roçando os lábios aos dele.

— Tudo.

Mergulharam no beijo e Jungkook ofegou na boca dele ao que Jimin o apertou mais junto. Era tão bom beijá-lo, realmente aqueles dois dias, pareciam muito mais, ante a saudade que sentia e Jungkook infiltrou os dedos pelos cabelos dele, enquanto o sentia pressionar os dele por suas costas, até estar em seus cabelos também. Jimin chupou sua língua e Jungkook quase gemeu na boca dele, apertando seus cabelos.

— Vamos te dar o seu banho. — Sussurrou nos lábios do mais novo e Jungkook assentiu, sem se afastar.

Andaram aos beijos, tropeçando pelo caminho até o quarto e Jungkook viu-se deitado sobre a cama, ao que tinha o mais velho sobre si. Chutou os tênis para longe, enquanto Jimin fazia o mesmo e envolveu a cintura dele entre suas pernas, devorando seus lábios, entre pequenos gemidos e ofegos.

— Jiminie. — Chamou manhoso, ao que Jimin desceu para seu pescoço, arqueando as costas e colando seus peitos.

— Hm? — Respondeu deslizando com a mão pela coxa dele, até estar puxando sua blusa para fora da saia.

— Me fode no banho.

— Porra Jungkook. — Era impossível, mas mesmo depois de todos aqueles anos, ainda o afetava tanto, a forma como o mais novo dizia aquelas coisas, como se não fosse nada. Cravou os dedos na cintura dele, simulando uma estoca e o ouvindo gemer pertinho de seu ouvido. — Eu vou. — Ditou ao erguer o corpo, o trazendo junto.

Sentaram na cama, entre beijos e pequenas mordidas que trocavam, enquanto se livravam de parte das roupas, até Jungkook estar apenas com a calcinha e Jimin de calças, já que não dava para tirar as peças pela cabeça. Nesse momento, tiveram de se afastar e Jimin se livrou do jeans, antes de agarrá-lo novamente e irem na direção do banheiro. Rindo um pouco da forma como não davam dois passos, sem tropeçar.

— Você tá tão ansioso, hyung. — Disse mordiscando os lábios dele, enquanto passava os dedos para o lado de dentro de sua cueca, para apertá-lo entre os dedos e o ter gemendo em sua boca.

— Porra... Por que será? — Devolveu sôfrego, empurrando o mais novo sobre a bancada do banheiro, procurando pela gaveta para tirar dela o lubrificante. Nunca faziam amor sem aquilo, porque o mais novo era bastante sensível à dor.

— Me fala. — Pediu, mordendo o pescoço dele e ofegou quando Jimin apertou seus quadris.

— Porque você é muito gostoso.

— Quanto? — Disse empurrando a cueca dele para baixo, com a mão livre, sem deixar de masturbá-lo, enquanto o mais velho lidava com o lubrificante.

— Muito... Ah... — Gemeu com ele lhe chupando o mamilo e deslizando o dedo por sua glande.

— Fala, hyung. — Ditou na boca dele e Jimin já afastava sua calcinha para o lado, tendo os dedos lambuzados com o líquido espesso.

— Você sabe, bebê. — Disse no pescoço dele, agarrando seus cabelos com uma mão, enquanto os dedos da outra passavam pela initimidade dele e Jungkook ofegou. — Tão gostoso e sensível, apertadinho para mim. — Continuou introduzindo o dedo nele, ao que Jungkook levava o tronco para trás. — Me deixa tão duro todas as vezes que olho para você assim. — Desceu com beijos pelo peito dele, enquanto juntava um segundo dedo ao primeiro e largou seus cabelos para agarrar seu membro rijo. — Sempre tão meu, Jungkookie. Me deixa louco, louco de vontade de me enterrar nessa sua bunda e te foder, até te ter molinho nos meus braços.

