Camila
Mordo o sorriso enquanto espero meu irmão abrir a caixa onde coloquei seu presente de aniversário. Encomendei isto há alguns dias, desde que eu soube de sua atitude maluca de comprar uma moto e praticar rali. Benjamin, nosso irmão mais velho, odiou a ideia. Confesso que eu também não curti muito saber que este é o novo brinquedo de Peter, mas ele sabe o que faz, e quando põe uma coisa na cabeça, dificilmente muda de opinião.
— Sua expressão está me assustando — o imbecil arqueia a sobrancelha, olhando com desconfiança de mim para a caixa.
— Abra de uma vez, Peter!
Conforme ele vai tirando a tampa, um sorriso brincalhão bonito se forma em seu rosto. Peter tem isto de ser descontraído na superfície. A maior parte do tempo você o verá de bom humor, ao contrário de Ben, mas não pense que seu gênio é algo a ser subestimado. Peter é do tipo que guarda uma tempestade dentro de si, apesar da aparente serenidade.
— Legal... — ele continua observando o conteúdo.
Bufo.
— Ah, vamos lá, esta porcaria me custou uma nota, pegue e veja o que acha!
Estamos ambos sorrindo como bobos.
Meu irmão retira da caixa o macacão de motocross preto com detalhes em vermelho, confeccionado em material especial resistente ao atrito e adequado à temperatura corporal.
— Foi feito sob medida.
— Por um momento, achei que você me daria mais daquelas camisas sem graça — ele provoca, avaliando o presente com olhos brilhantes.
Enfio um soco em sua costela.
— Bastardo ingrato.
Satisfeito, ele me puxa para um abraço.
— Obrigada, irmãzinha. As garotas vão apreciar me assistir correndo com isto.
Apoio a mão sobre seu peito.
— É uma pena que a decepção virá assim que você tirar o capacete e elas descobrirem sua cara —finjo uma tosse, como se a frase tivesse saído por acidente.
Sou afastada ao comprimento de um braço para receber aquele familiar olhar ridiculamente maquiavélico.
— Você não me disse isso...
— Ah, nem vem... — reviro os olhos, captando a intenção de seus dedos longos se aproximando de mim — Sério, Peter, pare, já estamos atrasados para o seu jantar!
— Peça desculpas...
— Nunca! Você viu a etiqueta desta coisa? Meu salário está todo aí. Vamos, qual é? Você deveria limpar minha casa por uma semana em vez de me ameaçar.
Recuo alguns passos, rindo à medida que ele avança.
O filho da mãe vai mesmo me fazer correr? É sério?
Pego minha bolsa de cima da mesa, reconhecendo sua determinação, e praticamente viajo para a porta. Giro a maçaneta com meu irmão logo no meu pé. Emito um grito baixo de clemência, vergonhosamente... e travo no caminho da saída quando encontro a Mari e a Matraquinha paradas diante da porta aberta. Elas olham de mim para meu irmão, sincronizadas.
Paro de rir imediatamente, me recompondo.
— Mari, Ellie... — sibilo um cumprimento.
A garotinha volta seu olhar para Peter.
— Você está bem, Camila? — tenho a impressão de que seus olhinhos contém algum tipo de proteção.
Peter se abaixa à altura dela.
— Sabe o que eu estava prestes a fazer nela?— ele pergunta.
Ela sacode a cabeça negativamente.
— Cócegas! — Peter corre seus dedos de leve pela costela da criança, extraindo gritinhos que ecoam pelo corredor vazio.
Mari e eu apenas observamos, involuntariamente rindo também.
Meus pensamentos se voltam para as palavras de Shawn sobre não estar procurando uma mãe para a menina. Obviamente ele disse aquilo por impulso, em reação à minha atitude de sair escondida. Oh merda, mas a maneira como ele soou pareceu tão ofendido... e fez com que eu me sentisse uma idiota fria.
