D O M I N I C
Eu sabia que estava errado, na verdade sempre soube e tinha consciência disto, entretanto dizer o lado mais obscuro e errado que possuímos para a pessoa mais importante pra você não é tão simples assim.
Pela primeira vez na vida eu estou na merda por conta de uma mulher, e nem ao menos posso culpa-la. Já tive outros relacionamentos mas nada chega aos pés do que tenho com Karin, nada nem ao menos é semelhante ao que eu sinto por ela e nunca tive tanto medo de perder alguém.
- Você está péssimo. - Ouço a voz de Damian assim que ele passa pela porta do escritório.
Por um segundo tenho o vislumbre da linda mulher do lado de fora e me reprimo por estarmos distante apesar de lhe ver todos os dias no trabalho durante as últimas duas semanas.
- Obrigado por falar o óbvio. - Rebato sem ao menos tentar disfarçar o ânimo na voz.
- Nada mudou? - Questiona se sentando a minha frente e jogo a caneta que estava em minha mão sobre a mesa sem paciência ao negar.
- Eu sei que fiz merda e a culpa é minha mas essa situação está bem difícil.
- Cara, já está na hora de parar de se autodepreciar.
- É fácil falar. - Eu queria apenas poder voltar e contar por mim mesmo, prepara-la para a verdade e nada disso estaria acontecendo.
Mas é claro que já era de se esperar que meu pai se intrometece. Apesar dele ter dito no final das contas que se quer colocar alguém nesse meio devesse deixar tudo as claras, mas no fundo acho que o medo real dele é alguém nos trair e no final das contas nós acabarmos ferrados.
- Olha, você errou beleza, fez merda.
- É mesmo? - Falo sarcástico pois isso é o óbvio.
- O que quero dizer é que você já fez papel de homem e em nenhum momento deixou de assumir que fez merda. Mas ficar assim não vai adiantar em nada, então se perdoe logo e tenta conquistar novamente a mulher que ama ou vai precisar seguir em frente sem ela.
- Já disse que não vou desistir dela Damian.
- Isso é ótimo, então como alguém que já esteve do outro lado desse segredo eu entendo o tempo que ela precisa ter e você também deve entender.
×××
- Não é seguro ir embora hoje. - Comunico vendo a grande quantidade de neve do lado de fora da casa por conta da nevasca inesperada que chegou.
- Eu dou um jeito. - Suspiro a vendo querer ficar o mais longe e profissional possível.
- Fique Karin, não vou te deixar sair e correr o risco se algo acontecer. - Sem tempo para continuar negando apenas me levanto acabando com a conversa. - Rosália deve ter deixado algo pronto, vamos jantar e depois você descansa.
Prossigo até a cozinha sabendo que ela me seguiria mais cedo ou mais tarde. Ainda encontramos Rosália antes da mesma ir para a casa próxima e noto que deixou legumes grelhados, carne com molho e uma massa simples junto ao vinho, a mesa para duas pessoas deixou claro que deduziu que Karin ficaria aqui hoje.
Nosso jantar percorreu com aquela tensão estranha no ar que tem nos seguido durante os últimos dias.
- Ah. - Escuro seu grito assustando e logo noto sua mão me procurando assim que as luzes se apagam inesperadamente.
- Calma, o gerador já deve ser ligado.
- Precisa demorar assim. - Aproveito que se aproximou para tirar uma casquinha e a abraçar de lado quando a mesma me aperta com receio do escuro.
- Medo do escuro süsse? - Falo zombeteiro sentimento seu tapa de leve em meu braço em seguida me fazendo rir baixo.
- Para, sabe que não gosto disso.
- Eu sempre vou te proteger amor. - Sussurro pertinho do seu ouvido a apertando a mim.
- Dominic... - Fala de volta no mesmo tom e me aproveito para deixar um selar em seus lábios.
Como eu estava com saudades!
Notando a deixa aprofundo o beijo passando para uma pegação ardente me deixando matar a saudade desse corpo delicioso.
O fogo subiu e quando demos conta a luz retornou e com ela a visão dos deuses com Karin sentada em cima da mesa, roupa amassada, saia enrolada na cintura, meia calça completamente rasgada e pernas encaixadas em meus quadris dando acesso livre ao paraíso.
Noa olhamos por alguns segundos apenas para retornar de onde paramos e minha calça logo é aberta assim como a camisa já estava e não tardou a sua mão macia tocar meu membro o expondo.
- Karin... - Fala num tom rouco avisando que se não parar vou ataca-la.
Ao invés de parar, a mulher me ataca assim como eu faço e a como com gosto em cima da mesa me deliciando com a visão dos seus seios grandes e gostosos na minha cara e seus gemidos alucinados junto ao som de nossos corpos se chocando enlouquecidamente.
- Senti sua falta süsse. - Falo ainda ofegante com a testa encostada em seu ombro.
- Eu estou com medo. - Assume após alguns segundos me deixando surpreso.
Levanto o olhar encontrando seu semblante ainda de tesão encoberto pelo receio provavelmente de nossa conversa.
- Medo de que? - Questiono acariciando seu rosto de leve.
- Ainda estou assimilando tudo Dominic, e de verdade não sei se estou pronta para estar num relacionamento com alguém que tenha um lado da vida como o seu, sem contar sua família que realmente não gosta de mim e nunca me aceitaria.
- Você me ama Karin? - Faço a pergunto mais importante pra mim no momento.
- Nada me faz deixar de ama-lo.
- Um dia você estará pronta?
- Espero que sim. - Dou um sorriso sincero e grande começando a me ajeitar e arrumar a mesma.
- Isso que eu precisava saber. - Lhe dou um beijo de tirar o fôlego antes de continuar - Não quero e não vou desistir de você, então vou continuar dando seu tempo süsse, continue pensando.
Dou um beijo demorado em sua testa após arrumar seu decote me deliciando com a visão privilegiada antes de sorrir e me virar andando.
- Que beijo gostoso em Karin. - Falo brincalhão saindo do ambiente escutando ao longe seu riso me fazendo sorrir mais.
Ainda temos esperança por aqui, ainda temos.
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Feliz 2023 meu povo... mas alguém com a sensação que o ano não virou ou algo assim?