— Ahh, Jiminie... — Gemeu o nome, entre ofegares e palavras indistintas, enquanto escorregava mais o corpo na direção da mão dele para ter mais de seus dedos.

Jimin colou os lábios sobre o mamilo dele, empurrando o terceiro dedo e Jungkook soltou um resmungo, porque o começo era sempre incômodo para ele, mesmo que àquela altura, soubesse muito bem como compensava passar por aquilo.

— Jimin. — Chamou, pois todo aquele estímulo o estava deixando perto de gozar.

— Shhh, bebê. Você sabe.

— Mas eu vou gozar. — Disse agarrando os cabelos dele, para colar seus lábios.

Jimin soltou o membro dele e o envolveu pela cintura, o beijando apressado, ainda apertando os dedos para dentro dele.

— Você acha que já tá bem assim?

— Uhum. — Murmurou apressado e Jimin terminou de se livrar de sua cueca, o puxando para descer da bancada e indo para o chuveiro.

Deixou o vidro com o lubrificante junto dos shampoos e abriu o registro. Seus lábios ainda estavam unidos e Jungkook apertava a bunda dele, parecendo muito empenhado em querer deixar marcas em sua pele. Jimin o empurrou para debaixo d'água, fazendo o beijo ficar molhado e o levou contra a parede.

— Gelado. — Reclamou pelo contado de sua pele com o azulejo frio.

— Já vai esquentar. — Garantiu, beijando o pescoço dele.

Jungkook agarrou o lubrificante e o derrubou em sua mão, passando sobre o membro do mais velho, enquanto Jimin parecia querer arrancar seu mamilo com os lábios, pela forma como o chupava forte, fazendo suas pernas ficarem bambas.

— Jimin! — Chamou com as sobrancelhas franzidas e o mais velho sorriu, o agarrando sob as nádegas, para elevar seu corpo.

Jungkook envolveu as pernas ao redor da cintura dele, segurando em seus ombros e ofegou, com seu corpo sendo pressionado na parede, a medida que o mais velho afastou sua calcinha para o lado, começando a penetrá-lo. Jimin adorava aquilo, ele amava que Jungkook usasse calcinha, o excitava demais, então sempre que possível, faziam tudo com o mais novo ainda usando.

— Me fala se doer, ok? — Conferiu em um ofego e Jungkook apenas assentiu, mordendo seu ombro, enquanto ele o invadia, com aquela sensação de estar sendo rasgado, se apresentando.

Mas era bom, apesar de doloroso, aquela altura ele já sabia o quão bom ficava depois e ajudava muito que se conhecessem tão bem e Jimin continuasse a dizer coisas em seu ouvido para distraí-lo e excitá-lo, enquanto sua mão nunca parava sobre o membro do mais novo. Em poucos minutos, estavam devidamente encaixados.

— Tudo bem? — Conferiu quase sem ar. Era torturante ter que ir tão devagar, ao mesmo tempo que parecia tornar tudo ainda mais prazeroso.

— Uhum. — Ofegou, sentindo aquela pressão em seu peito, começar a suavizar e se espalhar por seu corpo, o fazendo formigar por inteiro.

— Ok. — Devolveu, deixando beijos sobre os ombros e pescoço dele e gemeu, quando Jungkook se moveu. — Ahh... Porra. — Xingou, apertando os dentes no peito dele.

— Vai, hyung. — Pediu, ele mesmo se movendo e Jimin afastou o corpo ligeiramente, para poder se mover contra ele, investindo diversas vezes. — Caralho, Jimin. AH...

— Bom, amor? — Gemeu a pergunta, o segurando pela cintura.

— Me fode tão gostoso, Jiminie.

— É? — Devolveu começando a impor um ritmo mais forte. Mas não obteve resposta e tampouco precisava. Jungkook era tão vocal, emitindo pequenos gritos, gemendo seu nome e murmurando palavrões enquanto lhe arranhava o peito, ombros, eventualmente lhe puxando os cabelos e fazendo uma bagunça com seu corpo.