Se eu for franca, tenho de assumir que gosto de como me sinto perto dele. Não é só sexo, é a companhia. Voltar para sua cama e me deitar em seu peito foi uma das melhores sensações que me lembro de sentir em um longo tempo. Seus dedos acarinhando minha pele, os braços me envolvendo para si sem pretensão, apenas gozando da companhia um do outro...
— Desculpe por tentar sair assim — me vi sussurrando.
— Você é bem-vinda para ficar — foi o que ele respondeu; Deus, eu senti tanta coisa com esta pequena frase...
Para acrescentar confusão ao turbilhão de emoções sem sentido me rondando, presenciei a alegria de Ellie ao me ver em sua cozinha logo cedo. Aquilo foi contagiante. É como se meu coração pudesse bater acelerado e lento, simultaneamente, somente por ouvi-la. E isso me preocupa... Shawn pode não estar procurando uma mãe para ela, mas a menina anseia por alguém assim em sua vida. Os sinais estão todos ali... No meu íntimo, sei que não deveria me envolver tanto. Eu nunca poderei ocupar tal papel.
— Tudo bem? — Marieta me traz de volta, amistosa.
— Hã... Sim, sim, estou bem. E você, Mari?
— Ah, eu também. Aproveitei os dias de folga e viajei para a casa da minha filha.
— Fez boa viagem?
Os gritinhos de Ellie começam a se acalmar ao passo que ela recupera o fôlego. Peter finalmente se levanta do chão.
— Fiz sim, obrigada — Mari alisa os cabelos de Ellie — Você vai falar pra ela, Ellie?
A curiosidade causa comichões em todo o meu corpo.
Ellie desliza os dedos pelo vestido, lançando um último olhar sorridente ao meu irmão.
— Você vai guardar segredo? Porque isso é segredo.
Mudo meus olhos para Mari, que mantém uma expressão de paisagem.
— Bem... Eu acho que sim... — dou de ombros.
Ela bate palminhas.
— É o aniversário do meu papai, mas ele não pode saber.
Oh.
— Faremos um bolinho surpresa para ele amanhã à noite e gostaríamos que você viesse —Mari explica.
— Você vem, né, Camila? — o entusiasmo e a expectativa da Matraquinha estão a todo vapor.
Limpo a garganta.
— Hã... — o rostinho esperançoso fixado em mim não me ajuda a criar nenhuma desculpa boa para negar... droga — Eu... eu vou sim, obrigada pelo convite.
Ellie só falta saltar no lugar, empolgada. Marieta pega sua mão de volta.
— Agora vamos lá, mocinha, nossa vizinha estava de saída e nós não queremos atrasá-la.
A garotinha concorda com a cabeça, lançando um "tchau" cheio de risadinhas para Peter... Antes de sair, ela se gira para mim novamente.
Prendo a respiração.
Não, ela não...
— Você vai dormir na minha casa hoje de novo?
Rá... ela fez. Outra vez.
Sinto os olhos de Mari e Peter em mim, enquanto Ellie está à espera de uma resposta. A sensação é de brasas tocando meu rosto até avermelhar.
Sinceridade infantil, quem acha isso bonito é porque nunca foi delatado desta maneira.
— Hum... Eu acho que não, Ellie — digo em voz baixa, sem jeito.
Sua expressão murcha, desapontada. A mulher ao seu lado salva o momento, perguntando alguma coisa aleatória à criança, mudando os rumos da conversa e levando-a de volta.
Viro-me para trancar o apartamento, murmurando uma despedida. Meu irmão sacana observa tudo em silêncio.
— Não fale nada... — resmungo.
Ele levanta as duas mãos em sinal de rendição. Enfio outra cotovelada perto de seu estômago diante do sorriso provocador.
— Quer dizer que minha irmãzinha anda dormindo na casa do vizinho...
Libero a respiração presa e mantenho meus olhos na paisagem correndo do lado de fora do veículo.
— Aconteceu uma ou duas vezes.
Percebo seu olhar de canto em mim.
