Ampulheta Quebrada

By piwrre10

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Tentando salvar Sirius Black de um destino terrível, Hermione envolveu Harry com seu vira-tempo. Porém, ao in... More

Prólogo - (Remastered)
Família
Por Entre Chamas
Enxurrada Solta
Visitantes do Leste
A Floresta Proibida
Aceitação
Labirinto de Emoções
Quebra-Cabeça
Cavalo de Troia
Ao Olho do Furacão
Correndo para o desconhecido
Quem eu sou? - Parte I
Quem eu sou? - Parte II

Entre a Varinha e um Olhar

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By piwrre10


* Bom dia, boa tarde, boa noite! 

Me desculpem a falta de capítulos aqui. Tenho 3 capítulos prontos e irei solta-los assim que possível aqui!

Boa leitura ;) *


- Chegamos. – Harry anunciou, no sétimo andar. Ele estava apreensivo.

Hermione olhou ao redor, atenciosa, tentando pegar o mínimo de detalhes que podia.

- E o que vem agora? – ela questionou, passando o olho em cada canto.

- Certo. – Harry esfregou as mãos e encarou a parede.

Ele se lembrava bem, a porta havia aparecido bem ali. Mas e agora... o quê precisava fazer? Não sabia ao exato como aquela sala funcionava, mas precisava vê-la.

Em questão de instantes, no mármore da parede, uma porta de madeira robusta se materializou. Hermione fez um "wow" e Harry sentiu uma súbita injeção de ansiedade.

- É isso aqui. – Harry girou a maçaneta da sala, mais uma vez.

Imediatamente, sua adrenalina despencou; a sala estava vazia.

- O que? – Harry disse, sem entender.

Desesperado, ele olhava para os cantos. Parecia uma sala qualquer de Hogwarts agora, mas completamente vazia. Apenas o mármore escuro do chão e das paredes, com alguns poucos archotes iluminando.

- Harry...

- Era exatamente aqui, Hermione. – Harry interrompeu. – Eu tenho certeza que era.

Harry voltou pela porta, para olhar melhor.

- Ei, Harry! – Hermione o segurou pelo braço, chamando-lhe a atenção. – Sei que não tem ninguém aqui, mas você vai atrair atenção assim.

Harry se desprendeu de Hermione. Ele não entendia, por que não estava ali mais?

- Eu não entendo. – ele disse, entrando novamente. – Eu juro que entrei por essa mesma sala e havia uma montanha de coisa empilhadas. Agora... é uma sala vazia.

Hermione fechou a porta atrás deles, preocupada.

- Tem certeza que é essa? – Hermione disse, encarando Harry como se avaliasse sua loucura.

Harry não se sentia muito paciente agora, mas respirou fundo; não queria falar nada insensível com ela.

- Tenho. – disse ele, um pouco mais calmo. – Eu conferi. Você não vê muitas salas que aparecerem do nada. Só pode ser essa, é o mesmo local.

Hermione mordeu o lábio, pensativa.

- Alguma ideia do que pode ser isso? – Harry perguntou, frustrado, enquanto caminhava de um lado para outro pela sala.

- Podem ser muitas coisas, eu não faço muita ideia. – ela abriu os braços. – Temos de olhar melhor isso aqui.

- Será que a sala está escondendo algo de mim? – Harry se perguntou, olhando para o teto. – Eu não devia ter fugido, eu...

- Não, não. – Hermione chegou perto dele. – Você fez o certo, ok? O mais seguro, também.

- O que você sugere, então? – Harry se agachou, frustrado. Sentiu o tórax doer, levemente

- Deve ter algo sobre isso... em algum livro. O mapa do maroto, Harry...?

- Nada. – disse ele. – Eu tenho certeza que não. Olhei tanto para aquele mapa no terceiro ano que sei muito bem que não tinha nada disso aqui.

- Seu pai e os marotos não devem ter chegado a encontrar. – Hermione disse, balançando a cabeça. Sua mente processava. Bem, isso está aqui. Definitivamente tem que estar registrado em algum lugar.

- Lá vamos nós, novamente.

- Sem pressa, dessa vez. – Hermione garantiu, olhando para baixo. – Tem certeza que está bem o suficiente para se agachar dessa maneira?

