“𝕿houghts written on the thickest walls
Trying to cleanse your soul, trying to find me in his clothes
If you're gonna play with fire then you better do it right
If you're gonna throw these stones then get ready for a fight”
𝐎𝐕𝐄𝐑𝐋𝐎𝐑𝐃𝐒/𝐎𝐕𝐄𝐑𝐋𝐀𝐃𝐈𝐄𝐒:
𝐋𝐮𝐜𝐢𝐟𝐞𝐫 𝐌𝐚𝐠𝐧𝐞/𝐌𝐨𝐫𝐧𝐢𝐧𝐠𝐬𝐭𝐚𝐫:
A harmonia suave de violinos encantava o interior - excessivamente brilhoso - do salão amplo de onde a escadaria anunciara a nova esposa de Asmodeus com seus encantadores olhos magenta que cintilavam sob os longos cílios, tão azuis quanto os volumosos cabelos encaracolados de onde despontavam chifres em tom marfim.
Os passos controlados da ninfa soavam no assoalho - flutuando rente as plataformas de mármore branco - farfalhando tal qual uma presença fantasmagórica que deixara o véu entre inferno e purgatório. [S/N] seguia com um caminhar austero, emblemático como as guerreiras de seu povo, mesmo enfeitando a esquerda de seu "marido" conforme vagava o salão em cumprimentos forçados e acenos entediantes.
“[Nome completo]. Minha nova Eva...”
Oculto nas sombras do salão, escorado em um balaustre ornamentado com o brasão de Asmodeus - e brandindo o cálice translúcido de vinho tinto - Magne seguia a guerreira de cabelos azuis com o olhar; faminto, maníaco e malicioso. O objeto de sua obsessão desde sua chegada, aquela cujo olhar desdenhoso e desconfiado igualava-se ao próprio.
“E será meu prazer absoluto corrompê-la até a mais profunda parte de seus ossos, tão frágeis e mundanos, fazê-la pecar e sangrar à meu bel prazer...”
Os cílios alongados de Lucifer piscaram no momento em que a guerreira nórdica havia desfeito contato com Asmodeus, seu suave e encantador sorriso quando o dispensou para pegar alguma bebida e alisou o dedilhar em tom arroxeado ao redor do braço, soltando o suspiro exausto em seguida. Como era linda em toda sua imperfeição.
“Vou despedaça-la, apenas para apreciar quando juntar seus pedaços...”
Serpenteando sob a luz cálida exposta nas velas que descansavam nos suportes tênues do candelabro, Magne estava comprimindo a bengala, cuja maçã esculpida quebraria se proferisse mais força.
-Noite difícil?- sibilou, melodioso como tais harpas que enchiam o salão com acanhados estalos afinados.
“Como será sua voz quando eu estrangulá-la até seu choro? Suas lágrimas serão quentes e doces como as de Eva eram?”
-Você ficaria surpreso.- sorriu, anunciando o brilho hipnótico de suas íris violeta, quase tão vibrantes quanto os dentes de sua boca adorável.
“Será um prazer ser despedaçado junto a ti, garota.”
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𝐕𝐨𝐱:
“Não acredito que me comprometi com essa estupidez...”
Os resmungos enfezados preenchiam seus tímpanos, reverberando na caixa retangular em forma de televisão de onde brilhavam os enormes olhos escarlate, acompanhados dos dentes luminosos abertos em um semblante carrancudo conforme vasculhava o telefone entre os dedos longuíneos, evitando a ampla notificação de um coração - outro aplicativo de relacionamentos de Velvet baixara sem o overlord saber.
As passadas soavam, enfezadas, conforme serpenteava sobre a calçada imunda com os bêbados empilhados, ensanguentados rente ao concreto - não se importando em pisotear cada alma torturada exposta no assoalho - e ao virar a esquina: Velvet e Valentino, como dois espantalhos coloridos sobrepondo suas cores excêntricas na multidão. Velvet, com o jeito demente saltitando em frente à silhueta desconhecida com asas proeminentes e duas antenas adoráveis de mariposa e estático tal como um espantalho, Valentino admirava as duas, sorrindo amplamente por trás da lente em formato de coração dos óculos.
“E o que esses imbecis estão fazendo falando com um DESCONHECIDO?!”
-Vooox!- berrou Velvet, balançando os finos braços, cobertos por babados exagerados de suas mangas compridas que divergiam com listras rosa-escuro e branco.