— Bem, isto é bom. Então por que parece que há algo de errado?
Desvio o olhar do exterior para o meu colo, com a imagem de nós três tomando o café da manhã juntos, parecendo uma família, vindo em flashes.
— A menina, você sabe, eu não deveria, acho que isso vai confundir a cabeça dela...
— Por quê? — sonda, tranquilo.
— Porque não vai durar, Peter. É só um lance sem importância.
— O cara sabe que pra você é "só um lance"?— sua falsa sutileza é evidente.
Olho de volta pela janela, desencorajada.
— Acho que sim, nenhum de nós quer qualquer compromisso, estamos na mesma página.
— Foi o que ele te disse?
— Não.
Um silêncio desconfortável se forma e me faz ciente do que está se passado na cabeça dele.
— Ok, lá vamos nós... — Peter assovia baixo, tamborilando os dedos no volante — Até quando você pretende levar tudo desta forma?
Arranho as unhas na palma da mão.
— Não vamos entrar nisso agora.
Meu irmão – dois anos mais velho, e que me apoiou quando tomei uma decisão importante no passado – conduz o carro da avenida para o acostamento.
— Camila, olhe pra mim — exige.
Mesmo impaciente com o assunto, eu o encaro
— Você percebe o que está fazendo?
— Não tem nenhuma relação.
Ele sorri sem vontade, conhecedor.
— Estar casada com um merda não significa que todos os homens são assim.
Bufo, revirando os olhos. É o último assunto de que eu gostaria de estar tratando nesta noite.
— Você acha que eu tenho medo disso? —questiono retoricamente.
Paciente, ele mantém os olhos em mim.
— Acho que você ainda se pune pelo ocorrido. Você não poderia ter feito nada para impedir, sabe disto. Não é sobre encontrar alguém, é sobre seu medo de passar por aquilo de novo.
Oh, merda.
— Eu adoraria ficar aqui debatendo o passado com você, mas há pessoas nos esperando para o seu jantar de aniversário, lembra?
— Essa menina, a filha do seu vizinho, ela te faz lembrar o bebê, não é?
A menção acelera meus batimentos. Seguro o rosto entre as mãos, sem oxigênio, hiperventilando.
Ellie me faz lembrar do bebê, sim. Merda, que criança da idade dela não me levaria a recordar que eu não fui capaz de cuidar de um filho? Que eu fui irresponsável e não me atentei àquele serzinho como deveria? Deus, eu deveria ter feito tanta coisa diferente, eu era tão nova, tão burra...
A culpa é como ácido percorrendo as minhas veias.
Meu irmão segura meu ombro, puxando-me para junto dele.
— Aconteceu porque tinha de acontecer. Pare de se culpar. Você pode ter mais filhos quando quiser e cuidará muito bem deles, eu sei disso. Seu instinto maternal, inferno, é a coisa mais forte que tem dentro de si. Olhe para a maneira como você colocou Jasmine sob sua asa. Porra, da forma como empurrou Alice para Ben, para que o fodido saísse da própria bunda. Até comigo, veja como me trata, comprando equipamentos de segurança, morrendo de medo de eu me acidentar em um esporte qualquer — sua fala é calma, cálida.
Minha garganta ameaça se fechar com a sensação de ardência. Detesto me sentir assim. Eu jurei que seria forte. Eu me prometi isso.
— Você precisa deixar isso ir de uma vez, irmãzinha.
Meu irmão beija minha testa e me acalenta contra seu peito até eu conseguir, lentamente, recuperar o domínio sobre mim.
**
Shawn
Seco parcialmente meu peito e visto a camiseta, que se agarra à umidade. Bato a porta do armário, com o pensamento em uma só direção: a vizinha. Mandei uma mensagem pra ela ontem à noite e outra hoje; em nenhuma delas obtive resposta, por muito pouco não liguei.
