Despedida de agosto.
Hoje saí lá fora
Caminhei nos bosques
Troquei a camisa
Botei aquela amarela
Que não me lembra nada.
Hoje saí fora de mim
Do quarto escuro
Que minha mente me abriga
E me obriga
A viver em constante intriga.
Hoje o sol não queimou minha pele
Ele resolveu me abraçar
Disse que estava cansado
Precisando me ver passar.
Eu ri, como há tempos não acontecia
Pois antes o riso me entristecia
Parecia que o mundo inteiro, forçava alegria.
A minha escuridão sombria
Cercava-me tanto
Que eu não via
O quanto minhas cicatrizes são belas
Talvez eu devesse amar elas,
Talvez algum dia.
Quanto à minha amada solidão.
A quem eu entreguei até meu coração
Terminou o namoro comigo,
Disse que seria apenas um velho conhecido,
Precisava de outro lugar pra ficar.
Em mim, havia entrado um raio de sol
Pelas frechas que surgiram, quando me quebrei
Quando eu caí de mim.
Minha velha criança ferida
Faleceu nesta tarde de agosto.
Apesar do seu péssimo gosto, para amar os demônios...
Era apenas um mero heterônimo.
L.e