Se havia qualquer possibilidade de fingir demência, virar-se de costas e desaparecer, tal momento desfez-se em uma nuvem sutil de fumaça que Valentino despejara entre os dentes, através do sorriso. Vox, mesmo com a expressão neutra e carrancuda, torceu-se em ansiedade quando a desconhecida girou o pescoço para observar-lo, olhos grandes e demoníacos em um semblante mecânico de curiosidade.
“Se minha tela travar agora...”
-[S/N], Vox!- apresentou-a.-Vox, [S/N]!- abriu os braços, animadamente, trocando olhares entre ambos de forma sugestiva.
“Ela não parece...”
-E aí, cabeça-de-tv?
“QUE FEDELHA ATREVIDA DA PORRA!”
O emblemático demônio-televisão ergueu a sobrancelha que projetou-se sobre os frios olhos vermelhos que pareciam sofrer de um tic incomodado quando a cantora apelidou o poderoso transmorfo.
“E poderia ficar pior?”
-[S/N]! Vem conosco 'pra Devil's Club!
“PORQUE EU NÃO FICO QUIETO?!”
-Seria um prazer, sweet.
O tom travesso que serpenteou da suave boca feminina incomodou cada circuito que Vox escondia sob o pano caríssimo do terno negro. Velvet enlaçou os braços sob a jovem ex-cantora e o próprio - cuja carranca dura e impaciente parecia intensificar-se quando a demônio-boneca aproximou ambos.
“Não vai travar, não vai travar, não v-...”
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𝐒𝐭𝐨𝐥𝐚𝐬 𝐆𝐨𝐞𝐬𝐡𝐚:
-O baile é uma homenagem importante em nossa sociedade, como Belphegor tornou-se tão negligente com seus deveres?- reclamou Stella, dedilhando o braço em desgosto para a cadeira que Octavia anteriormente.
Stolas conteve um suspiro exausto do mais fundo de seu âmago, obrigar-se à estar junto da esposa era sempre um desgaste - mesmo antes do incidente com Blitzø - e assim que a voz insistente de Stella fora silenciada, sob o som insistente do instrumental clássico cuja vontade parecia entreter os outros, mais que algumas conversas - tal qual à da mulher ao seu lado - e em seguida, como um querubim transcendendo nuvens espessas, surgiu com o estalo das dobradiças que sustentavam os portões, descansando próximos à escadaria elegante: [S/N], filha caçula do demônio cujo poder de destruição corrompeu os humanos à guerrear, descera os degraus apressada e com saltitos adoráveis.
“Ela é perfeita, cada mínimo detalhe, curva e nuance...”
O príncipe repentinamente sentiu-se corar mediante os pensamentos que o rodearam e o suspiro indecente enchera os tímpanos, tal modo que tocara a bochecha felpuda, graças a penugem acinzentada. [S/N] fora abordada pela menina Magne e Via - sua amada filha - estas que trocaram sorrisos e palavras, com um entusiasmo esculpido no rosto adorável da recém-conhecida.
Stolas engoliu a saliva devolta garganta abaixo conforme Octaia e suas companhias caminhavam pelo salão, [S/N] mais animada conforme saltitava sobre tais plataformas de mármore que compunham o piso, roubando canapés e chupando os dedos, em seguida.
“Eu adoraria que ela me corrompesse, sentir cada pequena perversão que uma mente tão jovem quanto à dela é capaz de criar...”
Repentinamente, Belphegor interrompeu a visão interessante que sua mente pervertiva era capaz de encher com erotismo. O esguio demônio prostou-se junto às filhas - uma tão diferente da outra, contudo o mesmo sangue e gene - [S/N] estava, aos olhos de Stolas, tão confortável com o casal Magne quanto uma criança amigável, até interagiu com os V's - por quem o príncipe não detinha apreço - e abraçou Velvet pelos ombros para uma foto inesperada, contudo que revelou mais uma parte de seu sorriso, aquele mais acanhado e contido. Alastor a cumprimentou, suave e manipulador, com o amplo sorriso maníaco.
-Mãe, pai, sejam legais.- advertiu Octavia.
Stella conteve o resumungo indiferente e rolou os olhos para a objetificação da jovem filha de touca - que vestira ao invés da coroa cintilante que a mãe escolhera. Lá, sorrindo em seu vestido arroxeado de fundo brilhoso, estava a jovem demônio-cordeiro seguida do patriarca e sua irmã mais-velha.
-Vossas altezas .- gracejou Belphegor com o sorriso pequeno, curvando-se perante o trio de Goeshas.-Essas são minhas gêmeas: Arina e [S/N].
-[S/N]? Minha filha, Octavia, falou sobre você.- admitiu Stella, empurrando o pano de tom esbranquiçado e fundo carmim que, em um feixo de couro, envolvia o ombro direito na forma do manto.-É um prazer conhece-la.