Eles continuaram naquela posição por um tempo, até que Jimin sentiu que perderia a força nas pernas, então o desceu, deixando de costas para si e voltou a afundar dentro dele no instante seguinte ao que desceu a calcinha pelas pernas dele, uma vez que Jungkook já reclamava pela separação. Não transavam tantas vezes com penetração. Mesmo que Jungkook gostasse tanto, ficava sensível por vários dias, demorando um certo tempo para se recuperar, então sempre que faziam, Jungkook o queria para si pelo maior tempo possível, reclamando que se sentia vazio, quando o mais velho se afastava.

Jimin envolveu a cintura dele, mordendo suas costas, enquanto investia para dentro dele e apertava seu membro entre os dedos.

— Ahh! Jiminie! — Chamou desesperado. Mesmo que Jimin sempre dissesse que gostava, ele às vezes sentia raiva por ser tão sensível. — Jimin! Hyung!! — Chamou de novo, quando ele não parou e levou a mão para trás, para segurar os quadris dele.

— Me deixa te foder, bebê. — Arfou com as sobrancelhas franzidas em reprovação, pois como seria diferente, quando tudo entre eles era tão bom?

— Eu vou gozar. — Choramingou. Não queria ainda, sabia bem como ficaria depois.

— Então goza, docinho. Chega de segurar, só vem para mim. Eu também tô tão perto. — Disse acariciando a bunda dele, apertando sua cintura com a outra mão, enquanto ondulava os quadris, sem sair de dentro.

— Porra, hyung. — Gemeu rouco. — Você faz isso tão bom. Ahh... Merda! — Apertou os olhos, o soltando, para pressionar os dedos contra a parede, enquanto o sentia segurar seu membro e masturbar mais uma vez.

— Você me aperta tão gostoso, bebê. — Continuou a mover-se, eventualmente saindo um pouco, antes de voltar a penetrá-lo.

— Ahh meu... Assim! Porra...

— Assim, docinho? — Perguntou afetado. Mas não obteve resposta, deduzindo apenas pelos sons e meias palavras de aprovação que ele continuava emitindo, que podia continuar.

Então o fez, perseguindo o próprio prazer, enquanto estava atento a todas as reações dele, tentando ao máximo, manter o movimento sobre seu membro. Até que o mais novo jogou a cabeça para trás e eles se encaixaram tão bem, que seu orgasmo veio junto, no mesmo instante.

Jimin usou toda sua força de vontade, para mantê-los no lugar, tendo sido obrigado a pressionar o corpo do mais novo contra a parede mais uma vez, enquanto respiravam pesado. Saiu de dentro dele, quando o ouviu murmurar uma reclamação e o abraçou, trazendo para debaixo da água quentinha.

— Tudo bem? — Perguntou, ao alcançar o sabonete e passar por suas costas.

— Mais que bem. — Disse sorrindo e beijou o pescoço dele, com um arrepio o tomando, ao que sentia o líquido espesso, deslizar por suas pernas. — Sabe, acho que nunca vou me acostumar com o gosto esquisito que porra tem, mas é tão bom sentir escorrendo assim para fora de mim. — Disse e Jimin não sabia se ria, ou se ficava excitado com aquilo.

— E eu acho que nunca vou me acostumar com você falando essas coisas assim, tão naturalmente.

Jungkook riu, o apertando sem muita força, obviamente, estava meio mole e ainda trêmulo, Jimin fazendo a maior parte do esforço. Afastou-se, para tocar os lábios aos dele e acariciou seu rosto lindo.

— A gente com certeza vai ter uma banheira na nossa casa. Eu amo quando transamos no chuveiro, mas não aguento mais ter que continuar em pé, quando tudo que eu quero é deitar e relaxar.

— Seu velhinho ranzinza. Eu estou fazendo todo o trabalho aqui, mesmo tendo sido você que pediu para fazermos no banho.