Camila está sob minha pele além do que deveria, e já deu muitos sinais de que, para ela, não temos nada a nos unir além do maldito e infindável desejo. Ontem ainda tive de lidar com a inocente notícia de que um amigo dela fez cócegas em minha filha. O mesmo que já encontrei saindo de seu apartamento em outras ocasiões.
Camila não estaria me levando enroscada em seu dedo, tendo um namorado em causa, estaria?
Já nem posso afirmar com convicção. Pela maneira como ela se esgueirou da minha cama, na madrugada anterior, eu não deveria insistir nisso. Tudo o que vejo em seus olhos é uma barreira sutil. A mulher não quer nenhum envolvimento. Eu deveria respeitar isso e manter distância.
Jogo minha mochila por cima do ombro e só então me dou conta de outra presença no vestiário.
— Chefe — cumprimento em voz baixa, acenando com a cabeça para o homem parado na porta.
Caminho até a saída e paro diante dele.
— Longo dia, não, filho?
Saleh é um senhor na casa dos sessenta, estrangeiro, médico socorrista durante muitos anos, e agora chefe deste batalhão. Minha contratação veio por suas mãos.
— Nada a que não estejamos acostumados, senhor.
Ele sorri por baixo do bigode amarelado de tabaco.
— Feliz aniversário, Shawn. Estou muito orgulhoso de seu trabalho — recebo uma batida em minhas costas.
Eu havia até me esquecido desta porcaria. Aniversários nunca foram o meu forte, exceto os de Ellie.
— Obrigado, senhor.
**
Paro diante da porta fechada e aguardo alguns instantes. Eu deveria bater, empurrá-la contra a maldita parede e fazer Camila se lembrar de como funcionamos bem juntos. Será que a provocadora não se sente desta mesma maneira de merda? Balanço a cabeça, negando a ideia. Provavelmente não. A mulher seria muito capaz de oferecer tudo o que você puder obter dela para em seguida amassar seu coração e comer no jantar.
É melhor não insistir nisso, a voz da razão sopra fraca, lembrando sobre como Ellie também está se envolvendo demais com ela.
Dou alguns passos até a minha própria porta, enfio a chave e abro, estranhando a escuridão não habitual na sala.
Ao acender a luz, escuto um coro de vozes.
— Surpresa!
Mas que porra é...
Pisco algumas vezes para o grupo de pessoas me encarando, sorridentes. Da esquerda para a direita, Mari, Diana (colega que acabou de deixar o turno junto comigo), Evie e nossa mãe, Celina –segurando os ombros da minha filha –, Cinthia, Manu, JP e... ela. Camila.
Meus olhos param em Camila por um longo tempo, como se sua presença me atraísse para si. Miséria. Ela quebra nosso contato com alguma coisa que JP diz em seu ouvido e que a faz rir.
— É seu aniversário, papai! — Ellie se adianta, vibrante.
Pego-a no colo e suspendo no ar.
— Você organizou uma festa para mim, pequena?
Ela emite risadinhas que tocam diretamente em meu peito e me fazem lembrar a razão de querer voltar para casa todas as noites.
— Sim! Era uma surpresa!
Aperto a pontinha de seu nariz.
— Pois eu estou surpreso, filha.
Coloco-a no chão para cumprimentar os convidados.
Minha mãe é a primeira.
— Você parece mais magro, filho.
— Impressão sua, mãe — beijo o alto de sua cabeça.
Ela alisa meu peito.
Evie faz alguma piada sobre meus cabelos estarem embranquecendo. Nossa diferença de idade é de cinco anos, sou mais velho e fiz papel de seu pai quando precisou. Perdemos o nosso muito cedo.
Diana conta como conseguiu chegar antes de mim. Ela e Mari engatam uma conversa que me permite ir para onde estão Emanuelle, Cinthia, JP e Camila. Algo neles juntos retorce a borda de meu intestino, principalmente pela maneira gananciosa como meu amigo ronda minha mulher... porra, de onde saiu isso de "minha mulher"?