“Prazer será quando ela estiver sobre mim e sua voz, enchendo meus ouvidos.”
-Você é... Octavia é sua filha?- indagou [S/N] genuinamente surpresa, emaranhando uma mecha rebelde dos cabelos [cor].-Desculpe a minha surpresa, mas eu e Oc não conversamos sobre nossas...- engoliu o sutil nervosismo sob os olhos rubros críticos de Stella.-Famílias, então... Espero que compreenda.
-Claro, querida. Entendo totalmente.
Stella não entendia e Stolas sabia, embaixo da aparência embonecada de realeza, ainda havia uma ave de rapina grotesca por quem nutria nada mais que raiva, velada em uma caparaça sólida. Quando deu por sí, todos os pensamentos haviam perdido forma e Stella estava entretida em uma conversa com seu companheiro de batalha; Belphegor e a filha mais-velha - que o príncipe esquecera qual o nome - contudo avistou a jovem moldura de sua obsessão com o rosto sorridente, suave e encantador, escutando a conversa de longe.
-[S/N], correto?- interrogou, mesmo que seu olhar não tivesse a deixado desde a abrupta entrada no salão, em seu vestido arroxeado e com seu sorriso adorável.
“Quero ouvi-la falar, cada palavra, cada som e letra...”
-Correto. Stolas Goesha, não?- devolveu em nítido divertimento, sorrindo com os dentes afiados alinhados na boca [formato].
Havia malícia em seus olhos adoráveis e o príncipe pervertido sentiu-se vibrar com sua expectativa, ansioso e quente.
-Correto, encantado.- cumprimentou a mais jovem com um aperto amigável, suportando a mão pequena entre os próprios dedos.
Os digitos finos e compridos, macios como o toque suave da seda que revestia sua cama e grudava em seu corpo, unhas compridas e dignas de arranhões e vergões e pulsos finos o bastante para envolver com cordas, tiras e algemas.
-Igualmente, senhor.- sorriu, gentil.
“Partirei ao meio quem tentar me afastar de você, cara [S/N], incluindo minha esposa.”
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𝐕𝐚𝐥𝐞𝐧𝐭𝐢𝐧𝐨:
“Minha cabeça sempre pesou tanto?”
Os ombros doloridos pareciam empurrar o demônio-mariposa em direção ao concreto encardido, partido e estraçalhado, envolvido pela cortina áspera de fumaça que provinha das ranhuras no chão e o cobria, como outra de suas prostitutas o abraçando. A lente rosa dos óculos partida e o sobretudo rasgado das mangas ao amontoado de pelagem branca e com corações descansados, atravessando os destroços de lâmpadas-de-rua e hellborns já mortos e contorcidos - em posições que este teria rido se não estivesse tão dolorido - mas que suspirou, ao avistar Voxxy e Velvs, junto de uma desconhecida com tornozelos longos de corça. O transmorfo, mesmo com a glote enchendo-se de sangue enquanto arrastava as pernas exaustas, Valentino proferiu:
-Eu... Venci... Aquele filho da puta...- soltou a criatura de epiderme roxo-azulado, assim que o corpo cedeu, despencando contra sua vontade e prontamente sendo amparado por braços desconhecidos, finos demais para ser Velvet e solicitos demais para ser Vox.
“É quente, confortável... Parece... Casa...”
Os óculos escorregaram da face masculina - e sua cartola fora esquecida no meio da tão cansativa batalha por território - e a silhueta quente parecia contrair embaixo dele, como um mosquito sendo desmembrado após ser preso em uma teia.
-Alguém ajuda aqui?!- praguejou a voz, não tão suave e feminina quanto o cafetão havia esperado.
-Voxxy!- reclamou Velvet, repreendedora.
-Que inferno.- soou Vox, impaciente.
-Inferno é o que eu 'tô passando, porra!- ela soltou, sua voz colérica ressonando contra o tímpano da mariposa que gemeu, cansado.
Os braços confortáveis foram substituídos por Vox que, sem pensar, encaixou o esguio metamorfo-mariposa sobre o ombro - ainda desinteressado - sendo respondido por uma lufada de ar dolorida.
-Entra em uma briga de novo assim e quem vai quebrar sua cara sou eu, imbecil.- soltou Vox, desinteressado.-E pensar que deixei as coisas nas mãos da Katie por esse merda...- suspirou, esfregando as laterais do aparelho de televisão com os dedos.
“Espera... A garota... Ela precisa vir...”