— Não reclama, Jiminie. — Ditou manhoso e deitou a cabeça no ombro dele.

— Não reclamo, se você também não reclamar.

Jungkook fez uma careta, colocando um bico nos lábios e Jimin negou com a cabeça.

— Dá logo o meu banho. Você ainda tem que terminar a lista de compensação, para obter as suas desculpas.

— Você só me usa.

— Não adianta tentar ser um pirralho. Eu não vou fazer nadinha, além de continuar choramingando para você me dar o que eu quero.

Jimin o afastou, apenas para lhe mostrar sua expressão indignada, mas Jungkook o beijou e enfim eles se concentraram no banho. Jimin realmente o lavando e fazendo tudo para ele. Mas não se importava nem um pouco, pelo contrário. Ele sempre tinha gostado muito do jeitinho mimado e manhoso do mais novo e sabia como ele também era cuidadoso consigo, quando era Jimin quem precisava de mimos e cuidados. Eles tinham conseguido construir uma relação bastante equilibrada.

...

Quando terminaram o banho, Jimin o secou e o envolveu em um roupão, fazendo o mesmo consigo. Depois voltaram para o quarto, onde secou os cabelos dele, passando o ar quente nos próprios cabelos em seguida. Ele recolheu as roupas e os calçados, colocando os óculos do mais novo sobre a mesinha.

Jungkook se jogou para trás na cama, quando Jimin pegou seu óleo corporal. Foi muito difícil não se excitar tudo de novo, ao ter as mãos macias e suaves do mais velho, espalhando o hidratante por seu corpo inteirinho. Quando terminaram, se sentia até meio sem ar.

Depois de levar os roupões de volta para o banheiro, Jimin se vestiu, pegou uma calcinha, o short de seda e uma camiseta que Jungkook escolheu vestir, no lugar do conjunto do short e a seguir, veio a parte mais engraçada daquele processo todo, pois Jungkook estava completamente disposto a não fazer nenhum esforço para ajudar Jimin na tarefa de vesti-lo.

O mais velho bufou, quando conseguiu vestir a camiseta nele e sentou na cama.

— Jiminie, ainda falta o short.

— Acho que já está bom assim.

— Eu quero vestir.

— Então vista, eu estou ficando seriamente exausto. Você é pesado!

— Hm... Não estava me achando pesado, quando quis meter em mim daquele jeito.

— Jungkook!

— Tô mentindo? — Devolveu com as sobrancelhas arqueadas. — Minha bunda tá doendo, Jiminie. — Reclamou colocando um beicinho nos lábios.

— Mas você consegue me ajudar, bebê.

— Você disse que ia fazer. — Se arrastou pelos lençóis, para alcançar seus óculos, os colocando no rosto e bufou, ao jogar as pernas para fora da cama.

Jimin balançou a cabeça, incrédulo, ainda que o conhecesse tão bem. Engatinhou atrás dele na cama e o abraçou por trás, beijando sua nuca.

— Eu acho que você é a pessoa mais mimada que existe.

— Eu não ligo.

E sorriu, quando Jimin estalou um beijo em sua bochecha.

— Me ajuda só um pouquinho, Jungkookie. Eu não dormi nada esses dias e agora que a gente fez um amorzinho tão gostoso no chuveiro, o cansaço está me pegando com força. — Apertou o corpo dele e deitou a cabeça em suas costas. — Eu amo seu cheiro.

— Por que não dormiu?

— Consciência pesada. Eu realmente me arrependi e senti muito a sua falta.

— Também senti. — Segurou a mão dele e beijou. — Tá bom, vai, eu vou te ajudar. Mas não dorme antes de mim, eu vou querer cafuné.

— Eu vou tentar com todas as minhas forças, como estive fazendo até agora.

— Você tem muita sorte, pelo meu coração ser tão fraco assim por você.