- Eu estou bem. – Harry disse, se levantando. Sentiu um pouco de dor, novamente; a careta foi inevitável.

- Ah, claro. – Hermione ironicamente, concordou. – Realmente é o que parece. – ela pausou, encarando Harry de braços cruzados. Ele sabia o que viria a seguir, estava demorando. – Por que fez aquilo? Se o diretor não estivesse lá... – ela não quis terminar o resto.

Harry não tinha uma resposta exata para aquela pergunta.

- Eu queria ganhar, era isso. – ele respondeu, deixando-se pensar. A imagem de Rony veio à sua cabeça, no momento.

- Para quem não queria nem entrar em campo, quase se matar por isso é uma grande mudança. – disse ela, parecendo realmente irritada. – Quer falar sobre isso? – ela questionou, com o tom de voz um pouco mais acolhedor; ou pelo menos foi o que Harry sentiu.

- Acho que foi uma coisa que eu faria antigamente. – Harry respondeu, pensando melhor. – É, é isso.

- Antigamente? Sério? – Hermione perguntou, arqueando as sobrancelhas. – Tudo bem, mas agir como uma criança inconsequente...

- Eu já tive alta, Hermione. Eu estou bem. – Harry retrucou, a preocupação dela parecia excessiva. – Isso não basta?

Hermione balançou a cabeça negativamente.

- Trate isso como quiser então, Harry. – ela disse, soando farta. – Acho que você deveria descansar.

- Temos aula de DCAT agora. – Harry respondeu, em tom de lamentação. – Não acho que dê pra descansar.

- Você não precisa ir. – Hermione disse, preocupada.

- Você... me pedindo para matar aula? – Harry arqueou a sobrancelha, sem acreditar no que havia acabado de escutar.

- Não é matar aula. – ela pareceu ofendida. – Eu tenho certeza que se você não for, não vai ter problema...

- É o Snape. – Harry bateu no ombro de Hermione, como se o nome respondesse perfeitamente. – Eu vou.

Hermione lhe encarou com uma mãe que tem o filho desobediente. Ela ficava bonita dessa maneira; Harry podia sentir quase que uma... imposição que ela emanava, ele não sabia descrever exatamente. Seu rosto corou com esse pensamento e acabou desviando o olhar. Ainda se sentia estranho em relação à ela naqueles dias.

- Certo. Melhor irmos, se não tem jeito. – disse Hermione, dando de ombros. Ela deu mais uma olhada esperançosa na sala vazia, como se algo fosse aparecer e então se voltou para a porta e saiu. Harry foi logo atrás.

Enquanto se afastavam, Harry mantinha o olhar na porta de madeira. Ela ainda não desaparecera; ele se perguntava quando isso iria acontecer. Quando parasse de pensar nela, talvez? Ele esfregou a cabeça, droga.... Não queria ficar pensando naquelas coisas, logo agora que sentia que estava colocando menos peso em suas preocupações.

- Ei, onde vocês estavam? Vi vocês almoçando, mas depois sumiram. – Neville os pegou, alguns corredores antes da sala de Snape. – Tudo bem, Harry, cara? Foi uma baita queda. – ele se virou para Harry, ofegante.

- Tudo, Neville. – Harry confirmou. – Alguns ossos quebrados, mas nada que não pudesse ser resolvido, não é?

Hermione resmungou.

Isabel apareceu, logo atrás.

- Ei, Harry. Que bom que já está de pé e bem! – ela sorriu calorosamente, como sempre.

- Pensei que os monitores-chefe iriam me repreender por fazer algo assim. – Harry brincou.

- Todo mundo ficou preocupado. – Neville prosseguiu, com um pouco de ansiedade no tom. – Mas óbvio, aquela foi uma pegada sensacional, a sala comunal está mais empolgada que nunca desde que soube que você estava bem.

- Não foi bem sensacional, era a única coisa que eu podia fazer. – Harry foi realista.

- Espero que não esteja nas possibilidades novamente. – Hermione disse, ajeitando seus livros mais próximos ao corpo.

Neville fez uma pausa, sentindo o clima.

- Mas então, o que estavam fazendo? – questionou ele, curioso.