-Eu... Tenho um pouco de experiência com ferimentos, posso ajudar, quem sabe...- [S/N] soltou, com timidez.-Se quiserem, claro.
Velvet saltitou, animada com a chegada da garota, em resposta, Valentino comprimiu os dedos ao redor do terno de Vox, sendo esta a resposta que precisava.
“Se eu perder a chance de falar com ela, não respondo por mim!”
-Se fizer algo suspeito, vou matar você.
-Claro, pode deixar.- sorriu, despreocupada e sendo envolta em um abraço por Velvet.
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𝐋𝐢𝐥𝐢𝐭𝐡 𝐌𝐚𝐠𝐧𝐞/𝐌𝐨𝐫𝐧𝐢𝐧𝐠𝐬𝐭𝐚𝐫:
Os braços calorosos confortavam o pecado de cabelos encaracolados loiros, adormecida sob o colo da genitora que a encarava sob os compridos cílios negros.
-Está tudo bem, querida, seu pai vai cuidar de tudo.- sussurrou carinhosamente, ambos os braços envoltos ao redor do bebê trajado em um pijama rosa-salmão.
A imperatriz, cujo rosto neutro intimidava - até mesmo o marido, às vezes - escorregou o corpo para fora do quarto até o longuíneo corredor que desabaria em um hall cercado por uma sacada e a grandiosa escadaria que anunciava o salão entapeçado e luminoso.
-Escravizou quantos 'pra construir esse lugar?- indagou a voz suave, feminina, com nuances de deboche.
-Muito mais do que poderia contar.
O arcanjo caído - com quem partilhava de um laço matrimonial forte - soara contente e Lilith surgiu, no topo da escadaria, curiosa e elegante, em seu robe magenta e a adorável criança emoldurada sob o busto. A rainha de emblemáticos cabelos, dourados como a fina corrente pendurada no pescoço da, até certo momento, desconhecida. Os olhos [cor] e seu rosto, suave e encantador, com traços finos e familiares.
“[S/N]? A irmã caçula de Luci?”
-Essa é Lilith e minha filha, Charlotte.
“Ela é tão pequena, tão jovem...”
-E-E-Eu... Como você... Vocês dois...- soltou a menor, exasperada, contudo o suspiro preso parecia ter ganho a batalha.-É uma menina encantadora, Luci.
-Minha filha, né?- sorriu, debochado.
A criatura adorável de cabelos [cor] sorriu e negou, quase desacreditada, mas ergueu o rosto em respeito, admirando calidamente a face tranquila da imperatriz - tão bela.
-É uma honra finalmente conhece-la, sra. Lilith.
“Ela é realmente adorável, uma boneca...”
-A honra é completamente minha, [S/N].
O sorriso de Lilith encheu elegantemente as bochechas angulosas, acompanhadas de um florete de cabeça - tão chique quanto os outros traços que a compunham.
-Lucifer fala muito sobre você.- concluiu de modo a constranger o marido, desviando os olhos [cor] de sí para que a [morena, albina, ruiva, loira...] encarasse o irmão com velado divertimento.
“Ele parece tão constrangido, ela parece tão à vontade.”
-E-Eu não diria muuito, mas... É, bem... Eu falei um pouco.- balançou os ombros, caídos sob o roupão amarrado, ruborizado desde o nariz até as bochechas inexsitentes.
[S/N] caminhou - cuidadosamente - até seu determinado degrau, sendo observado por sí o quão menor que a ex-serafim era, sentindo a suave presença intimidante do esposo logo que a irmã dedilhou a maçã rósea da, recém apelidada por sí como, Charlie. Talvez fosse uma armadilha, baixar a guarda e roubar a herdeira do trono Magne, contudo quando a jovem serafim ergueu os olhos, Lilith notou ao redor das íris luminosas que não mentia.
-É realmente linda, senhora.- sorriu, sutil.
“Essa menina é... Tão estranha.”
──────◦ ͜͡ ཻུ۪۪⸙͎──────
🌌001. Oiee, meus lindos! Como estão todos? Então, fiz meu máximo para não demorar na entrega desse capítulo, então aí está, direto do forninho
🌌002. Estava pensando em começar os imagines, ao invés de continuar com os arcos de preferences, mas queria opniões do que gostariam
🌌003. Outra vez ressalto, mesmo com imagines ou preferences, haverá certa demora já que, como vocês, tenho uma vida pessoal, profissional e educacional para cumprir, espero que entendam e não desistam dessa coletânea que tenho feito com tanto carinho ♥️
🌌004. Mil beijinhos, tenham um ótimo domingo e aproivetem o feriado!