— Eu sei. Lindo. — Jimin beijou de novo a nuca dele e saiu da cama.

Daquela vez, Jungkook o ajudou, ficando de pé para que ele pudesse subir o short por suas pernas e aproveitou para agarrá-lo e selar seus lábios mais uma vez.

...

Foram para a sala, onde acharam melhor pedir a comida e Jungkook deitou a cabeça em uma almofada, com os pés no colo de Jimin, que iniciou a massagem, enquanto uma série qualquer da Disney, passava na TV, apenas para ficar como som de fundo, pois já tinham assistido e queriam mesmo conversar.

— Como foi no seu trabalho esses dias, hyung?

— Foi bem, na medida do possível. Eu não estava rendendo muito, então só repassei com as turmas algumas coisas.

— Eu não queria que a gente tivesse brigado assim.

— Eu também não, bebê. Mas está tudo bem agora. De qualquer forma, só vamos começar a trabalhar em algo novo no próximo mês, então tudo bem, acho que as crianças gostaram de ter dois dias de treinamento mais livre.

— Que bom, bebê.

— E no seu trabalho, como foi?

— Foi bem, até. Eu estive trabalhando em algo antes e aproveitei esses dois dias para pegar firme nisso e terminar, já que estou adiantado nos meus outros projetos. Eu vou te mostrar.

— Está com você?

— Sim.

Jungkook levantou para mexer em sua pasta e tirou de lá um envelope. Voltando para o sofá, sentou entre as pernas, abrindo com um sorriso ansioso, para enfim entregar a Jimin. Era a primeira vez que trabalhava em algo do tipo e estava um pouco nervoso, justamente porque era diferente do que estava acostumado e esperava que Jimin gostasse.

— Oh! É um anel.

— Uhum!

— Jungkook, é muito lindo.

— Você gostou mesmo, hyung?

— Bebê, como assim se gostei mesmo? É bonito demais. Você é tão talentoso, Jungkook e você sempre diz que tem orgulho de mim, mas eu também tenho muito orgulho de você, olha as coisas lindas que você é capaz de criar.

— Obrigado, Jiminie. — Disse se sentindo corar um pouco.

Estava feliz por Jimin ter gostado, ele estava olhando tão atentamente para cada detalhe e Jungkook sorriu.

— Você facilmente poderia ser designer de joias também. Se enviasse isso para alguma marca, tenho certeza de que comprariam. — Disse e ergueu o olhar para ele quando Jungkook deu risada. — É sério.

— Obrigado, mas eu não acho que quero desenhar joias, foi muito difícil fazer esse. Mas de algum modo, o nosso desentendimento me ajudou a terminar. Você vê aqui. — Disse apontando para uma linha que cruzava a parte superior do anel e era a linha central de três. Jimin assentiu. — Então, eu fiz ela ser única, lisa e circular a peça toda, pois ela representa o ciclo da vida, ela é constante. — Ele sorriu ao que Jimin novamente assentiu. O mais velho estava tão atento e impressionado também. — Essas outras duas, se entrelaçam sobre ela. Eu não quis que parecesse óbvio, pois nem sempre as coisas são óbvias na vida e a gente tem que insistir e estar atento para poder enxergar, ou para fazermos outras pessoas enxergarem, mas se você olhar aqui e aqui. — Apontou e Jimin respondeu por ele:

— Forma o símbolo do infinito.

— Isso! — Concordou sorrindo grande.

— Você é tão impressionante, Jungkook. Como pensou sobre isso? E você fez uma linha com pedrinhas e a outra arredondada.

— Essa é a parte que transforma ele em uma joia, eu poderia ter feito para ser tudo do mesmo material, mas quis colocar as pedrinhas, que no caso, serão pequenos diamantes e a linha da vida, é de ouro e a segunda do infinito, é ouro branco.