- Chegamos. – Hermione anunciou, em perfeita hora. – Não estamos no melhor horário, então...

- Potter. – era a voz gélida do Prof. Snape. Sempre provocava um efeito estátua. – Está atrasado.

Ele estava parado bem em frente à porta da sala de aula. O nariz e olhares erguidos, numa expressão bem julgadora.

- Perdão, Prof. Snape. – Harry disse, desviando o olhar. Ele tentou não soar irônico, mas era muito difícil, principalmente olhando para a cara quase que nojenta do professor. Ele era o mesmo repulsivo em qualquer lugar.

Harry andou, para entrar na sala de aula, mas Severus não se moveu do lugar. Harry ergueu o olhar para ele novamente. Ele provavelmente estava com uma cara de "o que diabos você pensa que está fazendo?". Snape suprimiu um sorrisinho maléfico em seus lábios de cobra.

- A maneira como você caiu foi estúpida, me surpreende não ter se machucado mais. – comentou ele. Harry sentiu que toda a classe dentro da sala estava assistindo àquele showzinho. – Mas o que é que vocês, Potter, não fazem para aparecer, não é?

Harry a essa altura já se sentia louco para retrucar, mas Hermione o deteve; ela segurou seu ombro e sussurrou "não". Harry respirou fundo e desviou os olhos do professor. Não valia a pena, agora.

- A aula vai começar, professor? – Harry resolveu perguntar.

Snape ainda se demorou, olhando-o com um inseto. Aquele olhar sempre fazia Harry cerrar os punhos. Parecia ainda pior ali.

Depois de um tempo, Snape girou nos próprios pés, fazendo com que seu cabelo também girasse. Ele resmungou e liberou a entrada dos alunos.

Balançando a cabeça negativamente, Harry adentrou a classe de DCAT.

Enquanto caminhava para as cadeiras do fundo, podia sentir toda a atenção que recebia. Alguns arquejos de surpresa, alguns cochichos, alguns dedos apontando... todos estavam falando dele, menos Ethan e Dimy, que tinham olhares centrados, no outro canto. Sophia, por sua vez, levantou a mão para acenar brevemente para Harry, que retribuiu sorrindo.

- Vejo que viraram amigos de verdade. – Hermione cochichou.

- Quê?

- Silêncio, Srta. Granger, Sr. Potter. – Snape pediu, imediatamente. – Não queiram atrapalhar mais do que já estão atrapalhando.

Harry se sentia acorrentado por não poder responder aos ataques.

- Hoje, como dito na última aula dos senhores, teremos uma aula prática. – Snape começou a falar novamente, desviando a atenção de Harry e Hermione. – Tendo abordados todos os novos feitiços de combate e também a aplicação de alguns não-verbais, gostaria de ver o que vocês podem executar em ação. Infelizmente, não temos mais um clube de duelo por aqui, o que pode explicar a formação de tantos aurores incompetentes por ai. – Harry imaginou que Snape estivesse se referindo aos Potter. É claro, só podia ser. – Como uma tentativa de suprir essa falta, vamos fazer algo parecido hoje, em sala. Arrastem suas cadeiras, cuidadosamente, para os cantos e deixem o interior livre.

Os alunos assim fizeram, preparando o campo de batalha.

Parecia uma ironia. Harry tinha acabado de voltar da ala médica e Snape fazia isso. Ele não duvidava ser de propósito.

- Está bem para fazer isso? – Hermione sussurrou, enquanto a turma formava uma roda ao redor do professor.

- Mesmo se eu não tivesse, acha que teria escolha? – perguntou Harry, inclinando a cabeça em direção à Snape.

Hermione concordou lentamente com a cabeça, apreensiva.

- Irei chamar dois de vocês por vez. – anunciou o professor Severus. – São o procedimentos padrões de um duelo de bruxo. Quem desarmar o outro primeiro, vence. Quero que apliquem o que estamos vendo. Quanto mais feitiços não-verbais eu ver, mais satisfeito ficarei.

O professor fez uma pausa, encarando o arredor e seus alunos.

- Neville Longbottom. Dimitar Georgi. Aos seus postos.

Neville se assustou um pouco, mas logo empunhou a varinha firmemente e avançou. O Neville que Harry conhecia antigamente estaria se tremendo de fora a fora.

