Celeste
Eu pisquei para tudo o que Rhys me explicava.
O meu olhar foi para bois que eu vestia, eu a levantei levemente apenas para ver o meu abdômen que estava enfaixado, e com uma mancha de sangue.
— Um pouco mais acima e para o lado... e eu teria morrido. -murmurei.
— A culpa foi minha, me desculpe. -ele disse.
— O que? -o encarei.
— Se não tivessem visto as minhas asas.
— Eu não acredito que está me pedindo desculpas por suas asas, Rhysand! —o encarei irritada— está me pedindo desculpas praticamente por tê-las! Você não teve culpa do que aconteceu, a culpa é do ser humano que teme o novo e o diferente, mesmo que seja algo especial. Se você me pedir desculpas por isso, eu te dou um soco. -falei.
Ele me encarou e a fêmea do lado dele sorriu.
— Mas que desaforo, e culpa também foi do maldito vizinho que gravou. —bufei— tô puta agora.
Ele me encarou, acariciando o meu rosto.
— Pensei que fosse perder você. -ele murmurou.
Eu desmanchei a minha marra em segundos.
— Vaso ruim e louco não quebra. -falei.
— Não brinque com isso, eu não sei o que faria se tivesse perdido você, Celeste. -ele disse me encarando.
Meu polegar limpou sua lágrima que caiu.
— Mas não perdeu. —falei— se você não tivesse me trazido para cá, eu provavelmente teria morrido em meu mundo, você não saberia como me levar a um hospital e provavelmente mais daqueles soldados iriam aparecer.
— Eu matei todos.
Eu peguei o meu celular, me surpreendendo quando meu sinal de dados móveis estava funcionando.
Eu abri o Instagram e xinguei baixinho.
— Olha.
Eu mostrei a ele, ele encarou de olhos arregalados o prédio cercado de vans negras assim como helicópteros que circulavam por cima, muitos, muitos soldados armados estavam isolando o prédio.
— Tem muito mais deles. —falei— eles iriam te levar para sabe sei lá deuses onde e iriam fazer experiências com você, te torturar.
A fêmea ao seu lado estremeceu tocando o ombro de Rhys e eu a encarei.
— Ah, oi moça. —sorri envergonhada— não fomos apresentadas, que coisa feia, Rhys.
Ela sorriu.
— Sou Miranda, querida. -ela disse docemente.
— Sou Celeste, e o Rhys já deve ter fofocado de mim certeza. -falei.
Ela assentou rindo.
— Ele fala muito de você. —ela disse— demais...
— Mãe, pelo caldeirão. -Rhysand disse.
Opaaa...
— É a minha sogra? -questionei.
Eu tapei minha boca com a mão, corando.
Rhysand me encarou e sorriu.
— É sim. -respondeu ele.
Que vergonha deuses.
A mãe dele riu baixinho.
— Minha irmã quer te conhecer, e ela está prestes a arrombar a porta. -disse Rhysand.
Eu pisquei e no mesmo momento a porta fora aberta bruscamente.
— CUNHADINHA!!
Eu encarei o ser de cabelos pretos azulados e olhos violetas, iguais aos de Rhys e sua mãe.
Ela correu até mim com animação.
— Ai mãe acima, você é linda! -ela disse eufórica.
Eu corei.
— Obrigada. -sorri envergonhada.
— Ela é tão fofinha, Rhys! Agora entendo porque não queria trazer ela tão cedo, estava com medo de eu roubar essa boneca linda! -ela disse me abraçando fortemente.
Eu arregalei os olhos, sentindo a dor em meu abdômen.
— Raya! Pela mãe, ela ainda está ferida! -Rhysand se alarmou tentando separar ela de mim.
Eu ergui a mão para que ele se acalmasse, dei tapinhas carinhosos no ombro de sua irmã que devagar me soltou.
— Desculpa. -ela sorriu envergonhada.
— Não tem problema, eu sou pior, porém estou no momento aposentada até isso aqui melhorar. -apontei para o ferimento enfaixado.
Ela sorriu.
— Mãe, Raya, poderiam me deixar a sós com a Celeste por uns minutos? -Rhysand as encarou.
Elas assentiram, sua mãe se ergueu e me surpreendi quando ela beijou a minha testa.
— Vou trazer algo para você comer, querida. -ela sorriu.
— Obrigada. -sorri para ela.
— E eu a lista de machos gostosos para a gente pegar. -Raya me encarou cúmplice enquanto desfilava para fora.
— Ela já me tem! -Rhysand disse emburrado.
Elas saíram rindo e eu bufei um riso baixo.
— Você está bem? E as suas asas?? -perguntei.
— Estão bem, eu estou bem. -ele assegurou.
— Que bom. -suspirei.
Ele se aproximou, então ele beijou suavemente os meus lábios, seus lábios deslizando nos meus com carinho e lentidão.
Eu acariciei o rosto do grão-senhor, ouvindo um suspiro dele.
— Quer alguma coisa? Qualquer coisa? Eu trarei para você. -ele disse.
Eu neguei.
Ele beijou a ponta do meu nariz com carinho.
Bibi pulou na cama, com um livro na boca encapado para me dar, corte de névoa e fúria.
— Obrigada, senhorita. -sorri.
Ela latiu abanando o pequeno rabinho e eu abri na página marcada, no capítulo 55.
Eu então pisquei, estava em branco.
Eu rolei a página, em branco.
Eu folheei o livro por completo, estava em branco, exceto pelas primeiras páginas... Onde havia tudo o que aconteceu nos últimos dias em que estive com Rhys, desde que o fiz meu refém.
Estava escrito ali.
Eu estiquei minha mão até a mala a puxando com dificuldade para ao meu colo, eu a abri e puxei os meus pôsteres de acotar.
Então encarei um que havia Feyre e Rhysand, mas... Não havia mais Feyre, quem estava em seu lugar no desenho onde eles apareciam de mãos dadas como grão-senhores era eu.
Eu arregalei os olhos.
Pela mãe.
— Eu mudei a história. -sussurrei.
— O que? -questionou Rhysand.
Eu rolei as páginas de corte de asas e ruína e corte de gelo e estrelas, todos estavam com as paginas em branco, menos o primeiro livro da saga. Guardei os pôsteres e fechei os livros os pondo na mala.
— Nada, deixe para lá, é apenas a página que perdi do livro. -menti.
Ele assentiu.
Deuses, eu mudei a história, mudei a história.
E não sabia se isso era bom ou ruim.
*Até o próximo capítulo ☄️ deixem seu comentário e seu voto pfvr ☄️*.
Referência do pôster que foi mudado, ao invés da Feyre, estava a Celeste^