— Ficou tão lindo e delicado. — Ergueu o olhar para ele e Jungkook sorria, então não resistiu em segurar o rosto dele entre as mãos e selar seus lábios. — Você é a pessoa mais linda e especial que existe. Deus, eu sinto que me apaixonei de novo por você nesse instante.

— Hyung! — Reclamou, mas sorria e também segurou o rosto dele entre as mãos, o beijando. — Eu estou tão feliz que você gostou.

— Claro que eu gostaria. Você é tão talentoso, docinho. E trabalhou nisso enquanto estávamos brigados. Eu me sinto mal, porque eu quase desisti de ir trabalhar.

— Ah, Jiminie! — Jungkook tirou os desenhos da mão dele e deixou de lado no sofá, tomando seu lugar sobre o colo dele, ao que Jimin o abraçou pela cintura. — Eu não queria que você tivesse ficado se culpando tanto assim, mas eu precisava desse tempo, você entende? Para colocar a minha cabeça no lugar. — Explicou colando suas testas.

— É claro que entendo. — Levou a mão ao rosto dele e o acariciou, beijando seus lábios em seguida.

Mas o momento não se prolongou muito, pois a campainha tocou, indicando que seu jantar havia chegado.

Enquanto Jimin foi buscar, Jungkook guardou os desenhos. Estava se sentindo tão bem e feliz, por estarem em bons termos novamente. Ele mordeu o lábio ansioso e foi à cozinha pegar pratos e talheres, para poderem comer.

Assim que o mais velho voltou com a comida, sentaram a mesa e jantaram, Jungkook tendo feito Jimin alimentá-lo, como havia dito que faria, mas Jimin não achou ruim, apenas deu comida na boca dele e aceitou todas as provocações. Depois lavaram as louças e Jungkook quis ir para o quarto, ao invés de continuarem assistindo TV na sala.

...

Jungkook levou sua bolsa para o quarto, conferindo as mensagens em seu celular e respondendo sua mãe. Ele também ficava feliz em pensar que as coisas deram certo para ela.

Yerin tinha se casado com o senhor Park, dois anos atrás e eles haviam se mudado para uma casa, em um bairro que ficava mais próximo ao trabalho dela. Jungkook tinha considerado um bom plano, já que sua mãe havia aprendido a ser independente e não se sentiria bem, mudando para o apartamento de Yoshun, assim como não conseguia mais viver na casa dela, depois que perdera os pais.

A vida sempre encontrava um meio.

Depois que escovaram os dentes e foram para a cama, Jungkook deitou a cabeça no peito de Jimin, se sentindo feliz e tranquilo. Segurou a mão dele e brincou com seus dedos, enquanto sentia o coração acelerar.

— Lembra quando me pediu em namoro, hyung?

— Claro que lembro. — Disse rindo, acariciando os cabelos dele com a mão livre.

— Foi bem aqui, nessa cama.

— Eu realmente me arrependi daquilo. Devia ter te preparado um jantar ou algo assim.

— Eu gostei que tenha sido como foi. Fizemos muitas coisas importantes nesse quarto, Jiminie e nessa cama. Lembra? Acho que a maioria das nossas conversas mais importantes, foram aqui. Foram muitos momentos mesmo e não apenas os íntimos, foi aqui que me deu a minha primeira saia e a primeira calcinha. Eu nunca vou esquecer do que senti naquele dia. Também foi aqui que você cuidou de mim, daquela vez que eu não conseguia comer, por estar triste demais, foi aqui que me confortou quando aquele bandido me assediou e quando a minha avozinha morreu e depois o meu avô, durante todo o processo com o descarado do Junghoo. Foi tudo aqui, os momentos mais importantes, fossem felizes ou tristes. — Jungkook já tinha lágrimas em seu rosto e um nó em sua garganta, pois lembrar todas aquelas coisas, o deixava uma bagunça de sentimentos.

— Você tem razão, mas não chore. — Pediu beijando os cabelos dele.

— Não consigo. Eu... — Ele fungou, passando as mãos pelos olhos.