Dimitar, ou Dimy Georgi, vinha sério, também. Harry passou a mão no queixo, observando a cena com curiosidade. Seria uma boa oportunidade para ver Dimy melhor e o que ele podia fazer. Normalmente o garoto sempre estava com cara de paisagem, ao lado de Ethan.

- Boa sorte. – Neville disse, enquanto apertava a mão de Dimy ao centro. O búlgaro apenas acenou secamente com a cabeça.

- Virem-se, saquem as varinhas e vão para seus postos. – orientou Snape, com a voz grave.

Enquanto via Neville e Dimy darem as costas um para o outro, o clube de duelos de Lockhart brotou em sua mente. Quanto tempo fazia; o dia que havia descoberto a língua das cobras. Harry se perguntava se ainda podia falar aquilo.

- Feitiços para desarmar. – disse Snape, alertando. – Se alguma azaração idiota aparecer, podem ter certeza que o engraçadinho vai receber a mesma em punição.

Harry estava empolgado para o que viria a seguir.

- Quando eu abaixar minha mão, está iniciado. – Snape disse, com o antebraço direito estendido, em local visível. Pouco tempo depois, ele o abaixou. Toda a sala prendeu respiração, mas nada aconteceu de imediato.

Neville e Dimy se encaravam, parados no mesmo local. Neville empunhava com força a varinha, tentado a investir algum feitiço inesperadamente, mas Dimy parecia atento à todos os detalhes.

Abruptamente, Neville fez um movimento com a varinha, disparando um feitiço. Dimy repeliu-o diretamente para o garoto, com um movimento jogando para fora. Foi rápido, mas Harry percebeu que se assemelhava à uma barreira mágica. Neville perdeu um pouco do próprio equilíbrio, mas o retomou, segurando a varinha.

- Neville tentou um feitiço de desarme não-verbal. – alguém atrás deles sussurrou.

- Arriscado... – Harry percebeu. – É complexo.

- Teria funcionado, se ele não tivesse rebatido. – Isabel entrou na conversa. – Que feitiço ele usou?

- Protego, creio eu. – Hermione disse. – Utilizado à tempo.

Harry continuou observando a batalha com tensão. Os dois se encaravam no campo. Aparentemente, o único propenso a atacar era Neville. Dimy adotava uma postura claramente reativa ao que o Longbottom fazia. Ele rebateu mais dois feitiços iguais, que voltaram para o griffinório.

- Neville não tem como vencer assim, o que ele está fazendo? – Harry se questionou. A plateia inteira também parecia fazer o mesmo, com os cochichos.

- Estudando a postura do adversário... – tentou decifrar Hermione. – ou então tentando cansa-lo, embora não faça muito sentido nenhuma das duas.

- Seria bom utilizar algo além do Expelliarmus. ­­­- Isabel disse, aflita. – Ele sabe mais que isso.

Neville atacou mais uma vez, repelido da mesma maneira. Dessa vez foi um pouco mais forte, fazendo o recuar para trás consideravelmente, quase o dobrando o joelho esquerdo por terra. Era o que Dimy queria, ele trocou a postura de seus pés e assumiu a posição de ataque.

- Lumus Maxima! – Neville berrou.

Mesmo quase caído, ele fez sua varinha iluminar toda a sala, cegando qualquer pessoa que estivesse olhando para a cena. Harry cobriu os olhos, com irritação.

Escutou algo cortando o vento, um barulho semelhante ao de um chicote e então algo batendo secamente no chão. Quando o atordoamento da luz passou, ele percebeu o que havia acontecido.

Neville estava derrotado no chão, com sua varinha solta de sua mão. Dimy recolheu uma corda negra brilhante de sua varinha, um feitiço que Harry jamais havia visto. Pelo que parecia, ela havia agarrado o pé de Neville e o derrubado, durante uma investida. Dimy não tinha qualquer expressão com sua vitória.

- Vitória da Sonserina, vitória de Dimitar Georgi. – Snape anunciou, com seus alunos atrás vibrando.

Harry se aproximou de Neville, para o ajudar a levantar. Junto com Isabel, eles ergueram o garoto.