Beijo os rostos de Cint e Manu, recebendo suas congratulações, e cumprimento JP. Deixo Camila por último, propositalmente. Na nossa hora, abraço-a aproveitando a distração do grupo.
É necessário um grande esforço para não levá-la longe de vista e ter meu tempo a sós com a mulher.
— Pensei que você viria na noite anterior —sussurro, os lábios tocando sua orelha.
— Mal acostumado, vizinho? — responde, discreta.
Dou uma risada baixa, curtindo o arrepio no topo de seu ombro em reflexo à minha carícia em seu braço.
Algo que JP diz me obriga a me afastar dela.
Emanuelle se aproxima, apoiando-se contra mim para ouvi-lo.
—... Camila é bem-vinda para ir — pego esta parte da maldita coisa.
— Onde? — me apresso em perguntar sem parecer tão malditamente incomodado.
— Estamos planejando uma reuniãozinha lá em casa amanhã, Shawn — Manu explica.
A informação, indigesta, é um soco no meu estômago.
Sorrio superficialmente, na esperança de que Camila recuse com elegância. Mas veja se os olhos dela em mim, curiosos, não são exatamente o oposto do que eu espero...
—Reunião?—ela pergunta tão pacificamente que me causa desconfiança.
— O tipo de reunião para alegrar depois de um turno, se é que você me entende — JP, o fodido, vai mais longe.
As garotas riem, maliciosas, não fazendo muito para inibir a interpretação da coisa.
— Eu não acho que Camila queira... —intento cortar logo o assunto.
— Eu adoraria — me interrompe, em um timbre adorável.
Diabos.
Encaro-a e percebo sua intenção. Espertamente, ela sacou no ar o espírito do negócio e está me desafiando a dissuadi-la.
Estreito meus olhos; ela dá um sorriso contido, de canto dos lábios sem de fato sorrir. Não me mostro afetado, no entanto. Sustento seu olhar.
Minha vizinha deixou transparente como a água o tipo de lance que estamos tendo. Sexo, e nada mais. Quem sabe algo compartilhado seja exatamente o que ela está procurando, no final das contas, reflito com amargor. Caralho, a ideia é além de perturbadora.
Desço meu olhar para sua boca espessa. Ela umedece o lábio inferior, criando uma urgência em mim por tocá-la.
— Vocês nos dão licença? Há algo que eu preciso conversar com a Camila — entoo tão natural quanto posso.
Sem me importar com a opinião de qualquer um desta sala, aponto à mulher a direção do corredor para os quartos.
Com um arqueio em sua bonita sobrancelha, desafiadora, ela não mostra intenção de se mover.
— Camila?
Emitindo um bufo quase imperceptível, a morena move seu corpo gostoso no jeans e camiseta.
Espero o tempo de sair da vista para fazer o que desejei por um longo dia. Pressiono-a contra a parede, descansando minhas mãos de cada lado de sua cabeça, e ajeito meu joelho para ficar entre suas pernas. Sinto-a quente como sempre, uma fogueira. O seio se move para cima e para baixo, em respirações curtas.
— Por que você não respondeu às minhas mensagens? — murmuro, a um milímetro de sua boca.
Ela engole a saliva. O ato movimenta sua garganta de modo tentador.
Seu olhar se mantém preso ao meu.
— Eu não pude, Mendes — solta um murmúrio provocador.
— Gosto de como isso soa em sua boca — encosto nossos lábios juntos — Mas há algo que gosto mais nela.
Lambo a carne vermelha e cravo meus dentes na maciez, antes de deslizar minha língua para tomar a sua com uma avidez faminta. Meu corpo sentiu falta deste contato. As mãos dela se agarram aos cabelos em minha nuca, me trazendo para junto, tão necessitada quanto eu.
Que diabos estamos fazendo, negando esse tipo de química tão forte que há entre nós?
Espremo-a contra a superfície, moendo meu pau duro sob a calça em seu estômago, deixando-a ciente do que faz comigo.
— Passe a noite comigo — exijo em um rosnado.