— Bebê.

— Eu estou feliz, eu sou feliz, Jiminie. Muito feliz com você e com a minha vida. Mesmo quando as coisas não dão certo ou a gente discute ou eu estou cansado do trabalho, eu sei que sou feliz.

— Eu também sou feliz com todas essas coisas. — Realmente era e passou os dedos pelo rosto dele. Não importava quanto tempo tivesse se passado, Jungkook continuava sendo tão doce e sensível.

O mais novo suspirou, respirando fundo e rolou para cima dele, apoiando a mão em seu rosto bonito. Inclinou-se para frente e tocou seus lábios cheios, afastando-se novamente para olhá-lo.

— O que foi? — Jimin perguntou, levando a mão aos cabelos dele e ajustando uma mecha atrás de sua orelha.

— Eu sei como se sentiu naquele dia. — Confessou, sentindo o coração acelerar absurdos.

— Que dia, docinho?

— O dia que me pediu em namoro.

— Sabe é? — O agarrou pela cintura e Jungkook foi instintivamente para mais perto dele, assentindo em resposta. — E como sabe?

— Você sabe que eu sou ansioso, não sabe, hyung?

— Sei muito bem. — Disse sorrindo, querendo saber onde Jungkook estava querendo chegar com toda aquela conversa.

— Você gostou mesmo do anel?

— Eu adorei, achei lindo demais, como tudo que você faz. — Foi sincero, vendo Jungkook dar um daqueles seus raros sorrisos tímidos.

— Hyung?

— Hm.

— Você... — Parecia que seu coração ia saltar para fora do peito.

— O que é que você está querendo me dizer, Jungkookie?

— Você quer se casar comigo, Jiminie? — Soltou, ficando imediatamente tenso, quando Jimin arregalou um pouco os olhos e o sorriso foi desaparecendo do rosto dele, para dar lugar a expressão surpresa. Jungkook mordeu o lábio.

— Eu sei que a gente nunca mais conversou sobre isso, apesar dos planos de morarmos juntos. E o seu anel ainda não está pronto. Na verdade, eu mandei fazer hoje. — Confessou meio envergonhado, esticando a mão para passar sob seu travesseiro e pegar um pequeno papel de lá, que era o comprovante para retirada do item, após a confecção. — E então você vai ter que aceitar isso como anel de noivado, por enquanto. Mas eu apenas queria te pedir e bom... — Ofegou se sentindo muito ansioso e os olhos começando a pinicar com lágrimas. — Eu vou entender se...

— É claro que eu aceito.

— Aceita? — Foi sua vez de arregalar os olhos.

— Por que é que você está com essa expressão de surpresa? — Perguntou meio rindo e ergueu a cabeça para tocar os lábios aos dele. — É sim, eu quero me casar com você, bebê. — Reafirmou rolando na cama para deitar sobre ele e mais uma vez o beijou.

— Ah meu Deus! — Jungkook deu o que talvez tenha sido o maior sorriso de todos os tempos, bagunçando mais uma vez todo o interior de Jimin e o abraçou com os braços e as pernas. — Eu te amo, hyung. Eu não posso acreditar! — Disse querendo se contorcer e rolar pelo chão com ele. — O meu eu de dezessete anos, estaria desmaiado, se estivesse aqui. — Disse meio rindo.

Jimin beijou o rosto dele por todos os lados, pensando vagamente que faziam quase dez anos que Jungkook tinha se apaixonado por si e que naquela época, ele nunca poderia ter sequer chegado perto de sonhar, com tudo o que viveram depois e com o quanto o amaria e continuaria amando por todos os dias que lhe restassem.

— Eu também te amo tanto, bebê.

Eles mergulharam em um beijo longo e lento, que fez seus corpos esquentarem por inteiro e quando se afastaram, estavam sem ar e ainda sorridentes.