- O que foi esse feitiço de agora? – Hermione quis saber. – Eu nunca vi.

- Coisa de Durmstrang, com certeza. – Isabel disse. – Tudo bem, Neville? Não deu pra ver, mas a pancada pareceu forte.

- Ele só me derrubou, estou bem. – garantiu ele. Neville hesitou um pouco ao ver que Isabel segurava o seu braço. – Um pouco tonto, mas bem.

- O que você tentou fazer? – perguntou Harry, enquanto eles retornavam para seu lugar e outro duelo estava perto de começar.

- Pensei que a luz ia cega-lo totalmente. – explicou Neville. – Junto com o abandono da posição defensiva, pensei que ele estaria vulnerável, mas ele sabia exatamente onde eu estava quando fui atacar. Tentei acertar as pernas dele, para derruba-lo, mas ele conjurou esse chicote e me agarrou pelo pé esquerdo.

Isabel afastou um pouco dos cabelos de Neville, para conferir se realmente estava tudo bem. Ele ficou vermelho como um pimentão no início e parou de responder, como se fosse uma estátua. Mas depois, continuou a prosseguir, não dando (ou tentando não dar) atenção para Isabel com o rosto tão próximo.

- Acho que eu subestimei. – disse ele, sendo sincero.

- Não foi uma estratégia tão ruim. – Harry disse.

- Foi uma estratégia básica. – Hermione completou, criticando. – Você não pensou na possibilidade de ele conseguir te perceber. Lumus Maxima não é um feitiço tão eficaz assim em batalhas.

- É. – Neville concordou. – Eu vi no teste de quadribol de Harry, pensei que seria útil.

- Eu certamente perderia por causa da cegueira. – Harry disse. Ele olhou em direção à Dimy, que conversava com Ethan e Sophia em um canto. – Ele é forte, por isso sempre deixou você tomar a dianteira dos ataques. Sabia que não seria derrotado.

- Ele tinha uma carta na manga boa. – disse Neville.

- Aposto que Snape está louco nesse feitiço das trevas. – Harry disse, encarando o professor.

- Fale baixo. – pediu Hermione, preocupada.

Enquanto os outros duelos iam passando, Harry se perguntava o que aqueles outros dois alunos de Durmstrang reservavam. Ele queria ver logo do que Sophia e principalmente Ethan era capazes.

- Sophia Hartmann. Raven Jones. – o professor anunciava o próximo enfrentamento e com isso prendia a atenção de Harry.

- Raven... – Isabel disse, apreensiva. – Coitadinha.

- Sophia é forte? – Hermione questionou.

- Eu não sei, nunca a vi lutar. – respondeu a garota. – Mas olhe como ela se porta. Parece que tem o dobro de tamanho da Raven.

Era o que Harry tinha constatado anteriormente; a presença que Sophia conseguia impor era surreal. Ela parecia imbatível em qualquer coisa quando se portava exalando tanta confiança.

- Boa sorte. – Sophia disse, amigavelmente, enquanto as garotas apertavam as mãos no centro da sala. Raven retribuiu com outro "Boa Sorte" bem reprimido e nervoso. Elas se separaram.

Vamos ver do que você é capaz, Harry pensou, empolgado. Snape abaixou a mão.

Foi uma questão de milésimos até o primeiro ataque. Sophia investiu ferozmente com um feitiço não-verbal, fazendo com que Raven quase não conseguisse se defender. A garota cambaleou para trás, enquanto Sophia continuou avançando, lançando feitiços à cada movimento de varinha.

A garota da Griffinória mal conseguia se defender. Harry se perguntava porquê Sophia simplesmente não acabava com ela; suas defesas eram praticamente inexistentes, quase ajoelhada no chão. No entanto, a morena Alemã só queria saber de avançar, ao invés de lançar um feitiço mais forte.

- Isso é agoniante. – Neville disse, em tom de desaprovação. – Raven não consegue fazer nada, além de se defender no limite.

- Vamos lá, Raven. Devolva para ela! – Isabel torceu, roendo as unhas. Ela se importava muito com todos que conhecia.

- Protego Totallum! – Raven se recuperou a tempo de um novo ataque e executou o feitiço de proteção. Um escudo mágico azul claro envolveu-a por um tempo.