Jungkook mordeu o lábio e ergueu a cabeça para dar mais um selinho nele.

— Eu fiquei tão nervoso, pensando se você ia gostar do anel.

— E eu não posso acreditar que você o desenhou para mim.

— Eu não quero nunca que você se esqueça que eu te amo infinito. Mesmo quando coisas ruins acontecerem ou quando a gente brigar ou ficar mau humorado com o outro, eu te amo em todos esses momentos.

— Meu docinho. — Disse beijando a bochecha dele. — Eu acho que você precisa ter um anel como este também, porque eu amo você dessa mesma forma.

Jungkook sorriu e o apertou em um novo abraço.

— Queria que a vovó estivesse aqui, para eu poder mostrar a ela. — Confessou com os olhos se enchendo de lágrimas e quando piscou, deslizaram pela lateral de seu rosto.

Jimin beijou as bochechas dele e sua testa, a ponta do nariz, o queixo e por fim os lábios.

— Ela está, bebê. Nós podemos visitá-la no fim de semana, levamos o seu desenho, balinhas e flores e então contamos. — Beijou de novo seus lábios e Jungkook assentiu, sorrindo ao passar as pontas dos dedos pelos olhos.

— Obrigado. Depois vamos contar para a mamãe e para o seu pai. — Disse e franziu as sobrancelhas. — Não, melhor ainda não, melhor esperar o anel ficar pronto, ou o que o seu pai vai pensar de mim?

— Ah Jungkookie. — Disse rindo, deitando a cabeça no ombro dele.

— Que? É verdade!

— Não bebê, não é. — Beijou a bochecha dele e sorriu. — Ele só vai pensar que você é a pessoa mais linda do mundo e ficar satisfeito, por você fazer o filho dele tão feliz.

— Jiminie... — Choramingou, o apertando no abraço.

— É verdade. Mas venha. — Jimin saiu de cima dele e deitou de volta na cama, o puxando para deitar em seu peito e imediatamente passou a acariciar seus cabelos. — Vou dar o seu cafuné, para podermos dormir. Estou exausto.

— Fofo, não precisa fazer isso. Você obteve sucesso em conseguir as suas desculpas. — Disse o apertando.

— Então vou fazer apenas porque eu gosto.

— Meu peito está cheio de amor por você, hyung.

— Lindo, o meu também está. Queria que amanhã fosse final de semana, para podermos ficar na cama até tarde.

— Também queria.

— Amo você, Jungkookie, meu docinho. Durma bem.

— Também amo você, Jiminie.

Se aconchegaram para dormir, pois apesar de não ter mencionado nada, Jungkook também não tinha tido as melhores noites de sua vida, depois da briga deles. De todo modo, estava tudo esquecido naquele momento. Havia apenas aquela sensação de satisfação, uma leveza que vinha permeada de bons sentimentos. Amor, cumplicidade, companheirismo, respeito, cuidados e tantos outros sentimentos que seria impossível listar cada um deles, até mesmo porque, alguns ainda sequer tinham sido nomeados, como aquele que era uma mistura de euforia e ansiedade. Eram coisas demais para se sentir e igualmente os embalavam naquela sensação de conforto, lhes trazendo um sono calmo, onde Jungkook de fato adormeceu primeiro, com Jimin lhe fazendo cafuné.

- 💌 -

Eu me apeguei tanto neles, que quando dei por mim, estava planejando e escrevendo esse epílogo. Foi bem simples, mas eu queria esse momento futuro e mesmo que não costume gostar muito das coisas que escrevo, gostei de fazer ele e sempre me sinto bem quando releio. Às vezes sinto tanta falta de escrever sobre eles, porque são personagens tão fofos e amáveis, mas fiquei feliz de ter conseguido terminar a história. Enfim... Quero agradecer a você que chegou até aqui e espero que tenha sido uma boa experiência para você, como foi para mim escrever. Obrigada por ler.


"Love is an element" ♡♥~



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