- Apelou ao feitiço verbal. – Hermione disse. – Não vai durar muito.

A investida seguinte de Sophia foi ricocheteada até ela. A garota, no entanto, manteve a varinha firme e sorriu. Ela pareceu gostar daquilo. Sophia avançou, com a varinha fumegando em mãos.

Surpreendentemente, Raven desfez o campo de proteção e atacou. Ideia ruim.

De início, ela fez um movimento horizontal com a varinha, lançando uma azaração de tropeço em Sophia. A garota trotou para frente, perdendo sua postura por alguns segundos. Raven correu para aproveitar a brecha, se ela lançasse um feitiço a tempo, poderia vencer.

No entanto, com um incrível jogo de pés e equilíbrio, Sophia se colocou de pé. Sua varinha continuava empunhada na direção de Raven, que vinha em modo ataque. A partida havia acabado, Sophia só precisava concretizar.

- Me desculpe. – Sophia disse, antes de estuporar Raven e fazê-la saltar da área de batalha.

Toda a classe prendeu a respiração quando viu a garota sair voando. Sua aterrisagem novamente no chão não foi suave, mas foi melhor do que poderia ter sido; Raven poderia ter se chocado de costas contra as cadeiras no canto da sala. Sophia havia cuidado realmente para que não chegasse à isso; a estuporação foi leve e controlada.

Isabel, no entanto, foi imediatamente socorrer a garota caída.

- Ei, Raven, ei. Tudo bem? – perguntou ela, aflita, ajoelhada ao lado da garota.

Raven passou a mão pelo rosto, fazendo carete; não havia desmaiado o que era extremamente raro em um feitiço desses. Provavelmente estava sentindo um pouco de dor, mas Sophia realmente tinha sido bem elegante.

- Vitória da Sonserina, vitória de Sophia Hartmann. – Severus declarou. – Temos uma aula para continuar, Srta. Almeida. Será que seus amigos podem por favor retornar aos seus lugares? – ele alfinetou em direção à Isabel.

Isabel retribuiu o olhar feio e não se moveu do lugar até saber que Raven estava totalmente bem. Snape estava próximo de um acesso quando eles finalmente saíram dali.

- Sinceramente, por que ela utilizou um Estupefaça? – Isabel perguntou, enquanto continua olhando para Raven, com a mão na cabeça. Outra batalha começava à frente deles. – Poderia ter acontecido algo pior...

- Não poderia. – Harry confirmou, sem dúvidas. Do outro lado, Sophia sorriu levemente para ele, antes de se virar para os amigos. – Sophia mediu exatamente a força do feitiço. Estupefaça é um dos feitiços com menor tempo de reação, então era o único que lhe salvaria antes do ataque de Raven.

- Você analisa perfeitamente bem, Harry. – Neville notou, maravilhado.

- Ah, não... – disse ele, um pouco envergonhado. – É só uma constatação básica.

O tempo foi passando, Harry não era chamado. Hermione foi. Desarmou uma garota da Sonserina sem sofrer riscos exagerados, ela não conseguiu se defender dos feitiços não-verbais extremamente eficazes dela.

Mais pessoas iam, as opções de Harry iam cada vez mais se reduzindo. Ele se perguntava quem seria seu oponente. Não podia negar, seu corpo ainda doía; faziam poucas horas deixara o hospital. Estaria longe de 100% contra qualquer um.

- Ethan Ehrenberg. – Snape chamou e depois fez uma pausa, girando o olhar frio pelo local. Suas narinas exageradamente enormes pareciam sugar todo o ar do pulmão de Harry no momento. – Harry Potter.

Alguns olhares se atentaram ao redor da sala. Todos queriam ver como Harry se sairia.

- Vamos lá, Harry. – Neville deu algumas palmadas em suas costas.

Ele engoliu em seco enquanto acompanhou Ethan com o olhar. Definitivamente uma aura ameaçadora, mesmo com tudo que Sophia havia lhe contado. Ele deu um passo, pronto para ir para o duelo, quando Hermione lhe deteve, segurando-o pelo ombro. Harry virou-se para encara-la.

O olhar dela era de preocupação e também transmitia algo como: "Não faça nada estúpido!". Ela sabia que ele não estava totalmente bem, mesmo que ele tivesse dito o contrário. Harry tentou acenar positivamente e então a garota lhe largou.

Uma sensação estranha estar perto dele, como sempre. Era como se ele emanasse algum tipo de eletricidade, transmitida pela simples presença. O ar parecia ficar mais pesado, mais volátil, a cada passo.

Eles apertaram as mãos. A de Ethan era ossuda e calejada. Ele realmente tinha passado por muitas e muitas coisas; absolutamente tudo em sua aparência física e em seu portar indicavam isso. Harry se sentia com vontade de fazer algo sobre isso, talvez falar com ele... não sabia. Realmente lhe era desconfortável.

- Boa sorte. – Harry disse isso, com a boca seca, enquanto fixava-se no rosto manchado de Ethan.

Pela primeira vez, Ethan olhou diretamente para Harry. Ele não sabia descrever exatamente o que via por trás daqueles olhos quase que acinzentados. Tristeza e dor? Intimidação e raiva? Medo e pânico? Harry não sabia descrever, ele imaginava que podia ser qualquer uma dessas coisas; era perturbador. Ethan lhe deu um aceno de cabeça.

- Vocês sabem as regras. – Snape disse. – Nada de bancar o esperto, Potter. Aos seus postos.

Harry se virou, com a varinha a postos e caminhou para o lado oposto do adversário.

Ele não se sentia totalmente confiante, ainda lhe restavam dores espalhadas. Não tinha escolha ali, mas também tinha medo do que viria a seguir. Ele não conhecia Ethan. Acreditava quando Sophia lhe dizia que ele não era uma pessoa má ou coisa do tipo, mas Harry sempre se sentiria um pé atrás em relação à ele. Snape abaixou o braço. O duelo havia começado.

Expelliarmus! Harry mentalizou. Ethan pareceu fazer o mesmo.

Ao mesmo tempo, seus feitiços de desarme se colidiram, gerando uma faísca vermelha e fazendo ambos recuarem. Ethan havia defendido um ataque com outro ataque.

Antes que o Potter pudesse processar, Ethan girou a carinha em um movimento, rápido. Cordas saíram de todos os lados, vindo em direção à Harry.

Não havia como escapar da área das cordas. Elas lhe pegariam, seja pelo tronco, braço ou pé, assim como havia sido com Neville.

Protego Totallum. Harry conjurou, utilizando a varinha reta e abrindo um pouco a palma da mão.

Não foi totalmente eficaz. As cordas que vinham frontalmente foram repelidas, mas as que vinham do lado contornaram a área de impacto do escudo. Iriam lhe pegar, a não ser que... Harry atacasse todas elas o mais rápido possível.

Ele desfez o escudo, posicionou a varinha sob o ombro esquerdo e mentalizou o feitiço: Diffindo! Puxando a varinha da esquerda para a direita, Harry atingiu todas as cordas que lhe perseguiam antes que elas pegassem-no, esfarelando-as em fios muito menores com o feitiço de corte.

A defesa foi perfeita, mas Harry não contava com mais uma investida de Ethan. Assim que os restos das cordas baixaram no ar, Ethan apareceu, todo veloz, a varinha apontada. Harry havia acabado de lançar um feitiço, não dava para reagir. Ele segurou firmemente a varinha.

Protego. Harry tentou mentalizar o mais rápido possível. Era uma tentativa desesperada de minimizar o estrago da ofensiva.

- Estupefaça! – Ethan bradou, sua voz soara violenta, com ódio. Harry foi lançado pelos ares.

Sentiu suas costas baterem duramente contra o chão. Todos seus ossos doeram novamente, lembrando-se o trauma de pouco tempo atrás. Mas uma coisa era notável; ele estava consciente e não havia sido lançado em linha reto. Seu feitiço de última hora havia salvado sua pele.

Harry colocou a mão esquerda no chão, enquanto segurava a varinha na direita, pronto para se levantar. No entanto, suas costelas arderam em dor. Não conseguia fazer força para sair do lugar, a dor não deixava. Ethan, surpreso, se aproximava para o golpe final.

Quanto mais Ethan se aproximava, mais pressão Harry sentia contra o chão. A dor aumentava. Era quase como se, com o olhar, Ethan aumentasse a pressão da gravidade contra o corpo de Harry. Seus ossos doíam mais e mais, agora em cada parte do corpo. Sua mão tremia, estava quase cedendo. Se deixasse a varinha cair, perderia a batalha. Não tinha como ganhar.

Suas costas se encontraram com o chão novamente, ele estava sendo amassado. Tudo doía. Ethan lhe encarava com uma pressão absurda, seus olhos impiedosos e gélidos. Harry não tinha dúvidas qual era a faceta que via agora. No entanto, a expressão dele tinha algo que Harry não conseguia explicar em palavras; era como se ele estivesse resistindo a um tipo de tentação. Ele iria perder, iria deixar a varinha cair agora, naquele exato momento.

Que feitiço era aquele que Ethan usava? Era quase como uma azaração de corpo preso móvel... Harry não conseguia fazer nada, era um estátua. Porém, ainda tinha a varinha em mãos e certa consciência. A única maneira de se livrar daquele efeito estátua... Harry tinha de se arriscar. Algo dentro dele tinha a vontade de ganhar. Harry tentou segurar a varinha firmemente, a pressão aumentava mais e mais. Aquilo tinha que funcionar.

Eletricus. Harry mentalizou, fixando toda sua força no punho direito.

Repentinamente, Harry sentiu todo o corpo se arrepiar em um choque relativamente alto. Seu peito deu um solavanco não intencional para frente. O choque proposital havia lhe libertado do efeito congelante, interferindo a ação de Ethan.

Ethan não entendia o que tinha acontecido, Harry o viu recuar com um passo. Da maneira como ele tremia, o choque parecia até tê-lo atingido. Assustado, sem reação; era ele quem estava encurralado agora.

Harry segurou ainda mais forte a varinha e se levantou. O corpo extremamente dolorido de toda aquela compressão, mas ele não se importou. Usou toda a força que tinha nas pernas e nos braços e se levantou. Ethan recuou ainda mais. Seu rosto mostrava algo diferente agora. Mostrava o Ethan mais assustado e indefeso possível. Era digno de pena. Toda a confiança havia se esfacelado. Como Harry poderia ataca-lo agora? Ele hesitou no movimento. Um instante, foi suficiente.

Pouco a pouco, a expressão sumiu do rosto de Ehrenberg. Do medo para a oportunidade da vitória; Harry havia vacilado e iria pagar por isso. A varinha de Ethan demonstrou um brilho escuro em sua ponta, enquanto ele posicionava-a verticalmente. A mente de Harry demorou a processar a chance que ele estava dando. Quando percebeu, o chicote negro atingiu seus pés fortemente. Ele caiu, sem reação. Sentiu a varinha se afastando de suas mãos, puxada por Ethan, pouco antes de socar secamente no chão.

A queda, novamente, doeu. Bater com o rosto no chão não foi legal. Sentiu-se extremamente tonto, enquanto escutava Snape falar embolado ao fundo. Seu óculos havia rachado levemente com o impacto. Quando se recuperou, viu Ethan parado em sua frente, sem falar nada; apenas com a mão estendida.

Harry tinha sido burro; havia sido uma armadilha? Parecia tão real. Mas, afinal, ele deveria ter tido pena? Apanhou a mão de Ethan e se levantou, ainda mais dolorido.

- Argh... acho que vocês precisam me ensinar esse feitiço. – Harry disse, passando a mão no tórax extremamente dolorido.

Incrivelmente, Ethan suprimiu um sorriso mínimo. Harry quase ficou de queixo caído. Quase que nem combinava com seu rosto. Imediatamente, ele voltou para a postura séria.

- Devia ter atacado quando teve sua chance. – Ethan disse, era uma das primeiras vezes que ele via aquilo. – A vitória era completamente sua.

Harry coçou a cabeça; não iria falar porquê não tinha atacado. Ethan era imprevisível.

O garoto então deu as costas para ele novamente, sem dizer mais nada. O corpo de Harry tremia apenas em pensar no feitiço que Ethan havia usado. Eram tantos mistérios que aqueles alunos de Durmstrang guardavam. Quase tantos quanto Harry.

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